Vida Fodona #800: 28 anos do Trabalho Sujo

Virando o disco mais uma vez.

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Sofisticação pop

Fazia tempo que eu não via o show da Yma e, vou te contar, tá melhor do que nunca. A banda está redondíssima e esta característica é imprescindível à apresentação proposta pela cantora e compositora, deixando-a à vontade para deslizar sua voz e seu carisma arrebatadores sem se preocupar, colocando o público na palma de sua mão. E vê-la tocando no Inferninho Trabalho Sujo dessa quinta-feira teve um sabor especial, justamente pelo fato de ser no Picles. O astral underground da casa parece paradoxal em relação à sofisticação pop conduzida pela banda, mas acabou sendo complementar, algo que foi traduzido no momento em que um dos senhores Picles, o grande Rafael Castro, subiu no palco para dançar com a Yma (olha o palco te chamando de volta, Rafa!), num equilíbrio entre leveza e força, dia e noite, céu e terra. Foi bonito demais – e depois só lembro que emendei “Velvet Underground” do Jonathan Richman com “The Chain” do Fleetwood Mac quando já eram quase quatro manhã…

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Inferninho Trabalho Sujo apresenta Yma

E a felicidade de ter ninguém menos que Yma como atração da edição desta semana do Inferninho Trabalho Sujo? Um dos grandes nomes da cena independente paulistana, a cantora e compositora está aos poucos burilando o que deverá ser seu segundo disco solo, mas mostra músicas do excelente Par de Olhos e outras novidades nesta noite de quinta-feira, que tem entrada livre até às 21h. O show deve começar pelas 22h e logo após a apresentação da Yma eu e a Fran atacamos uma saraivada de hits para não deixar ninguém parado! O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, na meiota de Pinheiros, e a noite vai longe… Vamos?

Vida Fodona #794: O ritmo vai ser outro

Conscientemente manipulando o tempo.

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Yma + Jadsa: “Antes que tudo caia de vez”


(Foto: Mooluscos/Divulgação)

E de novo Jadsa e Yma soltam mais uma música de seu ainda inédito projeto conjunto Zelena em primeira mão para o Trabalho Sujo. Depois que “Meredith Monk“, lançada no final do mês passado, deu a tônica entre a arte pós-moderna e a new wave, é a vez de “Mete Dance” cutucar a veia dançante desta mistura, numa faixa irresistível. “Compus ‘Mete Dance’ em 2021”, lembra a cantora baiana. “Tinha acabado de lançar Olho de Vidro e tava buscando um mantra pra não parar e me veio ela na cabeça e bem rock. Dai me veio essa necessidade de trocar com Yma por conta do disco Par de Olhos, que ela lançou em 2019, mesmo ano que eu gravei Olho de Vidro. Senti esse propósito de estarmos juntas por conta dos olhos, dos olhares.” Yma empolga-se com a lembrança: “Quando Jadsa apresentou ‘Mete Dance’ pra mim, logo no comecinho das nossas conversas sobre o projeto, estávamos ainda atravessando um período difícil da pandemia. Escutar ‘Não canse, let’s dance antes que tudo caia’ deu uma levantada total no astral. Eu adoro como o arranjo se desenrola, tem vários elementos surpresas e interessantes como o cowbell, as guitarras mágicas do Fernando Catatau, os gritinhos e sussurros”, ri a cantora paulista. “Tem um balanço meio Talking Heads e Titãs que eu sou apaixonada e é a faixa do EP que eu mais gosto de dançar.” “Depois da gravação e produção eu vejo bem a influência de Kate Bush, na parte do final”, conclui Jadsa. “O beat me lembra muito e quem a me apresentou real foram Yma e Nando (Rischbieter, companheiro de Yma e produtor musical do projeto paralelo da dupla) na casa deles, eu fiquei muito viciada. E tem muita influência também de Grace Jones, ali no final dos anos 70. Acredito que essa musicalidade foi justamente essa de não podemos parar, temos que continuar”.

