As 50 melhores músicas de 2008: 35) Sam Sparro – "Black & Gold"

2008 reacendeu a disco music como um estilo de música sofisticado, suave, cool e emotivo, sem a felicidade histérica ou groove pesado de suas origens. A recente nu-disco toma para si o rótulo que um dia já abrangeu Jamiroquai e Brand New Heavies separando a musicalidade refinada com o tom robótico e europeu continental ao chamar para si a finesse da pista de dança, que um dia era exclusiva da house music. É aí que se encaixa o hit de Sam Sparro – “Black & Gold” é, ao mesmo tempo tempo, chique e escorregadia, posuda e quente, séria e sexy – como poucos tentaram durante o ano.


35) Sam Sparro – “Black & Gold

Os 50 melhores discos de 2008: 35) Killers – Day & Age

“Meu respeito à graça e à virtude/ Minhas condolências ao bem/ Mande lembranças à alma e ao romance/ Eles sempre fizeram o melhor que puderam/ E adeus devoção/ Você me ensinou tudo que sei/ Despeça-se/ Deseje-me bem/ Você tem que me deixar”. Tá ali, no meio de “Human”, a declaração de que os Killers são outra banda. Day & Age é praticamente um renascimento do grupo de Las Vegas, que deixa para trás a pompa e a circunstância do rock de arena para abraçar o pop radiofônico e a pista de dança (características já presentes na discografia da banda, mas levadas ao extremo). O olhar, no entanto, ainda é majestático e grandiloqüente, embora, como o próprio Brandon Flowers sublinha, toda fleuma e sensação de auto-importância tenha saído de cena. Agora o Killers é uma banda que contempla a vida mundana, olhando tudo de cima para baixo não mais com empáfia, mas com pena, como o alienígena de “Spaceman”. Alinhando-se a um cânone que é mais chegado à canção pop e ao piano do que ao refrão e o riff, de artistas como David Bowie, Pet Shop Boys, Spandau Ballet, Tears for Fears, Soft Cell, George Michael, Human League e Pulp. Ao trocar a estética do Queen pela do Duran Duran, o Killers fez seu disco mais consistente e divertido, ainda que melancólico e pensativo.

35) Killers – Day & Age

Killers – “Spaceman

Os 50 melhores discos de 2008: 36) Studio – Yearbook 2

Uma das melhores coisas da nova cena sueca do início deste século, a dupla Studio, formada por Dan Lissvik e Rasmus Hägg, abriu mão de compor suas próprias músicas esse ano para retrabalhar obras alheias – e assim visitam Kylie Minogue, A Mountain of One, Shout Out Louds, Love is All, entre outros. E por cima de canções de naturezas diversas, vão carburando sua suave e densa mescla de dub, disco music suave, house sutil, muita percussão, instrumentos acústicos e som ambiente, deixando sua assinatura musical impregnada em toda atmosfera do disco. Coisa fina.

36) Studio – Yearbook 2


Love Is All – “Turn The Radio Off (Studio Remix)”

As 50 melhores músicas de 2008: 36) Kills – "Cheap and Cheerful"

A música-chave do novo disco dos Kills, Midnight Boom, já vale por toda sua carreira. “Cheap and Cheerful” é um chega pra lá no roquinho fuleiro que se passa por punk nos anos 00, que transforma a guitarra em elemento de percussão, enfatizando a divisão de forças entre o ritmo primitivo e o escárnio primitivista que a vocalista americana VV resmunga sobre a chatice que é ser normal. “Tudo bem ser mal”, resume o espírito de uma música que é tão perigosa quanto divertida – elementos básicos para isso que chamamos de rock’n’roll. Fora o fato de servir para remixes fodaços.


36) Kills – “Cheap and Cheerful

Leitura Aleatória 226


Foto: JF Sebastian

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