Thurston Moore e a microfonia no violão

Eu realmente não esperava que o show solo do Thurston Moore fosse tão foda. Fui tanto por motivos afetivos (sou fã do Sonic Youth) como por ter gostado de seu disco solo mais recente, Demolished Thoughts, do ano passado. Já havia sido alertado pelo Mini que ele não estava tocando o single “Benediction” nos shows, uma das músicas mais bonitas do disco novo, e confesso ter lamentado por antecipação a ausência da música. Mas foi só Thurston subir ao palco para mostrar que não iria incursionar apenas pela veia acústica do disco em turnê, apesar de empunhar o violão – elétrico – por quase todo o show. Thurston passou por todo o imaginário de sua banda nativa, indo desde a reverência ao Velvet Underground (impossível dissociar o violino da baixista Samara Lubelski da viola elétrica de John Cale, nos momentos em que a banda ia para as vias de fato) à iconoclastia indie ao transformar “(I Know) It’s Only Rock’n’Roll (But I Like It)” dos Stones em música menor, sem o desprezo fake do original. Brincou com o público, fez piadas infames, se comportou como o pós-adolescente eterno que sempre vai ser, com seus quase dois metros de altura, e mostrou a que veio logo no início do show, quando transformou a segunda parte de “Orchard Street” em uma nuvem de microfonia espessa e sem melodia, apenas o zumbido permanente que prevaleceu por toda a noite, mesmo quando tocava apenas ao violão. Uma noite memorável, como você pode ver nos vídeos abaixo.


Thurston Moore – “Orchard Street”

Ah sim: vale mencionar que a acústica do Cine Jóia melhorou. Um pouco.

 

Como foi a Noite Trabalho Sujo com o DJ Kowalski

O senhor Jesse Marmo – que atende na noite carioca como DJ Kowalski – me ajudou a demolir a pistinha do Alberta na semana passada, sente o drama nas fotos do Leandro Furini, abaixo:

 

1972: um outro 1967

A rapeize do Radiola Urbana está lançando um projeto no mês que vem que joga luz sobre o annus mirabilis de 1972, um ano tão importante quanto 1967 quando o assunto é lançamento de discos clássicos. E assim, a partir do dia 12 de maio (quando o projeto Radiola Urbana 1972 estreia com o Bruno Morais cantando Sonhos e Memórias, do Erasmo Carlos), o site realiza uma série de shows sempre no segundo sábado do mês até o outubro, no Centro Cultural da Juventude, na Vila Nova Cachoerinha, sempre de graça. Além do Erasmo via Bruno, ainda haverá shows com Romulo Fróes tocando o Transa, Rodrigo Campos refazendo o Superfly, de Curtis Mayfield, e os Rockers Control junto com o Curumin fazendo a trilha sonora de The Harder They Come, além de uma série de programas sobre a importância do ano que batiza o festival. Mais informações na Radiola mesmo.

Hoje no Prata da Casa: Rosie & Me

No Prata da Casa desta terça-feira, teremos o grupo Rosie & Me, de Curitiba, que acabou de chegar de uma turnê pelos EUA. O show é gratuito e começa às 21h, com distribuição dos ingressos a partir das 20h. Vamo lá? Abaixo o texto que escrevi para a programação do Prata.

A primeira geração digital da música brasileira começou a aparecer no meio da década passada, quando a rede social MySpace ganhava adeptos entre os novos artistas no mundo. Assim, ao mesmo tempo em que o resto do planeta viu aparecer nomes como Arctic Monkeys e Lily Allen, por aqui artistas como Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê também aproveitavam o sucesso online para expandir suas carreiras para o exterior. O Rosie & Me é o caçula dessa safra de novos artistas e, capitaneado pela curitibana Roseanne Machado, e talvez seja o último artista brasileiro a usar o MySpace como plataforma antes da queda da rede social, que perdeu espaço para outros players digitais, como Bandcamp e Soundcloud. Folk filtrado pelo indie pop e cantado em inglês, o Rosie & Me deixou de ser uma dupla para virar uma banda que, aos poucos, vem conseguindo espaço fora daqui – e lança seu primeiro álbum, Arrow of My Ways, logo depois de participar do festival SXSW, em Austin, nos EUA.

