Homem-granada

, por Alexandre Matias

A hora e a vez do sujeito da motosserra assassina.

Figurinha 2: Rodrigo Guedes

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Nome:Rodrigo Guedes
Ocupação: Pai e namorado
Data de nascimento: 24/07/1972
Você lembra da primeira vez em que ouviu falar sobre música independente?
Provavelmente na época em que o Jesus and Mary Chain e o Hüsker Dü estavam lançando seus discos em 86 no Brasil. Foi nessa época que o sentido de música independente começou a surgir. Isso porque antes já ouvia punk rock nacional mas não se falava sobre mercado independente como uma nova forma de fazer e vender música.

Quando foi que você percebeu que tinha algo diferente que parecia promissor neste mercado?
Primeiro quando resolvi fazer música barulhenta, cantando em inglês e descobri por acaso que não estava sozinho. Em vários lugares diferentes pessoas estavam fazendo algo semelhante ao mesmo tempo. Foi incrível quando esse círculo de interesses começou a migrar para lugar comum.

Qual o melhor show de banda indie brasileira que você já assistiu?
Pin Ups na época do Scrabby no Retrô. Formação clássica com Luiz, Zé, Marquinhos e Alê. Eles quebrando tudo e as pesssoas com aquela sensação de que aquilo acontecia ao mesmo tempo no mundo todo. Não era um reflexo atrasado mas uma coisa atual, moderno e principalmente nosso.

Qual o melhor festival independente que você já foi?
Juntatribo. Não pela estrutura e organização, mas pelo momento, a novidade. Era incrível a sensação de pertencer a algo tão importante. A gente sabia que era um momento importante para fincar bandeiras e isso acabou se comprovando anos depois quando a gente escuta que o Juntatribo foi um marco para a construção da cena – hoje dá pra dizer cena – independente nacional. Na real, para as bandas, foram três dias de absurda loucura, psicodelia e rock sujo.

Qual o melhor disco/fita/CD independente brasileiro de todos os tempos?
Killing Chainsaw, o vinil pela Zoid. Fita: Qualquer coisa do Feedback Club. Eles eram incríveis.

O que você fez neste mercado que lhe deixou particularmente satisfeito e orgulhoso?
Continuar nele pra sempre. Acho que a idéia de pertencer, enfrentar as dificuldades e aceitar as limitações de ser um músico independente no Brasil, abre as portas para a verdade de que você pode fazer exatamente a música que sair da sua cabeça, sem nenhuma interferência. Isso não quer dizer que o independente não pensa em progredir, ganhar mais dinheiro e viver de música, mas com certeza ele vai ter muito mais espaço para criar sem se importar com todo apelo coorporativo e burocrático da grande indústria. Eu aprendi essa lição muito cedo e não tenho nenhum arrependimento de ter optado por esse caminho. É incrível a sensação de fazer parte de algo tão importante.

Conselho pra quem tá começando
Faça!

Site e como as pessoas podem te encontrar.
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