Coração certeiro

Fui mais uma vez reencontrar o mestre Jards Macalé, desta vez no Sesc Bom Retiro, onde ele está mostra, durante o fim de semana, seu ótimo Coração Bifurcado, que produziu no ano passado ao lado de Rômulo Froes, Rodrigo Campos, Guilherme Held, Pedro Dantas e Thomas Harres, que no palco surge com uma superbanda formada apenas por mulheres: a gigantesca Maíra Freitas, a guitar heroine Navalha Carrera (que toca na banda da Letrux), Lelena Anhaia (eterna parceira de Anelis Assumpção), a espoleta Victoria dos Santos, Aline Gonçalves e Flavia Belchior. Mas Jards também quis seu momento solo e com seu instrumento passou por três do disco mais recente (“Mistérios do Nosso Amor”, cantada no disco por Bethania, “Grãos de Açúcar” e “Simples Assim”, acompanhada pela voz e pelo piano de Maíra) e pela maravilhosa instrumental “Um Abraço do João”, em que saúda o mestre João Gilberto com um causo incluído em todos seus shows depois da pandemia. Com a banda completa, que além de repassar quase todo o repertório do disco do ano passado, ainda desbravou seus clássicos “Mal Secreto” (emendada, como vem fazendo, com “Corcovado”), “Hotel das Estrelas”, “Soluços” e “Meu Amor, Meu Cansaço”, esta última mais recente mas que já chegou a esse status – foi quando ele apresentou as musicistas que o acompanhavam uma a uma. Foi demais.

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Uma expedição à criatividade de Ava

Femme Frame, temporada de um mês que Ava Rocha deu início nesta primeira segunda-feira de novembro no Centro da Terra, foi uma expedição rumo ao processo criativo da cantora e compositora carioca. Ela começou acompanhada apenas por Victoria dos Santos na percussão, seguida logo depois pela guitarra dissonante de Gabriel “Bubu” Mayall, até que recebe a aparição mágica dos irmãos Gustavo e Tulipa Ruiz . As duas cantoras se encontraram na bela “Lilith”, composta por ambas para o disco mais recente de Ava, Trança, e se engalfinharam num dueto que culminou essa peregrinação ao cérebro de Ava. As próximas noites terão novas surpresas, não dê mole!

Assista aqui.  

Quando Jards Macalé ligou para João Gilberto depois de sua morte

Domingo para reencontrar o mestre Jards Macalé com seu já clássico Besta Fera ao lado de uma banda formada por Guilherme Held, Marcelo Callado, Victoria dos Santos, Pedro Dantas e Allan Abadia, no Sesc Belenzinho. Mas quando o velho Macau fica sozinho com o violão e suas histórias, a apresentação vai para outro plano – e ao mostrar a música que fez depois de um telefonema póstumo para João Gilberto, ele só permitiu que a lágrima caísse. Que momento ❤️

Assista aqui.  

O batismo de fogo de Victoria dos Santos


Foto: José de Holanda (divulgação)

“É minha música de batismo”, a percussionista Victoria dos Santos não cabe em si de felicidade ao lançar seu primeiro trabalho solo. Depois de tocar com um monte de gente, de Mateus Aleluia a Linn da Quebrada, passando por Ava Rocha, Jards Macalé, Drik Barbosa, Lenna Bahule, Curumin, Rodrigo Campos e Aláfia, ela finalmente coloca em prática sua própria carreira, lançando o single “Ave de Rapina”, que oficialmente sai nesta sexta, em primeira mão no Trabalho Sujo.

Assista abaixo:  

Victória dos Santos: Tambor, Coxia e Carnaval

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Enorme satisfação de abrir palco para a percussionista Victória dos Santos dar início à sua carreira solo no espetáculo Tambor, Coxia e Carnaval nesta terça-feira, dia 19 de novembro, no Centro da Terra, a partir das 20h (mais informações aqui). No palco, ela será acompanhada de Lincoln Antônio no piano, Vitor Pena no violão, Larissa Braga e Fefê Camilo percussão e Thomas Harres MPC, além de contar com as participações do violonista Mauricio Paes e do trombonista Allan Abadia. Bati um papo com ela sobre o que podemos esperar desta apresentação.

