E que venha 2013!

2013

Nos encontramos no ano que vem, quando a lista das 75 melhores músicas de 2012 começa em contagem regressiva no dia 2 de janeiro. Boa virada!

O fim do mundo de 2012

Uma retrospectiva pessoal

2012

Se você for parar pra pensar nas pessoas que morreram em 2012 (Millôr, Chico Anysio, Niemeyer, Donna Summer, Ivan Lessa, Jon Lord, Don Cornelius, Nelson Jacobina, Ravi Shankar, Eric Hobsbawn, Marcos Paulo, Hebe, Neil Armstrong, Ray Bradbury, Levon Helm, Moebius, Jimmy Castor, Donald “Duck” Dunn, Wando, Ted Boy Marino, Gore Vidal, Carlão Reichenbach, MCA, Décio Pignatari, Ed Lincoln, Nora Ephron, Whitney Houston e a lista segue), a impressão que se tem é que todo mundo que é importante morreu. Ou que o século 20 está morrendo.

Não é bem isso. Ano que vem haverão mais mortos conhecidos que esse ano e essa progressão continuará em escala geométrica pelo simples e óbvio fato que, durante o século 20, cada vez mais pessoas se tornaram conhecidas e reconhecíveis em larga escala. Há dois séculos haviam bem menos celebridades pelo também simples e óbvio fato de que haviam bem menos pessoas no planeta. As melhorias que a ciência e a tecnologia – agentes diretos da explosão demográfica dos últimos cem anos – deram ao mundo graças ao indesculpável método científico que, aos poucos, vem demolindo preceitos que pareciam eternos, quase todos vinculados a elites religiosas, políticas ou financeiras. O “porque sim” da antiga monarquia do saber vem desabando frente ao “vamos experimentar?” de uma nova forma de governar e gerir a vida, em todas as escalas. Juntas, ciência e tecnologia (todo o conhecimento e todas as ferramentas acumuladas pela humanidade em seus poucos milênios na Terra), não apenas propuseram como provaram que uma democracia de fato é possível. Por vivermos o momento-chave desta mudança, temos a impressão que ela não está acontecendo ou, sei está, anda em câmera lenta. Mas eu tou falando de uma espécie consciente que habita a superfície de todo um planeta; a escala aqui é geológica.

Em contrapartida, a rápida superlotação do planeta aconteceu ao mesmo tempo em que valores como fama, sucesso, ganância e celebridade passaram a ser centrais na sociedade moderna. O novo acúmulo de gente naturalmente implicaria um número maior de ícones e líderes, mas uma deturpação moral, fruto de um deslumbre com a própria imagem, fez que a quantidade de famosos – e, pior, de candidatos a famosos – atingisse níveis exageradamente anormais. A quantidade de gente querendo aparecer aumentou drasticamente no século 20 e isso deixou dons caros à humanidade – como afeto, inteligência, bom senso, paciência, tolerância, caráter – em segundo plano.

Veja a quantidade de famosos que surgiram apenas em 2012, a maioria deles ganhando exposição anabolizada graças à internet. Noutros tempos, “Gangnam Style” e o Jesus de Borja seriam curiosidades esquecidas na semana seguinte. Mas entraram no imaginário das pessoas como milhares de outros personagens que eram literalmente anônimos antes deste ano – Nissin Ourfali, Michel Teló e Lana Del Rey entre muitos outros. Imagine, portanto, como será o obituário de um ano como 2097. Os famosos de antigamente vão morrer aos segundos – ou talvez seja mais provável que, como morrem famosos o tempo todo, suas mortes deixem de ser notícia.

O que, em outras palavras, quer dizer que estamos caminhando rumo ao fim dessa era de celebridades. O excesso de famosos de todos os níveis e em todas escalas do início deste século inevitavelmente nos levará a uma banalização da utilização da imagem como moeda e, se algo não de diferente não aparecer até lá (inteligência artificial, alienígenas, transferência de consciência, cura da morte – as opções são inúmeras), vamos começar a dar valor às qualidades que nos tornam humanos. Isso já está acontecendo à boca pequena, mas à vista de todos – as pessoas estão aprendendo a gostar de si mesmas, de onde vivem, das pessoas da família, de quem está ao seu redor e peguei-me pensando outro dia que isso poderia ter mais a ver com a mudança de eras vislumbrada pelos maias do que propriamente com o mórbido apocalipse associado ao ano que termina. Bem que eu havia spoilado: o mundo não acabou.

E 21 de dezembro de 2012 é uma data como outra qualquer, e como 12/12/12, o dia do descobrimento do Brasil e a data do seu aniversário, só aconteceram uma vez. Creio que vamos começar a dar mais atenção às coisas corriqueiras, que nos cercam, do que à preocupação que temos com a nossa reputação em relação aos outros – isso é conseqüência, não causa. Reputação constrói-se com caráter, não com aparência. Vamos viver a nossa vida mais intensamente, mais do que viver a vida dos outros.

Particularmente, vivi um ano desses. As Olimpíadas em Londres, Avenida Brasil, o julgamento do mensalão, a reeleição de Obama, o Bóson de Higgs, o furacão Sandy – mal acompanhei os grandes acontecimentos do ano e os poucos que me envolvi estavam mais diretamente ligados à minha vida, como o ano de ouro do meu time (#vaicorinthians!) e a tensa eleição municipal na cidade que moro (votei no Haddad). Enquanto passava por uma transição crucial na minha vida (finalmente consertei meu braço), finalizei o ano numa incrível reviravolta profissional (quando deixei o Estadão depois de cinco anos de Link – não foi difícil deixar o Limão, mas ainda sinto saudades da rotina diária com Filipe, Tati, Camilo, Thiago, Murilo, Carol e Vinícius – para assumir a direção da redação da Galileu, na editora Globo). Fui convidado a reinventar o Prêmio de Música Brasileira do Multishow e ao lado do Bruno, do Pedro e do Dudu, inventamos uma mesa redonda que funcionava como uma faixa de comentários via internet do programa que era assistido na TV (e reunindo os bambas Marcelo Castello Branco, Miranda, Sarah Oliveira, Pablo Miyazawa, Pedro Seiler, Ricardo Alexandre, André “Cardoso” Czarnobai, Katia Lessa, Roberta Martinelli e André Forastieri). Também participei outra vez da curadoria do festival da Cultura Inglesa, quando o Franz Ferdinand tocou de graça no Parque da Independência. Fora as atividades semanais: toda segunda Link, toda terça Prata da Casa (levando o clássico projeto do Sesc a uma décima terceira edição – TREZE, hehe – que ia para outras camadas além da MPB, com apresentações de graça de nomes como Silva, Mahmundi, Gang do Eletro, Bonifrate, Madrid, Rafael Castro, Sambanzo, Kika, Tiberio Azul, Rosie & Me, Cícero, Ogi, Pazes, Caçapa, entre muitos outros, num belo panorama – sem modéstia, não sou disso, cê sabe – da nova música brasileira em 2012) e toda sexta as inacreditáveis Noites Trabalho Sujo (em que tive o prazer de discotecar ao lado de compadres e comadres em sets vastos e memoráveis, num dos melhores e mais elegantes inferninhos do Brasil, o Alberta #3 – vale aqui um beijo a todos da casa e aos amigos que passaram pela cabine da melhor de São Paulo, em especial para o Danilo, para a Babee e para o Pattoli, que além de assumir as festas quando estive de licença médica, me ajudaram a consolidar o formato porralouca da festa atual). Fora o Vintedoze, que tocava com o Ronaldo que, com o fim da Colmeia, ficou pela metade. Não conseguimos terminá-lo direito, mas fez história em seu semestre de vida.

E, claro, foi o ano em que OEsquema deixou de ser o site que fundei com o Mini, o Bruno e o Arnaldo para se tornar o condomínio mais cool e elegante da internet brasileira. É muita gente boa num mesmo lugar, às vezes parece um sonho. Começaremos a nos mexer coletivamente já em 2012, quando começamos a publicar nossa primeira retrospectiva em conjunto. Circule pelos sites do header entre o natal e o ano novo para saber das novidades – além de acompanhar nossa home, um espelho das coisas mais legais da internet, pode reparar (ou assinar o RSS). E em 2013 já tem boas novidades.

Da minha parte, desligo minhas atividades neste dia 22 aqui neste Trabalho Sujo e retomo as atividades em 2013 (quer dizer, desligo naquelas – sigo online no Instagram, meu brinquedo favorito do ano). Até o fim do ano deve pintar uma retrospectiva com as 75 melhores músicas de 2012 em retrospectiva, além de uma lista de melhores discos, shows e a lista da retrospectiva dOEsquema, que aparecem antes do dia 31.

Por enquanto, despeço-me de 2012 com um sorriso. Foi um ano incrível – em que o mundo não acabou, mas que ficou um pouco distante. Não reparei direito no que acontecia no mundo, mas estava sempre de olho no que acontecia por perto. Mais do que isso: fazendo acontecer. Graças a deus sou pago para fazer o que gosto e não paro de celebrar isso fazendo coisas legais pros outros. Sempre repito que o sentido da vida não é um significado, mas o verbo sentir no particípio.

