Mark E. Smith (1957-2018)

, por Alexandre Matias

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Que bordoada essa notícia da morte do Mark E. Smith. Um dos maiores ícones do rock inglês, o dono do Fall era um desses sérios candidatos ao posto de maior inglês vivo (Alan Moore e Charlie Brooker são os outros dois) e sua carreira parecia interminável da mesma forma que parecia existir desde sempre. Dezenas de discos lançados um atrás do outro, influenciando gerações e gerações de artistas em todo o mundo com um único lema: “foda-se tudo”. Era um artista que nunca imaginei que poderia vê-lo ao vivo, até que o acaso me sorriu no ano passado, quando fui pra Liverpool e minha querida amiga Megssa (ex-vocalista dos Fish Lips, quem sabe, sabe) me interceptou para Manchester assistir a um festival que tinha Royal Trux, Swans e… The Fall! Nem pestanejei e peguei o trem em seguida, para presenciar uma apresentação em que Mark mandava tudo à merda, como reza sua lenda: balbuciava os vocais como se tivesse dando um esporro no público, desligava e ligava os amplificadores, deixando os músicos (todos mais novos que ele) putos ou rindo, cantando com dois microfones ao mesmo tempo, tocando a bateria com um dos microfones antes de atirá-lo na plateia. A apresentação ia do humor ao terror em segundos e a sensação de periculosidade no palco era palpável – a qualquer minuto o velho Mark poderia fazer qualquer coisa, como sair do palco do meio do show, forçando a banda a buscá-lo na marra. Eis o vídeo que fiz do histórico show (pelo menos para mim):

Obrigado, Sir Smith. Com sua morte, o mundo fica menos divertido e caótico, mas seu legado é imbatível.

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