Brainstorm sobre o fim de Lost: Pink Floyd com 2001

O velho mashup de “Echoes” com Kubrick também ajuda a pensar no fim da série. Afinal, olhem a letra do Floyd enquanto vejam o final de 2001.

Overhead the albatross hangs motionless upon the air
And deep beneath the rolling waves
In labyrinths of coral caves
The echo of a distant tide
Comes willowing across the sand
And everything is green and submarine.

And no-one called us to the land
And no-one knows the wheres or whys
But something stirs and something tries
And starts to climb towards the light

Strangers passing in the street
By chance two separate glances meet
And I am you and what I see is me
And do I take you by the hand
And lead you through the land
And help me understand the best I can

And no-one calls us to move on
And no-one forces down our eyes
And no-one speaks and no-one tries
And no-one flies around the sun

Cloudless everyday you fall upon my waking eyes
inviting and inciting me to rise
And through the window in the wall
Come streaming in on sunlight wings
A million bright ambassadors of morning

And no-one sings me lullabies
And no-one makes me close my eyes
And so I throw the windows wide
And call to you across the sky

4:20

4:20

Caco e o fim de Lost

Lost por Bruno Natal

Lost é um fenômeno cultural, não apenas uma série de TV. A narrativa cortada, os desdobramentos online e principalmente a maneira com que a estratégia do mistério foi capaz de engajar uma audiência global e simultânea é um marco. Se você não é fã da série e não aguenta mais esse assunto, prepare-se: é um acontecimento que será estudado e analisado por muito tempo ainda. É exatamente por isso que acompanhar a derradeira temporada tornou-se obrigatória não apenas para os maníacos pela ilha, mas por qualquer um com o mínimo de interesse nas muitas áreas do entretenimento.

Foi exatamente essa última porta que me trouxe ao último capítulo nesse domingo. Tendo acompanhado boa parte da primeira temporada e desistido de Lost por absoluta falta de paciência para ocupar a cabeça tentando desvendar a intrincada trama. Escaldado com a frustração da conclusão da trilogia Matrix, preferi deixar passar. Porém, antes da ducha de água fria, naqueles seis meses entre Matrix Reloaded e Matrix Revolutions qualquer encerramento da saga de Neo era possível. Em meio as intermináveis discussões sobre o que poderia acontecer, uma única certeza resistia: após o lançamento do terceiro filme provavelmente ninguém viveria esse período de especulações. A resposta estaria, para sempre, a um clique de distância.

Bombardeado pela apreensão dos fãs de Lost antes do início da sexta temporada, percebi que algo parecido estava acontecendo. Com a diferença de que era algo com alcance ainda maior, afinal Lost é um programa de TV. Se quisesse viver esse momento cultural histórico com o mínimo de envolvimento, incrementando a experiência social, a última chance era essa, nem que fosse entrando pela janela, através de resumos e mais resumos de cada uma das temporadas anteriores.

Seja como for, tornou-se impossível escapar do assunto, até quem não assistiu um episódio da série sabe um bocado sobre ela. Sugado pelos segredos da ilha, não demorou muito para entrar em rota de colisão com os fãs mais radicais. Um dia, ao fazer um comentário sobre a fotografia do episódio na noite anterior no Twitter (imaginando que se até eu já havia assistido, todos deveriam ter assistido também), falei mais do que devia e tive uma fatwa decretada em meu nome. Havia cometido o mais vil dos pecados, um spoiler, e questão de segundos estava chovendo xingamento para mim.

O ocorrido serviu para ilustrar como são delicados os tempos atuais em termos de informação. Ao mesmo tempo que os episódios são disponibilizados na rede menos de um hora após serem exibidos nos EUA, as pessoas continuam tendo cada uma o seu tempo para assistir. Tem os apressados que correm pra ver, tem gente que espera até final de semana, tem gente que espera acumular para assistir vários episódios em sequência. A mudança na distribuição do conteúdo interefere inclusive na maneira como algo tão banal quanto um programa de TV é conversado nas ruas. O fato de Lost, tão dependente da expectativa, ter conseguido prender atenção de milhões de pessoas nessas circunstâncias é uma vitória por si só.

