E esse festival de jazz com André 3000, Nile Rogers, Kamasi Washington, Elvis Costello…?

E que tal a escalação desse ano do Newport Jazz Festival, que inclui nomes como André 3000, o Chic de Nile Rogers, Kamasi Washington, Elvis Costello, o brasileiro Amaro Freitas, Brittany Howard, Laufey, Meshell Ndegeocello, Corey Wong, Noname, Robert Glasper, Sun Ra Arkestra, Samara Joy, Thievery Corporation, Lianne La Havas, o Dinner Party de Terrace Martin, Robert Glasper e Kamasi Washington (que vem pra São Paulo tocar no festival C6), Cimafunk, Makaya McCraven com Jeff Parker e tantos outros? O evento acontece entre os dias 2 e 4 de agosto deste ano, em, claro, Newport, nos EUA, e os ingressos já estão à venda.

Vida Fodona #807: Demorei, né?

Muita coisa acontecendo.

Ouça abaixo:  

O encontro de Kamasi Washington com Andre 3000

Há alguns anos, se ouvíssemos falar que o rapper Andre 3000, metade do Outkast, participaria de um disco do saxofonista Kamasi Washington, a notícia seria recebida com a mesma medida de empolgação e estranhamento – o primeiro pela volta do MC à música, algo que não acontecia há muito tempo, a segunda pela conexão com um artista denso e bem menos pop. Mas desde o período pandêmico, ele voltou a dar sinais de vida, primeiro num single com Kanye West (“Life of the Party”) em 2021 e depois com outro (“Scientists & Engineers”) ao lado de Killer Mike, Future e Eryn Allen Kane no ano passado. Foi o mesmo ano em que deu sua maior guinada artística ao lançar o soberbo e abstrato New Blue Sun, disco instrumental composto ao redor de sua nova obsessão por flautas, jazz e música ambient. Neste sentido, a colaboração que Kamasi acaba de revelar com o amigo (o instrumental de lenta combustão “Dream State”, que faz parte do seu próximo disco, Fearless Movement) provoca reações menos adversas e igualmente admiradas, mostrando que o encontro ao mesmo tempo em que aproxima duas personalidades únicas da música norte-americana atualmente, mostra que a fase flautas de 3000, mesmo que seja só uma fase, não é o trabalho de um único disco.

Ouça abaixo:  

Eis a escalação completa do C6Fest 2024

Cat Power canta Dylan, 2ManyDJs, Squid, Pavement, Jaloo com Gaby Amarantos, Soft Cell, Black Pumas, Jair Naves, Young Fathers, Cimafunk, Romy do XX, Raye, Pista Quente, tributo a Cassiano dirigido por Ganjaman, Ayra Star, Jihye Lee Orchestra, Charles Lloyd Quartet, Chief Adjuah, Daniel Caesar, Daniel Camargo e Pedro Martins, Fausto Fawcett, Dinner Party do Kamasi Washington, Jakob Bro Trio, Young Fathers, Paris Texas, David Morales, Valentina Luz e DJ Memê. Eis o elenco da edição de 2024 do C6fest. Leia a escalação completa abaixo:  

Vida Fodona #669: Culpe o frio

vf669

Um pouco mais introspectivo…

Stephen Malkmus – “Love the Door”
Def – “Paraquedas (Boddah)”
Clash – “One More Time”
Tatá Aeroplano – “Deixa Voar”
Kamasi Washington – “Truth”
Bruno Schiavo – “Lambada”
Tommy James & The Shondells – “Crimson & Clover”
Fernê – “Consolação”
Deerhunter – “Heatherwood”
Nomade Orquestra + Juçara Marçal – “Poeta Penso”
Clairo + Danielle Haim – “Bags”
Boogarins – “João 3 Filhos”
Unknown Mortal Orchestra – “Secret Xtians”
Laura Lavieri – “Desastre Solar”/”Radical”
Ariana Grande – “Thank U, Next”

Kamasi Washington pronto pra briga

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O jazzman californiano Kamasi Washington está prestes a lançar seu novo álbum, o duplo Heaven & Earth, que já teve dois singles antecipados: “Fists of Fury” e “The Space Travelers Lullaby”, e agora ele surge com outra música inédita, esta inspirada no videogame Street Fighter. Em uma declaração, ele conta sua relação adolescente com o jogo e como ele o inspirou a composição:

