On the run #137: Soul Food – The Broad Church of Northern Soul, por Greg Wilson

, por Alexandre Matias

Northern-Soul-Keep-The-Faith

O DJ e pesquisador Greg Wilson escreveu um longo post em seu blog sobre o que ele chama de “Renascença do Northern Soul”. O gênero, para quem não o conhece, é formado basicamente por pérolas esquecidas da soul music norte-americana dos anos 60, mas colocadas num contexto inglês, quando DJs e pesquisadores do início dos anos 70 se debruçavam sobre carregamentos de discos vindos dos EUA em busca de hits de um tipo de som que havia se perdido à medida em que a psicodelia, o groove e a política mudaram a cara da música negra norte-americana no meio dos anos 60. Essa mesma mudança aconteceu na Inglaterra, quando os mesmos motivos esfacelaram a cena mod inglesa, que foi encontrar sobrevida no norte da Inglaterra. Começou como um hobby de alguns mas logo virou uma disputa – e discos eram celebrados tanto por sua inocência estética quanto por sua raridade industrial, todos em busca de uma geração de aspirantes à Motown. Alimentando essa disputa estavam festas que pela primeira vez atravessavam a madrugada, com muita anfetamina de combustível, para entrar nas manhãs em sessões que aos poucos foram se tornando conhecidas como “all-nighters”. Wilson sugere que essa cena movida a bailes intermináveis em porões que nunca viam a luz do sol e DJs disputando a raridade de seus singles está vivendo um novo revival (um livro acaba de ser lançado e um filme está agendado para o ano que vem, além da BBC ter feito um minidocumentário sobre o gênero há dois meses) e que desta vez talvez possa entrar de vez para o cânone da história da cultura do século 20. E para acompanhar o longo artigo, fez um set igualmente gigantesco de pérolas de alto calibre. Coisa fina.

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