Tony Allen (1940-2020)

, por Alexandre Matias

tonyallen

Um pulso transcendental se cala com a passagem de Tony Allen, santo patrono do ritmo que materializou a visão de Fela Kuti de fundir a musicalidade do oeste africano com o funk norte-americano ao colocar doses cavalares de jazz nesta receita, tornando-o tão pai do afro beat quanto o próprio Fela, ao lado de quem se transformou em um dos maiores bateristas da história. Mas Allen foi além e após deixar o Afrika 70, grupo que fundou com o antigo amigo, tocou com nomes de diferentes gêneros musicais, incorporando elementos de dub, música eletrônica e rap a sua sonoridade, gravando com artistas tão diferentes quanto Sébastien Tellier, Ray Lema, Metá Metá, Manu Dibango, Air, Jeff Mills e Charlotte Gainsbourg, além de montar duas bandas com Damon Albarn, do Blur: The Good The Band and The Queen, que ainda tinha o ex-Clash Paul Simonon no baixo, e Rocket Juice & The Moon, que trazia Flea, do Red Hot Chili Peppers. Ele veio ao Brasil algumas vezes e a última vez que pude assisti-lo foi ao lado do Thiago França, num dos melhores shows que vi no ano passado.

Vai em paz, mestre.

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