Nesse domingo a série chega ao fim e estaremos todos finalmente livres para falar o quanto quiser sobre Lost e finalmente poder discutir o final dessa história. Isso é, se as respostas vierem. O que aliás, pouco importa e pouca gente quer. O segredo da longevidade de Lost promete mesmo ser o eterno mistério.

* Bruno Natal foi quem teve a idéia dOEsquema.

Lost por Vladimir Cunha

Lost é um filho direto da Grande Conspiração Americana. O maior erro, no entanto, é superestimar a sua contribuição para a cultura de massas, tentando achar na história e em seus desdobramentos algo mais inteligente do que uma luta mitológica entre o Bem e o Mal. Situada em um ponto imaginário entre o desbunde paranormal de Twin Peaks e o suspense de tablóide de Arquivo-X, a série tentou por vários momentos levantar questões mais interessantes do que o seu enredo inicial poderia prever, mas se perdeu em seus próprios truques e em sua narrativa circular e auto-indulgente. E ao final, ficamos todos com a sensação que, entre as pretensões iniciais dos seus criadores e o resultado final, alguma coisa se perdeu pelo caminho.

Uma boa conspiração nasce de duas maneiras: ou através da paranóia ou do exercício mental de cogitar diversas possibilidades. E por isso mesmo, quase nunca precisa de fundamento científico ou histórico para ser levada adiante. Ela precisa, sim, guardar relações profundas com a realidade, com os aspectos mais aparentes do nosso processo cognitivo, justamente aqueles que irão lhe dar subsídios para ser apreendida por nossa percepção como algo possível de ter acontecido. Quanto mais forte essa relação, mais enraizada no inconsciente coletivo e na cultura de massas uma conspiração irá se tornar.

Por exemplo: ninguém acreditaria na notícia de que um disco voador pousou em frente à Casa Branca. É fantástico demais, irreal demais, uma iconografia barata ligada aos filmes trash e às histórias em quadrinhos, entendida como clichê de ficção científica através de quase um século de cultura pop. Por outro lado, um disco voador capturado nos desertos do Novo México e mantido em segredo pelo Exército norte-americano, junto com seus tripulantes ETs, nos parece mais real, justamente por lidar tanto com aspectos que compreendemos como parte da nossa realidade -bases secretas, manobras militares clandestinas e ufologia barata – quanto por nos levar a todo o tipo de indagação supostamente inteligente (“hmm, se os militares não têm nada a esconder, porque não liberam a Área 51 para visitação pública, hein?”). Foi a partir da sua capacidade de suscitar mais dúvidas do que de responder perguntas, ao usar uma realidade possível para criar todo o tipo de possibilidades teóricas, que se desenvolveram as grandes conspirações da história recente da Humanidade.

No cinema, David Cronenberg talvez tenha sido o diretor que mais soube trabalhar essa questão. Em Scanners, The Brood e Videodrome, o horror acontece de maneira banal: nos centros comunitários, no parquinho da escola, na loja da esquina. Ele está tão entranhado nos aspectos mais corriqueiros do cotidiano que imaginar a sua existência torna-se quase natural. Assim como a elite sexualmente corrupta de De Olhos Bem Fechados, antes de serem personagens da ficção fantástica, Brian O’Blivion e Barry Convex, os dois arquétipos centrais de Videodrome, são também figuras comuns, baseados tanto no clichê do intelectual intransigente e aburguesado quanto do zé ninguém invisível, que com seu terno de loja de departamentos se integra passivamente à paisagem da América Corporativa. São essas pessoas comuns, sem poderes sobrenaturais ou visual extravagante, que nos suscitam o impulso paranóico de acreditar que, se o horror existe, ele está entre nós. Não na figura de um monstro do espaço sideral ou de um demônio cenobita, e sim na assepsia de um centro de pesquisas clandestino, no underground dos snuff movies, nos complexos industriais fortemente vigiados, nos círculos de pornografia ilegal, nas redes secretas de comunicação e vigilância, na indústria aeroespacial e nas salas de reunião das sociedades secretas. Um imenso lugar-nenhum criado a partir de fragmentos distintos da paisagem urbana ocidental pós-Segunda Guerra Mundial.

