O segundo show do Como Assim?

Isso não é um teste: Como Assim? ao vivo neste domingo no Bar Alto (Rua Aspicuelta, 194, na Vila Madalena), abrindo mais uma vez pro Earl Greys, que nos convidaram pra essa viagem. Nosso segundo show começa pontualmente às 19h30, então não tem desculpa. Vamos?

Como Assim? | 30.9.2023

Os amigos já sabem faz tempo, os conhecidos souberam aos poucos mas ainda não entenderam e os seguidores já foram avisados: estou tocando numa banda com três compadres e o primeiro show acontece neste sábado. Toco violão desde moleque e já tive bandas de farra com amigos em diferentes momentos da vida, mas parei com isso nos idos de 1995, antes de completar vinte anos, mas segui tocando sozinho em casa. Até que durante o período da pandemia comentei com o compadre Pablo Miyazawa que estava tirando uma hora por dia pra matar o tempo tocando violãoe, naquele segundo semestre de 2020, quando descobríamos que era possível encontrar aos poucos algumas pessoas seguindo os famigerados protocolos de segurança, ele me chamou para tocarmos juntos. Como nós dois moramos sozinhos e não havia muito o que fazer naquela época, transformamos nossos encontros em possíveis baladas a dois, quando passávamos domingos tocando, bebendo e falando besteira. No ano seguinte Pablo puxou dois outros compadres pra brincadeira – Mateus Potumati para a bateria e Carlão Freitas para o baixo -, ele mesmo assumiu uma das guitarras e me passou a segunda, me incumbindo também de cantar. Todos jornalistas com tempo de sobra, um deles dono de um estúdio que estava parado por conta da pandemia, e logo estávamos ensaiando regularmente, nos encontrando para passar o tempo tocando músicas que gostamos. Quando comecei a comentar com algumas pessoas o que estávamos fazendo, a reação de algumas delas acabou batizando a banda e o Como Assim? estreia neste sábado, último dia de setembro de 2023, três anos depois de começar a rascunhar uns “Harvest Moon” com Tears for Fears no apartamento do Pablo. De lá pra cá mudamos as músicas que tocamos, a banda conseguiu parar em pé e faremos nossa primeira apresentação ao vivo abrindo para a banda Earl Greys, que o Vini – que também trabalha no Aurora – tem ao lado do Martim e do Aloízo, dedicada a tocar música pop britânica. Nosso show de estreia acontece no próprio estúdio Aurora, que fica no número 503 da Rua João Moura, ali em Pinheiros. O estúdio abre às 20h e não cabe muita gente, por isso o lance é chegar cedo ou comprar ingresso com antecedência pra ver o que a gente tá tocando… O flyer tá aí embaixo:  

Racionais MCs no Lollapalooza

Vi só o finzinho do show dos Racionais no Lollapalooza, mas o Mateus assistiu a tudo e conta mais:

Uma quantidade moderada de pessoas, se comparada ao público médio da tenda Perry (eletrônica), aguardou por pouco mais de uma hora para tirar a prova. Ao contrário de todas as outras bandas do festival, os Racionais não começaram no horário. O suspense para entrar no palco povoou as mentes com toda sorte de conspirações, alimentadas pela mítica em torno do grupo. Shows cancelados. Perseguição da polícia. Confusões de toda sorte. As teorias mais plausíveis davam conta de um suposto desentendimento a respeito da gravação do show (que, segundo o Multishow, foi proibida pela banda). Nada vem fácil para o Racionais, nunca veio. Não vai ser desta vez, justo ali. A tensão foi levada ao limite, e o grupo só entrou quando a plateia já vaiava o atraso de forma generalizada. Mas o que aconteceu na próxima hora e meia tornou sem sentido qualquer especulação a respeito das razões.

(…)

E eis que o bando estava muito à vontade, Mano Brown sorridente e interagindo o tempo todo com o público e com a pequena multidão no palco. Os clássicos vieram: “Vida Loka II”, “Negro Drama”, “Eu Sou 157”, “Homem na Estrada”, “Jesus Chorou”, “Estilo Cachorro”. Deve ter sido a primeira vez em qualquer edição do festival que tantos boys (de vila ou quatrocentões), minas, indies, seguranças e funcionários da limpeza curtiram um show juntos e misturados, sem qualquer distinção ou condescendência aparente. Mas foi só quando o jogo estava ganho que o Racionais decidiu mostrar por que esse dia seria ainda mais especial do que todos já sabiam. Como um soco na cara, surgiu nos telões a imagem da carteira de afiliação de Carlos Marighella ao PCB. Ao lado de seu rosto, a foice e o martelo ardiam impiedosamente nas vistas de um festival que representa tudo, menos o comunismo. Uma cena completamente impensável de acontecer em qualquer festival nos EUA.

A projeção seguiu ali durante toda a execução de “Marighella”, mas foi além, como foi além Mano Brown. As rimas da música nova se fundiram em uma exaltação ao “momento do Brasil”, sobre como os estrangeiros estão fascinados pelo país, e como nós temos que estar preparados para aproveitar a maré a nosso favor.

A íntegra tá lá no site da Soma.

Arnaldo Baptista e os novos Mutantes

Como você avalia o som dos Mutantes hoje?
Eu acho que tá mais… gay (risos gerais). É um papel carbono dos Mutantes de antigamente, sem orquestra e com sintetizador. O Sérgio nunca foi de estudar, sempre foi meio rebelde, mas ultimamente, nos ensaios, ele vinha tentando dar uma de professor. Fica dando ordem, bronca, parece uma escola de música, não mais um conjunto. Eu cansei de convidá-lo pra vir até a minha casa, mas ele nunca foi. A humildade pra ele é muito difícil de entender. Mas isso já passou.

Mateus entrevista o mestre lóki para a capa da +Soma.

Faith No More x Lady Gaga

Lady Gaga também foi homenageada na volta do Faith No More, quando Mike Patton lembrou de “Poker Face” no meio de “Midlife Crisis“, na apresentação da banda no festival Download (que nominho…). Vi no Terron.

E se você não ouviu a volta do Faith No More, se liga nesses dois links que têm o show da semana passada para download. Não me agradeça: agradeça ao Potumati, ele que descolou.