Matt Groening e a origem dos Simpsons

the-groenings

Podia ser um filme de férias, mas o registro que Homer Groening faz dos filhos Matt, Lisa e Maggie (sério!) deixa o amadorismo histérico típico dos vídeos caseiros em segundo plano e mostra em que tipo de ambiente cresceu a mente que nos deu os Simpsons. Impressionante, veja esse filme descoberto pelo Dangerous Minds:

Acha pouco? Que tal esse curta Basic Brown Basic Blue, também dirigido por Homer?

“Caro Coldcut, não pude ficar até o fim do show porque tive que liberar a babá. Seu camarada, Matt Groening”

E por falar nos Simpsons, imagine você chegar depois de um show e receber um bilhete desses…

mattogroening-coldcut

aconteceu com o Coldcut, na semana passada.

Beefheart – e outros – sobre Beefheart

“Ouçam, quietos, prestem atenção à música deste homem. Por que senão, poderão estar perdendo algo importante”
Frank Zappa

“Eu posso estar com fome, mas com certeza não sou esquisito”
Don Van Vliet

“A densidade convulsiva de ‘Flash Gordon’s Ape’, em Lick My Decals Off, Baby literalmente me assustava – até que eu fiz a conexão com o processo de compreensão e libertação codificados no caos magnífico do disco Free Jazz de Ornette Coleman e do solo de guitarra de Lou Reed em ‘I Heard Her Call My Name'”
David Frickle, editor da revista Rolling Stone

“Eu faço discos pra mim. Me satisfaz o fato que as pessoas que ficam chateadas me ouvindo gostam da música que me chateia”
Don Van Vliet

“Eu levei o Trout Mask Replica pra casa e coloquei pra ouvir. Era a pior coisa que eu já tinha ouvido na vida. Então pensei: ‘Frank Zappa produziu isso, vou ouvir de novo’. Toquei de novo e pensei: ‘Soa horrível, mas esta é a intenção deles’. Pela terceira ou quarta audição, ele começou a crescer em mim. Da quinta ou sexta vez eu já estava apaixonado. Pela sétima ou oitava vez eu o achava melhor álbum jamais feito. Ainda acho”
Matt Groening, criador dos Simpsons

“As pessoas gostam de músicas afinadas porque ouviram-na afinada o tempo todo. Eu quero romper com isso”
Don Van Vliet

“Eu não vejo como você pode ouvir este disco (Trout Mask Replica) e não sair com a sensação de ter sido mudado, se você deixar. Não dá pra entender – tentar compreender a música de Don é como tentar compreender a coreografia de uma abelha. Mas está lá para se admirar e pensar e esperançosamente levar um pouco daquela luz consigo”
Tom Waits

“Um pouco de paranóia funciona como bom propulsor”
Don Van Vliet

Quando o Trabalho Sujo era uma central de caderno de jornal

Não resisti e resgatei umas edições velhas do Trabalho Sujo impresso, tirei umas fotos e redimensionei pra colocar aqui no site. As fotos estão com cores diferentes não por conta da idade do papel, mas porque parte delas eu fiz de dia (as mais brancas) e a outra de noite (as amareladas). Dá uma sacada como era…


Nesta edição, dois segundos discos: o do Planet Hemp e o do Supergrass.


Nesta eu falei do Panthalassa, disco de remix que o Bill Laswell fez com a obra de Miles Davis, o segundo disco do Garbage, entrevista com Virgulóides, disco de caridade organizado pelo Neil Young e uma explicação sobre um novo gênero chamado… big beat.


Entrevistei os três integrantes do Fellini (Jair, Thomas e Cadão) para contar a história da banda, numa época em que eles nem pensavam em voltar de verdade (depois disso, eles já voltaram e terminaram a bandas umas três vezes). Também tem a história do Black Sabbath, uma entrevista que eu fiz com o Afrika Bambaataa e o comentário sobre a demo de uma banda nova que tinha surgido no Rio, chamada Autoramas.