Por outro lado, Lost falha quando não estabelece esse tipo de conexão com o cotidiano e reduz a suas seis temporadas a uma luta do Bem contra o Mal, o confronto entre Luz e Trevas recriado de maneira pós-moderna a partir de memes e clichês pilhados da herança deixada por cinco mil anos de história das religiões. O estranhamento cotidiano e o terror possível até existem, nos filmes de 16 milímetros usados nos treinamentos da Iniciativa Dharma, nos centros de operações low-tech da Ilha, na corporação de Charles Widmore, nos experimentos paracientíficos de Daniel Faraday nos porões da universidade onde estuda e nos números 4, 8, 15, 16, 23 e 42. Diferente de Arquivo-X -que ganhou corações e mentes nos anos 90 justamente por transformar em histórias de terror o imaginário ufologista e a nascente comunidade da conspiração na internet com as manchetes do jornal sensacionalista National Enquirer, filho direto da indústria do entretenimento e da paranóia da Guerra Fria – Lost optou pelo isolamento, confinando no ambiente fantástico da Ilha todas as suas possibilidades de narração e desenvolvimento dos personagens, uma dimensão paralela aos moldes de O Senhor dos Anéis que não conseguimos assimilar como algo possível. As situações cotidianas existem, mas sem a força necessária para beslicar o nervo certo e provocar a pergunta: “e se isso estiver acontecendo de verdade?”.

Isso fica claro quando a série não consegue criar o estranhamento necessário para ir em frente, limitando-se a prender o espectador com o “continua na próxima semana” das histórias em quadrinhos ou as reviravoltas com jeito de pegadinha dos gibis da Cripta. A curiosidade se reduz apenas a saber como a história vai terminar e não em intuir como os seus aspectos mais aparentes, e possíveis desdobramentos, se relacionam a realidade, como é o caso de Kolchack – The Night Stalker, Millenium e Arquivo-X, todos produtos diretos da cultura da conspiração que usaram a paranóia de maneira muito mais inteligente e instigante. Lost chega ao fim e todas as possibilidades narrativas e intuitivas propostas inicialmente se diluíram na trama em torno da Ilha e seus habitantes. Ao contrário do que todo mundo imaginava, a série não teve fôlego suficiente para criar uma mitologia interessante e consistente. Valeu a tentativa. Infelizmente não foi dessa vez.

* Essa cara de mau do Vlad é tipo.

Lost por Arthur Dantas

11 Pontos para desconstruir LOST

(Ou como não falar do assunto proposto para apontar caminhos em termos nativos para a criação/destruição).

O Matias, esse sim experto das teorias cultura pop, me pediu um texto sobre o Lost. Tentei ser o homem dos 20 mil caracteres para jogar à altura do patrono, mas aqui é mais pá-pum, falta fôlego e dedo indicador para digitar. Assim, vai um texto com gosto de convite para conversa de nerds obsessivos e parcamente ilustrados e deformados.

Saí confuso depois do penúltimo episódio. Mas adianto: o único personagem “forte” pra valer nessa brincadeira toda depois de tanto enrola-desenrola é o Desmond Hume! Não vou arriscar futurologia – por mais óbvio que aparentemente pareça o fim da série –, porque acho desnecesário.

Resolvi prestar homenagem ao falecido e superlativo Ricardo Rosas, criador do portal rizoma.net – que, com certeza, estaria curtindo muito essa farra toda de 6 anos de duração e rivalizaria com o Matias nas observações sobre essa série fenômeno.

1. Lost in The Supermarket – no tiroteio das referências, essa música do The Clash serve como balizador da ideologia/projeto/conceito da série. E, ironia das ironias, reverbera novamente o filho de diplomata: o futuro não está escrito. Evoé Joe Strummer!

