Frank Jorge x MGMT

Ficou altos.

The Velvet Underground & Beck

Não acredito que os álbuns irão morrer como a ditadura do single da era MP3 parece antever. Óbvio que não sobreviverão como um pedaço de plástico que toca música envelopado numa cartolina ou numa caixa de plástico ilustrado com uma capa legal. Nos tempos digitais que tornaram obsoletos tudo aquilo que só faz uma coisa que vivemos, é natural que o próprio formato álbum seja cobrado de algo entre a imersão e a interatividade. Algo que antes nos satisfazia – tirar uma tarde para ouvir um disco, ver a capa e folhear o encarte – agora parece muito trivial e limitado para os parâmetros atuais. Hoje o site de um artista faz muito mais as vezes de uma capa de disco, embora o próprio conceito de site torne-se obsoleto em breve. O fato é que a música vai encontrar uma forma de se apresentar envelopada em um conceito – seja visual, temático ou momentâneo.

Beck já vem há algum tempo tentando entender como a música será experimentada no futuro, dando um MP3 aqui, fazendo show com o Flaming Lips como banda de apoio ali, deixando o fã escolher a disposição das imagens na capa do disco (no disco The Information, que repetia a brincadeira da capa recorta-e-cola da Arca de Noé, de Toquinho e Vinícius) mais adiante. Mas com seu Record Club, Beck dá alguns passos para frente.

A brincadeira é simples: ele se tranca no estúdio com uns amigos para recriar, em um dia, um disco clássico escolhido aleatoriamente para ir soltando aos poucos as versões online. É um dia de trabalho que rende semanas e semanas de visitação e linkagem sobre o projeto que, à medida que vai tomando forma, funciona também como uma celebração do formato ameaçado pelo mundo digital. “Record Club” é um trocadilho entre o Clube do Registro – sobre o encontro de um dia de Beck com seus camaradas – com Clube do Disco. E, mais do que uma estratégia online, ele pode crescer e virar um disco de fato, um show, uma turnê. Na pior das hipóteses é uma respeitosa e ousada discografia paralela lançada oficialmente – mais ou menos como os trocentos CDs ao vivo que o Pearl Jam lançou no início da década.

Pra começar, ele preferiu chamar o time de casa. Juntou sua banda de apoio (Joey Waronker, Brian Lebarton, Bram Inscore, Chris Holmes) ao produtor Nigel Godrich (o de OK Computer, você sabe), o ator Giovanni Ribisi e a cantora islandesa Thorunn Magnusdottir para recriar o primeiro disco do Velvet Underground, o clássico banana. O disco finalmente foi consolidado e, como se esperar de uma gravação feita em apenas um dia, tem seus altos e baixos. Magnusdottir até funciona como uma Nico decente, dando a austeridade necessária à “Femme Fatale” e “All Tomorrow’s Parties” e a banda improvisada se comporta bem em versões bucólicas para “Sunday Morning” e “Run Run”. Mas quando tentam soar noise, são terríveis: “Waiting for the Man” e “There She Goes Again” têm guitarras retorcidas por pura idiossincrasia e as jam sessions de “Heroin” e “Venus in Furs” só funcionam como curiosidade mórbida. Os melhores momentos do disco, no entanto, acontecem quando Beck ressalta sua veia country, transformando “Black Angel’s Death Song” numa levada folk interminável, “I’ll Be Your Mirror” e “Europpean Son” em duetos de casal. Vale como experiência, não como produto – e é aí que Beck acerta com seu Record Club. É só uma brincadeira, uma tarde livre, mas ao mesmo tempo é um formato novo, um registro

E ele já está no segundo volume do projeto. Juntou-se ao MGMT, ao Devendra Banhart e à Binki do Little Joy para recriar o primeiro disco de Leonard Cohen (não duvide se o Amarante der as caras por lá). Outro projeto, já gravado, homenageia o único disco (o clássico Oar) de Alexander “Skip” Spence, ex-integrante do Jefferson Airplane e do Moby Grape, gravado ao lado de ninguém menos que o Wilco. E entre os discos já citados como próximos projetos estão um do Ace of Base (?!) e outro do Digital Underground.


Beck – “Black Angel’s Death Song

Vida Fodona #169: Música de tudo quanto é lado

Quase uma hora e meia de som – gente que você com certeza não conhece, salpicada com uns hits mashupados e remixes aqui e ali. Pode vir comigo que não tem erro.

