Maurício Pereira e Luiza Lian de graça no CCSP

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Maurício Pereira e Luiza Lian são convidados da noite Fugitivos, organizada pelo Coral Jovem do Estado na Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo, de graça, a partir das 19h. Os dois cantam músicas do próprio repertório arranjadas por nomes como Arthur Decloedt e Thiago França ao lado do Coral e uma banda formada por Henrique Alves no contrabaixo, Tonho Penhasco no violão e guitarra, Charles Tixier na bateria e Gabriel Levy no piano (mais informações aqui).

Universal Maurício Orchestra: Ilhas Maurício

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Uma banda que nasceu num sonho estreia ao vivo não em apenas um show, mas em quatro: a Universal Maurício Orchestra, que reúne os homônimos de sobrenomes conhecidos na música brasileira (Badê, Tagliari, Bussab, Pereira, Takara e Fleury), finalmente se materializa num palco durante as segundas-feiras no Centro da Terra, trazendo novos músicos com o mesmo prenome (mais informações aqui). A temporada Ilhas Maurício concilia agendas improváveis de pessoas cheias de atividades e projetos paralelos que tornou difícil até mesmo a gravação de seu único disco, gravado em duas sessões praticamente ao vivo. Conversei com os Maurícios Tagliari, Pereira e Bussab sobre o que esperar deste insólito encontro.

Conte a história que deu origem à Orquestra.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-conte-a-historia-que-deu-origem-a-orquestra

Como foi organizar todo mundo para participar desta temporada?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-como-foi-organizar-todo-mundo-para-participar-desta-temporada

Vocês irão recriar o disco no palco ou vão trabalhar a partir do zero?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-voces-irao-recriar-o-disco-no-palco-ou-vao-trabalhar-a-partir-do-zero

A formação da banda muda radicalmente a cada segunda?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-a-formacao-da-banda-muda-radicalmente-a-cada-segunda

Vocês já estão pensando em fazer um volume 2?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-voces-ja-estao-pensando-em-fazer-um-volume-2

Quem são os Maurícios novatos da temporada?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/universal-mauricio-orchestra-quem-sao-os-mauricios-novatos-da-temporada

Fora da Casinha mudou de lugar

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A quarta edição do festival da Casa do Mancha teve um imprevisto com sua localização anterior mas segue firme em novo endereço, neste sábado, começando na Void e terminando no Z Carniceria, pertinho do Largo da Batata, aqui em São Paulo. São treze bandas e cinco DJs trazendo apenas o melhor da nova música indie brasileira – e eu estarei lá, mais uma vez ao lado do compadre Danilo Cabral (Luiz está viajando) começando os trabalhos no Z Carniceria a partir das 18h, antes do show do patrono Maurício Pereira. Confira os horários abaixo:

Palco Void
16h – Abertura
16h20 – Goldenloki
17h20 – Betina
18h20 – Bruno Bruni
19h20 – Terno Rei
20h20 – Molho Negro
21h20 – DJs Rafa e Joyce

Palco Z Carniceria
18h – Trabalho Sujo
19h – Mauricio Pereira
20h – Juliano Gauche
21h – Laura Lavieri
22h – Yma
23h – Dingo Bells
0h – Garotas Suecas
1h – Ozu
2h – Strobo
3h – Alex Correa (Caverna)

Mais informações sobre o evento aqui.

Os 25 melhores discos brasileiros do início de 2018

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2018 tem sido um ano conturbado – mas não para a música brasileira, como dá para perceber por essa lista dos 25 melhores discos de música popular escolhida pelo júri da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte ao lado de Marcelo Costa, Roberta Martinelli, Lucas Breda e José Norberto Flesch. Estes são os discos escolhidos, lançados entre o primeiro dia do ano e o último dia de junho, antecipados no blog do Pedro Antunes, do Estadão.

