Vida Fodona #668: Festa-Solo (17.8.2020)

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Mais uma segunda-feira, mais um Festa Solo – a versão ao vivo do Vida Fodona no twitch.tv/trabalhosujo, às 21h – este foi o da semana passada…

Thiago França – “São Paulo de Noite”
John Coltrane – “Giant Steps”
Douglas Germano – “ISO 9000”
Rodrigo Campos + Kiko Dinucci – “Clareza”
Siba – “Marcha Macia”
Elis Regina – “Bala com Bala”
Trupe Chá de Boldo – “À Lina”
Vovô Bebê – “Êxodo”
Lulina – “N”
Destroyer – “Kaputt”
Glue Trip – “La Edad Del Futuro”
Stephen Malkmus – “Brainwashed”
Angel Olsen – “Whole New Mess”
Joana Queiroz – “Tempo Sem Tempo”
Josyara – “Solidão Civilizada”
John Cale – “I Keep a Close Watch”
Weyes Blood – “Andromeda”
Serge Gainsbourg – “La Ballade De Melody Nelson”
Gilberto Gil + Jorge Ben + Sergio Mendes- “Emoriô”
Elizeth Cardoso – “Eu Bebo Sim”
Erasmo Carlos – “Mané João”
Curumin – “Tudo Bem Malandro”
Felipe Dylon – “Musa do Verão”
Zombies – “Time of the Season”
XTC – “Mayor of Simpleton”
Paul Simon – “You Can Call Me Al”
Yo La Tengo – “Moby Octopad”
PELVs – “Even When the Sun Goes Down (I’ll Surf)”
Alanis Morrissette – “You Oughta Know”
Alanis Morrissette – “Ironic”
Alanis Morrissette – “Hand in My Pocket”
Green Day – “Welcome to Paradise”
Green Day – “Longview”
Pixies – “Winterlong”
Sonic Youth – “Incinerate”
Courtney Barnett + Kurt Vile – “Over Everything”
Crosby, Stills & Nash – “Suite Judy Blue Eyes”
Fleetwood Mac – “Dreams”
Edwyn Collins – “A Girl Like You”

As 10 músicas mais importantes do indie brasileiro para o Mancha

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Neste domingo acontece a segunda edição do festival Fora da Casinha, que o compadre Mancha Leonel – o Mancha, da Casa do Mancha – levanta na raça e na unha, sem patrocínio e reunindo o filé da produção musical brasileira independente. Na edição do ano passado ele bateu na tecla do indie rock brasileiro, crucial em sua formação e na história da casinha. Na edição 2016, ele aponta para o perfil atual do estabelecimmento e seus passos futuros, incluindo ícones do rock independente nacional e novos sabores da atual cena pop brasileira, reunindo dez apresentações (Hurtmold, Jaloo, Mauricio Pereira, Cidadão Instigado, Anelis Assumpção & Dustan Gallas, Luiza Lian, Kiko Dinucci, Maglore, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ventre e Juliana Perdigão) em três palcos a partir das quatro da tarde. Como no ano passado, eu, Luiz e Danilo representamos a SUSSA – Tardes Trabalho Sujo, tocando apenas música independente brasileira na área comum, que conta com área de alimentação, feirinha de publicações independentes, lançamento do livro Cena Musical Paulistana dos Anos 2010, do Thiago Galletta, e exibição do documentário Música ao Lado” sobre as pequenas casas de shows em São Paulo. O evento acontece na Unibes Cultural, do lado do metrô Sumaré (mais informações aqui), e eu pedi pro Mancha escolher as dez músicas do indie brasileiro que foram mais importante em sua formação. Sugiro dar play no vídeo e abaixar o volume para ouvir a música comentada ao fundo da explicação da escolha para cada faixa.

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Bonifrate – “Cantiga da Fumaça”

Pullovers – “Tudo Que Eu Sempre Sonhei”

PELVs – “Even if the sun goes down”

Astromato – “No Macio, No Gostoso”

Bazar Pamplona- “Faixa Bônus”

Thee Butchers Orchestra – “Sugar”

Motormama – “Coração Hardcore”

Wado e o Realismo Fantastico – “Tormenta”

Apanhador Só – “Não Se Precipite”

Superguidis – “Malevolosidade”

