TV Serge Gainsbourg – Parte 4

O desdobramento da fase “Baby Pop”, inaugurada com France Gall, fez com que Serge Gainsbourg funcionasse como um cavalo de Tróia sofisticado para o pop descartável francês. À medida em que seus hits ganhavam o topo das paradas na França, artistas diferentes – e de fora de seu país – começavam a lhe pedir canções. E aos poucos ele começa a diluir a trivialidade de suas canções ingênuas de duplo sentido com os trocadilhos sonoros e jogos de cena de suas composições do período adulto. Um bom ensaio para uma aparição que viria a seguir…


Petula Clark – “O O Sheriff”


Dominique Walter – “Les petits boudins”


Dalida & Serge Gainsbourg : “Rues de mon Paris”


Minouche Barelli – “Boum-badaboum”


Serge Gainsbourg & Anna Karina – “Ne dis rien”


Marianne Faithfull – “Hier ou demain”


Françoise Hardy – “Comment Te Dire Adieu”

Gainsbourg, Godard

Mais um mashup pra hoje – a música é “Torrey Canyon”, do Serge, e o filme é o Bande A Part, do Jean-Luc.

TV Serge Gainsbourg – Parte 3


France Gall – “Poupée de cire poupée de son”

A principal guinada na carreira musical de Serge Gainsbourg aconteceu em 1965, depois que ele assumiu que o pop em inglês que vinha dominando as paradas de sucesso de seu país não era seu inimigo e sim seu bilhete para o sucesso nacional. Resolveu que iria entrar de cabeça naquele novo mercado na França e se viu concorrendo no programa Eurovision, o show de calouros europeu que, vez por outra, revela algum talento de fato (como dez anos mais tarde aconteceria com o Abba). Compôs “Poupée de Cire, Poupée de Son” para ser cantada pela adolescente (recém-completos dezoito aninhos) France Gall. A música não só ganhou o concurso como deu início tanto à transformação de Serge Gainsbourg num Phil Spector tarado por meninas mais novas como à parceria de France com Serge, que durou tempo o suficiente para estabelecer a carreira de ambos na França.


France Gall – “Nous ne sommes pas des anges”


France Gall – “Laisse Tomber Les Filles”


France Gall – “Baby Pop”


France Gall – “Teenie Weenie Boppie”


France Gall – “N’écoute pas les idoles”

Desde a faixa campeã, Serge já mostrava que sabia onde estava pisando e que não iria disfarçar – seu título pode ser traduzido tanto como “Boneca de Cera, Boneca de Estopa” quanto como “Boneca de Cera, Boneca de Som”, numa clara referência ao fato do talento da cantora ser manipulado pelo compositor da canção. A partir daí, Serge passa a compor alucinadamente não apenas para France Gall, mas para toda uma geração de jovens intérpretes (de preferência, mulheres; de preferências, bem jovens), criando praticamente seu próprio gênero, o “Baby Pop”. Assim, conseguiu se estabelecer como um popstar em seu país.


Serge Gainsbourg & France Gall- “Pauvre Lola”

Esperto, aos poucos vai se inserindo na paisagem, em duetos que aos poucos vão revelando uma personalidade sendo construída ao vivo. É quando ele, aos poucos, vai deixando de cantar para apenas tornar sua voz mais falada, assume-se como de uma geração mais velha que a de seus ouvintes e faz com que toda ironia discreta de suas letras torne-se explícita.


Serge Gainsbourg & France Gall- “Denis De Lait Denis De Loup” / “Les Sucettes” / “Marilu”


Serge Gainsbourg & France Gall- “Les Sucettes”

O auge da parceria dos dois acontece com a faixa “Les Sucettes” (“Os pirulitos”) cujo hoje óbvio duplo sentido da faixa (açucarado por versos que falam de gostar de sentir o doce escorrendo pela garganta) só foi percebido por France quando a faixa já estava vendendo rios de discos. Os dois romperam a relação por um tempo, mas logo voltaram a trabalhar juntos. Menos, porque à medida em que a década entrava em sua segunda metade, Gainsbourg foi sendo atraído para outros patamares…


France Gall – “Les Sucettes”

Carregadores de piano no supermercado

Procurando pelo Gainsbourg, encontrei esse plano-seqüência do diretor Bertrand Conard, ao som do “Le Charleston des Déménageurs de Pianos”, do Serge.