Disco de remix do Blur, disco póstumo do 2Pac, Curve e entrevista com Paula Toller.


Discos novos da Björk, dos Stones, do Faith No More e do Brian Eno.


Discos novos do Wilco (Summerteeth), Mestre Ambrósio, coletâneas de música eletrônica (da Ninja Tune, da Wall of Sound – só… big beat – e de disco music francesa), resenha da demo da banda campineira Astromato e entrevista com o Rumbora.


Resenha do Fantasma, do Cornelius, do Long Beach Dub All-Stars (o resto do Sublime), do Ringo e do show dos Smashing Pumpkins em São Paulo, com a entrevista que fiz com a D’Arcy.


Vanishing Point do Primal Scream, disco-tributo ao Keroauc, Coolio e a separação dos irmãos da Cavalera.


Reedição do Loaded do Velvet Underground, Being There do Wilco e o show em tributo á causa tibetana.


Especial Bob Dylan, sobre a fase elétrica do sujeito no meio dos anos 60, com direito à entrevista com o Dylan na época, que consegui através da gravadora e um texto de Marcelo Nova escrito especialmente para o Sujo: Quem é Bob Dylan?


30 anos de Sgt. Pepper’s e o boato da morte de Paul McCartney.


Terror Twilight do Pavement, Wiseguys (big beat!), o disco de dub do Cidade Negra (sério, rolou isso), a demo do 4-Track Valsa (da Cecilia Giannetti) e entrevista com o Rodrigo do Grenade.


Pulp, Nação Zumbi, Ian Brown e Seahorses, uma coletânea de clipes ingleses e entrevista com Roger Eno, irmão do Brian.


30 anos de Álbum Branco, show do Man or Astroman? no Brasil, primeiro disco do Asian Dub Foundation, entrevista com a Isabel do Drugstore e demo do Crush Hi-Fi, de Piracicaba.


Os melhores discos de 1997: 1 – OK Computer, 2 – Vanishing Point, 3 – When I Was Born for the 7th Time, 4 – Homogenic, 5 – O Dia em que Faremos Contato, 6 – Dig Your Own Hole, 7 – Sobrevivendo no Inferno, 8 – I Can Hear the Heart Beating as One, 9 – Dig Me Out, 10 – Brighten the Corners… e por aí seguia.


20 anos de Paul’s Boutique, do Beastie Boys, disco do Moby, demo do Gasolines e entrevista com Humberto Gessinger.


Rancid, Superchunk e entrevista com o Mac McCaughan (do Superchunk), Deftones e Farofa Carioca (a banda do Seu Jorge).


Simpsons lançando disco e a lista dos 50 melhores do pop segundo Matt Groening, segundo disco do Dr. Dre, entrevista com Júpiter Maçã que então lançava seu primeiro disco.


A coletânea Nuggets virou uma caixa da Rhino, a cena hip hop brasileira depois de Sobrevivendo no Inferno, disco dos Walverdes e entrevista com Henry Rollins.


Sleater-Kinney, Fun Lovin’ Criminals, Little Quail, demo do MQN e entrevista com o Mark Jones, da gravadora Wall of Sound (o lar do… big beat).


25 anos de Berlin do Lou Reed, disco novo do Pin Ups, disco do Money Mark e entrevista com Chuck D, que estava lançando um livro na época.


Especial soul: a história da Motown e da Stax (lembre-se que não existia Wikipedia na época) e caixas de CDs do Al Green e da Aretha Franklin.


Retrospectiva 1998: comemorando um ano que trouxe artistas novos para a década…


…e os melhores discos de 1998: 1 – Hello Nasty, 2 – Mezzanine, 3 – Fantasma, 4 – Jurassic 5 EP, 5 – Carnaval na Obra, 6 – Deserter’s Songs, 7 – This is Hardcore, 8 – Mutations, 9 – The Miseducation of Lauryn Hill, 10 – Samba pra Burro. Em minha defesa: só fui ouvir o In the Aeroplane Over the Sea em 1999. Não tente entender visualmente, era um método muito complexo de classificação dos discos, um dia eu escaneio e mostro direito.


