O CCSP na Virada Cultural 2017

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Eis a programação de música da Virada Cultural no Centro Cultural São Paulo​. É a primeira vez que o CCSP vira 24 horas durante a programação da Virada e esse foi o pessoal que a gente escolheu pra tocar nesse fim de semana- e tudo é de graça.

Sala Adoniran Barbosa
18h – Juçara Marçal​
19h30 – Mariana Aydar​
23h – Bárbara Eugênia​
1h – Tiê​
2h30 – Anelis Assumpção​
4h – Cidadão Instigado​
12h – Mahmundi​
14h – Curumin​
16h – Karina Buhr​
18h – Siba​

Jardim Suspenso – lado 23 de maio
11h – Lucas Vasconcellos​

Além de música tem teatro, dança, cinema, infantil, circo, artes visuais e até ioga com música indiana quando o sol raiar (mais informações aqui). O restaurante e o metrô vão funcionar direto. Nada mal, hein?

Vida Fodona #556: De Aleluia

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Um programa para o feriado.

Secos e Molhados – “Amor”
Eminem – “Lose Yourself”
Beth Ditto – “Fire”
Lorde – “Green Light”
Flora Matos – “Preta da Quebrada”
Fujiya & Miyagi – “Collarbone”
Cicada – “Falling Rockets (Just A Band Remix)”
Katy Perry – “Dark Horse”
Kendrick Lamar – “DNA”
Marcelo D2 + Helio Bentes + Siba – “Resistência Cultural”
BaianaSystem + BNegão – “Invisível”
Frank Ocean + Jay-Z + Tyler the Creator – “Biking”
Criolo – “Menino Mimado”
MC Beijinho – “Me Libera Nega”
Sinkane – “Telephone”
Busy P + Mayer Hawthorne – “Genie”
Tare Sang – “Let’s Do”
Gilberto Gil – “Back in Bahia”
Thundercat – “Friend Zone”
Ed Sheeran – “Shape of You”
Spoon – “First Caress”

Marcelo D2: “A procura vale mais do que a batida perfeita”

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D2 volta a dar o ar de sua graça depois de quatro anos parado com o primeiro capítulo do álbum-visual que pretende lançar no fim do ano, mais precisamente no dia 5 de novembro, quando completa cinquenta anos de idade. Marcelo explicou o conceito do próximo álbum ao Matias Maxx na Vice, mandando a letra sobre o que podemos esperar:

O filme é uma ficção não linear que conta a história desse cara que nasce numa favela não pacificada do Rio de Janeiro, tem as tretas dele lá, tem que sair do morro fugido, um cara que cresceu gostando de arte, mas vindo de um lugar violento arte era quase que uma utopia na vida dele. Depois disso ele encontra uma modelo e artista plástica francesa que vem estudar Tarsila do Amaral e modernismo aqui no Rio e aí eles acabam se encontrando e a vida tá ótima, mas o passado o atormenta. Eu vejo uma molecada de revólver na mão tirando onda, e me veio à cabeça que isso daí qualquer otário faz, empunhar um revólver e se achar foda, agora quer ver amar, segurar bronca mesmo, de ter amor, carinho e compaixão pro próximo. Amar é para os fortes! E a história é meio sobre isso, tem sexo, drogas e rap.

O clipe de “Resistência Cultural” foi todo filmado com celular, além de produzido e dirigido pelo novo crew de Marcelo, chamado Mulato. A música ainda conta com participações de Siba e do Hélio Bentes, vocalista da banda de reggae Ponto de Equilíbrio, e é uma clara tentativa de Marcelo se reconectar com seu passado recente, quando, logo após sair do Planet Hemp, começava a reconfigurar o hip hop brasileiro traçando pontes com outras musicalidades e usava a política como cultura – e vice-versa.

Mas ainda não bateu. As referências estão corretas, o flow é bom como sempre, a estética é bonita, a mensagem foi passada. Mas há algo entre a melodia do refrão e a forma como o auto-tune é usado que não transforma esta canção no que ela poderia ser, um hit pesado, que marcasse realmente a volta de D2 à praça. Mas é só o começo, vamos ver o que vem por aí…

Siba: “Sonhar sem dormir”

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Fechando o ciclo de seu fabuloso De Baile Solto, um dos melhores discos de 2015, o mestre Siba lança o clipe da pensativa “O Inimigo Dorme”, a curta faixa que conclui a mensagem do álbum, antes da catártica “Meu Balão Vai Voar”.

