Delta Estácio Blues pra entrar direito em 2023

Juçara Marçal fez aniversário dia 27 (essa data mágica que também viu o nascimento de Alessandra Leão) e puxou sua comemoração trazendo o melhor show do ano passado para o ano novo neste domingo, no Sesc Bom Retiro. A parede pós-moderna erguida pelo choque inexorável da linguagem eletrônica com a energia pós-punk segue ainda mais sólida, à medida em que cada vez mais o som da apresentação ganha mais volume. Assim, a nuvem de pulsos elétricos conduzida por Kiko Dinucci, Alana Ananias e Marcelo Cabral – todos percorrendo timbres analógicos e eletrônicos, às vezes na mesma música – coloca Juçara no topo do céu, cavalgando o peso atmosférico como uma entidade sobrenatural: impiedosa e implacável ainda que atenta e clemente. Aliada às canções de seu Delta Estácio Blues, ela eletrifica o público enquanto o conquista com sua voz inabalável, crua ou distorcida por efeitos ou encorpada pelo soco sonoro de seus três amigos. Agora sim dá pra dizer que 2023 começou.

Assista ao show aqui.  

Marcela Lucatelli + Kiko Dinucci + Alana Ananias

Encerrando a temporada 2022 no Centro da Terra, chamei o Kiko Dinucci pra ver se ele não poderia encerrar sua temporada Pocas que realizou no começo do ano, mas por questões de agenda com outros músicos que participariam desta última noite, ele preferiu pensar em outra apresentação – e para isso reuniu a cantora Marcela Lucatelli e a baterista Alana Ananias para uma apresentação de improviso livre para fechar nosso ano com chave de ouro. Os ingressos estão sendo vendidos neste link e o espetáculo começa pontualmente às 20h.

Centro da Terra: Dezembro de 2022

Como já é tradição, no último mês do ano o Centro da Terra conta apenas com uma semana de programação antes de encerrar suas atividades. Originalmente teríamos três apresentações nesta última semana de 2022, mas como uma delas coincidia com o fim de um jogo do Brasil na Copa do Mundo, abrimos mão da segunda-feira para focarmos em duas datas: na primeira terça-feira do mês Romulo Fróes traz para o teatro do Sumaré a versão que fez para um dos discos mais clássicos da música brasileira, o Transa de Caetano Veloso que completa meio século de idade neste ano que chega ao fim. Ao seu lado, os suspeitos de sempre, Rodrigo Campos, Guilherme Held, Richard Ribeiro, Décio 7 e Marcelo Cabral ajudam-no a levar o disco para ambientes sonoros improváveis e ao mesmo tempo próximos da atmosfera original do disco. E na quarta-feira, Kiko Dinucci encerra as atividades do ano convidando a cantora Marcela Lucatelli e a baterista Alana Ananias para uma noite de improviso livre – e você sabe como são estas noites no Centro da Terra… Os ingressos já estão à venda neste link e correm o risco de acabar rapidinho, não dê mole!

Fernando Catatau: Frita

Convidado para assumir as segundas-feiras de outubro no Centro da Terra, o cantor, compositor e guitarrista Fernando Catatau inventou Frita – uma série de encontros com velhos e novos compadres e comadres através de apresentações ao vivo em que visita composições que ainda não saíram da gaveta, engrena novas parcerias e revisita velhas canções com novas roupagens. Nas próximas semanas, ele se encontra com Juçara Marçal, Edson Van Gogh, Jadsa, Mateus Fazeno Rock, Yma e Anna Vis em apresentações feitas para o palco do teatro do Sumaré – e a temporada começa nesta segunda, dia 10, com o encontro entre Catatau e Kiko Dinucci, numa noite que reúne dois dos maiores nomes da música brasileira contemporânea. Os ingressos podem ser comprados neste link e o espetáculo começa pontualmente às 20h.

Centro da Terra: Outubro de 2022

Vamos começar mais uma viagem por universos diferentes da música brasileira, quando outubro chegar para dar início a uma nova fase de nossas vidas. A primeira segunda do mês (que tem cinco segundas-feiras) ainda faz parte da temporada do selo Matraca, quando Lau e Eu encerra a leva de apresentações Tempo Presente, e a partir da outra segunda, dia 10, começamos a temporada em que Fernando Catatau convida compadres e comadres para shows únicos a partir de encontros inéditos – sua temporada, batizada apenas de Frita, conta com quatro noites que prometem ser históricas: na primeira, dia 10, ele recebe Kiko Dinucci; na outra, dia 17, é a vez de Juçara Marçal; no dia 24, ele convidou Anna Vis para dividir o palco, e na última, dia 31, é vez de ele receber Yma e Edson Van Gogh, guitarrista dos Garotos Solventes que acompanham de Jonnata Doll. Como se isso fosse pouco, a primeira terça do mês, dia 4, é com a banda Corte, liderada por Alzira E, que fez uma apresentação especial para o teatro a partir do documentário Aquilo Que Nunca Perdi, que Marina Thomé fez sobre sua história – e quem for ao show na terça pode assistir ao documentário de graça na quarta-feira, dia 5, no próprio Centro da Terra. No dia 11 de outubro é a vez da baiana Paula Cavalcante mostrar seu projeto acústico Corpo Expandido pela primeira vez em São Paulo ao mesmo tempo em que prepara o lançamento de seu primeiro álbum. No dia 18 de outubro recebemos, diretamente de Portugal, o carioca Ricardo Dias Gomes, integrante da banda Do Amor, que chega à cidade para apresentar um espetáculo solo motivado pelo momento em que o Brasil está atravessando, e no final do mês, dia 25, é a vez da irresistível banda Eiras e Beiras mostrar todo seu encanto no pequeno palco do Sumaré. Noites mágicas para inaugurar uma nova fase – garanta seus ingressos antecipadamente neste link.