TV Serge Gainsbourg – Parte 2

Ao contrário de toda sua geração do início dos anos 60, que teve uma reação contrária à chegada do rock inglês e americano à França, Serge Gainsbourg se interessou pela novidade. A princípio a usava quase como paródia, tocando o novo som como se fosse uma variação elétrica de um ritmo caribenho ou africano, como uma espécie de exotismo tribal. E aos poucos foi percebendo que o rock permitia o uso de ruídos, trocadilhos e aliterações que tornavam sua poesia ainda mais melódica. Nas faixas abaixo ele aos poucos vai reconhecendo a influência daquela música estrangeira e percebendo que em vez de tomar o espaço da música francesa, ela poderia ser o veículo para levar a música francesa para o resto do mundo. Mas logo viria a ruptura definitiva, que selaria o destino e a carreira de Serge Gainsbourg como uma versão irônica e autodepreciadora do que se esperaria de um playboy, uma espécie de bon vivant existencialista.


Serge Gainsbourg – “Le Poinçonneur des Lilas”


Serge Gainsbourg – “Le Claqueur de Doigts”


Serge Gainsbourg – “Le temps des yoyos”


Serge Gainsbourg – “Negative Blues”


Serge Gainsbourg – “L’Appareil a Sous”

L’Imperial Gainsbourg

O Danilo e o Marcio compilaram as versões originais das faixas apresentadas no espetáculo Gainsbourg Imperial. Só não acharam “Les Chemins du Katmandu” e “Insoluble”. Se alguém achar, dizaê.

TV Serge Gainsbourg – Parte 1

Está entrando no ar a TV Serge Gainsbourg – um apanhado de vídeos do YouTube com o cara que eu fiz enquanto afundava em sua obra. Na primeira parte, seguem seus primeiros hits. Pianista de formação clássica, Serge – que se chamava Lucien Ginsburg, originalmente – queria ser artista plástico. Mas como o pai, pianista da noite, começou a receber muitas propostas de trabalho, passou algumas para o filho que, aos poucos, foi entrando no mundo da composição e interpretação. Esses primeiros vídeos são de sua fase inicial, quando ainda compunha sob a influência da canção tradicional francesa, antes de ser atingido pelo raio da música pop, que mudou completamente sua carreira e a percepção de seu trabalho junto ao público. Na época dos vídeos abaixo, Serge era apenas mais um nome promissor da cena da margem esquerda do Rio Sena, um grupo de artistas e intelectuais que freqüentava clubes e cafés até altas horas e que, ocasionalmente, lançava discos e tocava na TV ou no rádio. Algumas músicas (mais no final) foram compostas depois de seu contato com o pop, mas ainda refletem a importância que este tipo de canção tinha em sua composição. Nada de choque, de afrontas ou escândalos – a obra de Serge ainda era comportada e, no máximo, cogitava expressões de duplo sentido. No primeiro vídeo, Juliette Greco, um dos principais nomes desta cena, canta a primeira música de Gainsbourg a ter repercussão fora desse métier.


Juliette Greco – “Les Amours Perdues”


Serge Gainsbourg – “Le poinçonneur des Lilas”


Serge Gainsbourg – “La Nuit d’Octobre”


Serge Gainsbourg – “Adieu Créature”


Serge Gainsbourg – “Du Jazz dans le Ravin”


Serge Gainsbourg – “La Chanson de Prévert”


Serge Gainsbourg – “Ce Mortel Ennui”


Serge Gainsbourg – “L’Alcool”


Serge Gainsbourg – “Elaeudanla Teïtéïa”


Serge Gainsbourg – “La Javanaise”

Vida Fodona #178: Serge Gainsbourg (Parte 1)

Vamos começar nossa viagem ao mundo de Serge Gainsbourg pela parte formal e clássica de sua carreira, quando ele ainda não tinha assumido sua personalidade de bon vivant autodestruição.

