Inferninho Trabalho Sujo apresenta Rafael Castro e Manuela Julian

Agora o sextou subiu alguns degraus quando nosso efervescente Inferninho Trabalho Sujo deixa as quintas-feiras para atingir um novo patamar ao abrir o fim de semana. E a primeira festa no novo dia não podia ser mais ilustre, pois marca o retorno aos palcos de Rafael Castro, o senhor Picles ele mesmo, lançando seu vigésimo disco, Vaidosos Demais. A noite ainda tem mais uma apresentação da vocalista das bandas Pelados e Fernê, Manuela Julian, aos poucos moldando sua carreira solo e, claro, depois da meia-noite, eu e Fran incendiamos a madrugada com hits pra não deixar ninguém parado – inclusive músicas do disco novo da Beyoncé, claro! Vamos nessa? O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, e a noite vai ser booooa…

Rafael Castro de volta!

Que maravilha isso tudo: Rafael Castro está de volta! Desde que se estabeleceu como empresário da noite paulistana, a usina de ideias musicais do músico e compositor de Lençóis Paulista ficou em segundo plano. Ele põe a culpa na pandemia: “Rapaz, negócio de transtorno mental mesmo”, me explica o idealizador do Picles, coração pulsante da vida noturna da zona oeste de São Paulo. “Pandemia bugou a cabeça, era crise de ansiedade e pânico o tempo inteiro. Tentei fazer uns showzinho quando as casas voltaram a funcionar e tive que parar no meio. Parecia que ia morrer, desmaiar, sei lá. Era horrível. Aí até tentei inventar que não queria mais, que não tinha tempo, que estava enjoado, mas foi só tomar uns remédios e fazer uma terapiazinha que tudo voltou a ser possível. Viva a medicina!”.

Assim, Rafa volta a tocar sua extensa discografia, que foi interrompida ainda na década passada, nesta sexta-feira, quando lança Vaidosos Demais, cuja capa ele antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo, bem como a faixa que abre o disco, a sensacional “Bar e Lanches” (prima-irmã de “Restaurante Lótus”, do gaúcho Pedro Pastoriz). Gravado ao lado de alguns de seus comparsas de sempre (como o baixista Fabiano Boldo e o baterista Arthur Kunz), Vaidosos Demais começou a ser gravado no fim do ano passado, mas começou a tornar-se disco no último fevereiro. “Encafifei que o show da Paixão de Castro ia ter que ser com música nova e fiz o resto tudo esse mês”, contou.

O disco ainda tem dois duetos, um com Vanessa Bumagny (“O Algoritmo Te Escolheu”) e André Mourão (“Quando Essas Canções Não Existirem Mais”), além de faixas que conseguem ser ainda melhores que seus títulos fazem parecer, como “Fiscal de Foda”, “Pessoal da Claro”, “A Esquerda Errou Nesse Sentido” e “Nunca Em Nome de Satã”. E o melhor de tudo, pra mim, é que Rafael Castro volta aos palcos na próxima sexta, dia 29, quando será a principal atração da minha noite Inferninho Trabalho Sujo que faço em sua casa de shows e com abertura da querida Manuella Julian. Vai ser lindo e os ingressos já estão à venda neste link.

Ouça abaixo:  

Vida Fodona #675: Mais puxado pra pista

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Da sexta pra sábado.

Isley Brothers – “That Lady (Parts 1 & 2)”
Jessie Ware – “Read My Lips”
Dua Lipa – “Love Again”
Paramore – “Hard Times”
Little Dragon – “Cat Rider (Poolside Remix)”
Letrux – “Vai Brotar”
Disclosure – “Tondo”
Brockhampton + Dua Lipa + Ryan Beatty + Jon B – “Sugar (Remix)”
Tame Impala – “Lost In Yesterday”
Les Rhytmes Digitales – “Sometimes”
Daft Punk + Julian Casablancas – “Instant Crush”
Adamski + Seal – “Killer”
New Order – “Temptation”
Bárbara Eugênia + Rafael Castro – “Vou Te Atazanar”
Queen – “Don’t Stop Me Now”
Commodores – “Brick House”
Pelados – “Tragédia Inventada”

Vida Fodona #664: Festa-Solo (3.8.2020)

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Mais uma semana começando e você sabe que segunda é dia de Festa-Solo, sempre às 21h no twitch.tv/trabalhosujo – o da semana passada foi assim….