Vida Fodona #546: E segue o baile

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Pedra que rola…

Tudo Tanto #016: Um 2015 espetacular

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Na edição de janeiro da minha coluna na revista Caros Amigos, eu escrevi sobre o grande ano que foi 2015 para a música brasileira.

A consagração de 2015
O ano firmou toda uma safra de artistas que lançou discos que reverberarão pelos próximos anos

Alguma coisa aconteceu na música brasileira em 2015. Uma conjunção de fatores diferentes fez que vários artistas, cenas musicais, produtores e ouvintes se unissem para tornar públicos trabalhos de diferentes tempos de gestação que desembocaram coincidentemente neste mesmo período de doze meses e é fácil notar que esta produção terá um impacto duradouro pelos próximos anos. O melhor termômetro para estas transformações são os discos lançados durante este ano.

Os treze anos de espera do disco novo do Instituto, o terceiro disco pelo terceiro ano seguido do Bixiga 70, os seis anos de espera do disco novo do Cidadão Instigado, o disco que Emicida gravou na África, um disco que BNegão e seus Seletores de Frequência nem estavam pensando em fazer, o surgimento inesperado da carreira solo de Ava Rocha, o disco mais político de Siba, o espetacular segundo disco do grupo goiano Boogarins, os discos pop de Tulipa Ruiz e Barbara Eugênia, a década à espera do segundo disco solo de Black Alien, o majestoso disco primeiro disco de inéditas de Elza Soares, os quase seis anos de espera pelo disco novo do rapper Rodrigo Ogi, dos Supercordas e do grupo Letuce e um projeto paralelo de Mariana Aydar que tornou-se seu melhor disco. Mais que um ano de revelação de novos talentos (o que também aconteceu), 2015 marcou a consolidação de uma nova cara da música brasileira, bem típica desta década.

São álbuns lançados às dezenas, semanalmente, que deixam até o mais empenhado completista atordoado de tanta produção. É inevitável que entre as centenas de discos lançados no Brasil este ano haja uma enorme quantidade de material irrelevante, genérico, sem graça ou simplesmente ruim. Mas também impressiona a enorme quantidade de discos que são pelo menos bons – consigo citar quase uma centena sem me esforçar demais – e que foram feitos por artistas jovens, ainda buscando seu lugar no cenário, o que apenas é uma tradução desta que talvez seja a geração mais rica da música brasileira. A quantidade de produção – reflexo da qualidade das novas tecnologias tanto para gravação e divulgação dos trabalhos – não é mais meramente quantitativa. O salto de qualidade aos poucos vem acompanhando a curva de ascensão dos números de produção.

Outro diferencial desta nova geração é sua transversalidade. São músicos, compositores, intérpretes e produtores que atravessam diferentes gêneros, colaboram entre si, dialogam, trocam experiências. Não é apenas uma cena local, um encontro geográfico num bar, numa garagem, numa casa noturna, num apartamento. É uma troca constante de informações e ideias que, graças à internet, transforma os bastidores da vida de cada um em um imenso reality show divulgado pelas redes sociais, em clipes feitos para web, registros amadores de shows, MP3 inéditos, discussões e textões posts dos outros.

A lista de melhores discos que acompanha este texto não é, de forma alguma, uma lista definitiva, mesmo porque ela passa pelo meu recorte editorial, humano, que contempla uma série de fatores e dispensa outros. Qualquer outro observador da produção nacional pode criar uma lista de discos tão importantes e variada quanto estes 25 que separei no meu recorte. Dezenas de ótimos discos ficaram de fora, fora artistas que não chegaram a lançar discos de fato – e sim existem na internet apenas pelo registros dos outros de seus próprios trabalhos. E em qualquer recorte feito é inevitável perceber a teia de contatos e referências pessoais que todo artista cria hoje em dia. Poucos trabalham sozinhos ou num núcleo muito fechado. A maioria abre sua obra em movimento para parcerias, colaborações, participações especiais, duetos, jam sessions.

E não é uma panelinha. Não são poucos amigos que se conhecem faz tempo e podem se dar ao luxo de fazer isso por serem bem nascidos. É gente que vem de todos os extratos sociais e luta ferrenhamente para sobreviver fazendo apenas música. Gente que conhece cada vez mais gente que está do seu lado – e quer materializar essa aliança num palco, numa faixa, num mesmo momento. Esse é o diferencial desta geração: ela vai lá e faz.

Desligue o rádio e a TV para procurar o que há de melhor na música brasileira deste ano.

Ava Rocha – Ava Patrya Yndia Yracema
BNegão e os Seletores de Frequência – TransmutAção
Barbara Eugênia – Frou Frou
Bixiga 70 – III
Boogarins – Manual ou Guia Prático de Livre Dissolução de Sonhos
Cidadão Instigado – Fortaleza
Diogo Strauss – Spectrum
Elza Soares – Mulher do Fim do Mundo
Emicida – Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
Guizado – O Vôo do Dragão
Ian Ramil – Derivacivilização
Instituto – Violar
Juçara Marçal & Cadu Tenório – Anganga
Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thomas Harres – Abismu
Karina Buhr – Selvática
Letuce – Estilhaça
Mariana Aydar – Pedaço Duma Asa
Negro Leo – Niños Heroes
Passo Torto e Ná Ozzeti – Thiago França
Rodrigo Campos – Conversas com Toshiro
Rodrigo Ogi – Rá!
Siba – De Baile Solto
Space Charanga – R.A.N.
Supercordas – A Terceira Terra
Tulipa Ruiz – Dancê

As 75 melhores músicas de 2015: 1) Siba – “Marcha Macia”

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“Acorda amigo…”

Os 75 melhores discos de 2015: 4) Siba – De Baile Solto

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Protesto raiz.

Vida Fodona #518: Vida Fodona de amigo oculto

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Tirei a Carol no amigo oculto da firma e ela levou esse Vida Fodona de presente.

Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Pra Te Atazanar”
Ryan Adams – “Style”
Grimes – “Flesh Without Blood”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Kendrick Lamar – “Alright”
Instituto + Karol Conká + Tulipa Ruiz – “Mais Carne”
Chairlift – “Ch-Ching”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan- “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Hot Chip – “Started Right (Joe Goddard Disco Remix)”
Tame Impala – “Let It Happen (Soulwax Remix)”
Mano Brown + Naldo Benny – “Benny & Brown”
Emicida – “Salve Black (Estilo Livre)”
Diogo Strausz – “Narcissus”
Elza Soares – “Pra Fuder”
BNegão + Os Seletores de Frequência – “Giratória (Sua Direção)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Deerhunter – “Snakeskin”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Anitta – “Bang!”
Will Butler – “Anna”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Toro y Moi – “Empty Nesters”
Supercordas – “Sinédoque, Mulher”
Siba – “Mel Tamarindo”
Cidadão Instigado – “Land of Light”
Ava Rocha – “Transeunte Coração”
Boogarins – “Mario de Andrade/Selvagem”
Yumi Zouma – “Second Wave”
Letuce – “Mergulhei de Máscara”
Anelis Assumpção + Amigos Imaginários – “Eu Gosto Assim (Dub Version)”

Vamos?

Vida Fodona #517: Ainda não tô em clima de retrospectiva

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Vamos lá que ainda tem muito 2015 pela frente….

Drake – “Hotline Bling (Instrumental)”
Mopho – “A Carta”
Erasmo Carlos – “Grilos”
Gorillaz – “Empire Ants (Miami Horror Remix)”
Kendrick Lamar – “The Blacker the Berry”
Wire – “Keep Exhaling”
Spoon – “Rainy Taxi”
Elza Soares – “Maria da Vila Matilde”
Rodrigo Ogi – “7 Cords”
Diogo Strausz – “Não Deixe de Alimentar”
Lana Del Rey – “High by the Beach”
Carly Rae Jepsen – “Run Away With Me”
Ryan Adams – “Style”
Siba – “O Inimigo Dorme”
Tulipa Ruiz – “Oldboy”
Wilco – “Pickled Ginger”

Vamo lá.