Beastie Boys, Scott Weiland e Boi Mamão.


A história do Kraftwerk (que vinha fazer seu primeiro show no Brasil), o acústico dos Titãs, Propellerheads (big beat!) e entrevista com Ian Brown.


Segundo disco do Black Grape, coletânea de 10 anos da Matador e entrevista com o dono da gravadora, Gerard Cosloy.


A carreira de Yoko Ono, disco novo do Ween, coletânea de Bauhaus, John Mayall e Steve Ray Vaughan e a trilha sonora de O Santo (cheia de… big beat).


Stereolab, Racionais, Metallica e 3rd Eye Blind (?!).


Disco de remixes do Primal Scream, caixa do Jam, entrevista com DJ Hum, Sugar Ray e disco solo do James Iha.


Cornershop, show à causa tibetana vira disco, Bob Dylan, Jane’s Addiction, Verve e entrevista com Lenine.


Disco de remixes do Cornelius, Sebadoh, Los Djangos, Silver Jews, entrevista com o Lariú e demo do Los Hermanos.


Disco de remixes da Björk e o novo do Guided by Voices.


Disco novo do Sonic Youth, reedição dos discos do Pussy Galore e entrevista com Edgard Scandurra.


Cobertura dos shows do Superchunk no Brasil, Pólux (a banda que reunia a Bianca ex-Leela que hoje é do Brollies & Apples e a Maryeva Madame Mim), Prince e Maxwell, coletânea da Atlantic e entrevista com os Ostras.


…e na cobertura dos shows do Superchunk eu ainda consegui que a banda segurasse o nome do Trabalho Sujo para servir de logo na página.

Editei o Sujo impresso entre 1995 e 2000. Durante esse período, ele teve vários formatos. Começou como uma coluna na contracapa do caderno de cultura de segunda e em 1996 virou uma coluna bissemanal ocupando 1/6 da página 2 do mesmo caderno. No mesmo ano, voltou a ter uma página inteira, nas edições de sábado e entre 1997 e 1999 ocupou a central do caderno de domingo. Neste último ano, voltou a ter apenas uma página, nas edições de sábado. Na época em que eu fazia o Sujo impresso, eu era editor de arte do Diário do Povo e, por este motivo, participei da criação do site do jornal em 1996 – e garanti que o Sujo tivesse uma versão online desde seu segundo ano. Foi o suficiente para que ele começasse a ser lido fora de Campinas (onde já tinha um pequeno séquito de leitores, que compravam o Diário apenas para ler a coluna) e ganhasse algum princípio de moral online, que carrego até hoje.

Na época, eu dividia o gostinho de fazer a coluna com dois outros compadres – o Serjão, que era editor de fotografia do jornal e que hoje está no Agora SP, e o Roni, um dos melhores ilustradores que conheço. Os dois são amigos com quem lamento não manter contato firme, mas são daquelas pessoas que, se encontro amanhã, parece que não vi desde ontem. Juntos, éramos uma minirredação dentro da redação – tínhamos reunião de pauta, discussões sobre o layout da página e trocávamos comentários sobre os discos que eu trazia para resenhar. No fim, eu fazia tudo sozinho na página (como faço até hoje), da decisão sobre o que entra ao texto, passando pela diagramação. Sérgio e Roni entravam com fotos e ilustras, mas, principalmente, com o feedback pra eu saber se não estava viajando demais ou de menos. Nós também começamos a discotecar juntos, mais um quarto compadre, o William, e, em 97, inauguramos o Quarteto Funkástico apenas para tocar black music e groovezeiras ilimitadas, em CD ou em vinil. Não era só eu quem escrevia no Sujo (eu sempre convidava conhecidos, amigos e alguns figurões), mas Roni e Serjão, por menos que tenham escrito, fizeram muito mais parte dessa história do que qualquer um que tenha escrito algo com mais de cinco palavras.

