OccupyWallStreet, por Elio Gaspari

, por Alexandre Matias

Falando nisso, o Elio Gaspari escreveu sobre os Occupy:

A patuleia do parque é o novo personagem da crise. Não tem agenda? Em 1967, numa marcha contra a Guerra do Vietnã, o poeta Allen Guinsberg propôs que as energias dos manifestantes fossem concentradas para fazer levitar o prédio do Pentágono. O Pentágono não levitou, mas o presidente Lyndon Johnson desistiu de concorrer à reeleição. Em 1989, os tchecos manifestavam-se chacoalhando chaveiros.

Nem os doidos do parque acham que o companheiro Obama desistirá da reeleição, mas ele parece não ter entendido o ronco da rua.

No domingo, inaugurando o monumento a Martin Luther King (outro doido), disse que não se deve satanizar “todos aqueles que trabalham” em Wall Street. Blá-blá-blá, pois ninguém está protestando contra todos os operadores do papelório, mas contra o que a turma do papelório fez à economia mundial, emprestando dinheiro a quem não podia pagar, na certeza de que a parolagem do “risco sistêmico” impediria que fossem à garra. Nos anos 80, salvou-se a ciranda dos sábios da banca quebrando-se a América Latina, inclusive o Brasil.

Agora os Estados Unidos e a Europa estão provando o velho veneno e não gostam dos seus efeitos. À época, a mágica foi praticada por Paul Volcker, o presidente do Banco Central americano.

Em 2008, aos 81 anos, ele assessorava Obama. Não havia por que passar a conta adiante, e ele propunha que se baixasse o chanfalho na banca. A certa altura, tratava-se de deixar que o Citibank quebrasse. Obama vacilou, Volcker foi-se embora, e o resultado está aí. A sabedoria dos sábios tornou-se maluquice e entraram em cena os doidos, como sábios.

A íntegra tá aqui.

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