Quando eu era mais jovem, estava no meio do final da geração dos fliperamas e o começo da geração dos consoles. Eu ia neste lugar chamado Rexall jogar Street Fighter. No Rexall tinham pessoas diferentes de diferentes vizinhanças jogando o jogo. Esse lugar era como se fosse um equalizador. Só importava o quão bom você era no Street Fighter, na maior parte do tempo. Em outros lugares você tinha medo daqueles caras; ali você só jogava o jogo e pronto, sabe? Eu era realmente bom no Street Fighter, foi quando surgiu a ideia da música que, brincando, dizia que era minha música-tema e quando eu aparecia para jogar Street Fighter eles tocavam a minha música antes que eu entrasse, como um lutador de boxe. No contexto do disco, era a conexão que tínhamos com aqueles caras da nossa vizinhança. Os chamávamos de OGs, os caras mais velhos que nos inspiravam.

De muitas formas, os videogames eram a forma que eu me conectava com eles porque eu nunca fui de nenhuma gangue, mas eu os conhecia e era legal com eles, principalmente através dos videogames. Quando cresci, pensei como seria incrível se os OGs pudessem apenas jogar games para resolver seus problemas. O sentido dentro do escopo do disco é uma conexão com um passado e todas as formas que podemos nos conectar.

Ele também lançou um teaser do clipe da música, que deve sair em breve.

O disco sai no dia 22 de junho e já está em pré-venda através da gravadora Young Turks.

Herbie Hancock junto com Kendrick Lamar, Flying Lotus, Snoop Dogg…

herbie

Um dos maiores nomes da história da música popular do século passado, o tecladista Herbie Hancock quer mostrar que seu legado sobrevive no novo século colaborando com alguns de seus principais filhotes musicais. É o que ele contou para o jornal San Diego Tribune, ao revelar que seu próximo disco terá participações de nomes de peso como Kendrick Lamar, Flying Lotus, Snoop Dogg, Kamasi Washington, Common e Thundercat, além de chamar o ás da guitarra africana Lionel Loueke, o mestre indiano da tabla Zakir Hussein e o velho compadre Wayne Shorter. O disco, ainda sem título, está sendo produzido pelo tecladista e saxofonista Terrace Martin, que já gravou com Kendrick Lamar e Snoop Dogg, além de outra lenda-viva da música, Stevie Wonder.

“Tenho aprendido bastante com os jovens com quem venho trabalhando”, contou o tecladista à reportagem do jornal. “Porque eles constróem novas estruturas, com a mídia social e toda esta arena, e isso afeta a forma como você traz as coisas para o público para deixá-lo sabendo que você está trabalhando em algo. Então ainda estou aprendendo e fico muito feliz com isso. Nunca quis parar de trabalhar. Eu nem penso mais em termos de: ‘vou fazer esse disco, lançá-lo, promovê-lo, fazer uns shows e em algum ponto começo a trabalhar em outro disco’. Hoje em dia você pode lançar duas faixas e então mais tarde elas podem se conectar com outras duas. O limite é determinado pelo artista. É uma nova era.”

Uma nova era que ele ajudou a inaugurar quando, no início dos anos 80, ousou descer dos pedestais do jazz para abraçar o hip hop ainda bebê, com o clássico “Rockit”.

Você colhe o que você planta.

Vida Fodona #562: As 75 melhores músicas de 2017

VidaFodona562

Depois de um tempo offline, mais de cinco horas de músicas do ano passado.

Taylor Swift – “Look What You Made Me Do”
MC G15 – “Cara Bacana”
Simone & Simaria + Anitta – “Loka”
Missy Elliott + Lamb – “I’m Better”
Xx – “Say Something Loving”
Phoebe Bridgers – “Motion Sickness”
Katy Perry – “Chained To The Rhythm”
Frank Ocean – “Provider”
Anelis Assumpção – “Receita Rápida”
Nill – “Minha Mulher acha que eu sou o Brad Pitt”
MC Fioti – “Bum Bum Tam Tam”
Busy P + Mayer Hawthorne – “Genie”
Elo da Corrente + Geovana – “Mariana”
Arcade Fire – “Creature Comfort”
Criolo – “Menino Mimado”
Gorillaz + Popcaan – “Saturnz Barz”
MC Kevinho + Wesley Safadão – “Olha a Explosão”
Lana Del Rey + The Weeknd – “Lust for Life”
Four Tet – “Planet”
Washed Out – “Get Lost”
N*E*R*D + Rihanna – “Lemon”
Dua Lipa – “New Rules”
Major Lazer + Anitta + Pabllo Vittar – “Sua Cara”
Beck – “I’m So Free”
Paramore – “Hard Times”
Nego do Borel + Anitta + Wesley Safadão – “Você Partiu Meu Coração”
Lana Del Rey – “Love”
Criolo – “Lá Vem Você”
Cardi B – “Bodak Yellow”
Lorde – “Green Light”
Pabllo Vittar – “K.O.”
Audac – “Hollanda”
Luiza Lian – “Oyá”
Giovani Cidreira – “Vai Chover”
Don L + Diomedes Chinaski – “Eu Não Te Amo”
Frank Ocean – “Chanel”
Tyler the Creator + Frank Ocean – “911” / “Mr. Lonely”
Otto – “Soprei”
Rincon Sapiência – “Ponta de Lança (Verso Livre)”
Anitta – “Paradinha”
Floating Points – “Ratio”
Haim – “Want You Back”
Elza Soares + Pitty – “Na Pele”
Rodrigo Ogi + Marcela Maita – “Nuvens”
Kendrick Lamar – “DNA”
Letrux – “Além de Cavalos”
Ed Sheeran – “Shape of You”
Giovani Cidreira – “Movimento da Espada”
Charlotte Gainsbourg – “Deadly Valentine (Soulwax Remix)”
Rakta – “Rodeados pela Beleza”
Courtney Barnett + Kurt Vile – “Let it Go”
Lorde – “Perfect Places”
Fleet Foxes – “Third of May / Odaigahara”
Maglore – “Clonazepam 2 Mg”
The War on Drugs – “Thinking of a Place”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
LCD Soundsystem – “How Do You Sleep?”
Brian Eno + Kevin Shields – “Only Once Away My Son”
Metá Metá – “Odara Elegbara”
Rincon Sapiência – “Crime Bárbaro”
Far From Alaska – “Cobra”
Flora Matos – “Perdendo o Juízo”
Thundercat – “Friend Zone”
Spoon – “Hot Thoughts”
Boogarins – “Foimal”
Kamasi Washington – “Truth”
Kelela – “LMK”
Kendrick Lamar – “Humble”
Rincon Sapiência – “Meu Bloco”
Baco Exu do Blues – “Te Amo Disgraça”
Tim Bernardes – “Ela”
Letrux – “Que Estrago”
Kiko Dinucci + Juçara Marçal – “Chorei”
Angel Olsen – “Special”
Chico Buarque – “As Caravanas”

Tem também no Spotify com as músicas que têm no Spotify:

Aliás, siga-me no Spotify por aqui.

As 75 melhores músicas de 2017: 10) Kamasi Washington – “Truth”

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“Truth”

Os melhores shows internacionais de 2017

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Fui convidado pelo Guia da Folha para escolher quais foram os grandes shows gringos em São Paulo neste ano – só pude escolher as apresentações que aconteceram na cidade, por isso alguns dos meus shows favoritos de 2017 (Aphex Twin e John Cale na Inglaterra, The Who, Nile Rodgers e Grandmaster Flash no Rock in Rio) não entraram na lista. Os três shows – e o pior “show” do ano – que escolhi foram os seguintes:

PJ Harvey, no Teatro Bradesco
“Finalmente o indie rock recebe tratamento de gala.”

Kamasi Washington, no Sesc Pompeia
“Um vulcão free jazz – com os pés no hip hop.”

Acid Mothers Temple, no Sesc Belenzinho
“Vórtice de psicodelia garageira rumo a outra dimensão”.

O pior do ano:
O preço ridiculamente alto de quase todos os shows internacionais e a inacreditável taxa de (in)conveniência, uma forma bem direta de chamar o público de trouxa.

Mais detalhes neste link.