Vida Fodona #797: Bem na manha

Sintonizando a frequência certa para começar a semana…

Ouça aqui:  

Vida Fodona #750: O primeiro programa de 2022

Começando tranquilo… (E a partir deste programa, o Vida Fodona está no Spotify – vou subindo os programas velhos bem aos poucos)

Ouça aqui.  

John Lennon descasca Paul e Linda McCartney

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Em um carta recém-descoberta de John Lennon e Yoko Ono para Paul e Linda McCartney mostra como o clima logo após a separação dos Beatles era pesado – a tradução tá lá no meu blog do UOL.

Uma recém-descoberta carta de John Lennon e Yoko Ono para o casal Paul e Linda McCartney, que vai a leilão nesta quinta-feira, dia 17, mostra como o clima entre a dupla de compositores mais famosa do mundo estava tenso mesmo após a separação dos Beatles, grupo que lhes projetou para a fama. Sem data, a carta datilografada – com trechos escritos à mão pelo próprio John – deve ter sido escrita no início de 1971, à época em que o casal John e Yoko mudou-se de Londres para Nova York e é uma resposta pesada à outra correspondência, não especificada, de Paul para John, que Lennon rebate mirando em quem ele acredita ser a autora de parte das acusações: Linda McCartney.

“Estava lendo a carta de vocês e pensando que tipo de fã rabugento de meia idade dos Beatles a escreveu”, começa John, sem meios-termos. “Resisti a olhar na última página para descobrir – ficava pensando quem seria – Queenie (mãe do ex-empresário dos Beatles, Brian Epstein)? A mãe do Stuart (Sutcliffe, o primeiro baixista dos Beatles)? – A esposa de Clive Epstein (irmão de Brian, que assumiu o controle da empresa do irmão após sua morte)? – Alan Williams (o primeiro empresário dos Beatles, antes de Brian)? – Quem diabos – é Linda!” E continua: “Nós dois ‘passamos por cima disso’ uma porção de vezes – e perdoamos vocês dois – então é o mínimo que vocês podem fazer por nós – vocês tão nobres. Linda – se você não se importa que eu diga – cala a boca! – deixe que Paul escreva – ou como queira.”

“Você realmente pensa que a maioria da arte de hoje só existe por causa dos Beatles?”, segue pesado um exasperado John, “eu não acredito que você seja tão insano – Paul – você acredita nisso? Quando parar de acreditar talvez você acorde! Nós não dizíamos sempre que éramos parte de um movimento – não o todo dele? – Claro, nós mudamos o mundo – mas tente acompanhar – DESÇA DO SEU DISCO DE OURO E VOE! Não me venha com esse papo de tia velha de que ‘em cinco anos vou olhar para trás como uma pessoa diferente’ – você não percebe que isso está acontecendo AGORA! – Se eu soubesse ENTÃO o que eu sei AGORA – você parece ter perdido o ponto…”

A carta é uma amostra do clima pesado no final dos Beatles e mostra como a cisão entre seus fundadores e principais compositores continuou mesmo após a banda ter anunciado seu fim, em 1970. “Eu não me envergonho dos Beatles – eu comecei isso tudo – mas sim de algumas merdas que a gente engoliu para fazer deles tão grandes – eu pensava que todos nós sentíssemos assim em diferentes graus – obviamente não.” A carta deve ser leiloada através da internet pelo site RR Auction nesta quinta-feira, dia 17, e o lance inicial por ela é de 2 mil dólares, embora acredita-se que ela deve atingir um valor dez vezes mais alto.

Leia abaixo a íntegra da correspondência.

LennonMcCartney-carta-1

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“Caros Linda e Paul,

Estava lendo a carta de vocês e pensando que tipo de fã de meia idade e destemperado dos Beatles a escreveu. Resisti a olhar na última página para descobrir – ficava pensando quem seria – Queenie? A mãe do Stuart? – A esposa de Clive Epstein? – Alan Williams? – Quem diabos – é Linda!

Você realmente acha que a imprensa está por baixo de mim/vocês? Você acha isso? Quem vocês pensam que nós/vocês são? A parte sobre o “auto-indulgente não percebe quem está ferindo” – espero que vocês percebam o quanto de merda que vocês e o resto de meus amigos “bondosos e não egoístas” despejaram em mim e em Yoko, desde que estamos juntos. Algumas vezes pode ter sido um pouco sutil ou deveria dizer “classe média” – mas não com frequência. Nós dois “passamos por cima disso” uma porção de vezes – e perdoamos vocês dois – então é o mínimo que vocês podem fazer por nós – vocês tão nobres. Linda – se você não se importa que eu diga – cala a boca! – deixe que Paul escreva – ou como queira.