Bag Raiders – “Turbo Love (Flight Facilities ft. Louie Austen Business Class Lounge Version)”
Generationals – “When They Fight They Fight”
Walter Meego – “Forever (Escort Remix – Pete Herbert Edit)”
Twelves – “When You Talk”
Girls Aloud – “Call the Shots”
Knightlife – “Crusader (Radio Edit)”
Joakim – “And Me”
El Grippo – “Who Many DJs”
Linus Loves – “Prom Night (Don Diablo Remix)”
Grafton Primary – “I Can Cook”
Snob Scrilla – “Spaceship”
Passion Pit – “The Reeling (Miike Snow Remix)”
Elocnep – “Sad Song from 1901”
Rosebud – “Money”
Glass – “I Wanna Be Dancin’ (Radio Edit)”
Dan the Automator – “Rapper’s Delight (Van She Tech Remix)”
Paradiso Girls feat. Lil Jon & Eve – “Patron Tequila (THIS IS Remix)”
Marina And The Diamonds – “I Am Not A Robot (Starsmith’s 24 Carat Remix)”
Chacho Brodas – “Rockeando Duro”
Bag Raiders – “Turbo Love (Whitenoise Remix)”

Venha.

Vida Fodona #162: Hoje eu não tou pra brincadeira


Continuando a Temporada Sem Parar, mais um Vida Fodona pra dançar – nem que seja só com a cabeça!

Faith No More – “Reunited”
Bee Gees – “Stayin’ Alive (Teddybears Remix)”
The Virgins – “Rich Girls (Le Castle Vanias Spring Break No Parents Remix)”
Designer Drugs – “Back Up In This (Le Castle Vania Rrrrump Computer Club Remix)”
Röyksopp – “The Girl and the Robot (Joakim Remix)”
Make the Girl Dance – “Baby Baby (Radio Edit)”
Ladyhawke – “Better than Sunday”
Emil & Friends – “Sleepyhead”
MGMT – “Weekend Wars (George Lenton Remix)”
Shiny Toy Guns – “Major Tom (Coming Home)”
Mason Proper – “Love Lockdown Gets Innocuous”
Gossip – “For Keeps”
Daft Punk vs. Does it Offend You Yeah – “We Are Technology (LightsoverLA Remash)”
Super Smash Bros. – “Fucking Bleed Purple & Gold”
Stefan Ponce – “Freaky Confusion”
Weekend Warriors – “Take Me to LA”
Prodigy – “Warriors Dance”

Me siga.

Cinco vídeos para o meio da semana – 86


MGMT – “Kids”


Micachu & The Shapes – “Golden Phone”


Major Lazer – “Hold The Line (com Mr. Lexx e Santigold)”


Gossip – “Heavy Cross”


Mika Miko – “I Got A Lot (New New New)”

Weezer x MGMT

Rivers Cuomo, rei da ironia:

As 50 melhores músicas de 2008: 20) MGMT – “Electric Feel”

Por mais desleixado e relaxado que os dois MGMT pareçam, eles são um projeto – algo entre um minucioso relatório nerd sobre a era psicodélica e suas relações com as ciências ocultas e um estudo fashion sobre o resgate das cores e do despojo durante os anos 60. Usam toda a mitologia sessentista como os góticos se referem aos poetas românticos, os metaleiros do mal se debruçam sobre o satanismo e algumas bandas de música eletrônica deixam-se levar por clássicos da ficção científica. Assim, vêem a década que deu ao mundo o flower power, os mods, o arcadismo hippie, a transgressão política, a esquerda rebelde e o rock como estilo de vida como uma coisa só – e traduzem hinos pop que poderiam ser gravados pelo Cure, pelo Kiss ou pelo Abba sob arranjos descaradamente retrô. “Electric Feel” é sua ode à selva, ao paganismo naturista, de sacrifícios a deuses-animais e confins do planeta. Mas, no fundo, no fundo, é só uma canção de amor. E das boas.


20) MGMT – “Electric Feel

Vida Fodona #148: Semana tá corridaça



E, de novo, não deu pra falar entre as músicas. Por isso, outro Vida Fodona Soundsystem – e esse tá no capricho!

Leebuzz – “Fistful of Diggity”
Beatles – “Eleanor Rigby (Soulwax Remix)”
Lucas Santtana + Do Amor – “Who Can Say Which Way”
Snoop Dogg – “Dr. King Remembers (feat. Sly Stone)”
Curumin – “Mistério Stéreo”
Lily Allen – “Womanizer”
Fancy – “Do the D.A.N.C.E.”
Mickey Gang – “Horses Can’t Dance”
Franz Ferdinand – “Live Alone”
Bauhaus – “Telegram Sam”
Malajube – “333”
Mando Diao – “Dance With Somebody”
TV on the Radio – “Heroes”
Dodos – “Undeclared”
Elliott Smith – “New Monkey”
Marcos Valle – “Os Grilos”
Whitest Boy Alive – “Intentions”
Chairlift – “Evident Utensil (MGMT Remix)”
Dan Auerbach – “Real Desire”

Vamo?

MGMT a capella

A versão foi feita pelos Carleton Singing Knights . Achei palha.

Falando em indies e apetrechos digitais…

Ouviram essa versão pra “Kids” feita só com aplicativos para iPhone? Ficou jóia.