50 anos dos Afro-Sambas

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O clássico encontro de Vinícius de Moraes e Baden Powell no mais clássico terreiro da música brasileira ressurge em vinil em seu aniversário de 50 anos. Os Afro-Sambas é uma obra crucial em nossa música por diversos pontos de vista: consagra a autonomia criativa e musical de Vinícius de Moraes, que ainda estava preso ao sucesso da bossa nova; apresenta o mágico violão de Baden Powell em sua obra-prima; eleva magistralmente o universo da cultura africana ao panteão central da música brasileira e consagra a religião afro-brasileira como parte central de nossa identidade. O disco será relançado em edição especial do clube de vinil Noize Record Club (mais informações aqui).

“É uma honra termos esse disco tão relevante pra história da cultura brasileira e tão forte não só na musicalidade, mas também na poesia. Vinicius de Moraes e Baden Powell são referência pra grande parte dos músicos brasileiros que vieram depois, é inegável”, me explica Marília Feix, editora do Noize Record Club e da revista Noize. O clube, que já lançou vinis de Tulipa Ruiz, Curumin, Banda do Mar, Otto e Apanhador Só envereda pela primeira vez rumo ao século passado e a um clássico da música brasileira, mas não necessariamente é uma mudança de rumo do serviço. “A ideia do Noize Record Club é trabalhar com álbuns de qualidade, que valham a pena serem colecionados em vinil”, continua Marília. “Claro que os clássicos acabam sendo sempre álbuns relevantes, pois resistiram ao tempo, e acabam se tornando um conteúdo muito rico também para a revista. Mas temos muitos artistas novos no Brasil que também podem ser considerados, que a gente acredita que poderão ser clássicos no futuro.” Ela diz que o próximo disco do clube já está definido e deve ser anunciado ainda este ano.

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E se você nunca ouviu os Afro-Sambas, faça-se esse favor.

Beck em vinil

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E às vésperas de lançar seu novo disco – que ainda não foi batizado mas já foi agendado para o próximo mês -, Beck aproveita para finalmente reeditar sua discografia em vinil – um gesto importante visto que grande parte de sua carreira aconteceu no auge do CD. Os três primeiros a ganhar novas edições estão a obra-prima Odelay, o melancólico Sea Change e o groovezeiro Guero, que já estão em pré-venda. Mas todo o catálogo de Beck na Geffen/Universal voltará às lojas como LPs, incluindo outros clássicos como Mutations, Modern Guilt, Mellow Gold, The Information e o meu favorito Midnite Vultures, que só existe em vinil em uma versão limitada lançada na época, impossível de ser encontrada a um preço decente. Mas estes ainda não tiveram suas datas de lançamento anunciadas, vamos aguardar. O Morning Phase, seu disco mais recente, já existe neste formato.

A clássica fase progressiva dos Mutantes de volta ao vinil

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Depois de lançar a caixa contendo todos os discos com a formação original dos Mutantes e da primeira versão em vinil para o clássico perdido O A e o Z, a Polysom fecha a discografia da primeira encarnação da clássica banda brasileira ao relançar os dois discos que a banda lançou depois da saída de Arnaldo Baptista, quando seu irmão Sergio Dias assumiu a liderança do grupo, tornando-o inevitavelmente progressivo, mas com fortes camadas de psicodelia. Tudo Foi Feito pelo Sol, lançado em 1974, tinha uma formação que, além de Sergio nas guitarras, violão, cítara e voz, ainda tinha Túlio Mourão (que vinha da banda Veludo Elétrico, nos teclados e vocais), Antonio Pedro de Medeiro (baixo e vocais) e Rui Mota (bateria, percussão e vocais) na formação. Foi o disco mais vendido da história da banda, chegando a 30 mil discos vendidos na época.

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Já o posterior Ao Vivo registra um show que o grupo fez no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com produção de Pena Schmidt. A formação da banda à época contava com Sergio e Túlio do disco anterior, além de Luciano Alves, nos teclados e vocais, e Paulo de Castro:, no baixo, violino e vocais. Os dois discos nunca haviam sido relançados em vinil desde os anos 70 e, assim, toda discografia da primeira versão do grupo está de volta às lojas como foram lançados originalmente.

Quem quer o vinil do E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante?

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O grupo instrumental paulistano faz uma série de shows a partir deste fim de semana para lançar seu disco mais recente, Medo de Morrer / Medo de Tentar, em vinil. O primeiro acontece neste sábado, dia 23, no Centro Cultural São Paulo (23/7), o segundo é no Z Carniceria na sexta dia 29 e o terceiro na terça, dia 9 de agosto, no Sesc Pompeia. O grupo está sorteando através do Trabalho Sujo uma cópia de seu novo disco e um par de ingressos para vê-los ao vivo no show deste sábado (atualização: a promoção terminou no dia do show). Para concorrer, escreva nos comentários que banda funcionaria bem numa jam session com eles. O disco você escuta a seguir:

E essa vitrolinha do disco novo do Wilco?