Jessie Ware – “Ooh La La”
Dua Lipa – “Hallucinate”
New Order – “Blue Monday”
Madonna – “Music”
Chromatics – “You’re No Good”
LCD Soundsystem – “Sound of Silver”
MGMT – “Kids”
Caribou – “Odessa”
Gorillaz – “Empire Ants (Miami Horror Remix)”
Hot Chip – “Flutes”
Hercules and Love Affair – “Blind”
Breakbot – “Baby I’m Yours”
Mayer Hawthorne – “A Long Time”
Ariana Grande – “Thank U, Next”
Sade – “Paradise”
Michael Kiwanuka – “You Ain’t The Problem”
Curtis Mayfield – “Move On Up”
Sharon Jones & The Dap-Kings – “Better Things to Do”
Sam & Dave – “Soul Man”
Blues Brothers + Aretha Franklin – “Think”
Ray Charles – “I Got a Woman”
Beatles – “I Got a Woman”
Ritchie Valens – “Come On, Let’s Go”
Buddy Holly – “That’ll Be the Day”
Big Bopper – “Chantilly Lace”
Don McLean – “American Pie”
David Bowie – “Ziggy Stardust”
Stealers Wheel – “Stuck In The Middle With You”
Heart – “Barracuda”
Led Zeppelin – “Trampled Under Foot”
Rita Lee & Tutti Frutti – “O Toque”
Ira! – “Manhãs de Domingo”
Garotas Suecas – “Manchetes da Solidão”
Flora Matos – “Perdendo o Juízo”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Céu – “Nada Irreal”
Curumin – “Boca de Groselha”
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Te Atazanar”
Boogarins – “6000 Dias”
Ava Rocha – “Doce é o Amor”
Tulipa Ruiz – “Oldboy”
Gilberto Gil – “O Sonho Acabou”

Nocauteado pela pandemia

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O inquieto Rafael Castro não conseguiu se conter e lança “Adrian”, música inspirada na namorada do protagonista do filme Rocky – Um Lutador, que consagrou Sylvester Stallone, canção inspirada pelo nocaute que a pandemia nos deu: “No meio da pandemia tudo quanto é artista tá sobrevivendo no vermelho, se ferrando legal e cortando um dobrado pra se manter com o auxílio mixaria do Paulo Guedes”, ele explica no texto que acompanha o novo clipe, em que sai de skate e máscara pela noite nas ruas de São Paulo.

“Nessa situaçãozinha é inevitável não lembrar do Rocky Balboa: o lutador fracassado que acaba lutando contra o campeão e tem como único objetivo ficar em pé até o final da luta, e quando consegue, completamente arrebentado, tudo que ele precisa é de um carinho da sua mina. Assim, ele grita ‘Adriaaaan’ e a audiência vai às lágrimas com essa ressignificação doída e doida do paradigma de vitória”, ele continua. “A música lembra desse Rocky e assunta com as vitórias, derrotas, apostas e lutas da nossa vida, da infância de maloqueiragem até hoje, de pobre contra pobre, desde quando cheirávamos cola e tentávamos tirar manobras no skate. Em 2020, todo dia é uma luta contra o Apollo Creed, mas a Adrian vai cuidar de tudo. Ela dá o backflip.”

Vida Fodona #619: Só música brasileira

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No clima da primeira edição das Noites Trabalho Sujo no Cine Joia.

