Mahmundi entre o pisar forte e o pegar leve

, por Alexandre Matias

mahmundi-2020

Em seu terceiro disco, Mahmundi mostra que está cada vez mais à vontade no espaço musical que criou para si. Desde que surgiu, no início da década passada, Marcela Vale trabalha este universo paralelo que batiza seu pseudônimo – nome que batizava seu antigo blog, quando era conhecida apenas por “Mah”. Neste Mundo Novo, ela apenas reforça o equilibra questões sérias do dia a dia com a suavidade da melhor música pop. Suas tintas são oitentistas e ela deixa cair aquele pop sintético em que o R&B e o soul eletrônico se mistura com a MPB da década que consolidou a sigla como sinônimo da música brasileira, aquela pista de dança diurna que reúne Terence Trent D’Arby, Djavan e Marina Lima. O tom do disco é mais solar que o anterior, o belo e melancólico Para Dias Ruins, e consolida este universo musical de forma maiúscula e ao mesmo tempo poética. As parcerias com Castello Branco (a faixa-título e a balada-sambinha “Nós De Fronte”), ao lado da versão synthpop para um samba-reggae que Jorge Mautner compôs para Caetano cantar num álbum de Dadi (a ótima “No Coração da Escuridão“) e da belíssima “Vai”, que encerra o álbum dando a fórmula de seu sucesso (“abre um sorriso e vai”), são os pontos altos de Mundo Novo, um disco curto e direto, que consolida Mahmundi como um dos grandes nomes da nova música pop brasileira.

Tags: