Ouviram o disco novo da Madonna?

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Escrevi sobre o novo disco da Madonna lá no meu blog do UOL, saca só:

Madonna corre riscos e faz de “Rebel Heart” seu melhor disco neste século/

O que Madonna ainda precisa provar? A cantora é um ícone pop da estatura dos Beatles. Ela não apenas desfila um rosário de dezenas de hits que acompanharam o amadurecimento de seus fãs como foi uma das principais agentes sociais da indústria cultural de seu tempo. Quase tudo que apareceu ao mesmo tempo que Madonna – um novo feminismo, a música eletrônica, a cultura gay, os estilhaços da disco music, o mondo fashion – foi catapultado por sua personalidade magnética. Como David Bowie uma década antes, ela homenageou suas influências para reforçar características próprias e criar sua mitologia a partir da superposição de referências. Sua influência atravessa décadas e impõe-se a ícones contemporâneos pesados como Michael Jackson e Prince. Não precisa provar mais nada pra ninguém desde, digamos, a ressaca do livro Sex, no começo dos anos 90.

Ela poderia estar tranquilamente vivendo a vida de magnata pop, fazendo um filme aqui, lançando um livro ali, produzindo uma peça acolá e participando de um outro seriado mais adiante. Poderia ter se aposentado no final dos anos 90 e ainda seria recebida com pompa e reverência por onde pisasse.

Mas ela insiste em dar a cara a tapa. Quer mostrar sua sintonia com o presente se apresentando ao lado dos grandes nomes de seu tempo, sejam produtores, músicos, personalidades pop ou cantores. E como é uma celebridade afeita ao jet-set, ela está sempre no holofote público, lançando músicas, dando entrevistas, aparecendo em eventos do showbusiness. E é vítima da própria superexposição.

E mesmo tendo acertado bons hits nos últimos quinze anos (“American Pie”, “Music”, “Die Another Die”, “Me Against the Music” com a Britney Spears, “Revolver” com Lil Wayne e “4 Minutes”, com Timbaland e Justin Timberlake, entre outros), ela não conseguiu emplacar nenhum grande momento quanto nos primeiros anos de sua carreira, principalmente pelo fato dos discos lançados desde os anos 2000 não se sustentarem como um todo, especialmente os dois últimos, “Hard Candy” (2008) e “MDNA” (2012).

A insistência pelo desafio, no entanto, fez valer em seu recém-lançado “Rebel Heart”. Madonna equilibra-se entre dois polos – baladas introspectivas e hits pra pista – e faz seu melhor disco desde “Ray of Light” (1998). Parte desse trunfo é do norte-americano Diplo, ex-produtor da M.I.A. e o embaixador do funk carioca para o resto do mundo, que acertou na mosca do mercado ao criar o projeto Major Lazer e tornou-se um dos produtores mais requisitados de hoje em dia. Ele não deixou por menos e aproveitou essa oportunidade para estabelecer-se como um dos grandes hitmakers do século.

É ele quem conduz os melhores momentos do disco, hits irresistíveis como o primeiro single “Living for Love”, o reggae-trap “Unapologetic Bitch” e a arrogante e pesada “Bitch I’m Madonna”, que ainda tem a participação de Nicki Minaj. Nesse time dos hits pra pista de dança ainda temos a forçada “Illuminatti” (que parece um arremedo de Lady Gaga, mas funciona), gravada com Kanye West, a grudenta “Iconic”, com Chance the Rapper e Mike Tyson (!), a deliciosa “Holy Water” e a balada “Devil Pray”, acelerada pelo produtor sueco Avicii.

No pré-refrão introspectivo e irresistível desta última, Madonna canta que “podemos usar drogas, fumar maconha, beber uísque, cheirar cola, tomar ecstasy e ácido” mas o que poderia parecer um verso puramente hedonista captura uma tristeza melancólica que fica explícita em faixas a seguir – primeiro na brega “Ghosttown” e depois por outras faixas como “Joan of Arc”, “Heartbreak City”, a quase artesanal “Body Shop”, a dramática “Inside Out”. A versão deluxe do disco aprofunda-se nesse lado em outras tantas faixas introspectivas (“Best Night”, “Messiah”, a faixa-título, “Borrowed Time”) que nos leva a imaginar um disco da Madonna em 2015 que não necessariamente tenha a necessidade de soar como se fosse gravado neste ano.

Se tirarmos as primeiras músicas com Diplo, Chance the Rapper, Kanye West e Avicii, Rebel Heart torna-se o disco que Madonna deveria estar fazendo sem se preocupar. Uma coleção de baladas e canções ensolaradas num híbrido de uma das metades de “Ray of Light” com “Bedtime Stories”, que não precisa abandonar a pista de dança, como ela mostra na autorreferente “Veni Vidi Vici” (gravada com o rapper Nas) e em“Graffiti Heart”, “S.E.X.”, “Addicted” e “Beautiful Scars”, todas da versão deluxe do disco.

