Louis Armstrong e Frank Sinatra death metal

Brincar de viver

Via Minus the Hoho.

CORAL MAIDEN

E o Gabriel mandou esses moleques aqui, demais.

Harpa metal

Up the Irons!

4:20

Trapalhões x AC/DC

WTF? Inagaki explica e ainda lembra que a música acima foi composta pelo… Lenine?

Iron Maiden – Live After Death

Volto a desenterrar textos e hoje separo uns aqui que fiz para o vintage The Bambas, e-zine que o Camilo fazia com o Tomate nos idos de 97/98 e inspiração direta para eu fazer o 1999 com o Abonico. Esse primeiro é sobre a importância do disco ao vivo do Iron Maiden para a minha (e provavelmente sua) formação – e foi publicado numa seção chamada “Na Moita”, em que os convidados eram provocados a falar de um disco que pudesse causar algum tipo de constrangimento público. Nunca me envergonhei do Iron, pelo contrário – não à toa escrevi o texto abaixo.

“Você deve ir até o fim”. E é claro que iríamos. Afinal, por mais assustadores que pudessem ser os 100.08 minutos orgulhosamente estampados na contracapa do disco duplo, eles eram preciosíssimos. Era a maior banda de heavy metal do planeta em seu melhor momento fazendo o que fazia de melhor no melhor lugar possível, o palco. Desde que se apresentaram no Rock in Rio, trazendo o mostrengo Eddie e a incrível múmia-esfinge, que cuspia fogo pelas ventas, o Iron Maiden era sinônimo de rock pesado e seus shows eram momentos de catarse coletiva e profissionalismo.

Historicamente, Live After Death, o disco em questão, marca o começo do declínio do Iron. A importância primordial do grupo encontra-se logo em seu início, quando, após o impacto do punk, o grupo liderou a chamada New Wave of British Heavy Metal – um dos melhores nomes de gêneros musicais da história. Mas no começo, o Iron era uma banda de rock pesado, não uma de heavy metal. Discos como Iron Maiden e Killers estavam repletos de energia e vigor, mas o metal clássico (desenvolvido pelo Led Zeppelin) passava longe dali. Muito por conta do vocal de Paul D’Ianno, uma espécie de Dee Dee Ramone do metal, pela guitarra suja de Dennis Stratton e por sua atitude rebelde: eram a primeira banda desde o The Who a tocar de verdade no tradicional Top of the Pops, em vez de fazer playback.

Com cacetadas como “Prowler”, “Charlott the Harlott”, “Running Free”, “Killers”, “Wrathchild” e “Murders in the Rue Morgue”, o Iron de Paul D’Ianno injetava doses pesadas de rock no cansado metal do final dos anos 70 – um gênero que havia se dividido entre o pop (Cheap Trick, BTO), a paródia (Queen, Ozzy Osbourne no começo) e a falta de criatividade (Led Zeppelin, Deep Purple), cambaleando devido ao impacto do punk. O Maiden em seus primeiros anos era uma injeção de adrenalina no metal. Se foi o punch do punk que salvou o metal nos anos 80, a Dama de Ferro em seus primeiros dias era o Buzzcocks da época. Só que D’Ianno fazia jus ao espírito rocker da banda e, depois de brigas e bebedeiras, foi chutado pra fora do grupo.

A entrada de Bruce Dickinson (do épico Samson) e do guitarrista Adrian Smith ampliaram a importância do baixista Steve Harris. Principal compositor da banda, Harris descobriu uma fórmula secreta: compunha canções sobre o cavalgar de seu baixo, deixando campo livre para os dois guitarristas (Smith e o fundador Dave Murray) trabalharem riffs em duas vozes (as famosas terças e quintas, o pit-shifter humano) trotando por sobre o baixo, que guiava a canção ao lado da bateria (de Clive Burr, que entrou no lugar do fundador Doug Sampson). O vocal berrado de Bruce era mais versátil que o de D’Ianno e às vezes descambava para o operístico. O tempero era acrescido pelo tema mais clássico do heavy metal, o que faz o vínculo do gênero com o blues – o satanismo. E The Number of the Beast (com clássicos como “Hallowed Be Thy Name”, “The Prisioner”, “22 Acacia Avenue” e “Run to the Hills”) transformava o Iron em uma banda de metal clássico.

Piece of Mind continuava a linha ascendente da carreira do grupo (e dava espaço para a entrada do baterista Nicko McBrain, com estandartes do gênero como “The Trooper”, “The Flight of Icarus”, “Where Eagles Dare” e “Revelations”), que prosseguiria em Powerslave. O disco do Egito, com o mascote Eddie feito faraó na capa, cortesia do genial Derek Riggs (talvez o principal motivo pros fãs do Iron entrarem no culto à banda), e a presença de hinos como a faixa-título, “The Rhyme of the Ancient Mariner”, “2 Minutes to Midnight” e “Aces High” mostravam que a banda chegava à maturidade. A instrumental “Losfer Words (Big’Orra)” mostrava que a banda estava mais precisa e segura que nunca, e qualquer som que eles tocassem juntos teria a cara do Iron Maiden.

Começava então o declínio. Somewhere in Time, o disco futurista, mostrava a banda muito mais preocupada com um conceito do que com as canções, desperdiçando boas sacadas melódicas e instrumentais maduros com um tema forçado, como “Caught Somewhere in Time”, “Heaven Can Wait” e “Deja-Vu”. Embora menos inspirado, o disco ainda traz bons momentos do grupo, como a olímpica “The Loneliness of a Long Distant Runner” e a literária “Stranger in a Strange Land” mostravam que o grupo ainda podia produzir bons momentos em conjunto. A bela balada “Wasted Years” (a única que fugia do padrão de todas as outras baladas da banda) mostrava que Adrian Smith sabia compor e que queria seu espaço na banda.

O último bom momento do Iron vem com Seventh Son of a Seventh Son. Aqui, o conceito toma conta do disco de vez e Steve Harris enfrenta um momento de megalomania semelhante ao que Roger Waters enfrentou em The Wall. As melhores faixas do disco (“Can I Play With Madness”, “Only the Good Die Young”) são justamente as que fogem do tema central, que trata, novamente, de satanismo (o sétimo filho do sétimo filho será o anticristo, segundo algum lugar da Bíblia), só que épico e preciosista.

Depois era a lama. No Prayer for the Dying tentava voltar ao espírito rock’n’roll do grupo, com músicas risíveis (como “Holy Smoke” e “Bring Your Daughter to the Slaughter”), o pavoroso Fear of the Dark (com aquela capa horrível e bobagens como “Afraid to Shoot Strangers”, “Wasting Love”, “Be Quick or Be Dead” ou “From Here to Eternity”). A segunda pior fase da banda conta com o versátil Janick Gers no lugar de Adrian Smith, mas a mágica já havia passado. Os últimos discos com Bruce são ao vivo (A Real Live One e A Real Dead One) e a banda mostra que sabe o que os fãs já sabiam: as músicas velhas eram bem melhores que as novas. A entrada do pífio Blaze Bayley empurra a banda no esquecimento.

Por isso, Live After Death é o melhor disco do Iron. Se ser adolescente à época de seu lançamento significava curtir o melhor que a vida podia lhe dar, ter doze anos mostrava o mundo que lhe esperava. Do discurso de Wiston Churchill no início até o fim apocalíptico de “Phatom of the Opera”, o disco era uma viagem a uma dimensão paralela, um paraíso de energia, barulho, som e testosterona chamado “show do Iron Maiden”. Pra quem viu o show da banda no Rock in Rio, o disco era ‘o’ souvenir; pra quem não pôde ir, era ‘o’ consolo.

