Sinapses de som

A estreia do projeto Rotunda – formado pelos cariocas Bella, Thiago Nassif e Cláudio Britto – aconteceu em São Paulo pois os dois primeiros vieram morar na cidade depois do período pandêmico. Criado durante a turnê que Nassif fez pela Europa no ano passado, quando foi acompanhado de Bella e Cláudio como integrantes de sua banda, o trio mistura as origens musicais de cada um de seus integrantes a partir da conexão entre células de som – boa parte delas vindo do samba, devido à presença de Brito, percussionista analógico e digital. A guitarra de Thiago, que por vezes pega o violão, também cai no samba, mas em muitos momentos trabalha no território oitentista em que afiou seu instrumento, entre o noise, a música latina, o pós-punk e o funk. Ligando os dois vêm as texturas sonoras de Bella, que também deixa cair no suíngue quando puxa seu synth bass completando o trio – e ela inclusive chega a cantar. Este primeiro show que aconteceu na terça no Centro da Terra marca a reta final da gravação do primeiro disco do grupo e contou com a participação de Negro Leo, que começou tocando um piano dissonante no escuro e logo assumiu o violão para engatar essa improvável – e contagiante – roda, ou melhor, rotunda, de samba.

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Thiago Nassif + Bella + Claudio Britto: Rotunda

Nesta terça-feira é dia de ver, pela primeira vez no Brasil, um projeto que começou nos palcos pela Europa mas nunca foi materializado. O encontro dos cariocas Bella, Thiago Nassif e Claudio Britto acontece no Centro da Terra e consagra a chamada Rotunda como nova fase da carreira dos três: a artista sonora Bella cria seus próprios instrumentos eletrônicos, o produtor Thiago Nassif traz sua guitarra inspirada pela no-wave e pelo pós-tropicalismo enquanto o percussionista e cavaquinhista Cláudio Brito, filho de Ovídio Brito, experimenta expandir os limites de seus instrumentos nessa roda, em que, segundo os três, “sua curva infinita faz com que tudo se cruze no epicentro da circunferência: interseção entre ritmo batucado, luz/som, e guitarrêra. Falar de forma rotunda é falar de jeito firme, sem k.o., papo reto”. A apresentação de hoje ainda conta com a iluminação de Mau Schramm e a participação especialíssima de Negro Leo. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

Centro da Terra: Maio de 2023

Abril nem acabou mas já temos a programação de maio do Centro da Terra definida. E quem ocupa das segundas-feiras do teatro é a querida Lulina, com sua temporada Decantar e Decompor, em que visita diferentes momentos de sua carreira com convidados conhecidos de épocas diferentes, trazendo a público inclusive canções que nunca foram lançadas. A temporada começa no dia 8 de maio (pois dia 1°, segunda-feira, o teatro não abre porque é feriado) e a cada dia ela chama um nome diferente para acompanhá-la: no dia 8 ela recebe Bruno Morais, dia 15 é a vez de Fabrício Corsaletti, dia 22 vem Rômulo Froes e Felipe S. encerra a temporada da cantora e compositora pernambucana no dia 29. As terças-feiras de maio estão marcadas por estreias. No dia 2 reunimos a Meia Banda dos cariocas Bruno Manso e Bruno Di Lullo à voz da alagoana Tori, em Murmúrios, o primeiro show desta formação em São Paulo. Uma semana depois, dia 9, é a vez da Rotunda, novo projeto da artista sonora Bella com o músico e produtor Thiago Nassif e o percussionista Cláudio Brito, fazer sua estreia em palcos paulistanos. Dia 16 quem também faz sua estreia em São Paulo é o cantor e compositor Gabriel Milliet, que está preparando-se para lançar seu primeiro disco solo depois de uma temporada na Europa, com o espetáculo Longe de Casa. Dia 23 é a vez do quarteto de cordas Risco, formado por Carla Raiza (viola), Erica Navarro (violoncelo), Mathilde Fillat e Mica Marcondes (violinos), mostrar a mistura de música erudita e popular proposto por estas musicistas na apresentação Cor da Corda. E, finalmente, dia 30, Manu Pereira faz sua estreia musical ao trazer suas Epifanias Noturnas para o palco do Centro da Terra. E como se não bastasse tudo isso, às quartas-feiras seguimos com a programação de cinema em parceria com o festival de documentários sobre música In Edit, que preparou uma seleção sensacional: no dia 3 exibiremos Adoniran – Meu Nome É João Rubinato, de Pedro Serrano, sobre o maior nome do samba paulistano; dia 10 é traremos Onildo Almeida – Groove Man, de Helder Lopes e Cláudio Bezerra, sobre um dos maiores nomes da história do baião, que relembra suas histórias; dia 17 é a vez A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinsk, sobre uma das maiores compositoras do Brasil, que, mesmo sendo comparada a Villa-Lobos, Tom Jobim ou Hermeto Pascoal nunca teve sua reputação festejada como deveria; e no dia 24 vem Pipoca Moderna, de Helder Lopes, que conta a história de Sebastião Biano, líder e único remanescente da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda neste link.