Cincos vídeos que definem a PELVs, por Dodô

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Ao contrário do que falei, Dodô não deverá tocar com a PELVs no show desta quarta-feira em São Paulo, mas virá à cidade prestigiar sua banda ao vivo. Descolei três pares de ingressos para quem quiser ver o show deles, que acontece no Da Leoni (o antigo Studio SP da Augusta), nesta quarta. Para faturar, basta responder nos comentários qual é a sua música favorita da banda e porque gostaria de vê-la ao vivo. Aproveitando a vinda de Dodô para São Paulo, também o convidei para discotecar comigo na próxima Noite Trabalho Sujo, e pedi para ele selecionar e comentar cinco vídeos importantes da PELVs. Os vídeos – e as justificativas – seguem abaixo. Fala, Dodô:

 

PELVs em São Paulo na semana que vem!

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Semana que vem a lendária banda indie carioca PELVs volta à ativa para comemorar os 20 anos do LP Peter Greenway’s Surf, um dos marcos iniciais do indie rock brasileiro ao lado do Time Will Burn dos Pin Ups, o You do Second Come e o primeiro disco do Killing Chainsaw – discos que foram marcos basicamente por terem sido os primeiros discos daquele novo gênero musical que haviam conseguido se materializar. A volta da PELVs acontece no Da Leoni (o antigo Studio SP, na Augusta) e além do show em São Paulo, eles também tocam no Rio, na sexta antes do natal, no Solar de Botafogo.

Acompanho a banda desde estas priscas eras: o primeiro show que vi deles, no segundo Juntatribo, em Campinas, em setembro de 1994. Me perguntava, sem acreditar, como é que uma banda carioca com melodias do Pavement e do Teenage Fanclub e guitarras à Jesus & Mary Chain conseguia se encaixar num festival dominado por bandas cheias de testosterona como Os Cervejas, Virna Lisi, Relespública, Planet Hemp, Resist Control, Boi Mamão, Garage Fuzz e os Concreteness. Felizmente a escalação os colocou entre o Killing Chainsaw e a banda brasiliense Oz (a grande banda da geração Raimundos que não aconteceu) e os baianos do Bricando de Deus (outros pioneiros desse tal indie rock). Sou amigo de alguns dos integrantes e do Rodrigo Lariú, o mais perto de um Alan McGee que esta cena indie rock produziu no país, graças a seu heróico selo Midsummer Madness, e a proximidade entre eu a banda levou a PELVs a me convidar para discotecar antes de seu show – maior honra e responsa.

O ex-baterista Dodô há muito não toca com o grupo e irá participar dos shows de dezembro. E, antes de chegar ao primeiro ensaio com uma banda, meteu uma Gopro na testa e saiu em direção ao ensaio. E me disse:

“Bicho, no primeiro ensaio da PELVs em anos (no meu caso, 11), saí do meu apê em Laranjeiras filmando com a Gopro – moro a dois minutos a pé do estúdio que marcaram ensaio) e quando entrei na sala estavam tocando justamente a primeira música do Peter Greenaway’s Surf. Coisa de louco. É sério isso. Aí peguei o vídeo, pus as infos da turnê – tou indo pra Sampa junto, até porque não posso perder teu set, e pumba, tá aqui um teaser da tour.”

Ei-lo:

Vida Fodona #385: O frio tá passando

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Vamos celebrar.

Big Star – “Thirteen”
Glue Trip – “Lucid Dream”
Washed Out – “All I Know”
Arctic Monkeys – “Do I Want to Know?”
PELVs – “Still P.G. (Reggae Version)”
Jagwar Ma – “The Throw”
Strokes – “Tap Out”
MGMT – “Alien Days”
Mayer Hawthorne – “Designer Drug”
Justin Timberlake – “Take Back the Night”
Breakbot + Ruckazoid – “Why?”
Jamie Lidell – “I’m Selfish”
Daft Punk – “Lose Yourself to Dance”
Is Tropical – “Dancing Anymore”
Sebadoh – “Brand New Love”

Vem!

A caixa da PELVs

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E por falar em anos 90, uma das melhores bandas indies brasileiras, a carioca PELVs resolveu comemorar duas décadas de atividade lançando uma caixa digital, dividida em quatro volumes de acordo com os quatro discos lançados preguiçosamente durante sua existência. A caixa será posta para download no site da banda e trará uma série de extras, entre versões alternativas, demos, covers e gravações raras da história da banda.

