Quatro novos blogs nOEsquema: Esquina, Axioma, Entretenedor e Vitralizado

A correria, a pressa, a falta de tempo, a mudança na rotina, a preguiça, a procrastinação… Tudo isso pode servir de desculpa para o fato de eu não ter apresentado os novos blogueiros dOEsquema, que já estão em plena produção (se você freqüenta nossa home, já deve ter reparado). Peço desculpa aos novatos, que já deviam ter sido apresentado há eras, e aos leitores, que trombaram com estes novos blogs sem entender direito o que estava acontecendo. Vamos aos quatro:

A única menina desta leva, a vinda da Tati prOEsquema também foi uma maneira de não perder o contato diário com esta que é um dos grandes talentos do atual jornalismo brasileiro – e uma das pessoas mais fodas que eu conheço. A descobri nos tempos em que trabalhava na Trama, onde foi estagiária da agência de notícias que eu coordenada no projeto Trama Universitário, e acompanhei seu trabalho de conclusão de faculdade tornar-se o livro fundamental que ainda não havia sido escrito sobre a psicodelia brasileira. Chamei-a para trabalhar no Link assim que virei editor do caderno e pilhei-a para ter um blog que logo tornou-se a coluna que leva seu nome no jornal. Esta semana ela tornou-se editora-assistente do Link, mesmo cargo que eu tinha quando entrei no Estadão, e seu Esquina, já com atualizações à toda, mostra um lado mais íntimo e trivial de uma autora que, aos poucos, gabarita-se nos Grandes Temas. É ótimo ser vizinho dela.

Outro novo vizinho que também era colega de Estadão é o Ramon Vitral, mais um talento em ascensão no jornalismo brasileiro – e suas especialidades, como pode-se perceber pela pauta de seu veloz Vitralizado, são quadrinhos, cinema e a extensão área de intersecção entre estas artes irmãs (ou, como ele descreve no subtítulo do blog, “conteúdo aleatório justaposto em sequência deliberada”). Ramon já era leitor e comentarista do Sujo muito antes de sair de sua Juiz de Fora em Minas Gerais rumo a São Paulo, mas só o conheci pessoalmente nos corredores do Limão, quando dividimos algumas pautas no Divirta-se (o caderno de programação cultural do jornal em que Ramon trabalha), como a capa sobre as referências do Super , do J.J. Abrams.

O terceiro integrante da nova turma é velho conhecido dos leitores de blog no Brasil e parceiro de longa data. O jovem mestre Fred Leal também passou pelo Estadão e ficou por quase dois anos no Link e depois de uma temporada por Buenos Aires voltou à sua cidade-natal, a mítica Paracambi no interior do Rio de Janeiro, de onde posta seu Axioma. Fred é um dos capos da Fundação para o Amparo e Bem Estar Psicodélico – a Fubap, onde mantenho o Vida Fodona, e depois de roubar alguns talentos e amigos de seu celeiro de talentos (Babee, Pattoli e Silvano tinham blogs por lá antes de vir para OEsquema) resolvi cooptar o próprio dono do time. Bom estar mais uma vez ao lado de Fred.

O caçula da leva eu só conheci pessoalmente – e brevemente – este ano, mas acompanho de perto o trabalho de Tomás Pinheiro tanto em seu Tumblr original (o Entretenedor, que virou o nome oficial de seu site nOEsquema) quanto suas contribuições para o carioca Party Busters (ele também era, ao lado de mim, do Pattoli e do Bracin, um dos entusiastas das t-girls – quem lembra delas?). Seu faro para a boa música e antena ligada para novidades pop e cabeça na mesma medida tornam seu Entretenedor – sua “chautauqua pessoal”, como descreve – uma visita obrigatória pra quem quer saber quem faz música boa hoje em dia.

Devidamente apresentados, eis nossos novos blogueiros, sejam bem-vindos, sintam-se à vontade e, leitores, tratem-os bem. Eles, no entanto, não serão os últimos a entrar em 2012. Completamos, com o fim deste ano, o primeiro ano de expansão dOEsquema, em que deixamos de ser apenas quatro vozes (eu, Bruno, Arnaldo e Mini, os Founding Fathers deste Novo Mainstream) e nos tornamos um coletivo de indivíduos incríveis. Outros nomes virão até o fim do ano – quando terminaremos nossa fase 2.

E a fase 3 começa em 2013…

Prometheus é um prequel de Alien?

Lembra do Prometheus, filme que o Ridley Scott tá fazendo com o Damon Lindelof? Desde que as primeiras notícias sobre o filme surgiram, tem rolado uma especulação pesada que o filme seria um prequel da saga Alien, que Scott lançou em 1979. A boataria, na verdade, se baseava primeiro, claro, no fato de Scott ser o diretor dos dois filmes. E também pelo fato da forma como o título do filme era apresentado no trailer. Compara o trailer do filme desse ano…

…com o de 1979.