Há uma fórmula segura que ela poderia seguir sem precisar tomar os tombos que tomou nos dois discos anteriores. Ela não precisa provar mais nada, mas faz questão de viver no risco, de estar do meio de todos e não se contenta em ficar no altar. Foi isso que arruinou “Hard Candy” e “MDNA”, mas felizmente desta vez os riscos valeram a pena. Pelo menos quatro faixas (“Living for Love”, “Unapologetic Bitch” “Bitch I’m Madonna” e “Holy Water”) já podem figurar na tradicional coletânea que a cantora sempre faz ao final da década, além de compor a coroa de joias de um disco com poucos pontos baixos. É fácil fácil o melhor disco de Madonna deste século.

Vida Fodona #490: Mais um programa, mais novidades

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Eu falei que esse mês vem coisa…

Wire – “Joust & Jostle”
Madonna – “Living for Love”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Thomas Dolby – “She Blinded Me with Science”
Cidadão Instigado – “Contando Estrelas”
Taylor Swift – “Style”
Will Butler – “Take My Side”
Tame Impala – “Let it Happen”
Grimes – “REALiTi”
Young Guv + Jef Barbara – “Wrong Crowd”
All We Are – “Stone”
Tobias Jesso Jr. – “Leaving LA”
Giancarlo Ruffato – “Estrada da Vida”
Vetiver – “Current Carry”
Toro y Moi – “Yeah Right”

Por aqui.

A queda de Madonna

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A festa do Brit Awards desta noite de quarta rendeu essa triste queda da Rainha do Pop.

Ela depois até conseguiu se ajeitar e terminou a apresentação, mas foi um momento complicado – acredito até que pra autoestima da cantora.

E que venham as montagens, mashups, memes, etc.

Vida Fodona #454: Beirando o limite do impossível

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Clima bizarro, trilha sonora tranquila.

Ariel Pink – “Everybody”
David Bowie – “Sue (or in a Season of Crime)”
Melody’s Echo Chamber – “Shirim”
Thiago Pethit – “Romeo (Adriano Cintra Remix)”
André Paste + Holger – “Cosmos”
Röyksopp + Ryan James – “Sordid Affair (Maceo Plex Remix)”
Aluna George – “Supernatural”
MØ – “Walk This Way (Slowolf Remix)”
Taylor Swift – “Shake It Off”
Flight Facilities + Emma Louise – “Two Bodies (HNNY Remix)”
Mahmundi – “Sentimento”
Tiê + David Byrne – “All Around You”
Tielman Brothers – “18th Century Rock”
Banda do Mar – “Pode Ser”

Aqui ó.

Tumblr do dia: Atrizes banguelas

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Jeff Vespa

IH! Nojento! Tchan!

 

Madonna x Serge Gainsbourg

Madonna já havia provocado os limites ao comparar Marine Le Pen com Hitler num show recente em Paris, mas agora ela foi um pouco longe demais…

Cover do maior hit de Serge Gainsbourg a essa altura da carreira só não é um show de obviedade e falta de criatividade, como a versão só funciona como provocação aos fãs de Serge. Madonna podia se aposentar, né…

Dica da Gabi, uma autoridade neste assunto (França, não Madonna, tadinha).

A primeira vez

Via Flavorwire.

João Brasil x… Madonna?

Havia certa semelhança entre a colaboração de João Brasil e Lovefoxxx e uma certa faixa produzida pelo Diplo

Mas e com essa música nova da Madonna, hein?

Tá certo que todos os refrões remetem ao corinho de cheerleader que remete ao Clube do Mickey (o mesmo por onde passaram Justin e Britney) e já tinha sido usado até com a mesma temática (banana) antes de “L.O.V.E. Banana”…

…mas a dúvida fica no ar.

O show de Madonna no Superbowl, em gifs animados

Vamos celebrar o gif animado, essa cápsula de imagem sem som que tanto evoluiu dos tempos das sirenes e avisos de “em construção” nos tempos do Geocities e do Tripod e hoje permite registros como esses abaixo, do show de Madonna no Superbowl. Quem precisa assistir ao vídeo?

O Buzzfeed tem mais outros tantos.

O que você perdeu ao não assistir ao Superbowl de ontem

O “grande acontecimento” da final do campeonato de futebol norte-americano de ontem foi o fato da M.I.A. ter dado o dedo do meio para as câmeras…

…no meio da apresentação que fez no show da Madonna (que foi bem mezza boca…).

Mas além do dedo polêmico (ah, os americanos…), também teve o Keyboard Cat…

…e monte de comercial, veja abaixo: