O calhamaço de Peter Hook

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Depois de contar a história do Joy Division, é a vez do velho baixista contar a do New Order em mais de 700 páginas – comentei sobre isso lá no meu blog no UOL.

Billy Corgan + Peter Hook

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E aproveitando a notícia que os Smashing Pumpkins vão voltar ao Brasil (alguém ainda aguenta?), olha quem deu uma palhinha no show do Peter Hook em Chicago na sexta passada. Billy Corgan foi conferir o mesmo show que passou aqui pelo Brasil esses dias e, no final, subiu ao palco para cantar “Love Will Tear Us Apart” da primeira banda do mítico baixista. Mas digamos que sua contribuição vocal não acrescentou nada à versão.

A foto saiu do Twitter do Peter Hook.

Como foi o bate-papo com o Peter Hook na Casa do Mancha

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De bermudas e havaianas, o baixista do Joy Division e do New Order chegou à Casa do Mancha depois de tomar umas cervejas no Empanadas, ali na Vila Madalena, quando fui mediador de uma conversa entre e ele e uns trinta fãs, que tiraram a tarde quente de sexta-feira para se espremer num “shitty hole”, com disse o próprio Peter Hook em relação à Casinha. “É de lugares assim que sai a melhor música”, explicou em seguida, dizendo que já havia tocado com suas duas bandas em casas menores e com menos estrutura que lá. Figuraça, Peter Hook aparenta menos que seus quase 60 anos, não mediu palavras para falar de seu passado de glória e desancar o ex-parceiro Bernard Sumner e ficou com os olhos cheios de lágrimas quando foi perguntado sobre a morte do ex-empresário Rob Gretton. O Pablo, que agora tem um blog no UOL, também esteve lá e relatou o encontro. Destaco um trecho:

Apesar do ar seco paulistano, Hook estava se divertindo. Brincou com a tradutora, fez caretas, ignorou uma mensagem da filha no celular e deu um conselho torto sobre como ser bem-sucedido na profissão. “A coisa de se estar num grupo é aprender que você está certo e o mundo todo está errado. Senão você não consegue seguir em frente. O que mais me assusta nesses programas de talentos da TV é que as pessoas vão neles para saber: ‘O que você acha de mim?’ E quando se é um grupo, você apenas diz: ‘Foda-se!’ Se você pergunta para as pessoas o que elas acham de você, e elas não concordam com você, você fica arrasado. Para um grupo se dar bem, tem que ser realmente você contra o resto do mundo.”

“Imagine”, ele finalizou a tese, “o que os jurados do X-Factor diriam se vissem hoje uns caras como Ian Curtis, Ian Brown [do Stone Roses], Shaun Rider [do Happy Mondays]. Oh não!”

Várias pessoas filmaram o bate-papo, se alguém tiver publicado o vídeo, manda aí o link nos comentários. A foto que ilustra esse post é do próprio Pablo, que me mandou por celular com a legenda “kkkkk”.

Dia de bater um papo com o Peter Hook

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O ex-baixista do Joy Division e do New Order Peter Hook toca mais uma vez em São Paulo nessa sexta-feira, na Clash (e o vencedor da promoção do par de ingressos que sorteei no início da semana já foi avisado por email). Mas antes do show de hoje à noite, Hooky bate um papo com fãs na Casa do Mancha, num evento promovido pelo British Council. Fui chamado para mediar o papo, que teve suas inscrições feitas a partir de perguntas enviadas para a organização (veja aqui se você vai participar). A boa é chegar cedo, tipo 13h, para não correr o risco de ficar de fora da Casinha. Nos vemos mais tarde?

Quem quer bater um papo com o Peter Hook?

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“Entre 15 e 20 vezes”, Peter Hook puxa pela memória, ao tentar lembrar-se de quantas vezes veio ao Brasil – seja com o New Order, o Revenge ou simplesmente discotecar. “Parecia bem mais selvagem naquela época”, diz ao lembrar-se dos anos 80, quando vieram pela primeira vez, “mas acho que é porque não estávamos acostumados. Sempre tivemos uma reação maravilhosa do público e tocamos para mais gente do que quando tocamos em casa, o que é estranho, mas não reclamo. Também passamos por alguns apuros, mas o quanto menos se falar sobre isso, melhor.”

O baixista fundador do Joy Division e do New Order vem mais uma vez ao Brasil com sua banda The Light no longevo projeto de tocar toda sua discografia ao vivo: começou com os discos do Joy Division em 2011 e emendou com os dois primeiros discos do New Order no ano passado. Dessa vez ele vem tocar a transição do rock para a música eletrônica, quando o grupo fundou a base para a cena indie dance que nasceu em Manchester no final dos anos 80. Lowlife e Brotherhood são o tema do show que ele apresenta sexta-feira no Clash. No mesmo dia ele bate um papo com fãs na Casa do Mancha, às duas tarde, e eu que vou intermediar essa conversa. Como as vagas são limitadas é preciso inscrever-se para participar da conversa e as instruções estão na página do evento do Facebook.

“Gravar Lowlife foi particularmente bom, pois ainda estávamos curtindo e nos divertindo”, lembra-se Peter, em entrevista por email. “No Brotherhood as coisas começaram a ficar mais fracionadas, especialmente a divisão entre as canções acústicas e eletrônicas. Não tocamos muitas o Brotherhood ao vivo, o que torna delicioso tocá-lo agora, tenho que dizer”. Ele gosta de ser visto como um roqueiro clássico (“mas prefiro o termo lenda viva, em especial na parte viva!”), mas escuta muita música nova, especialmente porque também discoteca. “Atualmente tenho ouvido muito Metronomy, The National, Tinie Tempah, Drake, Asap e Everything Everything.”

Tenho um par de ingressos para o show de sexta. Para concorrer é só dizer qual sua música favorita do New Order de um desses dois discos (Lowlife e Brotherhood) e explicar o porquê – além de deixar seu email para entrar em contato.

Peter Hook ensina o baixo de “Ceremony”, do New Order

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Um músico e seu instrumento.

30 anos sem Ian Curtis

No dia 18 de maio de 1980, Ian Curtis foi encontrado pela esposa pendurado em uma forca na cozinha de sua casa em Manchester, na Inglaterra, depois de assistir ao filme Stroszek, do Herzog, e de ouvir The Idiot, do Iggy Pop. Era líder do Joy Division, uma das primeiras bandas a ativar sua cidade como um dos principais pólos culturais da Inglaterra do século 20 (depois do Joy vieram o Fall, o New Order, o A Certain Ratio, , Durutti Column, o Magazine, os Smiths, a cena acid house, os Stone Roses, os Happy Mondays, os Charlatans e o Oasis). Hoje e amanhã o Peter Hook homenageia o velho amigo com dois shows em que toca a íntegra do primeiro disco do Joy Division, Unknown Pleasures.