Rita Lee – “Agora é Moda”
Secos & Molhados – “Sangue Latino”
Tulipa Ruiz – “Às Vezes”
Mano Brown + Seu Jorge + Don Pixote – “Dance, Dance, Dance”
Flora Matos – “Igual Manteiga”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Boogarins – “Benzin”
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Te Atazanar”
Erasmo Carlos – “Jeep”
Maria Bethânia – “Festa”
Eduardo Araújo – “Kizumbau”
Marcelo D2 – “A Maldição do Samba”
Antonio Carlos & Jocafi – “Simbarerê”
Elis Regina – “Bala com Bala”
A Cor do Som – “Razão”
Sabotage – “Rap é Compromisso”
Tim Maia – “Márcio Leonardo & Telmo”
Metá Metá – “Corpo Vão”

17 de 2017: 4) Segundamente

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A primeira curadoria que exerci em 2017 começou no ano anterior, quando a Keren me chamou para assumir o papel de curador de música do Centro da Terra. Para mim o desafio era simples mas ao mesmo tempo complexo: chamar artistas para valorizar o espetáculo e criar novos projetos a partir do próprio local (ele mesmo uma viagem para dentro, como o próprio tom do meu 2017). Uma matemática irracional me fez criar o projeto Segundamente, em que artistas têm quatro segundas-feiras para criar um projeto próprio, de preferência inédito. Assim, tivemos os 15 anos de carreira do Tatá Aeroplano em março, o Chega em São Paulo de Negro Leo em abril, o Mergulho de Tiê em maio, o Depois a Gente Vê de Thiago França em junho, o Na Asa de Luísa Maita em julho, o Música Resiliente em Camadas Lentas do Maurício Takara em agosto, o Mete o Loco de Rafael Castro em setembro, o Persigo SP de Saulo Duarte em outubro e o Enfrente de Alessandra Leão em novembro, além dos shows individuais de Iara Rennó (Feminística), Luiza Lian (Oyá: Centro da Terra) e Papisa (Tempo Espaço Ritual), nos meses com cinco segundas-feiras. Foram meses de aprendizado e preparo, intensos e emocionantes, com o desafio de fazer o público da região do Sumaré sair de casa nas segundas-feiras para ver shows que não veria em nenhum outro lugar. Ainda teve o sensacional encontro com todos estes artistas na primeira segunda de dezembro, provando que a música vibra sem precisar de regras ou planos. É só deixar rolar. Agradeço imensamente a todos os artistas que convidei e também a todos que foram convidados por estes artistas, transformando o Centro da Terra em um núcleo de produção musical avançada numa época em que fazer cultura parece ser subversivo – porque talvez o seja.

Vida Fodona #560: Novembro vai ser mais tranquilo

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Começando as comemorações dos 22 anos do Trabalho Sujo.

Flora Mattos – “Perdendo o Juízo”
Tommy James & The Shondells – “I Think We`re Alone Now”
Rakta – “Memória do Futuro”
Baco Exu do Blues – “Te Amo, Desgraça”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Smith – “Baby It’s You”
Boogarins – “Camadas”
Tiê + Luan Santana – “Duvido”
Lorde – “In the Air”
Spoon – “WhisperI’lllistentohearit”
War on Drugs – “Strangest Thing”
Rimas + Melodias – “Origens”
Alexandre Basa + Lurdez da Luz – “Liri Sista”
A Tribe Called Quest – “We the People”
Tulipa Ruiz – “Game”
Beta Band – “Dry the Rain”
Ventures – “Walk Don’t Run”
Cream – “Lawdy Mama”

O dia em que Luan Santana cantou Rafael Castro

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Não, não é mashup! “Duvido” foi composta pelo ícone do underground paulista Rafael Castro e gravada pelo maior popstar do Brasil – e a culpa da Tiê, que fez essa improvável (e saudável) ponte em uma das faixas de seu novíssimo disco Gaya:

Precisamos de mais pontes com essas entre esses dois brasis!