Almir Sater & Renato Teixeira – AR (Universal Music)
André Abujamra – Omindá (Independente)
Anelis Assumpção – Taurina (Pomm_elo / Scubidu)
Autoramas – Libido (Hearts Bleed Blue)
Ava Rocha – Trança (Circus)
Cólera – Acorde, Acorde, Acorde (EAEO Records)
Cordel do Fogo Encantado – Viagem ao Coração do Sol (Fogo Encantado)
Craca e Dani Nega – O Desmanche (Independente)
Dingo Bells – Todo Mundo Vai Mudar (Dingo Bells / Natura Musical)
Djonga – O Menino Que Queria Ser Deus (CEIA Ent.)
Elza Soares – Deus É Mulher (DeckDisc)
Erasmo Carlos – Amor É Isso (Som Livre)
Gui Amabis – Miopia (Independente)
Iza – Dona de Mim (Warner)
Jonas Sá – Puber (Selo Risco)
Juliano Gauche – Afastamento (EAEO Records)
Kassin – Relax (LAB 344)
Malu Maria – Diamantes na Pista (Independente)
Marcelo Cabral – Motor (YB Music)
Maria Beraldo – Cavala (Selo Risco)
Maurício Pereira – Outono No Sudeste
Rashid – Crise (Foco na Missão)
Romulo Fróes – O Disco das Horas (YB Music)
Silva – Brasileiro (SLAP)
Wado – Precariado (Independente)

Vida Fodona #564: É assim que a vida segue

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O fim de um longo inverno…

Malu – “Diamantes na Pista”
João Leão – “Noite Fria”
Arctic Monkeys – “Four Out of Five”
Stela Campos – “Lost”
Ava Rocha – “João Três Filhos”
Edgar – “Plástico”
Djonga + Karol Conká – “Estouro”
Beyoncé + Jay-Z – “Heard About Us”
Melody’s Echo Chamber – “Desert Horse”
Laure Briard – “Cravado”
Bixiga 70 – “Portal”
Washed Out – “Zonked”
Gorillaz + George Benson – “Humility”
Rosie Mankato – “Don’t Be Mad”
Angel Olsen – “Special”
Maurício Pereira – “Outono no Sudeste”

Outono no Sudeste faixa a faixa

Foto: Rui Mendes

Foto: Rui Mendes

Maurício Pereira gentilmente disseca seu belo sétimo disco, Outono no Sudeste (que ele antecipou com a faixa “Quatro Dois Quatro” há uma semana), produzido por Gustavo Ruiz e lançado nessa sexta-feira, exclusivamente para o Trabalho Sujo. Fala Maurício!

Abaixo o novo disco do mestre, na íntegra.

Maurício Pereira 2018: “Achar a graça é a nossa missão”

Foto: Rui Mendes

Foto: Rui Mendes

Prestes a lançar seu sétimo álbum nas vésperas de uma Copa do Mundo, Maurício Pereira não esconde sua paixão pelo futebol e dedica uma faixa inteira de seu Outono no Sudeste, que será lançado ainda este mês, ao belo jogo. “Eu adoro futebol”, me escreve o Pereirão. “Mas o futebol como ele é hoje, veloz, racional, às vezes me enche um pouco o saco. Não sou nostálgico, mas sinto falta de um pouco de fuleiragem, sonho, molecagem.”

“Então um dia – um pouco antes do famoso 7 a 1 – catei um groove do Tonho Penhasco e viajei em cima dele. Pensei no Tião, parceiro clássico do Rivelino no meio campo do Corinthians. Bola no chão, olhar no infinito, cadência, respiro. No arranjo, um toque precioso do Gustavo: a bateria do Biel (Basile) e o baixo do Henrique (Alves) é que iam conduzir o groove, deixando espaço vazio pra a conversa do piano do Pedro (Montagnana) com o violão do Tonho. Nos coros, novamente os Pereirinhas (os filhos de Maurício: Tim, Chico e Manuela) – e de quebra ainda matei a vontade de fazer uma locução de futebol nos moldes do mestre Fiori Gigliotti.”

Ele mostra a futebolística “Quatro Dois Quatro” em primeira mão no Trabalho Sujo – e a ação nas quatro linhas é só mais uma canção que usa o futebol como metáfora para a vida em versos como “buscar o espaço, se apresentar”, “levantar a cabeça e imaginar”, “sentir que tudo tem seu tempo”, “coração é o nosso escudo e um par de asas, o único peso que devemos carregar”, “beber com o inimigo”, “atirar todo o dinheiro pela janela e depois sair correndo atrás dele feito louco”, “perder o medo de perder”, “bola pra frente, sem nostalgia nenhuma”, entre outras pérolas líricas.

O disco foi produzido por Gustavo Ruiz – sugerido por seu filho Tim – e ainda conta com parcerias de Maurício com Skowa, Edson Natale, Lu Horta (a já lançada “Mulheres de Bengalas“) e Arthur de Faria. Eis a capa (da artista plástica Biba Rigo) e a ordem das músicas do novo disco:

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“A Mais (Rubião Blues)”
“Tudo Tinha Ruído”
“Cartas Pra Ti”
“Florida”
“Os Amigos ou O Coração é Um Órgão”
“Mulheres de Bengalas”
“Outono no Sudeste”
“Não Me Incommodity”
“Piquenique no Horto”
“Quatro Dois Quatro”
“Maldita Rodoviária”
“Uma Pedra”

Um mundo de Maurícios

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Em mais uma colaboração para o site da revista Trip, escrevi sobre a Universal Maurício Orchestra, formada por seis Maurícios da pesada: Fleury, Tagliari, Pereira, Bussab, Badê e Takara:

As gravações aconteceram no final de 2015 e início de 2016. A tônica do som também vinha do sonho de Tagliari. “Foi tudo bem aberto, ninguém trouxe nada pronto, a gente se encontrou e começou a tocar”, lembra Takara. “Tinha essa referência sugestiva ao Miles elétrico, [do álbum] In a Silent Way, e, no fim das contas, a formação, que é bem inusitada pra mim, refletia um pouco isso, a coisa do sax soprano, da percussão”, completa.

“A linha era cada um ficar à vontade naquilo que gosta, sabendo que estávamos inseridos dentro de um coletivo”, completa Badê. “A ideia do Tagliari era fazer uma coisa mais viajandona, instrumental, como o Miles Davis do sonho dele. A gente não ficou discutindo, apertava o rec e saía tocando”, lembra Fleury.

“Não lembro de ter combinado nada. Na real, olhando em retrospecto, foi meio mágico: muito som, muita risada, pouca conversa e a música fluindo. Tanto que quando você escuta o disco todo, vê que cada faixa tem uma onda muito diferente. Foi fruto mesmo de um encontro de vários backgrounds musicais e muita generosidade, um lance bem fraternal”, completa Tagliari. “O disco é isso, música espontânea, sem parar muito pra pensar, sem nada escrito antes, feita muito das influências sonoras que a gente tem, tipo pegar uma ideia que aparecia e brincar em cima dela”, emenda Pereira.

A conexão maurícia — termo cujo significado vem da mesma palavra que dá origem ao termo “mouro” e quer dizer “de pele escura” — não terminou no som. Depois de brincarem com a possibilidade de pedir a capa ao Maurício de Souza, o pai da Mônica e do Cebolinha, lembraram de outro Maurício que não era reconhecido pelo prenome, o DJ e ilustrador MZK, que aceitou prontamente a tarefa de fazer a capa.

A íntegra do texto você lê aqui.

Eis a Universal Mauricio Orchestra

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Tudo começou num sonho de um Maurício. “A história da Universal Mauricio Orchestra é quase estranha”, lembra o idealizador e guitarrista, Maurício Tagliari. “Eu sonhei que estava tocando Bitches Brew, do Miles Davis, com uns amigos. O som estava ótimo e eu estava me divertindo muito. Quando acordei, percebi que os amigos eram grandes músicos com os quais eu nunca havia tocado. E todos chamavam Mauricio! Antes de qualquer análise freudiana, mandei um email contando o sonho pra eles. Considerei até o fato de não haver mais mauricios crianças e que havia uma quantidade estatisticamente elevada de mauricios na música. O Pereira inclusive fez uma boa reflexão sobre ‘O que é ser Mauricio’.”
e eu vi post dos Mauricios, ficou massa, mas no disco eu toco baixo, flauta, rhodes e hammond e o Bussab toca sintetizadores, rhodes e hammond

São todos Maurícios de renome. Além de Tagliari (que toca guitarras) e Pereira (vocais e sax), os outros Maurícios sonhados e convocados foram Maurício Takara (bateria), Maurício Fleury (teclados, baixo e flauta), Maurício Badê (percussão) e Maurício Bussab (sintetizadores e teclados). “A resposta a esta provocação foi rápida e unânime”, continua Taglari. “Todos toparam na hora marcar uma jam session. Foram três encontros onde nos colocamos absolutamente relaxados e sem pretensões maiores. Em quase 30 anos de vida de produção nunca tive sessões tão divertidas. O processo criativo foi o seguinte: alguém começa um groove ou um motivo melódico, uma linha de baixo ou uma sequencia harmônica e, quase telepaticamente, o grupo seguia. Pode chamar de freejazz ou de funk ou de batucada com notas. Quase todas as faixas só tem um take. Em algumas a gente ouvia e voltava direto, na mesma hora, para fazer overdubs com instrumentos trocados. O Pereira fez overdubs de sax e também gravou vocais depois da jam session. Uma característica que mantivemos foi o frescor da gravação ao vivo. Dá pra sentir o clima. Preservamos alguns vazamentos, risadas e brincadeiras. Mesmo os finais das faixas são claramente não combinados. Foi tudo muito feito na base do olho no olho, ouvido atento e na ‘cabeçada’.” O insólito grupo dá as caras pela primeira vez aqui no Trabalho Sujo, quando estreiam em público com a faixa “Embalando o Obalalá”, aqui em primeira mão.

O som do grupo, como descrito por Tagliari, habita entre o funk, o samba e o jazz – sem perder o bom humor, outra característica do sexteto, em títulos como “No Passo do Billy Paul”, “O Surfista Cigano”, “Decididamente Abalada” e “Pife do Mau”. “Tudo isso aconteceu entre final de 2015 e inicio de 2016. Mas a vida e a agenda do povo fez o projeto ficar na gaveta até que eu resolvesse escutar em meados de 2017. Eu achava que tínhamos nove tracks mas descobri que eram 14… Algumas a gente nem lembrava. Realmente foi algo catártico. Marcamos uma audição com a banda e escolhemos dez. Participamos da mixagem eu, o Bussab, o Fleury e o Pereira. Restava fazer a capa. Alguém considerou chamar o Mauricio de Souza para nos caricaturizar – existe esta palavra?. Mas um dia vi um Mauricio na minha timeline do facebook que me chamou a atenção pois era meu contato e eu não conhecia o nome. Quando fui olhar o perfil vi que não era nem mais nem menos do que o grande ilustrador e DJ que eu só conhecia pelo nome artístico: MZK ou seja Mauricio Zuffo Kulman. Liguei para ele, contei a história e ele entrou no barco imediatamente. Claro que nesse meio tempo apareceram outros mauricios e já temos a ideia de ampliar o projeto. Em breve – ou, pelo nosso ritmo, não tão breve… – Universal Mauricio Orchestra vol. 2.” Eis a capa que MZK fez para o projeto.

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E shows? “Sim, todos queremos tocar ao vivo. Só não sabemos quando as agendas permitirão.” O disco completo será lançado em breve.

“Trovoa”, com Maurício Pereira, Juçara Marçal e O Terno

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No final do Fora da Casinha, que foi sensacional, eu tava comentando com a Roberta sobre como “Trovoa”, do Maurício Pereira, virou uma espécie de hino da cena independente brasileira e ela perguntou se eu tinha ouvido a versão que ele gravou com a Juçara no especial de fim de ano de 2012 de seu programa, o Cultura Livre. A edição do programa contou com vários convidados (Karina Buhr, Kiko Dinucci, Bárbara Eugênia, Tatá Aeroplano, Pélico, Rafael Castro, Tulipa, Letuce, Rael, entre outros), todos acompanhados pel’O Terno, mas esse momento é bem especial.

Dá pra ver o programa especial inteiro abaixo: