Os 75 melhores discos de 2018: 70) Universal Mauricio Orchestra

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“Deixa almoçar com você”

Mais aqui.

Universal Maurício Orchestra: Ilhas Maurício

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Uma banda que nasceu num sonho estreia ao vivo não em apenas um show, mas em quatro: a Universal Maurício Orchestra, que reúne os homônimos de sobrenomes conhecidos na música brasileira (Badê, Tagliari, Bussab, Pereira, Takara e Fleury), finalmente se materializa num palco durante as segundas-feiras no Centro da Terra, trazendo novos músicos com o mesmo prenome (mais informações aqui). A temporada Ilhas Maurício concilia agendas improváveis de pessoas cheias de atividades e projetos paralelos que tornou difícil até mesmo a gravação de seu único disco, gravado em duas sessões praticamente ao vivo. Conversei com os Maurícios Tagliari, Pereira e Bussab sobre o que esperar deste insólito encontro.

Conte a história que deu origem à Orquestra.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-conte-a-historia-que-deu-origem-a-orquestra

Como foi organizar todo mundo para participar desta temporada?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-como-foi-organizar-todo-mundo-para-participar-desta-temporada

Vocês irão recriar o disco no palco ou vão trabalhar a partir do zero?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-voces-irao-recriar-o-disco-no-palco-ou-vao-trabalhar-a-partir-do-zero

A formação da banda muda radicalmente a cada segunda?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-a-formacao-da-banda-muda-radicalmente-a-cada-segunda

Vocês já estão pensando em fazer um volume 2?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-voces-ja-estao-pensando-em-fazer-um-volume-2

Quem são os Maurícios novatos da temporada?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-quem-sao-os-mauricios-novatos-da-temporada

O segundo semestre de 2018 no Centro da Terra

Foto: Nino Andrés

Foto: Nino Andrés

Segura a programação do segundo semestre no Centro da Terra, que o Pedro antecipou no blog dele no Estadão (Rakta e Filipe Catto não conseguiram aparecer pra épica foto do Nino Andres)

Agosto:
Segundas (6, 13, 20 e 27) – Rakta
Terças (7, 14, 21 e 28) – Mawaca

Setembro:
Segundas (3, 10, 17 e 24) – Metá Metá
Terças (4, 11, 18 e 25) – Tássia Reis

Outubro:
Segunda e terça (1 e 2) – Filipe Catto
Segundas (8, 15, 22 e 29) – Universal Mauricio Orchestra
Terças (9, 16, 23 e 30) – Tika e Kika

Novembro:
Segundas (5, 12, 19 e 26) – Larissa Conforto
Terças (6, 13, 20 e 27) – Gui Amabis

Tá demais!

Um mundo de Maurícios

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Em mais uma colaboração para o site da revista Trip, escrevi sobre a Universal Maurício Orchestra, formada por seis Maurícios da pesada: Fleury, Tagliari, Pereira, Bussab, Badê e Takara:

As gravações aconteceram no final de 2015 e início de 2016. A tônica do som também vinha do sonho de Tagliari. “Foi tudo bem aberto, ninguém trouxe nada pronto, a gente se encontrou e começou a tocar”, lembra Takara. “Tinha essa referência sugestiva ao Miles elétrico, [do álbum] In a Silent Way, e, no fim das contas, a formação, que é bem inusitada pra mim, refletia um pouco isso, a coisa do sax soprano, da percussão”, completa.

“A linha era cada um ficar à vontade naquilo que gosta, sabendo que estávamos inseridos dentro de um coletivo”, completa Badê. “A ideia do Tagliari era fazer uma coisa mais viajandona, instrumental, como o Miles Davis do sonho dele. A gente não ficou discutindo, apertava o rec e saía tocando”, lembra Fleury.

“Não lembro de ter combinado nada. Na real, olhando em retrospecto, foi meio mágico: muito som, muita risada, pouca conversa e a música fluindo. Tanto que quando você escuta o disco todo, vê que cada faixa tem uma onda muito diferente. Foi fruto mesmo de um encontro de vários backgrounds musicais e muita generosidade, um lance bem fraternal”, completa Tagliari. “O disco é isso, música espontânea, sem parar muito pra pensar, sem nada escrito antes, feita muito das influências sonoras que a gente tem, tipo pegar uma ideia que aparecia e brincar em cima dela”, emenda Pereira.

A conexão maurícia — termo cujo significado vem da mesma palavra que dá origem ao termo “mouro” e quer dizer “de pele escura” — não terminou no som. Depois de brincarem com a possibilidade de pedir a capa ao Maurício de Souza, o pai da Mônica e do Cebolinha, lembraram de outro Maurício que não era reconhecido pelo prenome, o DJ e ilustrador MZK, que aceitou prontamente a tarefa de fazer a capa.

A íntegra do texto você lê aqui.

