Tommy Ramone (1949-2014)

, por Alexandre Matias

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Com a morte do baixinho à frente da foto (o mesmo que fica nas pontas dos pés na capa do primeiro disco do grupo) é oficial: não há mais nenhum Ramone original entre nós.

Tommy Ramone – nascido Erdélyi Tamás, em Budapeste, na Hungria, naturalizou-se norte-americano com o nome de Thomas Erdelyi ainda criança, quando sua família se mudou para o bairro do Queens, em Nova York, nos EUA. Lá conheceu John Cummings, com quem montou sua primeira banda ainda na escola. Pouco tempo depois os dois conheceriam Jeffrey Hyman e Douglas Colvin e logo se rebatizariam, respectivamente, Tommy, Johhny, Joey e Dee Dee – os irmãos que mudaram a história da música pop. Ramones parece jingle de comercial hoje em dia, de tão pop, mas não é preciso muito esforço para entender o estrago feito por aquelas músicas curtíssimas, que ficavam em algum lugar entre os Stooges e os Três Patetas, parte esporro, parte chiclete. Era como se os Irmãos Metralha tivessem uma banda – e seu vocalista fosse um Pateta do mal.

Atrás de tudo, uma versão implosiva de Keith Moon – como o Animal dos Muppets, Tommy parecia possesso por uma força precisa e intensa, e como o baixo e a guitarra dos Ramones parecia produzir mais som do que seu instrumento podia permitir. Assim Tommy gravou os quatro primeiros discos com o grupo – Ramones, Leave Home, o perfeito Rocket to Russia e o veloz It’s Alive.

Neste último, primeiro registro ao vivo da banda e última participação de Tommy nos Ramones, dá pra ver a importância do baterista na prática, acelerando ainda mais músicas que estar sendo tocada numa rotação mais rápida que a normal. Escrevendo a cartilha do punk rock no muque com o instrumento mais brucutu de todos.

Tommy morreu nessa sexta, vítima de câncer no ducto biliar. É o fim dos verdadeiros Ramones. Viva os Ramones!

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