Rafael Castro Mete o Loco

O dono das segundas-feiras de setembro no Centro da Terra é o às independente Rafael Castro, essa usina de produção pop que não para de lançar discos, fazer shows e assumir diferentes possibilidades musicais. Pois são justamente elas que desfilam nas quatro noites do Segundamente neste mês: na primeira segunda, dia 4, ele visita seu disco Um Chope e um Sundae. No segundo dia, dia 11, é a vez de voltar à sua infância musical, resgatando sua primeira banda, Repentina, além de acompanhar Luna tecladista de sua banda, em seu trabalho solo. Na terceira segunda-feira, dia 18, ele mostra seu show de sertanejo universitário ao lado do Fabiano Boldo, com a dupla Fael e Fabiano, e na última segunda, dia 25, ele apresenta seu trabalho rural no espetáculo Raiz. Todos os shows acontecem nas segundas-feiras de setembro no Centro da Terra (mais informações aqui), sempre às 20h. Abaixo, Rafael escreveu um texto sobre esta temporada e depois conversei com ele sobre o que esperar destes shows.

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Oi, gente.

Desde que produzi uns 10 discos lá no interior de São Paulo, em Lençóis Paulista, onde eu morava com os meus pais, não fazia muita coisa da vida além de compor e gravar um som atrás do outro compulsivamente. Em 2014 saiu meu álbum mais recente “Um Chopp E Um Sundae”, e desde então eu dei uma parada de lançar trabalhos. Achei que já tinha coisa demais, que era hora de dar um tempinho de tanto Rafael Castro. Mas aí essa coisa de criar é meio viciante e tinha que escapar por algum lugar. Entre produções de discos de amigos (Eristhal, MALLI, Primos Distantes, Cauê, Sauna, Meia Noite em Marte…) a gente, essa turma toda, acabou se trombando sempre aqui em casa pra tomar umas biritas, conversar e, claro, fazer mais música. Aqui em casa também tenho um bar secreto com shows todo fim de semana, então imagina o mundaréu de gente que aparece cheio de idéias, né.

Daí que eu tava com um monte de projeto, de rascunho, de banda, de coisa pra fazer com a turma, tudo na cabeça, mas sem aquele compromisso de realizar nada. Eis que não mais que de repente aparece o Alexandre Matias com essas temporadas/residências no Centro da Terra e me convida pra fazer o mês de setembro lá. Ele é maluco e falou que a idéia era fazer quatro shows diferentes, com coisa inédita pra caramba e tal. Eu gostei e aceitei. Era o que precisava, afinal, pra tocar avante essas idéias e mostrar finalmente pra vocês.

Um desses projetos maneiros é uma banda que eu formei com a Juliana Calderón o Gomgom e o Gá Setubal pra tocar as músicas que eu fiz com a Ju há um tempão atrás. Umas músicas legais, bicho, tinha que rolar porque a gente é bão de compor junto.

Aí retomamos, ensaiamos, fizemos arranjos e ficou maneiro demais. Minha primeira banda, cara. Ela se chama Repentina. Emocionante.

Aí tem a Luna França, que é a minha tecladista no show do Chopp E Um Sundae. Ela tava reclamando que o pessoal só chama ela pra tocar, mas que na verdade ela é cantora. E ela é mesmo e das boas. A gente se juntou, pegamos músicas dela e minhas, fizemos outras e vamos tocar nós dois, pro povo ver que ela canta mesmo.

Outro projeto doido é a minha dupla sertaneja, o Fael & Fabiano (sim, o Fabiano Boldo). Começamos lá atrás fazendo umas modas de sertanejo universitário e eu continuei compondo com toda a galera: meu produtor, o Juka, o Caio do Primos Distantes, o Tim do Terno, o Eristhal, o Belleza, a Malli e todo mundo que aparece. Festival de hits no sertanejo ostentação. Vamos ganhar milhões com essa. Certeza.

Daí como fã gosta das coisas que a gente já tem eu também vou fazer o show daquele disco de música caipira, o Raiz, que o pessoal gosta e sente nostalgia. Eu adoro relembrar esse período e vai ser maneiro tocar com uma banda diferente: o Eristhal, o Juliano dos Primos e o Guilherme do Terno.

E pra encerrar, mas na verdade, começando, vai ter um Chopp e Um Sundae com o Gui Amaral, o Bi e a Luna, porque a gente é farofa mesmo e não desencana desse negócio de se maquiar, rebolar e quebrar a guitarra de tanto fritar.

Espero todo mundo lá pra, junto comigo, meter o loko no Centro da Terra.