Noites Trabalho Sujo no Vivo Open Air

E hoje é dia de assistir a um filme ao ar livre, na maior tela de cinema do mundo, e depois se esbaldar na primeira incursão das Noites Trabalho Sujo para além das portas do Alberta. E para tocar na festa do Vivo Open Air de hoje chamei só gente fina – e que você já conhece bem se um dia se aventurou por alguma das minhas festa: Flávia Durante, Luiz Pattoli e as SRY (Giuliana Viscardi e Renata Chebel) me ajudam a incendiar a pista depois do filme Sete Dias com Marilyn, único título do festival que nunca foi exibido no Brasil. As coordenadas para a noite deste sábado podem ser encontradas no site oficial do evento. A noite promete!

Noites Trabalho Sujo apresenta Kowalski

É a vez de chamar o grande DJ Kowalski, alias de pista do compadre Jesse Marmo, para esquentar a festa mais quente da sexta-feira paulistana, direto de Niterói. Jesse é conhecido na noite carioca por quebrar tudo quando o assunto é pop deslavado, mas sem esquecer de hits do rock, indie rock, música brasileira e dance music em geral. Você já conhece o riscado, não? Basta ver no site do Alberta e ou na página do evento no Facebook. Para mandar nome para a lista, é só enviar um email para o noitestrabalhosujo@gmail.com, até às 20h. A noite promete!

O carro voador em 2012

Caceta…

Noites Trabalho Sujo apresenta Anorak

Hoje é um dia de alto nível na melhor sexta-feira de São Paulo, pois recebo o dono do blog mais fino dOEsquema – Claudio Silvano, do Anorak – comanda a ambiência da noite ao meu lado, confrontando finesse e baixão calão na mesma pista de dança. Já sabe o caminho das pedras, né? Ou passa no site do Alberta e ou na página do evento no Facebook. E quem quiser mandar nome pra lista de desconto é só enviar para o email para o noitestrabalhosujo@gmail.com, até às 20h. Vamos se acabar!

Hoje no Prata da Casa: Elma

Hoje é dia de música pesada no Prata da Casa, que recebe o Elma, que está às vésperas de lançar seu primeiro disco. Abaixo, o texto que escrevi sobre eles para o projeto:

O Elma é uma banda de metal. Mas esqueça todos os estereótipos do gênero: os cabelos compridos, as camisetas pretas, as munhequeiras com tachinhas, o gesto corna (punho fechado com mindinho e indicadores erguidos), as línguas de fora, o pé no retorno e a língua de fora. Estamos falando apenas da sonoridade pura e simples do gênero quarentão, reduzida ao ruído básico e primal da genealogia que começa no Black Sabbath e atinge a maturidade no Metallica, mas atravessada pelo ruído do underground norte-americano da virada dos anos 1980 para os 1990, que une bandas do calibre de Fugazi, Sonic Youth, Melvins, Big Black, Black Flag, Jesus Lizard e Helmet. E sem falar uma palavra: essencialmente instrumental, o quarteto paulistano-uberabense atravessa paredes de ruído e microfonia em riffs colossais, sempre amparados por uma cozinha industrial, precisa e eficaz. Com quase dez anos de estrada, o grupo finalmente lançará seu primeiro álbum em 2012, tanto em vinil quanto no formato digital.

ANALÓGICODIGITAL na MADRUGADA DA PAIXÃO

Só quem foi na MADRUGADA DA PAIXÃO – também conhecida como a quinta edição da melhor festa de São Paulo, a ANALÓGICODIGITAL – tem noção do que foram aquelas horas. Ou não… Olha as fotos do Leandro Furini aí embaixo: