Um papo com a Karina Buhr

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Sou o mediador de um bate-papo online que acontece com a Karina Buhr no UOL a partir das 16h, que também deve tocar músicas de seu novo disco, o incendiário Selvática, e rede perguntas do público através deste link.

Vida Fodona #511: Tive que sacrificar

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O primeiro Vida Fodona de outubro, só agora! Que vexame!

Ride – “Vapour Trail (Robert Smith Remix)”
Paul McCartney + Michael Jackson – “Say Say Say (2015 Remix)”
!!! – “Ooo”
Karina Buhr – “Pic Nic”
Elza Soares – “Pra Fuder”
Supercordas – “Espectralismo ou Barbárie”
Boogarins – “6000 Dias”
Deerhunter – “Breaker”
Ryan Adams – “Style”
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Te Atazanar”
Rodrigo Ogi + Mao – “Estação da Luz”
Instituto – “Ossário”
Fabio Góes – “Nerves”
Skylar Spence – “Fall Harder”
Broken Bells – “It’s That Talk Again”
DJ Poulpi – “No One Knows When The Sky Falls”
Lana Del Rey – “Don’t Let Me Be Misunderstood”

Vem aqui.

Karina Buhr 2015: “Selvática é rock’n’roll”

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Se você postou algo no Facebook sobre o disco novo de Karina Buhr – o enfurecido Selvática, que ela disponibilizou essa semana e que lança hoje e amanhã na choperia do Sesc Pompéia – deve ter passado um dia na cadeia da rede social, impossibilitado de postar, comentar ou curtir qualquer coisa na aldeia de Mark Zuckerberg. Foi o que aconteceu comigo no fim desta semana – por culpa única e exclusivamente dos peitos de fora que a cantora baiano-pernambucana exibia na capa de seu novo disco.

A caça às tetas via Facebook (que começou no ano passado com o Encarnado de Juçara Marçal e que deve continuar em discos, fotos e vídeos nos próximos anos) é um bom sintoma do 2015 quente que Karina tem passado, ela que, além do disco, também lançou livro (Desperdiçando Rima, pela Rocco) e participou da Flip (ao lado de Arnaldo Antunes) este ano, se firma como uma das principais vozes do novo feminismo na atual cultura brasileira. Ela, no entanto, não acha que o disco seja mais feminista que os anteriores: “Se for pensar nos dois discos anteriores, eles são bem feministas também: ‘Eu menti pra Você’, ‘Não me ame tanto’, ‘Amor Brando’, ‘Avião Aeroporto’… De todo jeito, acho que tudo o que eu fizer, independente do tema que eu abordar vai ser feminista porque eu sou. Então posso falar do barquinho com a lua, relax, mas quem descreve esse barquinho e essa lua pensa de um jeito que é esse.” Ela define o novo disco como “rock and roll, mesmo quando é tranquilo e com toques de ciranda.”

Você chegou com o disco pronto em estúdio ou o compôs durante a gravação?
Cheguei com tudo pronto, só a letra de Selvática que fiz no último dia de gravação. Tinha ideia pra ela mas não tinha feito, passei a madrugada escrevendo e gravei no dia seguinte.

Ter feito o disco depois da sua participação na Flip e de lançar o seu livro o influenciou de alguma forma?
O livro influenciou, era um outro disco que ia rolar, mas quando peguei o livro com forma de livro, ali, capa e tal, sem ser o PDF frio ou a xerox grampeada, várias coisas se ressignificaram e acabei pegando vários textos dele e transformando em música. A Flip não, a Flip foi maravilhosa mas de outra forma, não influenciou no disco.

Como tem sido a repercussão da capa? Até eu fui proibido de usar o Facebook por um dia por sua causa…
Hahhaaa! Pois é, acabou tendo tiro pela culatra do Facebook! Nunca uma capa minha rodou tanto como essa, ela estava em todos os lugares, mais de 2 milhões de acessos na página em três dias. Fora que gerou uma discussão maravilhosa e profunda sobre censura, machismo, direito das mulheres sobre o próprio corpo, bem massa. Fui bloqueada, minha produtora também, um monte de gente também, mas era digitar “#selvática” no search do Facebook e ficar chorando, emocionada, como tanta gente postando pinturas antigas e coisas novas, capas de vinil aos montes, mulheres postando fotos dos próprios peitos, Beto Figueiroa e Aline Feitosa e o ensaio lindo que eles fizeram por conta disso… Começou como uma coisa muito ruim e se transformou completamente.