Eis que hoje o próprio Damon twitta o primeiro viral do filme, que é nada menos que um TED (no site do TED) apresentado por um certo Peter Weyland em 2023. Ei-lo:

O sobrenome do megalomaníaco vivido por Guy Pearce é conhecido dos fãs da série – afinal é a empresa Weyland-Yutani que é dona da Nostromo, a trágica nave-palco do primeiro filme. E há ainda a especulação sobre Prometheus explicar o tal do “space jockey” encontrado no filme de 79.

O filme promete! Dica do Ramon.

R. Crumb e OccupyWallStreet

Em entrevista ao Mother Jones:

MJ: I read on your website that one reason for going to France was that you had become disgusted with America. What do you mean by that?
RC: Well, the corporatization of culture. We lived in inland California, the Central Valley, and we witnessed over a period of 20 years of this invasion of shopping malls and corporate businesses and everything, and it lost all of its old character. Any kind of authentic character that it had was rapidly getting lost. The expanding urban development was just horrible to behold.

MJ: Have you been following Occupy Wall Street at all?
RC: Oh yeah, it’s great stuff. I think they should stay there, and persist and persist until they have some effect. I don’t know what effect they can have. I was thinking about it last night, I was laying in bed, thinking, “Can this thing have any effect on the wealthy establishment?” They’re so entrenched, they’re so powerful. I don’t know if they even care that people go there and demonstrate. What will it take, an armed revolution? That’s violent, and I’m kind of against violence. Violence begets violence, and then you get leaders who are violent men. And you don’t want that. You don’t want some Stalin in there as your left-wing leader. But it’s a great thing to see. I kinda thought that the American youth were very complacent and indifferent about all that, or just didn’t know what to do. But somebody got this thing going.

Mais uma dica do Ramon.

OccupyWallStreet, por Jonathan Demme

O diretor de O Silêncio dos Inocentes e Stop Making Sense passou pelo Zuccotti Park e registrou o que viu:

E disse que seu curta é “um infomercial para o OccupyWallStreet, uma resposta dos cidadãos a algo importante. Não tenho agenda, mas sou entusiasta e apoio isso de forma tão passional, que essa é a minha forma de contribuir“. Via Flavorwire, dica do Ramon.

Super 8, de J.J. Abrams, é tudo o que promete

Escrevi sobre o Super 8, que estreia hoje, na capa do Divirta-se do Estadão. Assinei o especial com o Ramon, ficou massa.

A soma de tudo
Dirigido por J.J. Abrams e produzido por Steven Spielberg, ‘Super 8’ chega hoje (12) aos cinemas e une os diretores mais criativos de duas gerações

Em 1975, Steven Spielberg deixou de ser uma das promessas da nova Hollywood para mudar completamente a história do cinema. Com ‘Tubarão’, ele apostou suas fichas em transformar o cinema numa montanha russa de emoções, com a ajuda de efeitos especiais. É bem provável que o filme tenha sido uma das primeiras grandes epifanias do jovem Jeffrey Jacob Abrams – na época com 9 anos–, que cresceu, como muitos, sob a influência do diretor e criador de universos pop Spielberg.

Tanto que ninguém estranhou quando os dois anunciaram que fariam um projeto juntos – Spielberg produzindo um filme dirigido por Abrams, que hoje assina como J.J. e é, ele mesmo, uma espécie de Spielberg do novo século.

Afinal, como o ídolo, ele deu uma sobrevida a uma indústria à beira do precipício. E se Spielberg havia salvo os estúdios da mesmice, Abrams salvou a TV da fobia em relação à internet.

E, mesmo lançando um trailer escuro e violento no meio do ano passado, a expectativa era que a união dos dois fosse além de alienígenas e tramas conspiratórias. Ao colocar um elenco de pré-adolescentes como protagonistas do novo filme, os dois pareciam dispostos a recuperar a inocência no cinema pop.

E Super 8 faz isso. Acompanhando um grupo de amigos que querem fazer um filme de zumbi na marra (em 1979, usando a câmera que batiza o filme – uma piada sutil com o excesso de tecnologia das produções atuais), J.J. os faz presenciar um acidente de trem espetacular, que liberta um alienígena encarcerado pelo governo. O clima de ‘Cloverfield’ com ‘Contatos Imediatos do Terceiro Grau’ fica em segundo plano à medida em que somos apresentados à rotina de uma pacata cidade norte-americana, que nos remete a clássicos dos anos 80 com o dedo de Spielberg – especialmente à atmosfera brincalhona de ‘Goonies’ e à pureza de ‘E.T. – O Extra-Terrestre’. O filme é uma resposta sutil e sincera para quem ainda duvidava do talento de J.J. Abrams.

Super 8, por Drew Struzan

E o cartaz do Super 8, que foi feito pelo Drew Struzan? Não sabe quem é?

Dica do Ramon.