Tom Rachman, por Thais Caramico

, por Alexandre Matias

O Link dessa semana ainda traz a primeira colaboração da querida Thais Caramico para o caderno – ela que se picou da redação rumo a Londres me cutucou no final do ano passado quando soube que o primeiro livro do Tom Rachman, que já havíamos publicado na capa de uma edição do caderno em setembro do ano passado, iria sair no Brasil. Armou a conexão com o autor e marcou uma prosa que foi além do tema de seu livro (Os Imperfeccionistas trata de personagens que orbitam ao redor de uma redação de jornal) e estendeu o assunto iniciado naquele artigo Romantismo Offline, em que ele antevia o surgimento de uma geração avessa ao digital nos próximos anos:

É comum ouvir que a tecnologia nos torna mais produtivos e nos põe em contato com o mundo, mas ele tem certeza de que nem todos pensam assim. A enciclopédia da internet e todas as suas possibilidades funcionam como uma injeção de ansiedade e trazem forte sentimento de solidão. Basta ver um grupo de amigos no bar. Sempre tem alguém que está ali, mas não está, pois está online. Ele chama isso de falta de presença.

Estar ativo nas redes sociais, muitas vezes mais preocupado com a foto que será postada do que o momento em que algo está sendo vivido, é um dos pontos sobre os quais Tom discorre. Mas o que está mesmo em questão é essa necessidade que as pessoas têm de ser reconhecidas. “O ser humano é incrivelmente sociável e essas ferramentas parecem melhorar essa vontade de se comunicar, mas, na verdade, só estimula esse desejo ainda mais. Não acredito que a rede faça você se sentir mais comunicativo. Não é uma resposta porque só gera angústia”, diz.

O papo continua no Link. E o livro de Rachman é excelente – além de feito para ser engolido, ainda mais se você trabalha com jornalismo ou comunicação.

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