E o que dá para esperar do show de lançamento?
Não sei o que esperar, espero que seja bom hahaha. Vai ter Denise Assunção, deusa, junto comigo. A banda é minha banda deusa de sempre: Mau no baixo, Bruno Buarque na bateria, André Lima nos teclados, Guizado no trompete e Catatau e Edgard nas guitarras.

Selvática para download

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O terceiro disco de Karina Buhr já criou polêmica só pela capa – e agora pode ser baixado na íntegra, no site da cantora.

Karina Buhr 2015: “Eu sou um monstro”

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Karina Buhr começa a trazer seu terceiro disco à luz do dia – e começa com a faixa feminista “Eu Sou um Monstro”. Selvática, com sua capa escancarada acima, sai no final deste mês e já está com shows de lançamento marcados para os dias 2 e 3 de outubro.

Vem aí o disco novo de Karina Buhr

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O terceiro disco de Karina Buhr – batizado de Selvática – já está gravado e abriu a pré-venda, com direito a recompensas pra quem pagar mais. O disco conta com onze faixas novas da cantora, gravadas com Bruno Buarque na bateria, Mau no baixo, Fernando Catatau e Edgar Scandurra nas guitarras, André Lima nos teclados e participações de Guizado, Laura Lavieri e Elke Maravilha. Quem se interessar pode ver como antecipar a compra do disco aqui.

Os 75 Melhores Discos de 2014 61) Goma Laca – Afrobrasilidades em 78 RPM

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A tarde toda no Sim São Paulo

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Comecei ontem minha participação no Sim São Paulo com a palestra inaugural do evento (O Ecossistema da Música no Século 21) e sigo a tarde inteira dessa sexta-feira no Centro de Sâo Paulo, desta vez puxando outras discussões como mediador. As duas primeiras rodadas acontecem no Cine Olido: numa delas, às 14h, falo sobre jornalismo empreendedor ao lado da Bianca Freitas (do Club NME Brasil) e do Marcelo Costa (do Scream & Yell); na seguinte, às 15h30, converso sobre assessoria de imprensa e mídias sociais com Cassio Politi (da Tracto Content), Francine Ramos e Natalia Birkholz (da Inker), Larissa Marques (da Lema) e Piky Candeias (da Batucada). Depois, a partir das 17h é na Praça das Artes, quando converso sobre rádios com Patrick Torquato (Rádio Frei Caneca FM), Ricardo Rodrigues (do Festival Contato) e Roberto Maia (da 89 FM), e, finalmente, termino o dia a partir das 19h, batendo um papo com o China, a Irina Bertolucci (do Garotas Suecas), Karina Buhr, Thiago Pethit e Tim Bernardes (d’O Terno), para falar do ponto de vista do artista sobre essa história toda. Para saber mais informações sobre o Sim São Paulo, basta entrar no site do evento.

Vida Fodona #466: Completamente freestyle

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Um Vida Fodona gravado na praia…

Symmetry – “Uptown Rain”
Hail Social – “R U Still There?”
Shirley Ann Lee – “I Shall Not be Moved”
Alan Parsons Project- “Eye in the Sky”
Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários – “Declaração”
Fool’s Gold – “I’m In Love (Poolside Remix)”
Escort – “If You Say So”
Eunice Collins – “At the Hotel”
Elis Regina – “Cobra Criada”
Criolo – “Fermento pra Massa”
Karina Buhr – “Canto de Osanha”
Bonobo – “Cirrus”
Cardigans – “Lovefool”
Marina – “Fullgás”
Belle & Sebastian – “Legal Man”
Brian Eno – “St. Elmo’s Fire”

Aqui, ó.

