O eterno reencontro

Show dos Pin Ups hoje em dia quer dizer reencontrar velhos amigos que festejam a existência desta banda que por muito tempo foi um dos bastiões do indie paulistano e que parece ter acertado seus próprios ponteiros quando anunciou sua última apresentação ao vivo, no final de 2015. Aquele momento, celebrado no Sesc Pompeia, não foi importante apenas pela consciência que o grupo teve de que seu ciclo havia se encerrado, mas também foi seu show mais histórico, quando décadas no palco se refletiram numa maturidade tanto musical quanto técnica, que fez com que o grupo ganhasse uma sobrevida e passasse a fazer shows esporádicos para celebrar sua carreira, gravando inclusive um improvável disco de inéditas. Atualmente este hiato tornou-se ainda mais extenso depois que, durante a pandemia, a baixista e vocalista Alê Briganti mudou-se para Israel e o show que aconteceu nesta quarta-feira no Sesc Avenida Paulista foi o primeiro da banda desde que o covid-19 entrou em nossas rotinas. E seguindo o padrão estabelecido nos últimos anos, o grupo formado por Alê, Zé Antônio Algodoal, Adriano Cintra (de volta ao Brasil e talvez o guitarrista base definitivo da história da banda) e Flávio Cavichioli, fizeram mais um show redondinho e muito barulhento, passando por diferentes fases de sua carreira, chamando convidados importantes para sua biografia (o eterno Mickey Junkie Rodrigo Carneiro e o guitarrista dos Twinpines Bruno Palma) e tocando versões para músicas do Superchunk (“Detroit Has a Skyline”) e My Bloody Valentine (“You Made Me Realize”), além de reunir fãs de diferentes gerações – e de gerações de bandas – que sempre se encontram em eventos da banda, que, apesar de cada vez mais raros, seguem firmes e fortes.

Assista aqui.  

Pin Ups e Miêta no Centro Cultural São Paulo

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O grupo paulistano Pin Ups convida a banda mineira Miêta para uma noite cheia de melodia e microfonia neste domingo, no Centro Cultural São Paulo, a partir das 18h, quando lança a versão em vinil do ótimo disco que lançaram este ano, Long Time No See (mais informações aqui).

CCSP: Outubro de 2019

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3/10 – Kastrup– O percussionista carioca mostra seu Ponto de Mutação, a partir das 21h
6/10 – Francisco El Hombre – O grupo méxico-paulistano apresenta seu disco Rasgacabeça, lançado no início do ano, às 18h
12/10 – Febem – O rapper apresenta seu álbum Running a partir das 19h
13/10 – O Som Nosso de Cada Dia – O clássico grupo progressivo paulistano comemora seus 45 anos de carreira, lançando o disco de inéditas Mais Um Dia, às 18h
17/10 – Dialeto + Lucy – Duas bandas paulistanas de inspiração prog apresentam-se a partir das 21h
19/10 – Jair Naves + Acachapa – O líder do Ludovic mostra seu disco mais recente, o ótimo Rente, a partir das 19h
20/10 – Pin Ups + Miêta – O grupo indie paulistano lança a versão em vinil de seu novo álbum, Long Time No See, com abertura da banda mineira, às 18h
24/10 – Papisa + Yma – A cantora e compositora paulista lança seu disco Fenda com abertura da revelação paulistana, a partir das 21h
27/10 – La Leuca + Vítor Brauer – A banda catarinense mostra seu novo trabalho com abertura do líder do grupo Lupe de Lupe, a partir das 18h
31/10 – Música de Montagem – Sérgio Molina mostra o novo trabalho de seu grupo a partir das 21h

Vida Fodona #602: Reagindo ao desafio

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Fechando agosto.

Lana Del Rey – “Venice Bitch”
Guaxe – “Desafio do Guaxe”
Angel Olsen – “All Mirrors”
Tyler the Creator – “Earfquake”
Luisa e os Alquimistas – “Furtacor”
Black Alien – “Aniversário De Sobriedade”
BK’ – “O Show Nunca Acaba”
Nill – “Mulher do Futuro Só Compra Online”
John Carpenter – “Night”
Arctic Monkeys – “One Point Perspective”
Teago Oliveira – “Corações em Fúria (Meu Querido Belchior)”
Regrettes – “I Dare You”
Do Amor – “Não Peida no Amor”
Pin Ups – “Damn Right”
Haim – “Summer Girl”
Karina Buhr + Max B.O. – “Filme de Terror”

Guitar Days no Centro Cultural São Paulo

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As bandas Pin Ups, Wry, Sky Down e Twinpine(s) fazem shows de graça a partir das 18h na sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo (mais informações aqui), logo após a sessão do documentário sobre a cena indie brasileira Guitar Days, como parte da programação do festival de documentários de música In Edit, que também será exibido no CCSP (mais informações aqui).