Serge Gainsbourg – “Le Poinçonneur des Lilas”
Serge Gainsbourg – “La Femme des uns Sous le Corps des Autres”
Serge Gainsbourg – “Jeunes Femmes et Vieux Messieurs”
Serge Gainsbourg – “Charleston des Déménageurs de Piano”
Serge Gainsbourg – “L’Eau à la Bouche”
Serge Gainsbourg – “Cha cha cha du Loup”
Serge Gainsbourg – “Ce Mortel Ennui”
Serge Gainsbourg – “La Chanson de Prévert”
Serge Gainsbourg – “Black Trombone”
Serge Gainsbourg – “Le Rock de Nerval”
Serge Gainsbourg – “Baudelaire”
Serge Gainsbourg – “Intoxicated Man”
Serge Gainsbourg – “La Javanaise”
Serge Gainsbourg – “Les Cigarillos”
Serge Gainsbourg – “Requiem pour un Twister”
Serge Gainsbourg – “L’Appareil a Sous”
Serge Gainsbourg – “Chez Les Ye-yé”
Serge Gainsbourg – “Negative Blues”
Serge Gainsbourg – “Elaeudanla Teiteia”
Serge Gainsbourg – “No No Thanks No”
Serge Gainsbourg – “Quand mon 6’35 Me Fait les Yeux Doux”
Serge Gainsbourg – “Les Sambassadeurs”
Serge Gainsbourg – “Joanna”
Serge Gainsbourg – “Pauvre Lola”
Serge Gainsbourg – “New York USA”
Serge Gainsbourg – “Machin Choses”

On y va?

Gainsbourg, Gainsbourg…

Você acertou: o show da Orquestra apertou o gatilho da obsessão e cá estou em meio de mais uma, dividindo com vocês, como sempre. Sempre acompanhei de perto a obra de Serge Gainsbourg e seus discos sempre apareceram em momentos estranhos ou inusitados – fazendo sentido à própria figura que Serge projetou para a posteridade. Apreciador não-linear, fui montar os pedaços que conhecia da biografia do sujeito graças à biografia escrita por Sylvie Simmons, editada no Brasil pela Barracuda. Um Punhado de Gitanes reconhece, de cara, não ser uma biografia definitiva, mas uma introdução à obra e à vida de uma figura sem par na história do século passado.

Serge era, ao mesmo tempo, o maior sabotador e o grande conservador da cultura francesa, reinventando-a para a era da música pop cantada em inglês. Serge é uma espécie de Bob Dylan influenciado por James Brown, ao piano; ou um Phil Spector que, quando sai dos bastidores, vira um Bowie 100% irônico; os Sex Pistols e Malcolm McLaren na mesma pessoa; um Chico Buarque cafajeste e politicamente incorreto. Qualquer paralelo é falho: Gainsbourg era um provocador profissional e um conservador ferrenho, maníaco por controle e pela própria família, obcecado com a própria imagem à ponto de reinventá-la a cada dois ou três anos. Cantor, compositor, cineasta, fotógrafo, celebridade e diretor de arte da própria vida, ele é o autor da música francesa mais conhecida do mundo (“Je T’Aime… Moi Non Plus”), além de emplacar dezenas de hits nas paradas de sucesso de seu país. Era uma máquina de composição no ritmo da Motown, mas com um requinte essencialmente europeu e, sua maior contribuição lírica, apegado à sonoridade de seu idioma. Misturando o francês com onomatopéias, costurando aliterações e jogos de duplo sentido com o som e o sentido das palavras, as letras de sua música sequer precisam de melodia para tornarem-se canções. Una-as a uma herança musical de berço que deu-lhe a formação mais clássica que um pianista noturno poderia ter, e aí está Serge Gainsbourg, que ainda temperava a própria imagem pública como um sujeito insuportável, um bêbado que não parava de fumar um segundo, sempre cercado de mulheres lindíssimas e metido em polêmicas absurdas. E, mesmo assim, mesmo sendo uma celebridade intragável – uma espécie de Pedro de Lara com estilo -, um ídolo pop para várias gerações e uma persona non grata que ridicularizou até o hino da França num reggae gravado com a dupla Sly & Robbie, Serge é tratado em seu país como uma instituição nacional.