Vida Fodona #563: Botando o programa nos trilhos

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Afinal, já são doze anos de Vida Fodona…

The Universal Mauricio Orchestra – “Embalando o Obalala´”
Bárbara Eugenia – “Te Atazanar”
Led Zeppelin – “Down by the Seaside”
Jupiter Apple – “Bridges of Redemption Park”
Lorde – “In the Air Tonight”
Yo La Tengo – “Paul is Dead”
Nação Zumbi + BaianaSystem – “Alfazema”
Otto – “Caminho do Sol”
Anelis Assumpção – “Gosto Serena”
Metá Metá – “Angoulême”
Sérgio Sampaio – “Não Tenha Medo Não! (Rua Moreira, 64)”
Tatá Aeroplano + Bárbara Eugenia – “As Asas São Escadas Pra Voar”
Stephen Malkmus + The Jicks – “Middle America”
Curumin – “Paris Vila Matilde”
Boogarins – “Lá Vem a Morte (Pt. 2)”
MGMT – “Hand it Over”
Unknown Mortal Orchestra – “American Guilt”
Franz Ferdinand – “Feel the Love Go”
Courtney Barnett – “Nameless, Faceless”
Ava Rocha – “Você Não Vai Passar”
Deerhunter – “Ad Astra”

Eis a Universal Mauricio Orchestra

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Tudo começou num sonho de um Maurício. “A história da Universal Mauricio Orchestra é quase estranha”, lembra o idealizador e guitarrista, Maurício Tagliari. “Eu sonhei que estava tocando Bitches Brew, do Miles Davis, com uns amigos. O som estava ótimo e eu estava me divertindo muito. Quando acordei, percebi que os amigos eram grandes músicos com os quais eu nunca havia tocado. E todos chamavam Mauricio! Antes de qualquer análise freudiana, mandei um email contando o sonho pra eles. Considerei até o fato de não haver mais mauricios crianças e que havia uma quantidade estatisticamente elevada de mauricios na música. O Pereira inclusive fez uma boa reflexão sobre ‘O que é ser Mauricio’.”
e eu vi post dos Mauricios, ficou massa, mas no disco eu toco baixo, flauta, rhodes e hammond e o Bussab toca sintetizadores, rhodes e hammond

São todos Maurícios de renome. Além de Tagliari (que toca guitarras) e Pereira (vocais e sax), os outros Maurícios sonhados e convocados foram Maurício Takara (bateria), Maurício Fleury (teclados, baixo e flauta), Maurício Badê (percussão) e Maurício Bussab (sintetizadores e teclados). “A resposta a esta provocação foi rápida e unânime”, continua Taglari. “Todos toparam na hora marcar uma jam session. Foram três encontros onde nos colocamos absolutamente relaxados e sem pretensões maiores. Em quase 30 anos de vida de produção nunca tive sessões tão divertidas. O processo criativo foi o seguinte: alguém começa um groove ou um motivo melódico, uma linha de baixo ou uma sequencia harmônica e, quase telepaticamente, o grupo seguia. Pode chamar de freejazz ou de funk ou de batucada com notas. Quase todas as faixas só tem um take. Em algumas a gente ouvia e voltava direto, na mesma hora, para fazer overdubs com instrumentos trocados. O Pereira fez overdubs de sax e também gravou vocais depois da jam session. Uma característica que mantivemos foi o frescor da gravação ao vivo. Dá pra sentir o clima. Preservamos alguns vazamentos, risadas e brincadeiras. Mesmo os finais das faixas são claramente não combinados. Foi tudo muito feito na base do olho no olho, ouvido atento e na ‘cabeçada’.” O insólito grupo dá as caras pela primeira vez aqui no Trabalho Sujo, quando estreiam em público com a faixa “Embalando o Obalalá”, aqui em primeira mão.

O som do grupo, como descrito por Tagliari, habita entre o funk, o samba e o jazz – sem perder o bom humor, outra característica do sexteto, em títulos como “No Passo do Billy Paul”, “O Surfista Cigano”, “Decididamente Abalada” e “Pife do Mau”. “Tudo isso aconteceu entre final de 2015 e inicio de 2016. Mas a vida e a agenda do povo fez o projeto ficar na gaveta até que eu resolvesse escutar em meados de 2017. Eu achava que tínhamos nove tracks mas descobri que eram 14… Algumas a gente nem lembrava. Realmente foi algo catártico. Marcamos uma audição com a banda e escolhemos dez. Participamos da mixagem eu, o Bussab, o Fleury e o Pereira. Restava fazer a capa. Alguém considerou chamar o Mauricio de Souza para nos caricaturizar – existe esta palavra?. Mas um dia vi um Mauricio na minha timeline do facebook que me chamou a atenção pois era meu contato e eu não conhecia o nome. Quando fui olhar o perfil vi que não era nem mais nem menos do que o grande ilustrador e DJ que eu só conhecia pelo nome artístico: MZK ou seja Mauricio Zuffo Kulman. Liguei para ele, contei a história e ele entrou no barco imediatamente. Claro que nesse meio tempo apareceram outros mauricios e já temos a ideia de ampliar o projeto. Em breve – ou, pelo nosso ritmo, não tão breve… – Universal Mauricio Orchestra vol. 2.” Eis a capa que MZK fez para o projeto.

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E shows? “Sim, todos queremos tocar ao vivo. Só não sabemos quando as agendas permitirão.” O disco completo será lançado em breve.