Livro reúne fotos inéditas do Mutantes

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Os Mutantes estão passando por uma excelente fase de redescobertas e além da caixa de CDs lançada em 2013 que vai virar box de vinis, há mais novidades sobre o grupo psicodélico vindo por aí. Leila Lisboa, ex-mulher do produtor Liminha, que era baixista da banda, lança na semana que vem o livro A Hora e a Vez (editora Realejo), que reúne 130 fotos inéditas do seminal grupo paulistano. São imagens que mostram tanto a banda ao vivo e em ensaios em diversas fases de sua carreira, como em situações caseiras, brincando com os amigos seja em casas da Pompeia (onde o grupo morava ainda nos anos 60) até nas comunidades hippies afastadas do centro de São Paulo que o grupo organizou a partir dos anos 70, além de outtakes do disco Lóki, de Arnaldo Baptista, cujas fotos também são de Leila. Eis algumas imagens do livro:

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O lançamento oficial acontece na terça que vem, no Delirium Café, em São Paulo.

Discografia dos Mutantes será relançada em vinil

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Lembra daquela caixa dos Mutantes que reunia toda discografia do grupo em CD que foi lançada no ano passado? A Polysom vai lançá-la em vinil – e além dos cinco discos oficiais que o grupo lançou durante sua existência (com Rita Lee na formação), dois discos aparecerão pela primeira vez neste formato: o exuberante Tecnicolor, que o grupo gravou em Paris para tentar o mercado estrangeiro e foi engavetado à época, e a compilação Mande Um Abraço Pra Velha, que reúne uma série de singles e músicas que o grupo gravou em discos de outras pessoas e que não estavam em sua discografia original. Essa é a capa da coletânea e a ordem das músicas segue no final do post:

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Os sete discos, contudo, não compreendem toda a obra do grupo. Ela ainda se espalha pelos dois primeiros discos solo de Rita Lee (Build Up, em que o grupo toca em apenas algumas faixas e nem sempre juntos e Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida, lançado como disco solo mas que foi gravado e composto de forma conjunta), o disco prog cabeçudo O A e o Z (o primeiro sem Rita Lee, que também foi engavetado nos anos 70 e só foi relançado quando a discografia do grupo chegou ao CD), os dois discos em que a banda passou para o comando de Sérgio Dias nos anos 70 (Tudo Foi Feito pelo Sol e Ao Vivo), o disco do show que o grupo em Londres fez ao voltar à ativa em 2006 (lançado apenas na Inglaterra) e os dois discos bobos que Sérgio Dias gravou com o nome da banda nestes últimos anos. A própria coletânea que vem junto com a caixa deixa muito material de fora (como listei nesse post).

A caixa será lançada no final do mês que vem e foi remasterizada a partir das fitas originais direto para o vinil:

E estas são as músicas de Mande um Abraço pra Velha.

“Domingo No Parque”
“Canção Para Inglês Ver / Chiquita Bacana” (Medley)
“Ando Meio Desligado” (versão compacto)
“The Rain The Park And Other Things”
“Cinderella-Rockfella”
“Glória Ao Rei Dos Confins Do Além”
“Baby”
“Saudosismo”
‘Marcianita”
“A Voz Do Morto”
“Lady Madonna”
“Mande Um Abraço Pra Velha”
“Ando Meio Desligado” (ao vivo)

O Terno reverencia Lóki?

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Diferente do show de Emicida em homenagem a Cartola, a noite do projeto 74 Rotações que teve O Terno recriando o clássico Lóki? de Arnaldo Baptista foi mais reverente do que inventiva, mas tanto a banda quanto o disco requeriam aquele tipo de apreciação.

Para começar, Lóki? não é só um apanhado de canções românticas, é um disco-sentimento em que Arnaldo Baptista jorrava toda seu coração em música. É fácil imaginar que as canções que hoje consideramos clássicas são partes de um fluxo de consciência emocional contínuo, como pode ser observado a partir das jam sessions registradas no primeiro disco dos Mutantes sem Rita Lee, O A e o Z, que só foi lançado nos anos 90. O que Arnaldo Baptista cantasse enquanto tocava seus teclados – piano ou elétrico – naquela época fazia parte de uma enorme canção em sua cabeça – canção esta que se desracionalizou completamente quando sentiu o baque de perder Rita Lee e compôs/gravou Lóki? O disco é um misto de Astral Weeks com Madcap Laughs e uma pitada do mítico Smile, um disco confessional, extremamente pessoal e gravado nos limites da emoção. Por isso qualquer tentativa de recriá-lo corre o risco de soar falso ou sem sentimentos.

