Toro y Moi 2017: “Dreaming a connection”

, por Alexandre Matias

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Lá vem o Toro y Moi de novo. Chaz Bundick resolveu sua crise de identidade (que o fez lançar discos com diferentes nomes e dentro de categorias específicas) rebatizando-se de Chaz Bear e começando esta nova fase com um novo disco, chamado singelamente de Boo-Boo. Ele explicou essa fase em um texto publicado junto à pré-venda do álbum, que deve ser lançado no início de julho:

“Depois de sete anos fazendo shows e gravado, me vi me tornando autoconsciente sobre minha postura na vida como uma pessoa ‘famosa’ ou pelo menos na minha versão do que quer que isso seja. Meus sonhos se tornaram minha realidade, ainda que eu ainda não conseguisse aceitar este novo ambiente. Eu não pude fazer outra coisa a não ser cair em algo que pode ser descrito como uma crise de identidade. Um ciclo repetitivo de pensamentos temerários me deixavam confuso. Eu me sentia como se eu não mais soubesse o que é que eu realmente queria ou precisava da vida e algumas vezes tinha dificuldades em dizer o que era realidade.

Durante este período de turbulência pessoa, usei a música como uma forma de terapia e ela me ajudou a lidar com a dor que eu sentia. Ouvia a mesma canção ambiente várias vezes seguidas, tentando me isolar da realidade. Me apaixonei com o espaço novamente.

Na hora em que vi que estava pronto para gravar um novo disco, sabia que esta ideia de espaço dentro da música poderia ser algo que impulsionasse meu novo trabalho adiante. Os artistas que influenciaram o que eu estava fazendo incluía todo mundo, de Travis Scott ao Daft Punk, Frank Ocean ao Oneohtrix Point Never, Kashif ou Gigi Masin. Decidi que queria fazer um disco Pop com estas ideias em mente. Esta ideia de um disco finalmente se transformou em Boo Boo.”

E o som – a começar pela ótima “Girl Like You” – é o bom e velho soul de quarto que conhecemos desde os tempos em que ele era apenas um jovem aspirante de um certo gênero chamado chillwave…