Quando perguntado sobre o que eu achava originalmente do MBE, etc. – eu disse a eles o melhor que eu conseguia me lembrar – e eu me lembro mesmo de certo embaraço – você não, Paul? – ou você – como eu suspeito – ainda acredita em tudo isso? Eu posso perdoar Paul por encorajar os Beatles – se ele me perdoar pelo mesmo – por ter sido – “honesto comigo e ter se preocupado demais”! Que diabos, Linda, você não escreve para o livro Beatle!!!

Eu não me envergonho dos Beatles – (eu comecei isso tudo) – mas sim de algumas merdas que a gente engoliu para fazer deles tão grandes – eu pensava que todos nós sentíssemos assim em diferentes graus – obviamente não.

Você realmente pensa que a maioria da arte de hoje só existe por causa dos Beatles? – Eu não acredito que você seja tão insano – Paul – você acredita nisso? Quando parar de acreditar talvez você acorde! Nós não dizíamos sempre que éramos parte de um movimento – não o todo dele? – Claro, nós mudamos o mundo – mas tente acompanhar – DESÇA DO SEU DISCO DE OURO E VOE!

Não me venha com esse papo de tia velha de que “em cinco anos vou olhar para trás como uma pessoa diferente” – você não percebe que isso está acontecendo AGORA! – Se eu soubesse ENTÃO o que eu sei AGORA – você parece ter perdido o ponto…

Me desculpem se eu usar “espaço dos Beatles” para falar sobre o que eu quiser – obviamente se eles continuarem a fazer questões de Beatles – eu vou respondê-las – e vou conseguir tanto espaço de John e Yoko quanto eu puder – se me perguntam sobre Paul eu respondo – eu sei que parte disso acaba indo para o pessoal – mas, acreditem vocês ou não, eu tento responder objetivamente – e as partes que eles usam são obviamente as mais saborosas – eu não tenho mágoas do seu marido – eu sinto por ele. Eu sei que os Beatles são “pessoas muito gente boa” – eu sou um deles – eles também são grandes bastardos como todo mundo é – então desça do seu cavalo alto! – a propósito – nós temos conquistado mais interesse inteligente em nossas novas atividades em um ano do que tivemos em toda a era Beatle.

Finalmente, sobre não contar a ninguém que eu deixei os Beatles – PAUL e Klein passaram o dia me convencendo que era melhor não falar nada – pedindo a mim para não dizer nada porque iria “ferir os Beatles” – e “vamos apenas deixar assentar” [let it petre out] – se lembra? Então coloque isso na sua pequenina mente pervertida, Sra. McCartney – os c**ões me pediram para manter silêncio sobre isso. Claro, o lado do dinheiro é importante – para todos nós – especialmente depois de toda a merda provocada por sua família/parentes insanos – e DEUS TE AJUDE A SAIR DESSA, PAUL – vejo você em dois anos – imagino que você terá saído até lá –

apesar de tudo,

com amor para vocês dois,

de nós dois

P.S. sobre endereçar a carta de vocês só para mim – AINDA…!!!”

Vida Fodona #329: Pego leve

Devagar…

Warpaint – “Baby”
Beatles – “Long Long Long”
Soko – “We Might Be Dead By Tomorrow”
Paul & Linda McCartney – “The Back Seat of My Car”
Norah Jones – “Happy Pills”
Spiritualized – “I Think I’m in Love”
Arnaldo Baptista – “Hoje de Manhã Eu Acordei”
Lucas Santtana – “O Deus Que Devasta Mas Também Cura”
Curumin – “Passarinho”
Bobby Womack + Lana Del Rey – “Dayglo Reflection”
Neil Cowley Trio – “Let’s Go Away for Awhile”
Lykke Li – “Youth Knows No Pain”
Grimes – “Genesis”
Chromatics – “Kill for Love”
Silva – “Imergir”
Céu – “Chegar em Mim”
Beck – “I Just Started Hating Some People Today”

Vens?

Paul & Linda McCartney: “Where the holy people grow”

Mais um petisco saído do box set de Ram:

O Ram de Paul McCartney devidamente encaixotado

Aquele documentário sobre um dos melhores discos solos de um beatle (no caso, Ram, do Paul McCartney) que eu postei aqui outro dia faz parte do lançamento de mais uma versão de luxe dos discos do Paul, desta vez um box set com quatro CDs e um DVD, facsímiles das letras escritas pelo punho do próprio Paul, um livro, fotos inéditas e, na versão completa, uma camiseta e uma litografia, que já está à venda pela internet.

E o Bracin disse pra sacar as versões remasterizadas para “Too Many People” e “Uncle Albert / Admiral Halsey“, que o Paul colocou no Soundcloud dele.

Ramming – Um documentário sobre o único disco de Paul e Linda McCartney e como deixar de ser um beatle

Olha que documentário específico e irresistível…

Vi na Babee.