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Eles descolaram uma música para mostrar aqui no Trabalho Sujo (uma versão manhosa para “Still P.G.“, do disco Pensinsula), mas além desta, logo em seguida seguem as capas de cada volume e quais músicas estão em cada um dos volumes, além do EP virtual que liberaram há pouco, com quatro faixas:

 

De volta a 1994

O Lariú tá resgatando o acervo de clipes do Midsummer Madness e começou com três, esse clássico lo-fi do Cigarrettes aí em cima (que abria a demo Felicia – éramos tão jovens…), outro da PELVs e mais um da banda do Collares. Taí um revival dos anos 90 que vale à pena, mas por motivos estritamente pessoais para os envolvidos…

Os perdedores


Proto-indie-estatal: Propaganda do Banco do Brasil com trilha sonora da PELVs.

O Custódio aproveitou o fim de semana de shows em São Paulo para trazer a banda indie carioca PELVs para apresentar-se na cidade, na sexta. E eu aproveitei a vinda da banda para pedir para um texto sobre a PELVs em 2010 para o Dodô, baterista da banda, e ele aproveitou para contar uma das muitas histórias da mais importante banda indie carioca:

“Derrota, minha derrota; mais valiosa que mil triunfos” – escrevi esse verso pensando na PELVs, banda que ajudei fundar em 1992 para acabar com uma dissidência que havia no grupo Verve, que antecedeu toda essa história, e que envolvia uma vontade de cantar em inglês. Tivesse a Verve sobrevivido, com os integrantes da PELVs, seria a maior banda do rock brasileiro hoje. Não foi. Que bom. Pudemos desfrutar da liberdade dos perdedores, dos que não tem fãs a desapontar, dos que não tem criticos a adular, nem gravadora a orientar.

Como músicos, somos, todos, surfistas frustrados.

Criamos, em 1994, um esporte chamado Loud Surf, em que a condição para pratica-lo era estar bêbado, ser um dia de chuva e ondas grandes. Os piores tombos levavam as melhores pontuações. A revista Fluir, pra nosso desconcerto, levou a sério e fez uma matéria. Como trilha sonora, sugerimos nossos heróis Pixies, Lloyd Cole e Dinosaur Jr. que fazem surf music para dias de chuva. No Loud Surf, quem tomava mais tombo vencia a competição. Quem perdia,ganhava.

PELVs é a única banda ainda viva de uma geração de perdedores consagrados – as bandas que cantavam em inglês, no Brasil, na década de 90. Para mim, a maior e melhor geração do rock brasileiro até hoje. Para mim, chato de galochas, rigoroso pra caramba com isso de ser uma banda brasileira, nós, da PELVs, ganhamos nisso também.

E ganhamos dinheiro quando o Banco do Brasil, em 2008, encasquetou que uma canção que compus para a banda (“Baby of Macon” – depois de minha saida, em 1999, uma composição ou outra minha saía da gaveta e era grava pelos caras) e criou sua campanha nacional de sustentabilidade. Mais uma vez, ouvimos: caras, se vocês cantarem em português vocês serão a maior banda do Brasil. Muito obrigado, mas não.

Ontem liguei para o Gustavo Seabra, único da formação original, único a insistir em trazer novos músicos e nao terminar com a banda, pra saber porque afinal, continuar com ela, fazer mais um show pra 25 pessoas. Ele riu e respondeu: porque eu to pouco me fudendo para a quantidade de pessoas que curte a banda. Nessa hora eu entendi. Perdedores sao os outros.

20 anos de Midsummer Madness

Parabéns, Lariú, por 20 anos de idealismo indie que conseguiu catalizar todo uma produção cultural do Rio de Janeiro e resto do Brasil que, sem o Midsummer Madness, talvez iria para o funk, o hardcore, a música eletrônica, o samba e a MPB de caderno de cultura (até o Globo admitiu – a cena de Lariú nunca teve eco no jornal da cidade além das páginas do Rio Fanzine). Rodrigo comemora as duas décadas na ativa com uma série de shows na sala Funarte, no Rio. A comemoração começou com o show da PELVs na sexta passada (eu esqueci de postar, sacumé, trabalhar no plantão não facilita), mas assim que aparecer um vídeo desse show eu posto aqui. O vídeo acima foi feito pelo Dodô, dias antes do show, que prometia ares históricos.

Cinco vídeos para o meio da semana – 82


Curumin – “Mal Estar Card”


Lily Allen – “Not Fair”


Passion Pit – “The Reeling”


PELVs – “Keep Your Music Away”


Eminem – “We Made You”