Daí a importância d’O Terno optar pela reverência, tocando as músicas quase literalmente como no disco, incluindo aí a ordem das faixas. A outra barreira frente ao show do sábado passado é que Lóki? é um disco composto e tocado ao piano, enquanto o trio paulistano não conta com o teclado em sua formação. Por isso quando as cortinas se abriram e o guitarrista Tim Bernardes estava sentado frente a dois teclados a responsabilidade do grupo pareceu ter aumentado a dificuldade: será que Tim era tão desenvolto no piano quanto na guitarra? E apesar da resposta negativa isso não foi propriamente um problema. Primeiro porque ele manteve-se firme na base das canções, sem tentar nenhum malabarismo instrumental que talvez não pudesse alcançar – este era espertamente dividido com o baixista Guilherme d’Almeida, que percorria linhas melódicas de tirar o fôlego (tocadas originalmente por Liminha, talvez o melhor discípulo de Arnaldo no baixo). No meio, o baterista Victor Chaves ajudava a acertar o clima das canções, por vezes como um Keith Moon (ou Dinho Leme, como seria mais apropriado) endiabrado, por outras clássico e discreto como Charlie Watts ou Ringo Starr.

Mas Tim não ficou só nos teclados nem a banda ficou só no fac-símile. Um dos momentos mais interessantes do show foi quando “Honk Tonk” (escrita e tocada originalmente apenas no piano) virou um rock pesado instrumental tocado pelo power trio ensandecido que é O Terno – emendando abruptamente na quase faixa-título (reforçando o fato de que a banda é da era do CD e atropelou a clássica virada do lado A pro lado B). Quando ia para a guitarra, Tim emulava a guitarra tropicalista Sérgio Dias e Lanny Gordin com a alavanca do instrumento e notas estridentes, numa evidente saudação aos mestres. Até na letra ele arriscou uma brincadeira, quando, em “Será Que Eu Vou Virar Bolor?”, trocou Alice Cooper por Arctic Monkeys, adaptando perfeitamente o sentimento de não-pertencimento de Arnaldo nos anos 70 para essa década de 10 (aliás, cabe um parêntese pra falar como Lóki?, como registro sentimental, ainda segue atual mesmo quando não se fala apenas em sentimento – explicitado especificamente em “Navegar de Novo” – que pensei que Tim fosse trocar “o modelo do meu carro que eu comprei só há seis meses já está fora de moda” por “o modelo do iPhone… etc.”).

O show, curtíssimo, mostrou que O Terno está pronto para viagens ainda mais loucas e encerrou com duas músicas de outros discos: “Beijo Exagerado” do último disco dos Mutantes com Rita Lee e “O Cinza” do disco que lançou esse ano. O desafio de recriar a atmosfera dentro da cabeça e do coração de um dos mestres do rock brasileiro foi cumprido à risca, com alguma (natural) tensão, mas sem deixar a bola cair. Foi quase como se o trio tivesse feito a prova do vestibular da psicodelia brasileira na frente das poucas centenas de pagantes do Sesc Santana – e visto a aprovação sair em seguida. E por mais que acertassem em diversos pontos, tiraram nota 10 no conjunto do disco, do correr da obra, na redação do show. Afinal, Psicodelia é Ciências Humanas.

Abaixo, os vídeos que fiz de todo o show, assista e deleite-se:

Vida Fodona #453: Clima meio marciano

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Aumenta o som pra mesma altura do calor!

Deerhunter – “Game Of Diamonds”
Sexy Fi – “Pala Noturna”
Little Joy – “Brand New Start”
Say Lou Lou – “Instant Crush”
Milk & Bone – “Coconut Water”
Max Frost – “White Lies”
Mary J. Blige – “Right Now”
Disclosure + Eliza Doolittle – “You & Me (Flume Remix)”
Chet Faker + GoldLink – “On You”
Steely Dan – “Rikki Don’t Lose That Number”
Mutantes – “Mande Um Abraço Pra Velha”
King Crimson – “Sailor’s Tale”
M83 – “Lower Your Eyelids To Die With The Sun”
Nuuro – “Diamante”

Venhaqui.

Vida Fodona #431: As engrenagens se encaixam

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Esfriou…

Marcos Valle – “Batucada”
Blue Swede – “Hooked On A Feeling”
Gilberto Gil – “Back in Bahia”
Mutantes – “Mande um Abraço pra Velha”
Mombojó – “Procure Saber”
Lana Del Rey – “West Coast (Munk Remix)”
AlunaGeorge – “Kaleidoscope Love (Kaytranada Edition)”
Scissor Sisters – “I Don’t Feel Like Dancing (Linus Loves Vox)”
Jagwar Ma – “Uncertainty (Cut Copy Remix)”
Beastie Boys – “A Year and a Day”
Dr. Octagon – “Al Green”
Marcelo D2 + Black Alien + BNegão – “O Império Contra-Ataca”
Le Tigre – “Nanny Nanny Boo Boo (Junior Senior Remix)”
Jaden Smith – “Pumped Up Kicks (Like Me)”
Tame Impala – “Keep on Lying”
Alt-J – “Left Hand Free”
Spoon – “Do You?”
Prince – “Purple Rain”

Aqui, ó.