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Que belezinha… Já está à venda.

The Copan Connection: Bixiga 70 inna dub style

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Em comemoração ao Record Store Day, o grupo Bixiga 70 entregou algumas faixas de seu terceiro disco, lançado no ano passado, ao produtor Victor Rice para que ele desse aquele tratamento especial característicos de seus dubs. O resultado é o disco The Copan Connection, que será lançado neste sábado, na loja Patuá Discos, em tiragem limitada em vinil. A capa foi feita pelO MZK, que assina todas as capas do grupo, e que também estará discotecando no lançamento, que começa às 15h e vai até à noite. Além do Zk, também discotecam Magrão, Ramiro Z (da Patuá), Peba Tropikal e Maurício Fleury (do Veneno Soundsystem – e Maurício é tecladista e guitarrista do Bixiga). O evento é de graça e a Patuá fica na Rua Fidalga, 516, Vila Madalena (mais infos no 11-2306-1647). Ouça abaixo a versão que Rice fez para a faixa “Machado”.

E aproveito pra linkar os vídeos que fiz do Baile do Bixiga, no final do mês passado, quando o grupo apresentou-se do lado da Tulipa Ruiz e de seu irmão Gustavo. Foi quente!

Dentro da Vinil Brasil

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Visitei a segunda fábrica de vinis da América Latina, que fica em São Paulo e começa a prensar discos no meio do ano para uma matéria que fiz para o UOL.

Quem quer ganhar o vinil do Barulho Feio do Rômulo Fróes?

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Rômulo Fróes está lançando seu disco de 2014 Barulho Feio em vinil em três shows gratuitos, quinta, sexta e sábado, no Teatro de Arena, em São Paulo, e descolou três unidades para serem sorteadas aqui no Trabalho Sujo. Basta responder nos comentários deste post qual é sua música favorita do disco e por quê, além de que dia você prefere ir no show (além de deixar seu email para que eu possa entrar em contato). Até o final da tarde de quinta eu anuncio os vencedores, que poderão retirar seu disco direto no show. Maiores informações na página do evento no Facebook. Valendo!

Lá vem o vinil do disco novo do Instituto

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Eita, que o vinil do segundo disco do Instituto já está entre nós.

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A versão LP de Violar será lançada em parceria com a Somatória do Barulho, onde o disco entra em pré-venda a partir desta segunda-feira, dia 7. O lançamento oficial acontece na loja Patuá Discos, do mesmo Ramiro que deu aquela aula sobre rap e black music com o KL Jay, ali na Vila Madalena, no dia 19, mas o disco já estará à venda semana que vem no Festival Batuque, no Sesc Santo André.

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E aos poucos os grandes discos de 2015 começam a se materializar em vinil…

O A e o Z, dos Mutantes, finalmente será lançado em vinil

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E mais uma novidade sobre os Mutantes à vista: depois de lançar a caixa com toda a obra dos Mutantes ainda com Rita Lee, a parceria da Polysom e a Universal dão a luz pela primeira vez à versão em vinil do esquecido O A e o Z. O disco, de 1973, foi gravado após a saída de Rita Lee do grupo e é um mergulho de cabeça na onda progressiva para onde o grupo já estava se inclinando no último disco com Rita, o País dos Bauretz. Ele conta apenas com seis músicas, todas gigantescas, cheias de solos instrumentais e letras metidas a séria, longe do bom humor característico do grupo. Contudo, não foi lançado quando foi gravado e era referido como um disco perdido da banda, até que a discografia dos Mutantes foi relançada em CD em 1992, o que fez o disco finalmente vir à tona. A capa e o encarte é desta época e foram compostos com desenhos de Arnaldo Baptista feitos entre 1986 e 1992. Mas a principal diferença neste relançamento é a ordem das músicas – no CD original a disposição das faixas era a seguinte: “‘A’ e o ‘Z'”, “Rolling Stones”, “Você Sabe”, “Hey Joe”, “Uma Pessoa Só” e “Ainda Vou Transar com Você”, diferente da do vinil, que ficou “‘A’ e o ‘Z'”, “Uma Pessoa Só” e “Ainda Vou Transar com Você” no lado A e “Rolling Stone” (sem o “s” da versão original), “Você Sabe” e “Hey Joe” no lado B. É um bom disco de rock progressivo, embora seja um disco fraco à luz dos clássicos da banda. Chega às lojas dia 27 deste mês.

Agora só faltam ressurgirem os dois últimos discos da banda em sua fase totalmente prog, com apenas Sergio Dias da formação original: Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974) e Ao Vivo (1976). E, claro, abrir de verdade o baú do grupo, resgatando faixas que nunca viram a luz do dia. Porque o que tem de coisa inédita por aí…