Expandindo as fronteiras da psicodelia nordestina

“Aqui é o Centro da Terra, a gente pode saltar”, comemorou Alessandra Leão após um das muitas piruetas musicais no escuro que se propôs ao lado de Rafa Barreto com sua banda Punhal de Prata (“não é duo, é banda!”, esbravejou a pernambucana), que retomou as atividades nesta terça-feira. Criado para celebrar os primeiros discos de Alceu Valença, o Punhal ampliou seu repertório ao incluir canções de outros autores contemporâneos daquela safra de discos, incluindo canções de Zé Ramalho, Cátia de França e Ave Sangria, e nesta primeira apresentação convidou Bella, Thiago Nassif e Fernando Catatau para explorar estas novas fronteiras musicais – foi a primeira vez inclusive que Alessandra e Fernando dividiram o palco! Primeiro tocando com cada um dos convidados para encerrar a apresentação com “A Dança das Borboletas” de Zé Ramalho, com todos no palco, Alessandra e Bella entrelaçando efeitos enquanto Nassif, Catatau e Barreto empinavam suas guitarras no céu. E semana que vem tem mais…

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Alessandra Leão + Rafa Barreto: Punhal de Prata

Nas últimas duas terças-feiras de abril, Alessandra Leão retoma a dupla que fazia com o guitarrista Rafa Barreto para afiá-la com convidados muito especiais no Centro da Terra. Quase dez anos depois de criar esta apresentação em que saúdam grandes nomes da psicodelia pernambucana como Alceu Valença, Cátia de França e Ave Sangria, os dois músicos visitam a programação original com a interferência de nomes de novos parceiros: Fernando Catatau, Bella e Thiago Nassif os acompanham neste dia 18, seguidos por Siba e Josyara, os convidados do dia 25, em apresentações inéditas que prometem deixar todos em ponto de bala. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.

Thiago Nassif + Jonas Sá: Colagem

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Enorme prazer receber nesta terça-feira, dia 24 de setembro, no Centro da Terra, o encontro de dois compadres que há tempos colaboram juntos e bolaram uma apresentação conjunta inédita. Colagem faz os repertórios de Jonas Sá e Thiago Nassif se entrelaçar fazendo um acompanhar o outro em suas canções, apontando para o futuro próximo das duas carreiras – Nassif está finalizando seu mais novo disco, batizado de Mente, enquanto Jonas já começa a pensar em seu futuro trabalho, que deve se chamar Monstro. Os dois são acompanhados no palco por Rodrigo “Grassmass” Coelho e a apresentação começa às 20h (mais informações aqui). Conversei com a dupla para saber o que eles imaginaram para esta terça.

Centro do Rock 2017: Meu Reino Não é Desse Mundo

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O projeto de anarcogospel do Negro Leo é a principal atração do showcase que o selo carioca Quintavant faz no CCSP neste sábado dentro da programação do Centro do Rock, que ainda tem shows do Thiago Nassif (que apresenta o disco Três, que gravou com Arto Lindsay) e do Lucas Pires (que apresenta o espetáculo Hot On N’Aldeia Global). Mais informações sobre os shows, que começam às 19h, aqui.

Centro do Rock 2017

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A partir do dia 11 de julho, o Centro Cultural São Paulo abre-se para o melhor do rock moderno brasileiro, reunindo nomes como Rakta, Garage Fuzz, Boogarins, Test Big Band, Meu Reino Não é Desse Mundo, Thiago Pethit, Luís E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante + Ventre, MQN, Maglore, Vermes do Limbo + Bernardo Pacheco, Thiago Nassif, Jonnata Doll e os Garotos Solventes, Labirinto e The Baggios, além de debates, filmes e uma edição do Concertos de Discos dedicada à história do rock brasileiro. Mais informações no site do CCSP.