BaianaSystem 2015: "Já viu é deja vu"

, por Alexandre Matias

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Esqueci de comentar a sonzeira que o BaianaSystem lançou antes do carnaval começar. “Playsom” (que pode ser baixada de graça no site da banda) não só é a primeira amostra do som da banda sob a tutela do produtor Daniel Ganjaman (que começa a esmerilhar todo seu know how jamaicano no que pode ser o seu grande disco de dub brasileiro) como foi trilha sonora pra folia no carnaval de Salvador deste ano.

O BaianaSystem é uma importante ponta do iceberg das mutações que estão acontecendo no cenário pop em Salvador e não por isso escolhi conversar com seu líder e guitarrista Beto Barreto na matéria que fiz pro UOL sobre a crise da axé music.

 

O Baiana – como é conhecido pelos fãs – está puxando uma lenta transformação no carnaval de Salvador que tem a ver com o desgaste artístico e econômico do modelo de negócios criado com a axé music e no carnaval deste ano arrastou multidões ao tocar em trios sem cordas, fazendo a muvuca misturar públicos e estilos musicais na melhor concepção da convulsão cultural que deveria ser o carnaval. Olha só essa foto do iBahia da banda sobre o trio Nave Pirata:

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E a massa cantando o refrão de “Terapia“, música sampleada na própria “Playsom”?

#baianasystem #viradonumagoteira #carnaval2015

Um vídeo publicado por BaianaSystem (@baianasystem) em

 

O sucesso do BaianaSystem está ligado não só à crise da axé music mas também da crise do modelo de camarotização/área VIP que tem se tornado tradicional no Brasil nos últimos 20 anos e que, não por acaso, teve uma forte popularização a partir da Bahia (não apenas no carnaval de Salvador mas também na transmutação de Trancoso numa “Cannes tropical”, como nos lembra a Marina Rossi neste texto pro El País). Tomara que se espalhe pelo país essa noção de que, no fundo, todos somos pipoca.

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