Tudo Tanto #002: MP3 em 78 rotações

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Na minha segunda coluna na Caros Amigos eu falei do projeto Goma Laca, cuja edição de 2014 teve Letieres Leite comandando disco e show com Lucas Santtana, Karina Buhr, Juçara Marçal e outros recuperando pérolas esquecidas da música brasileira registradas em discos de 78 rotações. Fiz uns vídeos desse show:

MP3 em 78 rotações
Projeto Goma Laca resgata canções da primeira metade do século passado nas vozes de novos nomes da música brasileira

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Quem chegasse no Centro Cultural São Paulo (CCSP), próximo à Estação Vergueiro do metrô paulistano, no início da noite do dia 23 de agosto poderia achar que a nova música brasileira estivesse celebrando João Donato. Numa banda comandada pelo maestro Letieres Leite, o mago baiano dono da Orkestra Rumpilezz, Lucas Santtana, Duani e Karina Buhr repetiam os versos de “Cala a Boca, Menino” que Donato eternizou em seu clássico Quem é Quem, de 1973.

Mas “Cala a Boca, Menino”, embora tenha sido popularizada por João, não é nem de Dorival Caymmi, cujo crédito estampa o rótulo do velho vinil. Na verdade suas origens remontam à capoeira do início do século passado e o primeiro registro musical desta canção não apareceu sequer em vinil. A faixa foi registrada pelo mítico Almirante em 1938, na mesma época em que o sambista levou pela primeira vez ao rádio um instrumento “rudimentar e bárbaro” (palavras da época) chamado berimbau.

A faixa foi regravada na terceira edição do projeto Goma-Laca, núcleo de pesquisas sobre a música brasileira da primeira metade do século 20 desenvolvido pelo jornalista Ronaldo Evangelista e pela pesquisadora Biancamaria Binazzi. Desde 2009 a dupla fuça velhas bolachas que rodam a 78 RPM e desenterra pérolas para serem regravadas por novos nomes da música nacional.

A pesquisa é feita principalmente na discoteca Oneyda Alvarenga, do próprio CCSP, que conta com um acervo de mais de 44 mil discos brasileiros e uma das maiores coleções de discos em 78 rotações do Brasil. “Chamamos a discoteca de ‘Casa do Goma-Laca’, não só pelo acervo mais por seu conceito”, explica Biancamaria. “Ela foi criada em 1935 pelo Mário de Andrade, quando ele era diretor do departamento de cultura de São Paulo e a ideia dele era criar um espaço para músicos, que permitisse acesso à música ‘estranha aos ouvidos’. Ele queria promover o acesso à música regional do Brasil e à musica de concerto contemporanea, ir muito além do que tocava no rádio, o que de certa forma é o que fazemos com o Goma Laca. Como dizia o próprio Mário: ‘buscar fazer coisa nova, desencavando passados’”.

A edição de 2014 além da gravação e único show também se materializou em disco (as outras edições só foram disponibilizadas em MP3) e focou especificamente no que eles rotulam de “afrobrasilidades”. O disco reuniu Karina Buhr, Lucas Santtana, Russo Passapusso (que não pode comparecer ao show e foi substituído pelo carismático Duani) e Juçara Marçal para que eles pudessem reviver músicas com títulos como “Minervina”, “Babaô Miloquê”, “Guriatã” e “Passarinho Bateu Aza” (com ‘z’ mesmo), tudo sob a batuta – a flauta, no caso – suingada do maestro compenetrado e possuído que é Letieres Leite, que releu as velhas e ingênuas canções com um groove denso e ancestral, mas sem perder o vínculo com a tradição.

O disco pode ser comprado pelo site www.goma-laca.com, que ainda conta com as faixas das edições anteriores em MP3 para quem quiser apenas ouvi-las – além das versões originais imortalizadas em discos prensados numa mistura de cera de carnaúba com pó de goma laca. O núcleo de pesquisas segue à toda: “A ideia é continuar fazendo shows, rodas de escuta, programas de rádio, discos e o que pintar relacionado a esse universo setenteônico”, conclui Biancamaria.