Vida Fodona #591: Tentar fazer uma coisa diferente

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Maio passou.

Emicida + Dona Onete + Jé Santiago + Papilion – “Eminência Parda”
Lana Del Rey – “Doin’ Time”
Hot Chip – “Melody of Love”
Mark Ronson + Camila Cabello – “Find U Again”
Chemical Brothers – “Gravity Drops”
Alessandra Leão + Sapopemba – “Vamos, Meu Mestre”
China + Bel Puã – “Moinhos de Tempo”
Black Alien – “Take Ten”
Djonga – “Leal”
Billie Eilish – “My Strange Addiction”
Sleater Kinney – “Hurry On Home”
Pin Ups – “Spinning”
Boogarins – “Desandar”
O Terno – “Pra Sempre Será”
Solange Knowles – “Sound of Rain”
Giovani Cidreira – “Pode Me Odiar”
Sophia Chablau + Uma Enorme Perda de Tempo – “Idas e Vindas do Amor”

CCSP: Junho de 2019

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Olha só como vai ser o mês de junho da curadoria de música do Centro Cultural São Paulo:

1/6) Paulo Neto – O cantor e compositor pernambucano apresenta seu disco Rosário de Balas, às 19h
2/6) Hermeto Pascoal – Apresentação gratuita do bruxo, que apresenta seu conceito de Música Universal, às 18h
6/6) Marina de la Riva – A cantora carioca mostra seu disco mais recente, às 21h
9/6) Verônica Ferriani – A cantora e compositora paulista transforma seu disco mais recente, Aquário, num pequeno concerto, às 18h
12/6) Associação Livre Invisível – A big band mostra seu disco Trânsito, com participação de Dani Nega, às 21h – de graça
13/6) Gabriel Thomaz Trio + Doctor Explosion – A banda instrumental do líder dos Autoramas lança seu primeiro disco com a participação do veterano grupo espanhol
15/6) Nill + Yung Buda – Dois dos principais nomes da Soundfood Gang dividem o palco da Adoniran, às 19h
16/6) Bárbara Eugenia – A cantora carioca lança seu Tuda, às 18h
18 e 19/6) Alice Caymmi – Ela começa a mostrar seu novo disco Electra, às 21h
20/6) Samuca e a Selva – O grupo mostra músicas de seus discos Madurar e do mais recente Tudo que Move é Sagrado
22/6) Guitar Days: Pin Ups + Twinpines + Wry + Sky Down A exibição do documentário Guitar Days finalmente acontece no festival In Edit, que também traz este minifestival indie – de graça, às 18h
23/6) Tinta Preta + M. Takara + Carla Boregas + Juliana R. – Dois projetos do coletivo A Onda Errada invadem a sala Adoniran Barbosa, às 18h
27/6) Beto Montag – O músico mostra as canções de seu disco Psycoletivo, às 21h
29/6) Jaz Coleman – O líder do Killing Joke vem para o Brasil em uma apresentação solo, às 19h
30/6) Negro Leo – Ele finalmente começa a colocar em prática seu Desejo de Lacrar, com grande elenco, às 18h

Pin Ups clássico

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Faz tempo que o Pin Ups é um clássico do indie brasileiro, mas as condições que o grupo paulistano se tornou clássico não ajudaram no registro da sonoridade que os colocou neste Olimpo: os shows e a atitude faça-você-mesmo acabaram por tornar o grupo em maior evidência do que seus registros oficiais. Até que, ao decidir pendurar as botas, num último anunciado show em 2015, no Sesc Pompeia, o grupo pode tocar seus clássicos nas melhores condições possíveis, fazendo-o renascer exatamente na hora em que decidiram oficializar o fim.

“É engraçado pensar que há quatro anos havíamos decidido encerrar as atividades”, me explica Zé Antonio, guitarrista e único integrante original desde a fundação do grupo. “O que seria nosso show de despedida foi um turning point para todos nós. Ver a plateia cheia, com muita gente jovem foi o maior estímulo que tivemos pra voltar. Receber aquele carinho foi emocionante”, lembra, ao anunciar que o próximo disco da banda, Long Time No See, será lançado neste mesmo palco, dia 15 de junho. O disco começa a ser mostrado nesta sexta, quando eles lançam o clipe de “Spinning” em primeira mão no Trabalho Sujo.

“Gravar um disco estava em nossos planos há muito tempo, mas os custos nos impediam”, Zé continua a história. “Há cerca de dois anos o diretor do documentário Guitar Days pediu que gravássemos uma música inédita para entrar em um CD a ser lançado pelo selo Midsummer Madness. Graças aos esforços do produtor, Magoo Felix, rolou uma ótima parceria com o estúdio Aurora, e durante as gravações dessa faixa eu comentei sobre nosso desejo de fazer um disco novo. Pouco tempo depois, os donos do Aurora, Carlos e Aécio, ofereceram o estúdio para a banda gravar. E aí, pela primeira vez na história do Pin Ups, pudemos fazer as coisas do jeito que a gente quis e no tempo que era necessário, pensando um pouco mais nos arranjos e amadurecendo as idéias.”

Long Time No See consagra a formação daquele último show no Sesc Pompeia: Alê Briganti nos vocais e baixo, Zé em uma guitarra, Adriano Cintra na outra e Flávio Cavichioli na bateria – e o grupo convidou amigos e parceiros para o estúdio, como a dupla Antiprisma, a baixista Amanda Buttler (do Sky Down), o tecladista Pedro Pelotas, a ex-Pin Ups Eliane Testone, o baixista do Superchunk Jim Wilbur. Zé explica que não tiveram uma preocupação de não soar retrô. “Foi uma coisa espontânea. Se a gente gravasse um disco soando do mesmo jeito que há 20 anos seria um sinal de que alguma coisa estaria errada, É claro que o nosso DNA continua lá, mas depois de tanto tempo o nosso jeito de tocar mudou naturalmente, a nossa relação com o estúdio também. As guitarras barulhentas estão lá, as melodias dos vocais da Alê também, mas nos permitimos experimentar um pouco mais, gravar o disco de uma maneira que fizesse sentido artisticamante. Esse álbum é o mais sincero e verdadeiro que fizemos até hoje. A música esteve acima de qualquer outra preocupação e isso nos permitiu pensar de maneira mais aberta, foi uma experiência bem boa.”

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Além do lançamento do disco em junho, Zé também espera que o disco avisa que o disco se materializará em vinil no segundo semestre e que deverá ter dois clipes, um de animação feito pelo mesmo Laurindo Feliciano que fez a capa do novo disco.

Pin Ups rumo a 2017

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Lenda-viva do rock independente brasileiro, os Pin Ups anunciaram sua despedida no final de 2015, mas o show derradeiro e a recepção de um novo público foi tão boa que eles resolveram repensar os planos. E voltam à ativa em 2016 (com Adriano Cintra no lugar da Elaine, que está morando em Londres) para começar a pensar em viajar pelo Brasil no ano que vem. O grupo liderado por Zé Antônio e Alê toca nesta sexta no Z Carniceria (mais informações aqui), em comemoração dupla: além da exibição do documentário Time Will Burn, sobre a cena indie paulista do início dos anos 90 (que foi iniciada pelos Pin Uos), o show também celebra a chegada da banda às plataformas digitais. O Rodrigo Lariú, do Midsummer Madness, estará vendendo camisetas da banda (veja abaixo), adesivos e as últimas cópias do compacto “Guts” / “You Shouldn’t Go Away” em vinil vermelho (os produtos entram à venda na loja do Midsummer a partir deste sábado). O grupo ainda não tem outro show marcado, mas, como conversei anteriormente com o Zé, a ideia é percorrer várias cidades e até gravar músicas novas no ano que vem. O Lariú antecipou que está cogitando uma parceria com a Assustado Discos para reprensar o Lee Marvin em vinil e lançar uma coletânea digital com todos as faixas não oficializadas da banda – inclusive as das demo Not For Sale e Acoustic Rehearshal – com apresentações ao vivo de épocas diferentes.

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Abaixo, a discografia completa do grupo:

A volta dos Pin Ups!

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No meio do show de despedida que o Pin Ups armou no final do ano passado, a banda paulistana percebeu que aquele não poderia ser sua última apresentação. “Último show… em São Paulo”, corrigiu a baixista Alê, já pensando nas outras cidades em que aquele show poderia se repetir. Com anos a mais de estrada, todos estavam tocando melhor do que no auge da banda, matar a saudade no palco traduziu-se como entrosamento quase cossanguíneo e eles estavam tocando emum equipamento (o do Sesc Pompeia) muito superior do que a grande maioria dos que tiveram que usar em sua carreira. Mas o principal motivo da indecisão sobre aquele ser o último show foi emocional: além da entrega da banda, o público – mais jovem do que eles esperavam – recebeu o ícone ancestral do indie brasileiro de braços abertos.

Aí o que seria o ponto final da banda evoluiu para alguns shows em cidades que o grupo já havia tocado, incorporando Adriano Cintra como quarto pin up no lugar da integrante original Eliane (que hoje mora na Inglaterra), mas logo eles estavam falando em compor músicas novas, em relançar os discos antigos digitalmente e em vinil e resolveram assumir que estavam de volta. Prevendo disco novo no início do ano que vem, o grupo está armando a volta em grande estilo ainda para esse semestre. Conversei com o guitarrista Zé Antônio sobre os próximos passos da banda renascida.

O fim e a volta

A entrada de Adriano

Indie Brasil: ontem e hoje

O relançamento da discografia

E a Eliane?

Shows?