18 anos de Trabalho Sujo

, por Alexandre Matias

sujo-1995

O aniversário é hoje: há 18 anos saía a primeira edição do Trabalho Sujo, ainda no jornal Diário do Povo, de Campinas, que fechou suas portas no ano passado. Comecei minha carreira jornalística em 1994 naquele diário da Vila Industrial, quando comecei a colaborar com o caderno Diário Pirata ainda aos 19 anos. A colaboração virou contratação (quem apostou foi a Adriana Villar, minha primeira chefe : ) ) mas não durei nem um ano no emprego porque o caderno fechou. O jornalismo-cachaça, por sua vez, já havia feito nova vítima e botei na cabeça que queria fazer uma página de jornal – não apenas escrever, mas editar, diagramar, tudo. E quando comecei a conversar com o Correio Popular, o concorrente, fui chamado pelo editor-chefe do Diário, o João Paulo, que me explicou numa simples equação que o fim de um caderno (um corte industrial) não significava o fim do interesse naquele assunto, e perguntou se eu não queria publicar a coluna que estava vendendo para o Correio no próprio Diário. Topei e no dia 20 de novembro de 1995, o Trabalho Sujo foi publicado pela primeira vez como uma página inteira na contracapa do caderno de cultura do Diário.

No Diário, o Sujo assumiu diferentes formatos, de acordo com as mudanças de linha editorial que novos editores-chefes imprimiam ao jornal, até que se estabeleceu como uma página dupla na central do caderno de cultura de domingo. Na mesma época (1997, 1998…), me envolvi com a criação do primeiro site do Diário do Povo e consegui uma brecha para o Trabalho Sujo ali, que me deu uma visibilidade para além das bancas de Campinas e quando percebi que minha comunicação com público, artistas e outros veículos havia se tornado ágil como uma troca de emails. O Sujo seguiu nesse formato até seu último ano, 2000, quando fui contratado pelo jornal corrente, o Correio Popular, para editar seu caderno de cultura. Nessa época, transformei o Trabalho Sujo num site no Geocities e o alimentava com o que escrevia no Caderno C (principalmente com a coluna de discos que editava, chamada Termômetro). Do Correio Popular mudei-me para São Paulo, quando fui trabalhar na Conrad e conheci o Pablo Miyazawa, hoje na Rolling Stone brasileira, que à época queria criar um portal de blogs para reunir todo mundo que andava espalhado pelos Geocities e Blogspots da vida. Ele criou o Gardenal e mudei-me com o Trabalho Sujo para lá. E nesses tempos da infância da blogosfera, conheci o Bruno e o Arnaldo – dois blogueiros de Blogspot – e os chamei para o Gardenal.

Em 2008, depois de ter passado três anos trabalhando no Trama Universitário e após o primeiro ano de Link Estadão, a situação no Gardenal havia tornado-se insustentável do ponto de vista técnico – havíamos perdido dois anos de conteúdo por problemas no servidor e o cenário futuro não parecia animador, com o site fora do ar quase o tempo todo. Saímos eu, Bruno e Arnaldo, chamamos o Mini, que conhecíamos também de internet (eu acompanho o trabalho do Mini desde que os Walverdes eram uma banda promissora de Porto Alegre), para fundarmos OEsquema, que, além dos blogs dos quatro, desde 2011 recebe novos blogueiros, velhos amigos e novos talentos, como vocês têm acompanhado. O Sujo já virou festas e canais em redes sociais, misturando-se naturalmente com minha produção jornalística. E além das novas festas (Sussa e Naites, além das Noites do Alberta, que voltam em breve, e das noites na Trackers), a maioridade traz novidades no horizonte.

Vamos nessa, pois está só começando… E você sabe o mantra: só melhora!

PS – E você, lembra-se de como conheceu o Trabalho Sujo?

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