Raridades que podem estar na caixa dos Mutantes

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Os Mutantes anunciaram em sua página no Facebook que no final deste mês veremos o lançamento de uma caixa que reúne toda a discografia dos Mutantes, desde Os Mutantes, de 1968, até Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets, de 1972, incluindo o disco Tecnicolor, gravado na França e inédito até 1999. As informações ainda são escassas: não há explicação sobre a exclusão dos discos O A e o Z (o primeiro sem Rita Lee, gravado em 1973 e só lançado em 1992), Tudo Foi Feito pelo Sol (o primeiro sem Arnaldo Baptista), de 1974 ou o Ao Vivo, de 1976. Pelo preço anunciado (R$ 180), a caixa só deve ser lançada em CD, mas o lado bom é que ela deve desenterrar faixas conhecidas do grupo que nunca chegaram a ser relançadas (mas foram lançadas em compactos ou compilações) no disco de inéditas Mande um Abraço pra Velha. Também não há mais informações sobre o que será lançado neste CD, mas há várias possibilidades, que reuni abaixo:

 

Vida Fodona #408: Mais do que um simples programa por semana

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Dia lindo hoje, não?

Washed Out – “All I Know (Moby Remix)”
Solange Knowles – “Losing You”
Blood Orange – “You’re Not Good Enough”
Dorgas – “Hortência”
The National – “Graceless”
Can – “I’m So Green”
Of Montreal – “The Past is a Grotesque Animal”
Ave Sangria – “Georgia, A Carniceira”
Rita Lee + Mutantes – “Tapupukitipa”
Memory Tapes – “Green King (Creep Remix)”
MGMT – “Electric Feel (Aeroplane Remix)”
Lykke Li – “I Follow Rivers (The Magician Remix)”
Metronomy – “Love Letters (Soulwax Remix)”
Sparklehorse + Julian Casablancas – “Little Girl”

Vamo?

Vida Fodona #406: Carnaval 2014

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Desconecto até terça que vem, quando volto com aquela festa

Metronomy – “The Upsetter”
Broken Bells – “After the Disco”
Blood Orange – “You’re Not Good Enough”
Don L – “Chips (Controla ou Te Controlam)”
Tommy Guerrero – “The Gunslinger”
Handsome Family – “Far From Any Road”
Nick Drake – “Pink Moon”
Delgados – “Clarinet”
Supercordas – “Happiness is a Warm Gun”
Mutantes – “Lady Lady”
Pavement – “Grounded”
Siba + Fernando Catatau – “Deus é uma Viagem”
Juliana R. – “Fuga”
Benji Hughes – “Country Love”
Rolling Stones – “Memo from Turner”
Erasmo Carlos – “Preciso Encontrar um Amigo”
Beatles – “And I Love Her (Allure Remix)”

E por aí?

On the run #133: Caetano B-Sides & Garage Songs

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O mineiro Pedro Paiva, do coletivo Vinil é Arte, selecionou pérolas obscuras de um Caetano Veloso pós-tropicalista, entre o experimentalismo vanguarda e a influência do rock psicodélico, numa mixtape em que quase todas as faixas foram produzidas por Rogério Duprat e que conta com a participações de nomes como Gal, Mutantes, Wilson das Neves, os Brazões e Lanny Gordin. Delírio.

Vida Fodona #377: Só com rock clássico

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Close the doors, put out the light…

Led Zeppelin – “No Quarter”
Doors – “The Changelling”
Cream – “Swlabr”
Rolling Stones – “19th Nervous Breakdown”
Mutantes – “Technicolor”
Raul Seixas – “Tente Outra Vez”
Paul McCartney – “Check My Machine”
Pink Floyd – “Let There Be More Light”
Beach Boys – “Fall Breaks and Back To Winter (Woody Woodpecker Symphony)”
Walter Franco – “Feito Gente”
Roxy Music – “Love is the Drug”
David Bowie – “Sound & Vision”
Jimi Hendrix Experience – “Still Raining, Still Dreaming”
Who – “I Can See For Miles”
Ronnie Von – “Sílvia 20 Horas Domingo”
Count Five – “Psychotic Reaction”

And it feels like this!