A minha trip pelo sujeito começou com a resenha do show da Orquestra Imperial e seguiu na primeira parte de um especial no Vida Fodona. Como disse no programa, não sei se o próximo VF vai ser dedicado ao sujeito ou intercalo com um programa tradicional, mas certamente a parte 2 vem em seguida. Além dos podcasts, resolvi compartilhar alguns pérolas que me acompanharam nessa viagem, caçadas no YouTube. São seções de vídeos – shows, clipes e programas de TV – que contam as diferentes fases da carreira de Serge. Não vou entrar em muito mais detalhes em sua vida e carreira em texto – vou deixar pra falar disso no Vida Fodona e ligar a TV Serge Gainsbourg por uma semana ou duas (vai saber). E os 4:20 também vão na onda – e serão temáticos sobre a França até essa brincadeira acabar.

E se você não sabe falar francês, não liga. Eu também não sei.

Gainsbourg Imperial

Sesc Pinheiros @ São Paulo
3 de setembro de 2009


Orquestra Imperial – “Commment te Dire Adieu”

Confesso que minha expectativa ficou entre a empolgação e o pé-atrás. O primeiro sentimento, claro, vinha da simples notícia que um dos principais colaboradores de Serge Gainsbourg, o maestro Jean-Claude Vannier, conduziria a Orquestra Imperial rumo a um mergulho na obra do maior nome da música pop francesa, escudado por ninguém menos que Caetano Veloso e Jane Birkin, musa maior de Serge. Por outro lado, o risco de carnavalização de uma obra cuja esculhambação era milimetricamente calculada existia e a possibilidade de esquentar, na marra, um autor essencialmente cool me fazia ter alguma ressalva em relação ao espetáculo.

Minha desconfiança já vinha se aquietando à medida que as primeiras matérias sobre o encontro saíram: falavam de um Vannier mão-de-ferro, que pensou que a Orquestra Imperial fosse uma orquestra de fato e que não gostava de brincadeiras nos ensaios. Um almoço com uma amiga no dia da estréia me pôs na mesma mesa de um dos envolvidos com o evento que, além de umas piadas de bastidor, ainda deu uma prévia do que esperar da noite.

E o ar que Vannier impôs sobre a Orquestra encaixou-se perfeitamente ao clima austero do teatro do Sesc Pinheiros. Sentados e paramentados como uma big band, o grupo funcionou como um relógio e os arranjos tensos e complexos apresentaram pouco espaço para o improviso. O ar de sobriedade era dado pelo próprio maestro, sentado ao piano de cauda à esquerda e revezando-se em teclados elétricos vintage, que conduzia a orquestra e chamava os vocalistas ao palco com o desprezo natural da língua francesa.

Assistimos a um show de precisão e sofisiticação, mas, principalmente, de conjunto – e aí o mérito recai sobre Vannier. Ele deu à Orquestra ares europeus inimagináveis e seus músicos e vocalistas gostaram de como foram vestidos. Nas primeiras músicas, era possível notar algum nervosismo nos cantores – ainda inseguros como o francês, com os primeiros minutos da apresentação e com o clima da noite -, que logo se dissipou: Moreno Veloso soou meio caricato no início de “Comic Strip”, logo envolto pelas onomatopéias estridentes da Bardot encarnada por Thalma de Freitas; em seguida a própria Thalma – novamente Bardot – titubeou um pouco em “Contact”, mas era natural do início do show.

A tensão ficou para trás quando Nina Becker vestiu-se de Rita Lee para encarnar a Françoise Hardy de “L’Amour en Privé” escudada de um Nelson Jacobina posando de guitar hero tropicalista. A partir daí já era possível ver os sorrisos entre os músicos da Orquestra e a sutil descontração do maestro. Thalma voltou para mais uma de Hardy (“Commment te Dire Adieu”) e para posar de Jane Birkin para Vannier, que assumiu os vocais de duas músicas (“Ballade de Melody Nelson” e “Ah Melody”) do disco central de Serge, Histoire de Melody Nelson. Mais uma com Thalma (“Insoluble”) e a Orquestra entra em mais uma faixa instrumental tirada de uma trilha sonora composta por Gainsbourg. A primeira – “Les Chemins de Katmandu” – abrira o show e agora era a vez de “Slogan”. Mais tarde viriam a roqueira “Cannabis” e a delicada “Théme 504”, com o vibrafone tocado por Kassin. E por mais que os intérpretes tenham brilhado em seus momentos solo, aí estava o grande trunfo do show. O corpo instrumental que a Orquestra Imperial se tornou nas mãos de Vannier tinha tanto parentesco com a obra de Gainsbourg como da fluência da própria orquestra por estilos diferentes – do jazz funk à surf music, passando por embalos rítmicos, marchinhas de carnaval, groove pesado, funk brasileiro ou canção francesa. Dava pra ouvir diferentes grupos nos detalhes da Orquestra, um grupo de músicos que se dá ao luxo de ter o melhor baterista da históriia do Brasil – Wilson das Neves – entre seus percussionistas. Mais dois hits – “Bonnie & Clyde” relido por Stephane San Juan e Nina Becker, com a cuíca vocal cantada por Thalma, que logo depois assumiu “Harley Davidson” acompanhada da guitarra de Kassin – e chega a hora dos convidados de luxo.


Jane Birkin e Jean-Claude Vannier – “Fuir le Bonheur de Peur Qu’il Ne Se Sauve”

Jane Birkin entra animada, falante, de jeans e camiseta regata, misturando inglês e francês e esbanjando toda a simpatia do mundo, como se ela pudesse ocultar o fato daquela senhorinha um dia ter sido um monumento à beleza feminina e logo depois engata “Fuir Le Bonheur de Peur Qu’il Ne Se Sauve” acompanhada apenas do piano de Vannier. Caetano entra na música seguinte, tímido e vestido como deve se vestir quando sai pra comer uma pizza (contrastando com os trajes de gala do resto da Orquestra), ele inicia o dueto de “Je Suis Venu Te Dire Que Je M’en Vais” com Jane enquanto ela se encosta nele como se abraçasse um velho namorado. Caetano, a princípio travado – parte da cena? Só ele sabe – logo se entrega ao corpo de Jane e os dois cantam um dos melhores momentos da noite. Caetano segue no mesmo nível e trasforma “Baudellaire” em uma música sua, mudando apenas a velocidade do andamento (incluindo até um trecho do velho samba-canção “Siga” no final da faixa).


Orquestra Imperial e Caetano Veloso – “Baudelaire”

O show termina com a celebração ao redor do disco Percussions, que Gainsbourg gravou com uma banda africana, e, assim, carnavalesco como temia incialmente, mas completamente dentro do contexto da noite (atenção para a caricatura assumida de Domenico em “New York U.S.A.” e na empolgação de Rubinho Jacobina em “Les Sambassadeurs”). A banda se despede com a última música lançada por Serge Gainsbourg, ironicamente batizada de “Requiem pour un Con” (“Réquiem para um Idiota”), em que cada músico vai saindo do palco e batendo continência para Vannier que termina sozinho no palco.

Logo em seguida entra Jane Birkin. Não há mais maestro, nem banda, nem tempo para apresentações ou agradecimentos. Sozinha ao microfone ela canta “La Javannaise”, uma das músicas mais bonitas do período pré-pop de Gainsbourg. Um encerramento perfeito para uma apresentação histórica que uma boa alma conseguiu disponibilizar para download. Assim, a impressão não é só minha.