Magnetismo de longa data

O Campo Magnético que batizou o encontro de Maurício Takara e Guizado nesta quarta-feira no Centro da Terra é o da convivência artística. Os dois já participaram juntos de inúmeros shows e projetos, tocando seus próprios trabalhos ou em bandas de outros artistas numa amizade que atravessa décadas. Mas os dois nunca tinham estado sozinhos num mesmo espaço para criar juntos e entraram numa sintonia fina cada um com suas ferramentas: Takara disparando samples, bases eletrônicas, puxando percussão e até um trumpete piccolo, enquanto Guizado conduziu a partir de seu instrumento, o trumpete, processado por um computador, em que adicionava efeitos, e também sampleando a própria voz. Foram duas longas imersões em que a conexão musical dos dois era quase palpável.

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M. Takara + Guizado: Campo Magnético

Dois instrumentistas gigantes, cada um deles ja dono de uma temporada inteira no Centro da Terra, retornam ao palco do Sumaré para um encontro único. Maurício Takara e Guizado juntam seus instrumentos-base, a bateria e o trompete, respectivamente, a pedais, plugins e synths para desconstruir canções dos respectivos repertórios nesta quarta-feira, na apresentação Campo Magnético. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

Centro da Terra: Setembro de 2023

Vamos para mais um mês de atrações no Centro da Terra? Além da temporada de segunda-feira e dos shows de terça, neste mês teremos música ao vivo também às quartas, por isso são mais quatro shows durante o mês que começa na semana que vem. E é com maior satisfação que apresento o dono das segundas-feiras do mês: boogarinho Dinho Almeida, que começa a investigar seu trabalho solo na temporada Águas Turvas, primeiro tocando sozinho no palco (no dia 4 de setembro), depois acompanhado de Bebé e Felipe Salvego (dia 11), da dupla Carabobina, Desirée Marantes e Bruno Abdala (dia 18) e finalmente ao lado de sua irmã, Flavia Carolina (no dia 25). A primeira terça do mês, dia 5, traz mais um novo projeto de Thiago França, que volta-se ao free jazz acompanhado de Marcelo Cabral e Welington Pimpa, apresentando seu Thiago França Trio. No dia seguinte, a primeira quarta do mês (dia 6), é a hora de conhecer o trabalho autoral da instrumentista brasiliense Paola Lappicy, que antecipa seu primeiro disco solo no espetáculo Que Mágoa é Essa?, ao lado de Dustan Gallas, Caio Chiarini, Leandrinho, Léo Carvalho e Luciana Rosa. Na terça seguinte, dia 12, é a estreia do conjunto Comitê Secreto Subaquatico, formado por João Barisbe, Helena Cruz, Clara Kok Martins, Lauiz Orgânico e Fernando Sagawa, que apresentam-se no espetáculo Perigosas Criaturas Amigas. Na segunda quarta do mês, dia 13, Maurício Takara encontra-se com Guizado em uma noite de improviso livre chamada Hábitos Generativos. Na outra terça, dia 19, o palco do Centro da Terra recebe o encontro das bandas Bike e Tagore no espetáculo MPB ou LSD?, em que contam a história da psicodelia no Brasil desde os anos 60 até hoje, desenhando uma genealogia da qual as duas bandas fazem parte. Na quarta, dia 20, é a vez de Marília Calderón fazer terapia no palco no espetáculo Que Cida Decida, acompanhada de Felipe Salvego. Na última terça-feira do mês, dia 26, o baiano Enio e o pernambucano Zé Manoel misturam seus trabalhos autorais no espetáculo Encontros Híbridos seguido, no dia 27, do espetáculo Canta pra Subir, em que a cantora paulistana Sophia Ardessore, acompanhada de Nichollas Maia, Abner Phelipe, Fi Maróstica, Matheus Marinho e Lucas Alakofá dão passos além de seu primeiro disco, Porto de Paz. Um bom mês, diz aí. Lembrando que os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda neste link.

Passo decisivo

Ao conectar seu trumpete com o contrabaixo acústico de Marcelo Cabral, o kit de percussão de Mamah Soares e o vocal intenso de Paola Ribeiro, Guizado começou a explorar uma nova fronteira sonora para uma nova fase de sua carreira a partir desta terça-feira, no Centro da Terra. Com esta formação chamada Guizado e a Realeza, ele abriu possibilidades de improviso a partir de temas já estabelecidos que fez com que este encontro de músicos expandisse seus próprios horizontes à medida em que se conheciam mutuamente. Um primeiro passo decisivo.