Ouça abaixo:  

Quando Yma encontra Jadsa


(Foto: Rayssa Lima/Divulgação)

A história já se arrasta há um tempo: Yma e Jadsa estão fazendo um disco juntas! Há uns dois anos a parceria entre a paulista e a baiana se firmou, foi para o estúdio, e aguarda lentamente – como é de praxe na carreira das duas – o momento certo para aparecer. E eis que Zelena – o nome do EP de seis faixas que firma o compromisso artístico das duas – começa a dar as caras no fim deste mês, quando, nessa sexta-feira, será lançada a primeira faixa da colaboração, “Meredith Monk”, que pode ser ouvida em primeira mão no Trabalho Sujo.

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Centro da Terra: Outubro de 2022

Vamos começar mais uma viagem por universos diferentes da música brasileira, quando outubro chegar para dar início a uma nova fase de nossas vidas. A primeira segunda do mês (que tem cinco segundas-feiras) ainda faz parte da temporada do selo Matraca, quando Lau e Eu encerra a leva de apresentações Tempo Presente, e a partir da outra segunda, dia 10, começamos a temporada em que Fernando Catatau convida compadres e comadres para shows únicos a partir de encontros inéditos – sua temporada, batizada apenas de Frita, conta com quatro noites que prometem ser históricas: na primeira, dia 10, ele recebe Kiko Dinucci; na outra, dia 17, é a vez de Juçara Marçal; no dia 24, ele convidou Anna Vis para dividir o palco, e na última, dia 31, é vez de ele receber Yma e Edson Van Gogh, guitarrista dos Garotos Solventes que acompanham de Jonnata Doll. Como se isso fosse pouco, a primeira terça do mês, dia 4, é com a banda Corte, liderada por Alzira E, que fez uma apresentação especial para o teatro a partir do documentário Aquilo Que Nunca Perdi, que Marina Thomé fez sobre sua história – e quem for ao show na terça pode assistir ao documentário de graça na quarta-feira, dia 5, no próprio Centro da Terra. No dia 11 de outubro é a vez da baiana Paula Cavalcante mostrar seu projeto acústico Corpo Expandido pela primeira vez em São Paulo ao mesmo tempo em que prepara o lançamento de seu primeiro álbum. No dia 18 de outubro recebemos, diretamente de Portugal, o carioca Ricardo Dias Gomes, integrante da banda Do Amor, que chega à cidade para apresentar um espetáculo solo motivado pelo momento em que o Brasil está atravessando, e no final do mês, dia 25, é a vez da irresistível banda Eiras e Beiras mostrar todo seu encanto no pequeno palco do Sumaré. Noites mágicas para inaugurar uma nova fase – garanta seus ingressos antecipadamente neste link.

Vida Fodona #756: Botar ordem na casa

Começando pra valer…

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Yma derramada às cordas


Foto: Isabel Praxedes (Divulgação)

“Minha relação com instrumentos sinfônicos de orquestra começou cedo, aos 11 eu estudava percussão erudita e integrava a orquestra infanto-juvenil da EMIA”, lembra Yma, que está lançando o último single do primeiro capítulo de sua carreira, o disco Par de Olhos. “Aquilo Que Habito”, que você assiste em primeira mão no Trabalho Sujo, realiza seu sonho de gravar com instrumentos de cordas e foi justamente isso que perguntei pra ela por email. “Essa vivência com orquestra foi até meus 18 anos e me marcou profundamente. Lembrei agora da primeira vez que me emocionei no palco, com as Bachianas de Villa-Lobos. As cordas me estremeciam. Tem um tempo que venho maturando a ideia de trazer essa parte de mim para o que tenho feito agora. A canção surgiu na minha cabeça com o som das cordas e pronto. Foi a oportunidade perfeita, executada da melhor forma; por músicos excepcionais e com arranjo do super Luca Raele, clarinetista e arranjador que acompanho há tempos e que tem toda minha admiração”. Assista ao clipe abaixo:  

Vida Fodona #747: Emanar boas temperaturas

Esquentemos.

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