Prata da Casa: Março de 2012

E esse mês, no Prata da Casa, eu selecionei o Max B.O., o Sambanzo, o Dorgas e a Dona Cila do Coco. Vambora? Terça já tem o Max B.O., com o Opalas de banda de apoio.

Hoje no Prata da Casa: A Banda de Joseph Tourton

Sigo com a minha curadoria do Prata da Casa, no Sesc Pompéia – e o show que encerra o primeiro mês de atividades é com os pernambucanos da Banda de Joseph Tourton. Abaixo segue o texto que escrevi sobre a banda para a programação:

A música instrumental brasileira vem se reinventando depois que uma geração inteira de bandas de rock descobriu que conseguiria se expressar sem necessariamente ter de usar palavras. Essa reivenção, consolidada a partir da virada do século, também acompanhou o momento da segunda fase do mangue beat, quando a cena criada por Chico Science e Fred 04 começou a pesar sobre as novas bandas. É deste cruzamento que surge a Banda de Joseph Tourton, que traz os ângulos não convencionais de bandas como Burro Morto, Hurtmold e Macaco Bong, mas temperados pelo filtro dub característico do Recife, o mesmo que os conecta ao Mombojó e ao produtor Buguinha, e pela presença de duas guitarras pesadas e de sopros lúdicos (flauta e escaleta entoam melodias sobre as ambiências propostas pelo quarteto), mesmo que o flerte instrumental ainda transite pelo jazz, krautrock, funk e, claro, música brasileira.

E na semana que vem, vamos assistir ao lançamento do primeiro disco do Max B.O.!

Cícero no Prata da Casa 2012

Bem foda o show do Cícero terça no Prata da Casa. Ele está prontinho para atingir ainda mais público e apresentou um show com pouquíssimas ressalvas, mas sem ter vergonha do status pop que vem aos poucos atingindo – como, por exemplo, deixar o público terminar algumas músicas de um disco que não tem nem um ano de idade. E é isso mesmo: criando sua própria audiência graças à internet (terminou o show agradecendo “à galera do Twitter e do Facebook”, seu disco Canções de Apartamento ainda não existe fisicamente só teve mil cópias, para se ter idéia), ele levou algumas centenas de pessoas à choperia do Sesc Pompéia – e quase todos sabiam cantar a extensão completa de suas músicas, não apenas o refrão. Caminhando entre o indie rock (exposto principalmente na guitarra de Ricardo Gameiro) e na MPB (Cícero toca violão o tempo todo, acompanhado de perto de Bruno Schulz, seja no piano ou no acordeão), ele desfilou suas canções com orgulho e desenvoltura, pronto para atingir um novo patamar muito em breve. Abaixo, alguns vídeos que fiz do show:


Cícero – “Ensaio Sobre Ela”

 

Hoje no Prata da Casa: Cícero

E o segundo show da minha curadoria do Prata da Casa é com o carioca Cícero, que eu acho que vai crescer bastante durante 2012. Abaixo, o texto que escrevi de apresentação do rapaz:

Ele foi chegando de mansinho, com uma página no Facebook aqui, um clipe no YouTube acolá, MP3 pra download logo em seguida e, quando menos percebeu-se, o carioca Cícero já era um dos principais novos nomes de 2011, mesmo com seu álbum Canções de Apartamento passando longe da auto-afirmação da nova MPB ou da autocelebração do indie rock. A introspecção do título faz o caminho inverso da evolução tropicalista proposta por Caetano Veloso e retoma a bossa nova como gênero carioca – e não brasileiro – recolocando-a numa linha evolutiva que passa pelo rock dos anos 80 e inevitavelmente descamba nos Los Hermanos, provavelmente sua influência mais fácil de ser detectada. Mas por ser de uma geração mais nova que a da banda de Camelo e Amarante, o ex-integrante da banda Alice consegue ir além do conflito MPB-indie que por fim dissolveu o grupo, mas que com Cícero deixa de ser uma tensão para fluir tranquila e placidamente como uma tarde de terça-feira no Rio de Janeiro…

Não custa lembrar que o show acontece na Choperia do Sesc Pompéia e começa às 21h – uma hora depois dos ingressos começarem a ser distribuídos. E se eu fosse você, não perdia esse show, tou com um bom feeling sobre ele… Na terça que vem não tem Prata (é carnaval, o programa vai ser o CARNAVALANALÓGICODIGITAL), mas na outra, dia 28, quem toca são os pernambucanos da Banda de Joseph Tourton.