2. Lost = Charles Dickens. Sentimentalista e melodramática, jogos de moralidade. Inglaterra chega aos Estados unidos moderno – a crítica social e de costumes para a sarjeta. Da era vitoriana para o fundamentalismo cristão pós-moderno. Linhagem enviesada, linhagem enfraquecida. Muito a que se observar. A equação entre Orwell e Alan Moore, de Revolução dos Bichos à V de Vingança, linhagem coerente e sintomática de nosso tempo. Política. Ah, a Inglaterra. Soprano e Crime e Castigo. Bernard Shaw e Monty Python. Mark Twain e David Chapelle. Lost consolida e/ou encerra o período áureo das grandes narrativas em séries/folhetins teledramatúrgicos.

2. Nada é sagrado, tudo é permitido. Sincretismo religioso careta – nada que assuste a nós, brasileiros. Nos bastidores, o zeitgeist da cruza entre estadunidenses democratas, liberais, e judeus expatriados do grande capital do enterteinment. Nunca a religião se prestou tanto a ficção sem potência alguma.

3. Assim, se a religião foi o ópio das massas, hoje nosso ópio realmente está na TV – sem medo de parecer retórica esquerdista circa 1960. Medo e delírio. A banalização do bem e do mal – ou a elasticidade desses onceitos. Viva o ópio, viva o torpor. A religião para “religarmos” a TV.

4. a síntese máxima da conjunção do melhor que a literatura especulativa produziu (Fantasma de Lee Falk/HQ Adulta pós Gaiman-Moore-Morrison aportarem na Amérikkka/Hollywood dos filmes em série) – deslumbre com as possibilidades cênicas do capitalismo pós-fordista/limitações estruturais e/ou estruturantes, a ficção pós-moderna em seu ápice: constrói-se uma fortuna narrativa exemplar sem nenhum poder constituinte.

5. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica ad exaustão. Arte/mercadoria. Walter Benjamin rolando no túmulo. Os donos da série em orgias homéricas em mansões de L.A, curtição no Havaí. Espectadores ansiosos – a ansiedade alimentada pela indústria farmacêutica chega à TV Paga. Mal aí, Escola de Frankfurt: alienação wins!

6. Ainda em termos pós-modernos: o revés da ideia multitudinária ainda que plena em LOST – o revés da própria teoria ímplicita. A ilha como o Leviatã hobbessiano. Sawyer e Ana Lucia, Hugo e Libby, Sayid e a loira. Descontração no meio do pesadelo. A resolução pouco importa. Locke – vejam bem, Locke! – mata as possibilidades sociológicas radicais do texto. Logo, Bakunin é um personagem do quarto escalão com poucos recursos cênicos. O inconsciente estadunidense – essa besta com bombas atômicas comandando sinapses e o Apocalipse. Lost poderia ser a encenação do apocalipse bíblico. Não será.

7. Encruzilhadas do Labirinto. Cá entre nós: vale a pena pinçar cada uma das armadilhas em exercício mental botequeiro? Lost prova a descontinuidade do raciocínio e da historicidade como um exercício inevitável para o homem médio. Deixa Lost me levar, lost leva eu…

8. Ficção científica e a ideia de não estarmos sozinhos no universo. Bullshit. Mais um mote para a lata de lixo da história. O estranho em nós. Um, nenhum, cem mil. Personagens lineares: Jack e Hugo. A Amérikka profunda e débil, flácida em sua estupidez. Sedutora e engraçada, companheira, ao mesmo passo. O sonho americano – aqui cada vez mais tedioso e lento e contínuo como um elefante – em chave maior.

6. Seis anos e alguns estudos de caso da moralidade estadunidense – infelizmente – implícita. Pretos amarelos e terceiro mundistas explodidos, soterrados, afogados. Mortes violentas. Mesmo o consenso hollywoodiano democrata e o liberalismo judaico ressoando em cada episódio. Fim trágico do multicultarismo como promessa de um mundo globalizado.

