Metá Metá para lavar a alma

, por Alexandre Matias

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De lavar a alma a apresentação dos três Metá Metá neste fim de semana na Casa de Francisca. É claro que a falta de presença e calor humanos não torna a experiência completa, mas foi revigorante poder assistir ao reencontro de Juçara Marçal, Thiago França e Kiko Dinucci no já clássico palco depois destes quase sete meses de quarentena, uma entidade se recompondo e nos recompondo ao mesmo tempo, ainda que à distância. Repassaram seu repertório em diferentes ambientes da casa, começando pela cozinha até chegar no salão central, onde a câmera de Heitor Dhalia, que dirigiu a apresentação a convite da casa enfileirou os três cada um num plano, tratando a questão do isolamento social quase como uma opção estética, além em termos de saúde. E diferente da live cinematográfica e em preto e branco que Tulipa e seu irmão Gustavo Ruiz fizeram na Francisca no início de agosto, a apresentação do Metá Metá apresentava o local como o conhecemos, luzes indiretas que iluminavam o piso, as paredes, os móveis, o teto e o assoalho como se pudéssemos nos reencontrar com o grupo num sonho. Se a ausência de palmas entre as músicas criava uma lacuna tensa entre as canções, ela era preenchida pelo vigor e pela energia dos três, claramente felizes de voltar a fazer músicas juntos, mesmo que nessas condições bizarras. Foi de cair o queixo, como quase sempre são os shows do trio. A Casa de Francisca descolou esse trechinho de “Let’s Play That” aqui pro Trabalho Sujo – um dos ápices do show – pra você ficar com vontade…

O show vai estar disponível online na semana que vem e tanto ele quanto os outros shows da série Até o Fim, Cantar, título dado para a série de cinelves que a Casa de Francisca tem feito podem ser vistos no site deles – mas não é gratuito, tem que pagar pra ver. E esse, especificamente, vale muito.

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