Ogi no Prata da Casa 2012

Bem foda o primeiro show da temporada 2012 do Prata da Casa. A casa cheia combinou com a lua cheia e Ogi aproveitou a oportunidade para apresentar o trabalho de dos compadres MCs que subiram ao palco com ele (Henrick Fuentes e sua “Chave de Cadeia” e James Ventura com sua “O Rap É Fato”), além de, claro, desfilar suas Crônicas da Cidade Cinza. Filmei uns trechos do show: o video logo abaixo resume o final da noite e os que vêm logo depois têm trechos do começo.

E lembra que semana que vem tem o Cícero, hein!


Ogi – “Noite Fria” / “Talarico” / “A Vaga” / “Profissão Perigo”

 

Hoje no Prata da Casa: Ogi

Hoje começa a minha curadoria do Prata da Casa, no Sesc Pompéia – e o primeiro nome que escolhi foi o Rodrigo Ogi. Abaixo, o texto de apresentação que fiz para o show de hoje.

Os anos 10 têm sido promissores para o rap nacional, principalmente por consolidar carreiras de artistas que há anos “no corre”. Ogi (nascido Rodrigo Hayashi) é desses: lançou-se no grupo Contra Fluxo e já pichava anos antes de começar a rimar – os grafiteiros Osgêmeos fizeram a capa de seu primeiro disco solo justamente por serem conhecidos desde os tempos do pixo -, mas só lançou seu primeiro trabalho solo agora. Crônicas da Cidade Cinza foi festejado desde seu lançamento no primeiro semestre, terminando o ano entre os melhores discos nacionais de 2010. De título auto-explicativo, o disco tece sua narrativa a partir de diferentes pontos de vista sobre São Paulo em faixas curtas e dirigidas como pequenos filmes, de ambiência estudada e rimas que fogem do óbvio. Em Crônicas vivem o nordestino exilado (“Eu Tive um Sonho”), a vítima de violência policial (“Noite Fria”), o motorista da madrugada (“180 por Hora”), o operário (“Corrida de Ratos”), o motoboy (“Profissão Perigo”) e outros personagens comuns ao cotidiano de São Paulo, todos encarnados por Ogi, sempre em primeira pessoa.

Lembrando que o show começa pontualmente às 21h e os ingressos começam a ser distribuídos (é de graça!) às 20h. A chuva passou, vambora! E na semana que vem tem o Cícero.

Na curadoria do Prata da Casa

A primeira novidade de 2012 foi o Vintedoze e a segunda é que o Sesc Pompéia me chamou pra cuidar do Prata da Casa, tradicional noite dedicada a novos artistas brasileiros – que tenham apenas um disco lançado ou menos. A confluência de fatores foi muito feliz: além de eu mesmo já ser público do Prata faz tempo (show de banda nova de graça na Choperia numa terça? Tem coisas que só acontecem em São Paulo…), o palco é um dos meus favoritos, assim como o Sesc Pompéia, que completa 30 anos esse ano, o meu Sesc favorito – que, pra completar, fica exatamente entre o caminho da minha casa pro meu trabalho. Sem contar o fato de que 2012 marca a décima terceira edição do Prata – e 13 é um dos meus números da sorte.

Pra começar bem, em fevereiro, chamei artistas que ainda estão em seu primeiro disco: o rapper paulistano Ogi, o indie-MPB carioca Cícero e o instrumental dA Banda de Joseph Tourton, do Recife. E se você é artista, só tem um disco lançado e quer participar do Prata, não adianta me abordar com o CD ou mandar o link pro meu email: manda seu material pro Sesc que eles me repassam tudo. Terça que vem dou mais detalhes sobre o primeiro show.