Na minha coluna de domingo do Caderno 2 falei sobre a iPadmania pré-natal…
O Natal do iPad?
Não para quem não tem pressa
E a febre do iPad chegou ao Brasil com o Natal. Quase um ano após seu anúncio no início de 2010, o tablet da Apple chega por aqui com todos os louros que o coroaram como principal produto digital do ano. Não é à toa, afinal, ele faz a ponte entre os dois aparelhos eletrônicos mais usados do mundo – o computador e o celular –, dando início a uma tendência que deve dominar os anos 10: a transformação radical do computador pessoal, que pouco mudou estruturalmente desde que foi criado, há trinta anos. Mesmo com capacidades de armazenamento e processamento infinitamente superiores às dos primeiros modelos, os computadores atuais seguem o mesmo padrão daquele inventado pela dupla Bill Gates e Steve Jobs no fim dos anos 70: gabinete, monitor, mouse e teclado.
Mas isso não quer dizer que é só comprar um iPad para conhecer o computador do futuro, como festejam seus entusiastas. Não estou nesse time. Por melhor que o tablet da Apple possa ser considerado, ele é claramente um produto transitório. Por isso, se você está em dúvida se entra ou não no hype da prancheta digital, não caia nessa. Como a grande maioria dos lançamentos eletrônicos, ele não está completo. É quase um produto em fase de testes, com a diferença que leva a grife Apple, o que causa todo o auê típico dos produtos da empresa.
O iPad é um produto perfeito para early-adopters, essa fatia do mercado sempre disposta a comprar o último modelo de qualquer produto ou testar qualquer serviço online que comece a ser comentado.
Pertenço à categoria oposta, principalmente quando falo de aparelhos. Demorei para ter um DVD player, só passei a usar celular depois que entrei no caderno Link, há três anos, e só neste ano me rendi a um smartphone. Não por ser avesso a tecnologia, mas ficar a distância ajuda a ter uma perspectiva menos deslumbrada desse tipo de tendência. Não é preciso ter pressa para pegar carona na moda eletrônica da vez. Mesmo porque, como disse, é bem provável que ela ainda esteja em fase beta – termo utilizado pelo mercado digital para definir aparelhos ainda em teste.
E já começaram as especulações sobre o iPad 2. Embora tudo ainda seja nebuloso, uma coisa é quase certa – o novo modelo será mais completo e certamente mais barato que o atual. Tem horas que é melhor esperar…
Hoje você ri:
Mas e quem ri agora…?
A comparação acima é a conclusão de uma digressão do Mini sobre o primeiro computador e a primeira programadora da história – no século 19!
• iPad: o produto do ano • E ele vem para o Natal • Truque permite comprar no iTunes • Presente coletivo • Todo dia, toda hora • Computador de bolso • Alta diversão •
• O fim não justifica os meios • Falta de consenso sobre o que é privado leva a ruídos • Um passo para a lei • Como zerar seu smartphone • Colhidas a dedo • Todos no Vale do Silício a serviço do Facebook • iPad com teclado • Lion incorpora traços do OS móvel • Notas – Facebook, GTA, Fifa, protestos na França… • Vida Digital: Steven Johnson •
• Aplicativos: assim nasce um novo mercado • Operadoras miram nos sem-smartphone • Aplicativos são tema de curso •Réu confesso • Gambiarra no iPad • Muda o hábito, não o livro • Por anúncios direcionados • Brasileira na Nasdaq • Vida Digital: Guy Kawasaki •
• Se não for a eles, eles virão a você • Para espalhar, é preciso apenas ser bom • YouTube a lápis • 10 mitos sobre conteúdo online • Quando um meme vira filme • Análise: Quando as conexões entre pessoas na web ficam horizontais • Personal Nerd: O trajeto da informação • Reforma revê direitos autorais • Gosta de mp3? Você é um pirata • “A nossa lei não merece ser substituída. É boa” • “Com mudanças, Brasil vai liderar a discussão” • A construção de um mito • E3, falha no iPad e publicidade no Twitter • Vida Digital: Fernanda Viegas •
• A solução do mistério não importa • Lost fez primeiro • Ansiedade de fãs forçou a mudança da televisão • A ficção científica encontra o amor • Histórias em várias plataformas criadas por diversos produtores • Análise: E daí se as peças não se encaixarem? • Personal Nerd: J.J. Abrams linka tudo • O que Obama quis dizer ao vilanizar Xbox, iPod e iPad • Política, economia e cultura na mesa • 31 de maio: o dia de sair do Facebook • Brasil lidera a adoção de redes sociais • Vida digital: Andreas Lange •
• 21 dias depois: nem notebook, nem celular, iPad ocupa novo lugar • A vantagem do aparelho de uma tarefa só • Livraria Cultura vira palco para o Link • Só a Justiça pode tirar conteúdo do ar, redefine anteprojeto do Marco Civil • Como registrar seu domínio • A tecnologia dos celulares regerá o futuro dos tablets • ‘Prince of Persia’ vira filme dando sequência à evolução dos games • E depois do anúncio do Plano Nacional de Banda Larga? • A invasão dos ‘Androidphones’ • Vida digital: No espaço sideral •
• Sem teclado nem mouse • Mudança começou com celular • Quando a tecnologia vira sexto sentido • Os rumos do comando • Meio termo: mouse com supefície tátil • Controle na ponta dos dedos • Análise: Um à frente, dois para trás • Análise: iPad eleva nível da disputa• Projeto de lei do Marco Civil aumenta as responsabilidades dos usuários • Entenda o Marco Civil da internet • A cultura sob a ótica do copyright • A linguagem da internet é o HTML • Vida Digital: Tiger Woods
Eis meu texto de abertura do especial que fizemos pós-iPad no Link desta semana.
Sem teclado, nem mouse
A chegada do iPad é mais um degrau nas mudanças na forma de lidar com o computador. Touchscreen e sensores de movimento são só algumas das tecnologias que já existem
iPad, iPad, iPad. Desde o lançamento do tablet da Apple parece que não se fala em outra coisa quando o assunto é tecnologia, cultura digital ou comunicações. Lançado no início deste mês, o aparelho correspondeu às expectativas que o acompanham desde quando ele era só um rumor que ganhou força no final do ano passado, e só na primeira semana quase meio milhão de iPads foram vendidos.
Longe de ser uma unanimidade, o aparelho sublinha uma mudança maior do que a festejada pela Apple e seus fãs. Afinal, ele é um dos primeiros candidatos a substituir o computador pessoal abrindo mão de dois acessórios que o acompanham desde sua criação: o mouse e o teclado.
Essa mudança começou, não custa frisar, com o iPhone: foi o celular da Apple que levou ao abandono do conceito de telefone, substituído pelo de computador de bolso – o que alterou, inclusive, a forma como a internet se organiza, com a popularização dos aplicativos.
Mas entre o iPhone e o iPad, outras empresas apresentaram novidades que estão mudando completamente a forma de interação com as máquinas digitais.
Touchscreen e sensores de movimento aos poucos tornam a interação com o que está na tela mais intuitiva, menos burocrática e mais natural, liberando as mãos de quem tem de lidar com os aparelhos, sejam eles celulares, notebooks, netbooks ou tablets. Nesta edição, aproveitamos o furor em torno do iPad para falar sobre isto.