E você também pode fazer. É só começar. Recomeçamos no ano que vem. Boas festas para você e para os seus, divirta-se e juízo. E não esqueça do mantra: só melhora!

Até 2013!

Como foi a ANALÓGICODIGITAL dos 17 anos do Trabalho Sujo

Quem foi, sabe como foi foda. Eu, Babee, Pattoli e Danilo usamos os 17 anos do Trabalho Sujo como desculpa para executar um velho plano – tocar toda a história da música pop em ordem cronológica desde o aparecimento do rock’n’roll, em 1955. Não precisou nem entrar nos anos 60 para engatarmos uma noite incrível, superlotando a pistinha digital da Trackers numa madrugada antológica, que com certeza terá repeteco. Terminamos às sete da matina, com a Malg registrando o registro de um #CliMatias – as minhas fotos de previsão do tempo no Instagram.

O Dan tirou umas fotos que mostram como foi o sábado passado, sente só aí embaixo:

 

ANALÓGICODIGITAL: 17 ANOS DE TRABALHO SUJO

E quando você menos espera, do nada, pinta aquela festa clássica na Trackers em que o Trabalho Sujo e o Veneno Soundsystem juntam forças para criar uma dimensão paralela de delírio sensual arco-íris de prazer e muita acabação feliz.

Desta vez o motivo da festa são os dezessete anos do meio de comunicação de ALEXANDRE MATIAS, que segura a pista digital com uma proposta épica: contar a história da música pop desde a metade do século passado até novembro de 2012 em ordem cronológica. Para isso, ele convocou os novos residentes das Noites Trabalho Sujo BABEE LEAL, LUIZ PATTOLI e DANILO CABRAL para essa maratona histórica. Quem viver, verá!

Do lado analógico, o trio MAURÍCIO FLEURY, RONALDO EVANGELISTA e PEBA TROPIKAL – bastiões dos grooves em vinil desde antes da volta do vinil virar moda – tem dupla participação especial. Pra começar, paulistano radicado em Belim GARRINCHA, especializado no suíngue tropical, traz suas bolachas pra mostrar pra gente como é que ele defende a bossa brasileira na Europa. E o crooner BRUNO MORAIS mostra sua coleção de discos num set cheio de manha.

Um sábado com tudo para ser ÉPICO!

ANALÓGICODIGITAL
SÁBADO 10 DE NOVEMBRO DE 2012
VENENO + TRABALHO SUJO (17 anos)
No som os DJs: Maurício Fleury, Ronaldo Evangelista, Peba Tropikal, Bruno Morais, Garrincha, Alexandre Matias, Luiz Pattoli, Danilo Cabral e Babee Leal.
Trackertower – Rua Dom José de Barros 337, esquina com av. São João
$25 (lista: baile@venenosoundsystem.com – só entra com nome na lista!)

Trabalho Sujo, 17 anos

O aniversário é no fim do mês, mas a comemoração vai ser nesse sábado. Preparem-se.

Queremos Novas Freqüências em São Paulo

Desde que Bruno e a rapeize do Queremos começou a mudar a cara da programação cultural do Rio de Janeiro que eu pego no pé dele: “Quero ver em São Paulo…”, sempre espezinhava, esperando que a vinda do projeto para cá pudesse também pudesse ajudar a mexer com a metrópole da ponta de cá da Dutra (principalmente no que diz respeito ao preço das atrações). Começaram a se espalhar pelo resto do Brasil (primeiro um Cícero em Porto Alegre, depois um Silva em BH) até que ele avisou que havia chegado a hora – Queremos chegaria em Sâo Paulo trazendo três atrações da segunda edição do festival do Chico Dub, o Novas Freqüências, para a cidade: Actress, Pole e Hype Williams (o próprio Chico comenta a importância de cada um deles em seu blog). Achei o passo um tanto ousado, mas se formos pensar em Brasil, São Paulo talvez seja a única cidade que poderia ter um esquema de refinanciamento de shows para artistas literalmente desconhecidos do grande público – pois fazem parte da vanguarda da música do século 21.

Eis que chegamos ao último dia para fechar as cotas de financiamento nessa terça-feira – e ainda tem cota sobrando pra confirmar o evento. Decidimos, eu e o Bruno, segurarmos nós mesmos algumas dessas cotas pra ver se a galera se empolga em colaborar com o projeto. E aí, anima? Se animar, clica no site do Queremos que o passo a passo tá todo lá. É só pagar agora que, vendidas todas as cotas, você recebe a grana depois e vê o show de graça!