Rodrigo Campos: Qualidades Primordiais

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É com grande satisfação que recebemos no Centro da Terra um dos grandes cantores e compositores da música paulistana do século 21, o grande Rodrigo Campos, como primeiro dono das segundas-feiras de 2019. Em sua temporada Qualidades Primordiais, Rodrigo dividiu suas apresentações em quatro elementos, alquimicamente desdobrando suas temperatura e umidade para dissecar sua própria musicalidade. Em cada uma segunda-feira, ele reúne sensações diferentes de seus sambas a partir de seus convidados, “elas servem como um norteador para escolher as participações na temporada”, ele me explica “uma maneira mais de criar uma atmosfera do que fechar um conceito pra cada show. A ideia é ser um pouco aberto”. Na primeira segunda, dia 4, ele recebe os percussionistas Fumaça, Raphael Moreira e Victória dos Santos na noite Frio e Seco, regida pelo elemento terra. Na outra segunda, dia 11, ele recebe a nova colaboradora Maria Beraldo para a noite Quente e Seco, do elemento fogo. Na terceira segunda, a noite Frio e Úmido, do elemento água, ele conta com a participação de Kiko Dinucci e, finalmente, encerra seus trabalhos com a noite Quente e Úmido, do elemento ar, com Maurício Badê e Thiago França (mais informações aqui). Conversei com ele sobre sua temporada e ele conta o que pensou para seu mês de fevereiro no Centro da Terra.

Centro da Terra: Fevereiro de 2019

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Começamos os trabalhos da curadoria de música do Centro da Terra em 2019 já com algumas mudanças. A sessão de segunda-feira, Segundamente, segue no formato já estabelecido, mas a terça-feira se desmembra para além das temporadas mensais também receber shows únicos ou curtas temporadas. E é com o maior prazer que anuncio as atrações de fevereiro, o primeiro mês de atividades do ano do teatro no Sumaré, que já trazem as mudanças na prática, com shows de Rodrigo Campos, Fernando Catatau, Juliano Gauche e Josyara.

O sambista paulistano Rodrigo Campos é o dono das segundas-feiras na temporada Qualidades Primordiais, em que recebe convidados toda segunda para mostrar diferentes facetas da sua musicalidade. A cada dia um elemento básico é representado pelo encontro entre temperaturas e umidades. Na primeira segunda, dia 4, é o dia da terra: no show Frio e Seco ele recebe os percussionistas Fumaça, Raphael Moreira e Victória dos Santos. Na segunda segunda, dia do fogo, dia 11, Quente e Seco, Rodrigo convida a instrumentista Maria Beraldo. O convidado do dia 18, dia da água, Frio e Úmido, é Kiko Dinucci e Rodrigo encerra a temporada no dia 26, com a noite Quente e Úmido, dia do ar, com as presenças de Maurício Badê e Thiago França (mais informações aqui).

As terças-feiras começam com o guitarrista do Cidadão Instigado, o cearense Fernando Catatau, mostrando as composições de seu trabalho solo na minitemporada Luz do Fim de Tarde em duas apresentações, dias 5 e 12. Acompanhado apenas de programações eletrônicas, violão e guitarra, ele abre para o público composições inéditas que ainda estão sendo desenvolvidas, rascunhos abertos para testar o formato e a natureza das músicas (mais informações aqui). Depois é a vez do capixaba Juliano Gauche apresentar o espetáculo Entre Árvores, na terça-feira dia 19, em que experimenta o repertório de seus dois discos no formato semi-acústico e minimalista, além de fazer versões para outros autores e trazer músicas inéditas, acompanhado de Kaneo Ramos, nos violões, e de Klaus Sena, no piano (mais informações aqui). O mês de fevereiro termina dia 26, uma terça-feira, com o espetáculo Abraça, em que a cantora baiana JosYara mostra seu repertório ao lado da cantora Luê e da atriz Bárbara Santos, que ajudam a desconstruir o disco mais recente da cantora, o belo Mansa Fúria (mais informações aqui). E é só o começo das novidades do ano!