Beijo,
RC

A ideia de sua estada no Centro da Terra é apresentar suas diferentes facetas musicais. O que elas têm em comum?
Olha, acho que o lance das letras, dos temas e dos pontos de vista trabalharem a beleza do mundo-cão, da tragédia, da tristeza e do desamparo com humor deve ser a principal conexão entre os shows. Mas vai ser mais fácil ver o que as facetas tem de incomum entre si, por irem explorar lados completamente diversos que chegam até a ser antítese uns dos outros.

Fale sobre como será a primeira noite.
A noite de estréia vem com o show do disco Um Chopp E Um Sundae, um espetáculo festeiro, de música dançante e performance exagerada. Lançado há alguns anos e já executado em muitos cantos do Brasil esse show continua evoluindo e se reinventando. Me acompanham no palco o Fabiano Boldo no baixo, a Luna França no teclado e o Gui Amaral na bateria.

E a segunda?
Na segunda noite temos dois shows novíssimos. O primeiro é um duo com a Luna França, que toca teclado nos shows do Chopp, mas também é uma baita cantora e agora tá despontando como compositora. Vamos fritar bonito com as canções que estamos fazendo em parceria e emocionar o Brasil. O segundo show é com a banda Repentina, onde tocamos músicas que fiz em parceria com a minha amiga Juliana Calderón (Granata). Só canções de amor embriagadas com pegada punk/alternex pra agitar geral. Na Repentina, além de nós dois, tocam os fantásticos Gomgom (da Trupe Chá de Boldo) e Ga Setúbal (do Pitanga Em Pé De Amora).

Fale sobre a terceira.
Na terceira noite vamos de Sertanejo Universitário com a dupla Fael & Fabiano (eu e o Fabiano Boldo). No repertório só sertanejos inéditos compostos pela dupla e também parcerias com o pessoalzinho maroto da cena indie, entre eles o Caio Costa, dos Primos Distantes, a Malli, o Tim Bernardes, d’O Terno, o Eristhal e o Daniel Belleza. Acompanhando a dupla temos o Eristhal no baixo, o Ítalo Magno na sanfona e o Júlio Epifany na bateria.

E a última?
Na última noite a gente celebra um clássico perdido da minha discografia off-spotify, o disco Raiz, que é um tipo diferente de sertanejo, o caipira tradicional, com aquela pegada rancheira e o clima bucólico dos anos de adolescência vividos no interior. Me acompanham no palco Guilherme d’Almeida, d’O Terno, no baixo, Juliano Costa, dos Primos Distantes, na bateria e Eristhal no cavaquinho.

Os shows terão alguma diferença em relação aos shows que você já apresenta neste formato?
Exceto pelo primeiro, todos os shows são inéditos em formação, repertório e proposta.

Que outras facetas ficaram de fora desta temporada?
Existe um projeto ainda com poucas músicas chamado Leti Grou, uma persona ultra-positiva do RC que faz música eletrônica com letras de uma frase só.

O lugar em que você realiza shows com essas personalidades musicais são bens diferentes do Centro da Terra. Como o lugar influencia a apresentação?
Os lugares muitas vezes dão início ao projeto. O sertanejo universitário mesmo começou quando me convidaram pra fazer show da minha banda mas o espaço não suportava por não ter o equipamento necessário ou pelo cachê ser “simbólico” a ponto de não poder fazer um agrado pra banda. Aí eu fazia sozinho até dar vontade, agora, de fazer de dupla e com banda. Além disso, mesmo um show pronto varia completamente o mood sendo ele num teatro, numa casa de show ou num inferninho. A gente acaba escolhendo um caminho diferente pro sensível de acordo com o palco, com a platéia e com a qualidade do uísque do camarim.

Você é um artista que tem muitas personas musicais. Como elas ajudam ou atrapalham o desenvolvimento da sua carreira?
Ainda é difícil precisar o que ajudou e o que atrapalhou, mas certamente, com o tempo, as personas mais fortes vão acabar por matar as mais fracas num ciclo de renovação inevitável e delicioso.