Trabalho Sujo devagar

Poizé, duas festaças no fim de semana e eu não posso nem dar o ar da minha graça. Pior: com dor no coração vou interromper a sequência magistral de sextas-feiras memoráveis que venho conduzindo nas Noites Trabalho Sujo desde o fim do ano passado. Mas é por um motivo justo e nobre: finalmente vou resolver a pendência médica master na minha vida e isso significa uma redução de ritmo considerável e drástica, que já vinha sendo antecipado nas semanas anteriores. Na prática, saio de licença médica do jornal, embora continue escrevendo as colunas e palpitando nas edições do Link (que segue sob o comando do Filipe), continuo indo ao Prata da Casa mas nem sempre filmando tudo, passo as Noites Trabalho Sujo para as mãos de amigos que manjam do riscado (diversão + bom gosto, sempre) e tento ir fazendo os Vidas Fodonas. Esses itens devem seguir regulares (Link na segunda, Prata na terça, NTS na sexta, VF a qualquer minuto), outros posts vão depender da minha recuperação. Ao mesmo tempo vou começar a reduzir os posts na minha conta pessoal do Facebook e destiná-los mais para a página do Trabalho Sujo por lá. E sigo com meu brinquedo portátil favorito atualmente, o Instagram (@trabalhosujo), que deve ser onde manterei mais atualizações.

Deixo um Vida Fodona antes de suspender as atividades até a segunda-feira e me desejem boa sorte. Porque se as coisas já eram boas com um braço bichado, imagina quando estiver 100%… Mas até lá, esse vai ser o ritmo:

ANALÓGICODIGITAL apresenta CINCO ANOS DE VENENO

Você sabe como são essas festas do VENENO com o TRABALHO SUJO na TRACKERS: quando você menos espera, pinta um sábado memorável do nada! E a festa de agosto promete ser épica como sempre – pra começar, o trio VENENO SOUNDYSTEM aproveita a oportunidade para festejar seus cinco anos de grooves analógicos sem fronteiras – sejam geográficas, históricas ou galáticas. E o convidado do PEBA TROPIKAL, RONALDO EVANGELISTA e MAURICIO FLEURY é o mestre DJ PAULÃO, com sua coleção impecável de pérolas negras em forma de LP. Na pista digital, o incansável ALEXANDRE MATIAS não comparece pessoalmente pois encontra-se em recuperação – mas suas vibrações se materializam em uma pista que começa com a dupla TAÍS TOTI e ANDRÉ PALUGAN desfilando hits modernos e clássicos dos anos 90, passa pela incendiária volta das AWE MARIAH (HELÔ LUPINACCI + MARI GOUVEIA + LOU FEDERMAN tocam sem a presença de SANTAROSA BARRETO, em temporada nova-iorquina) comandando uma micareta sexy iemanjá e termina com a dupla RAFA SPOLADORE + DANILO CABRAL, entre riffs de guitarra e baixos da pesada. Alguma dúvida de que vá ser histórico? Nenhuma!

VENENO 5 anos + TRABALHO SUJO
No som os DJs: Maurício Fleury, Ronaldo Evangelista, Peba Tropikal, Paulão, Helô Lupinacci, Mari Gouveia, Lou Federman, Rafa Spoladore, Danilo Cabral, Taís Toti e André Palugan. projeções: Várzea Ilustrada.

Trackertower
Rua Dom José de Barros 337, esquina com av. São João
$25 (só entra com nome na lista! baile@venenosoundsystem.com)

Por aí

Vou pra praia, volto na terça. Mas sigo no Insta.

ANALÓGICODIGITALDAPAIXÃO

Surpresa! Sem hesitar, dominamos a véspera da Sexta Santa e invadimos a Trackers para mais uma edição do encontro arrasa-quarteirão TRABALHO SUJO + VENENO SOUNDSYSTEM, quinta-feira, 5 de abril, meia-noite, agora. Se segura, que pra noite especial convocamos uma escalação feminina de altíssimo nível, botando os homens em seus lugares: a dupla já prata da casa SRY (de Giu Viscardi e Renata Chebel) e a one and only Flavia Durante, além da caliente e elegante dupla por trás da festa MACUMBIA, Flora Lahuerta e Gabi Ribeiro. De um lado, para nossa alegria, soul moderno, pop sem lei. Na outra pista, latinidades mágicas, pérolas brasileiras, grooves irresistíveis. O caminho você conhece: centro de São Paulo, esquina da São João com bulevar Dom José, primeiro andar do prédio da Trackers, duas pistas, salas secretas, varanda, diversão, madrugada da paixão. Confirme sua presença na página do evento no Facebook ou para o email baileveneno@gmail.com.