Kiko Dinucci entre seus sambas

Que benção essa terceira apresentação de Kiko Dinucci no Centro da Terra, mais uma vez explorando diferentes possibilidades em sua temporada Pocas. Nesta segunda, ele dedicou-se à sua terra firme, o samba, e convidou os bambas Henrique Araújo, Xeina Barros e Alfredo Castro para desfilar seu repertório sem usar nenhum instrumento de corda, apenas o gogó e um ocasional instrumento de percussão. Visitou clássicos do Metá Metá, “Luz Vermelha” que fez para Elza Soares, uma homenagem ao Barba dos Barbatuques, a faixa-título de seu disco mais recente e músicas de seus mestres, tudo remixado ao vivo pelo mesmo Bruno Buarque que registrou seu Rastilho. Casa cheia para assistir a uma celebração mágica. Haja axé!

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Kiko Dinucci entre galáxias e células

Na segunda segunda-feira de sua temporada Pocas no Centro da Terra, Kiko Dinucci visitou paisagens desconhecidas em seu próprio violão, indo do norte da África ao Japão medieval, passando pelo sertão brasileiro e por desertos na Lua, usando seu instrumento como cajado e facão, abrindo picadas e marcando caminhos. À sua cola, Gustavo Infante levava seu violão para galáxias distantes ou para viagens intracelulares, aumentando ou encolhendo timbres em gravadores de fita analógica, enquanto Maria Cau Levy explorava cores e texturas filmando obras que espalhara pelo palco, acompanhada de Karime Zaher, que fitava tudo da coxia. Uma hora tão fantasmagórica quanto espiritual e extrassensorial – tudo ao mesmo tempo.

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Kiko Dinucci e um tributo à antiguitarra

Alguém anotou a placa do avião? Na primeira segunda-feira de sua temporada Pocas no Centro da Terra, Kiko Dinucci reuniu-se com Lello Bezerra e Guilherme Held para um encontro de antiguitarras, trabalhando seus instrumentos para muito além dos limites da melodia, da harmonia e do ritmo, explorando espaços sonoros com timbres elétricos quase sempre indomáveis, tudo assistido visualmente pelas intensas tintas de Gina Dinucci. E pensar que isso é só o começo…

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Kiko Dinucci: Pocas

Quem toma conta das segundas-feiras de maio no Centro da Terra é o compadre Kiko Dinucci, que vem com a temporada Pocas experimentar possibilidades que nunca havia cogitado. Na primeira delas, dia 9, ele convida Guilherme Held e Lelo Bezerra para uma noite só com guitarras, com a parte visual a cargo de sua irmã, Gina Dinucci. Na semana que vem seu comparsa é Gustavo Infante, que vai fazer loops analógicos a partir de trechos de violão tocados na hora por Kiko, enquanto Maria Cau Levy cuida das projeções. Na terceira segunda-feira, dia 23, ele tira o dia para cantar samba, sem tocar nada, deixando os instrumentos com Alfredo Castro, Xeina Barros e Henrique Araújo, além das intervenções de Bruno Buarque. E, na última segunda de maio, ele chama o Test e Negravat pra uma noite que promete muito barulho. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.

Centro da Terra: Maio de 2022

Maio começa na semana que vem e a programação de música do Centro da Terra tá daquele jeito que a gente gosta. A primeira segunda-feira traz o espetáculo Leonard Cohen: Dito e Lido, que estou dirigindo ao lado da Juliana Vettore, reunindo Bárbara Eugênia, Juliana R., jeanne Callegari, José Barrickelo e Michaela Schmaedel para celebrar vida e obra de Leonard Cohen num espetáculo que reúne poesia e música. No dia seguinte é a vez dos Garotas Suecas realizarem seu primeiro show depois desse período pandêmico, reunindo clássicos de sua carreira com músicas do disco que terminaram de gravar. Na outra segunda-feira, dia 9, o dono da temporada do mês é o compadre Kiko Dinucci que mergulha no vazio de possibilidades inéditas. A primeira segunda o traz ao lado dos guitarristas Guilherme Held e Lello Bezerra com intervenções visuais de Gina Dinucci. No dia 16, ele se reúne a Gustavo Infante e Maria Cau Levy para desconstruir seu violão. No dia 23, ele solta a voz – sem instrumentos – ao lado de Alfredo Castro, Xeina Barros, Henrique Araújo com intervenções de Bruno Buarque. E, finalmente, na última segunda do mês, dia 30, ele chama Negravat para dividir a noite com a banda Test. Tá achando pouco? Dia 10 é a vez de Marina Melo mostrar o que ela está aprontando, dia 17 reúno Nina Maia e Chica Barreto uma noite linda, um gostinho do próximo trabalho de Anai-Sylla no dia 24 e, finalmente, no último dia do mês, uma outra versão para o disco Homem Mulher Cavalo Cobra do doutor Morris. Um mês e tanto pra quem quer ouvir música boa! Os ingressos já estão à venda aqui, não dê mole.