7. o mundo não suporta/quer/demanda grandes narrativas estruturantes – foda-se Balzac e Proust e cavalgando alucinadamente da outra ponta mas em direção convergente, o Pynchon também – o que se espera/suporta/necessita-se são grandes narrativas não-constituintes. Será uma grande biblioteca de Alexandria de ponta cabeça, desorganizada, um remédio consentido entre as partes para finalmente enterrarmos a história, pra aliviar nossas dores?

8. Lost como cume de uma grande espiral de um gênero que se pretende como o “das ideias” em nosso tempo, a ficção especulativa, e mais centralmente a ficção científica, devidamente dopado e sintetizado ao DNA de uma cultura viciada e analgésicos e aliviadores de consciência – do Prozac aos construtores de consenso manufaturado. Transcender essa espiral, assim espero, somente com as surpresas dos samurais oriundos do Oriente profundo – para vingar os amarelos, negros, terceiro mundistas e demais párias devidamente jogados para debaixo do tapete da série para que soçobre um heroi bundinha tipicamente americano (eleja-se do caipira racista Elvis Presley, ao Ciclope dos X-men ao sem sal emolóide Jack Sheppard de LOST) que diz muito sobre o anima de um império decadente. Nem Obama nem Mao Tsé Tung. A devir, se ele guarda algo de grandioso para nosotros, terá mais que ver com uma narrativa Luther Blissetiana.

9.O caos reina. A cultura pop ganhando vulto de alma popular.

10. Diversão descompromissada? Jamais, Siegel e Shuster, Crumb e Shelton, irmãos Wachowski, irmãos Coen, irmãos Marx, Moore e Morrison, Pelé e Coutinho, Maradona e Careca, descontração e sedução de inocentes.

11. Inocentes? Ninguém é inocente, diria Sayid Jarrar, o personagem de onde começaria uma narrativa a moda do Brasil pós-Lula – o meu herói da série. Viva Lost!

P.S: um comentário ingênuo e objetivo: no meio da última temporada me sentia enganado, mas acabarei no domingo plenamente recompensado.

* Arthur Dantas é o Velot Wamba. Ou é o contrário?

Aloha do Lost

Lost por Marcos Piangers

Assumo um preconceito injustificado com séries americanas. Nos meus early twenties achava uma forma de arte menor, como gibis, novelas da globo e filmes com o Mark Wahlberg. Foi vendo o Mutley correndo pra casa pra assistir Friends que eu dei chance pra essa coisas, ainda reticente com a possibilidade de ser um tremenda BICHICE. (Antes, pra mim, só havia Seinfeld, que eu e um amigo gravávamos em VHS todos os dias, em dois horários na Sony, o que nos fazia chegar atrasados no trabalho regularmente. Imagina nossa cara quando lançaram a coleção completa em DVD).

Lost não escapava de me fazer sentir NOVELEIRO. Assumo que assisti as partes mais açucaradas, os episódios do Jin e da Chan e praticamente toda a terceira temporada apertando o FF do controle remoto. Nego gosta de dizer que Lost é um seriado sobre pessoas – o que me deixa meio puto já que TODOS os seriados são sobre pessoas (tirando o Geeks and Chicks). Lost é sobre mistério. FODA foi ver um monstro matando o piloto; Locke andando; um urso polar no meio do mato; um avião cheio de drogas; outros sobrevivente na calda; Os Outros; o lance com mulheres grávidas; os vídeos da Dharma; a porra dos números; brasileiros no gelo; “We have to go back!”. Tira isso e seria um seriado sobre escotismo.

A habilidade pra colocar até o fã mais nerd de cabeça pra baixo foi o que fez de Lost esse CULTO. Infelizmente na sexta temporada o nível de ansiedade da tchurma era tão absurdo que a gente já sabia o que ia acontecer antes de ver o episódio. E, ao vê-lo, decepção inevitável. Qualquer teoria dos fãs era mais ducaralho que essas respostas oficiais. Meu polegar passeou pelo FF do controle remoto algumas vezes. Mas não é hora de apertar o botão. É hora de esperar a contagem terminar pra ver o que vai acontecer. Apertem os cintos.

* Marcos Piangers manda no Espelunca.

Lost por Heloísa Lupinacci

* Helô é minha primeira imediata na nau do Link.