No ano 2000 eu fui chamado pelo editor-chefe do jornal concorrente, o Correio Popular, maior jornal de Campinas, para editar seu caderno de cultura, o Caderno C, cargo que ocupei durante um ano, antes de me mudar para São Paulo. Neste ano, para evitar confusões entre os dois jornais sobre quem era o dono da coluna (e não correr o risco de assistir a alguém depredar o nome que criei no jornal que comecei a trabalhar), decidi tirar o Sujo do papel e deixá-lo apenas online. Criei minha página no Geocities para despejar os textos que publicava em outra coluna dominical, no novo jornal, chamada Termômetro. Mas, online, seguia o Trabalho Sujo -até que, do Geocities fui para o Gardenal, e isso é ooooutra história.

Um dia eu organizo tudo bonitinho, isso é só pra fazer uma graça – e matar a minha saudade.

Como se dar bem na escola, por Matt Groening

Falando nisso, podiam lançar os Life in Hell por aqui, né…

Impressão digital #0017: A volta de Futurama

Minha coluna de ontem, no Caderno 2.

O futuro de Futurama
A volta do sci-fi de Matt Groening

Futurama voltou. A série de ficção científica do criador dos Simpsons, Matt Groening, foi lançada em 1999 e contava a história de Fry, um entregador de pizza que cai em uma máquina do tempo de suspensão criogênica e vai parar só acorda no ano 3000. Menina dos olhos de Groening, a série, no entanto, não decolou. Durou quatro temporadas e depois foi cancelada. De 2003 até o ano passado, o desenho animado sobreviveu em quatro longas produzidos para o canal a cabo Comedy Central (considerados, em conjunto, a quinta temporada do desenho), sempre à sombra da possibilidade de terminar de vez. Isso quase aconteceu no início de 2009, quando foi lançado Into the Wild Green Wonder, que teoricamente seria o final da saga.

Não foi. Desde o início do ano passado Futurama deixou de ser uma série ameaçada de extinção para comemorar seu novo futuro – que começou na última quinta do mês passado, no próprio Comedy Central.

Futurama não diz respeito apenas ao mundo digital em que vivemos hoje. Passado no século 31, o desenho animado mistura referências nerds que vão de clássicos de ficção científica a terminologia de computadores. Por exemplo, num episódio em que seus personagens vão à Lua, eles são repreendidos por uma força policial chamada Moon Patrol, nome de antigo game do Atari.

E as referências vão além das meras citações. Campanhas publicitárias de produtos fictícios passam em microssegundos atrás dos personagens – é preciso usar o botão do “pause” para conseguir pescar todas as piadas. Algumas, nem assim: os produtores do seriado criaram três idiomas e alfabetos alienígenas para incluir brincadeiras e piadas de duplo sentido em frases que passam rapidamente pela tela. E fazem o idioma Klingon, criado em Jornada nas Estrelas, parecer brincadeira de criança – afinal seus criadores avisaram que não criarão livros didáticos para ensinar esses idiomas. Cabe aos telespectador decifrar e desvendar estes e outros mistérios.

Talvez tenha sido este hermetismo e a torrente de referências subjetivas que tenham feito o seriado afundar em 2003. Mas é isso que o torna duradouro. No hiato entre o cancelamento e a reestreia, Futurama não morreu. Seguiu vivo firme e forte graças aos fãs.

Um deles, o americano Matt De Lanoy, começou a construir uma versão da Nova Nova York (o cenário de Futurama) em Lego assim que anunciaram que a série iria terminar. Para sua – minha e de muitos fãs -, felicidade, ela voltou. E ele completou seu monumento ao século 31.

Efeito Copa do Mundo
Twitter caiu junto com Dunga

Não foi só Dunga quem caiu feio na sexta passada. “Estamos nos recuperando de um período de alta indisponibilidade“, avisou o blog do Twitter durante o jogo contra a Holanda. O site tem sofrido muito com a Copa – e quedas no sistema têm sido mais frequentes do que o habitual. A rede também foi dominada pelos brasileiros após o jogo de sexta, que puseram dez termos em português entre os assuntos mais discutidos no site.