Assista aqui.  

Guizado e a Realeza

O trompetista Guizado começa mais um capítulo de sua carreira ao apresentar, pela primeira nesta terça-feira, seu projeto Guizado e a Realeza, no Centro da Terra. Cercado de cobras como Marcelo Cabral, Mamah Soares e Paola Ribeiro, o músico e produtor começa a investigar conexões entre a música eletrônica para dançar, percussão africana, a presença do baixo e a voz como instrumento de improviso, em uma apresentação inédita O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.

Centro da Terra: Abril de 2023

Prontos pro mês de abril no Centro da Terra? Porque nem a gente tá acreditando. A temporada das segundas-feiras fica por conta da Jadsa, que agitou essa seleção chamada Big Buraco em que revê sua obra recente a partir dos pontos de vistas de convidados muito especiais: na primeira segunda, dia 3, ela convida Giovani Cidreira; na semana seguinte, dia 10, ela vem com Kiko Dinucci; depois, no dia 17, ela chama Marcelle, Marina Melo e Josyara; para, finalmente, encerrar com Alessandra Leão e Juçara Marçal! Tá achando muito? Pois a primeira terça-feira, dia 4, é o dia em que o Guaxe, dupla formada pelo eterno supercorda Bonifrate e pelo boogarinho Dinho Almeida, estreia nos palcos pela primeira vez. Na semana seguinte, dia 11, vem o Guizado apresentar-se com uma nova formação, chamada A Realeza. E nas duas últimas terças do mês, dias 18 e 25, Alessandra Leão vem acompanhada de Rafa Barreto para apresentar seu Punhal de Prata, com convidados-surpresa. Tá achando muito? Pois lembre-se que toda quarta nosso teatro agora exibe documentários sobre música brasileira em parceria com o festival In Edit – e em abril a programação traz Paulo César Pinheiro – Letra e Alma (dia 5), O Piano Que Conversa (12), Toada para José Siqueira (19) e O Fabuloso Zé Rodrix (26). Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda online, não deixa pra comprar em cima da hora porque tem show que já tá se esgotando…

A faísca do encontro

tanino

Quando a YB perdeu sua clássica sede na Vila Madalena, em São Paulo, um de seus sócios, o músico, produtor e compositor Maurício Tagliari deu a sorte de encontrar uma outra casa prontinha pra receber um estúdio de gravação no bairro de Higienópolis. Depois de transferir o equipamento para o novo imóvel, era hora de testar a acústica do local e no final do ano passado, Tagliari convidou alguns amigos para sessões de improviso no novo endereço. “Na sessão número 1 eu queria ouvir o resultado dos timbres de bateria e sopro, por isso reservei uma tarde e chamei o Thomas Garres e o Guizado. Chamei mais gente, mas como era final de ano, muita gente não podia. E eu não pensava em lotar a sala, até para entender melhor a acústica. O propósito era meramente técnico, mas com esses parceiros a probabilidade de sair algo muito bom era altíssima”, conta o guitarrista, que além de Harres e Guizado, também convidou o baixista pernambucano Pedro Dantas. Gravaram duas sessões com o nome de Tanino, trabalho que vem a público na próxima sexta. Uma destas, “Romã”, você ouve em primeira mão no Trabalho Sujo.

Não hove planejamento nem regras pré-estabelecidas. “Foi passar o som e gravar. O que acontece é que houve uma confluência enorme de referências e uma capacidade de audição de cada um que foi bem mágica”, continua Maurício. “Você percebe que não tem ego, as notas vêm e vão, os timbres dialogam. um inspira o outro. E o Thomas é o grande motor da dinâmica. Eu me concentrei em timbres, o Pedro acha as pulsações escondidas e o Guizado borda as melodias. Tudo muito intuitivo.”

Comento que há uma tendência recente a se registrar em discos sessões de improviso, algo que, mesmo em pequena escala, tem tornado-se comum em São Paulo. “É um tipo de música para poucos. infelizmente. só tem rolado em espaços pequenos e alternativos. Fora disso não vejo muita gente aqui no Brasil apostando nisso. No Centro da Terra, no Leviatã, Estúdio Bixiga e um poucos em outros lugares, os malucos se encontram. Mas é algo restrito. Pra mim é mais um exercício estético do que uma onda. Cresci musicalmente ouvindo free jazz. mas tem um ponto: improvisação muitas vezes é um enorme prazer para quem toca mas nem sempre para quem ouve! há vários tipos de som que podem entrar nessa categoria. Sou muito influenciado por Miles Davis e Art Ensemble of Chicago. Toquei e produzi muita coisa na vida, mas só de uns tempos para cá tenho projetos de improvisação lançados. Já tinha feito isso na Universal Mauricio Orchestra e mais recentemente no projeto Dúvidas da Juliana Perdigão. Eu gosto muito do resultado, queria que essa onda chegasse em mais gente. Mas somos os mais underground dos independentes.”

O trabalho são apenas duas músicas, “Romã”, de oito minutos, e “Cravo”, com dezesseis. “Não gastamos mais do que duas horas no estúdio, entramos para brincar. Passamos o som, gravamos a primeira, fomos ouvir e gravamos a segunda. Dali foi sair para comemorar o resultado. Inicialmente era só um teste mas gostamos tanto que decidimos lançar.” E agora fica a dúvida sobre o futuro próximo do grupo, que ainda não tocou ao vivo com público. “Um pouco antes da pandemia atacar a gente se reuniu para uma sessão de fotos de divulgação e decidiu que iria tentar uma residência semanal em algum lugar. Pelo simples prazer de tocar. Mas agora tudo parou, vamos nos contentar em ouvir o disco, por enquanto. É um som muito orgânico. Não dá vontade, ao menos para mim, de tentar algo online ou seja la o que for. tem que ser olho no olho.”

Sexta Trabalho Sujo #009: Guizado

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Nesta sexta-feira, o trumpetista Guizado traz seu ótimo Multiverso em Colapso para o palco da Sexta Trabalho Sujo no Estúdio Bixiga, a partir das 21h, e chamou o poeta Ian Uviedo para participar desta apresentação (mais informações aqui). Vamos lá?

Sexta Trabalho Sujo: Janeiro de 2020

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E aí, como foram de virada de ano, tudo certo? Espero que esteja tudo bem porque aqui está tudo pronto para começarmos o ano – a partir desta sexta-feira, quando retomamos as Sextas Trabalho Sujo no Estúdio Bixiga, sempre às 21h. O primeiro show do mês, no dia 10, é de um rapper dono de um dos melhores discos do ano passado, o ótimo Lógos, do MC paulista Nill (mais informações aqui). Dia 17 é a vez do trumpetista Guizado trazer seu groove psicodélico instrumental para o palco do Estúdio Bixiga – e ele está falando em trazer participações especiais (mais informações aqui). Dia 24 é a vez do grande Pelico, que traz seu ótimo Quem Me Viu Quem Me Vê para São Paulo logo após passar o fim de ano em Portugal, mostrando este mesmo disco (mais informações aqui). E fechamos o primeiro mês de 2020 dia 31, com as meninas do Florcadáver (mais informações aqui). Vamos lá?

#YB20 no Auditório Ibirapuera

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Seguimos as comemorações dos 20 anos da gravadora YBmusic com um grande espetáculo no Auditório Ibirapuera, com uma big band composta por músicos, compositores e intérpretes que lançaram, cada um deles, seus próprios trabalhos solo pelo selo paulistano: o trombonista Allan Abbadia, o cantor Bruno Morais, o tecladista Danilo Penteado, o guitarrista Guilherme Kafé, a cantora Lulina, o trumpetista Guizado, o cantor Samuca, o percussionista Igor Caracas, a cantora Juliana Perdigão, o clarinetista Luca Raele, a cantora Luedji Luna, o cantor Marco Mattoli, a cantora Natália Matos, o tecladista Dudu Tsuda, o percussionista Nereu Gargalo, o cantor Paulo Neto, o guitarrista Rodrigo Campos, o cantor Romulo Fróes e o rapper Zudizilla – multiinstrumentistas, intérpretes e compositores que ajudaram a construir, com suas sensibilidades, um legado que será exposto num repertório composto por canções que construíram estas duas décadas de trajetória. Maurício Tagliari, maestro e sócio do selo, que estará no palco conduzindo este time, me convidou para assinar a direção artística desta apresentação, que acontece nesta sexta-feira, às 21h, no Auditório Ibirapuera (mais informações aqui).