Talvez este disco seja o responsável por algumas notas baixas no boletim da sexta série, pelos cadernos acabarem mais cedo (cheios de desenhos nas últimas páginas), pelas minhas primeiras camisetas pretas (usadas sob o uniforme do colégio), pela vontade de deixar o cabelo crescer e pelo um de meus primeiros porres (lembro a cena direitinho, ao redor de uma fogueira, num terreno baldio, com Velho Barreiro e “2 Minutes to Midnight” tocada pontualmente). Foi o primeiro disco que meus pais pediam pra tirar – e olha que meus pais me agüentaram ouvindo 12 horas por dia Thriller, quando tinha oito anos, e a coletânea New Wave Mamão com Açúcar (com Pretenders, Billy Idol, B-52’s, Prince, Devo, Wham!, Depeche Mode e Huey Lewis and the News), aos dez. Foi o meu primeiro disco duplo, que quase perdi quando troquei com um amigo meu por um disco da Sinéad O’Connor (dá pra acreditar?). Comprei o CD, mas qual decepção ao ouvir que faltava um lado inteiro do disco (o quarto, com “Wrathchild”, “22 Acacia Avenue”, “Children of the Damned”, “Die With Your Boots On” e a versão definitiva de “Phatom of the Opera”). Nem o encarte, cheio de informações (turnê completa, letras, equipamento completo e o escambau) compensava. Corri feito um desesperado atrás da lendária versão japonesa (que contava não só com o lado perdido, mas com dois lados inéditos, num sonhado CD duplo), mas acho que não passava de uma lenda urbana. O fato de alguém (um amigo de um dos meus irmãos, tenho certeza) ter roubado o CD me levou a bater na porta do dono do disco da Sinéad (um cara com quem eu não falava há anos) atrás do meu disco.

Hoje, graças a deus, ele está aqui, na minha frente, rodando enquanto digito este texto no computador. Sulcos que alimentaram minha fome por uma adolescência decente, que me fizeram ter vontade de parar de deixar de ser criança e cair num universo inseguro de farra, problemas e responsabilidades. Parte crucial do meu desenvolvimento como ser humano (mais “na moita” que isso, impossível), Live After Death é a minha porta de entrada num mundo de sonhos, um dos muitos rosebuds musicais que tive. Não tenho vergonha de admitir isso.

Rick Roll’d metal

Exemplo evidente de mashup usado para as forças do mal.

O que é Gangrena Gasosa

Bicho, eu poderia explicar, mas prefiro usar palavras alheias (também porque eu tou no meio do fechamento do jornal, então é mais fácil). Primeiro, as sábias palavras da Desciclopedia, pra situar quem não tem idéia do que seja isso:

QUEIMA, JESUS!!!
Pedir MaScedo sobre Gangrena Gasosa
Saravá!
Gangrena Gasosa sobre um exu virado querendo comer a macumba deles.

Gangrena Gasosa é uma banda de Lixo Metal/Mistureba/Cu Triturado, mas eles preferem se denominar Saravá Metal, pra conseguir se livrar da perseguição feita por membros da Igreja Pitucostal do Reino do Demônio. Assim, com um “SARAVÁ!” tudo que é mal se arreda!

História

Um ex-membro da Dorsal Atlântica (de onde?) se converteu ao umbandismo. Ai ele teve uma idéia ao ver bandas de white metal (metal de crente) e grey metal (metal meio-termo). Se elas existiam, tinha que ter uma pra divulgar a religião afro-brazuca. Assim, surgiu a Gangrena Gasosa, uma banda que divulgasse especialmente o poder da macumba e converter os infiés católicos e da Universal do Reino do Dinheiro para as raízes macumbeiras do mundo.

Membros da banda

Exu – Vocal
Ogum – Guitarra-Base
Oxum – Guitarra Solo
Xangô – Baixo
Oxalá – Bateria
Iemanjá – Percussão
Iansã – Back-Vocais
Toninho do Diabo – Empresário
Satanás – Presidente-Ditador do Fã-Clube Oficial
Edir Macedo – Dono da comunidade no Orkut “Eu Odeio o Gangrena Gasosa”, com apenas 2 membros.

Discografia

Demo, 1991
Bem-vindo ao Terreiro, 1993
Cambonos From Hell, 1996
Smells Like a Tenda Spiríta, 2000
6/6/6, 2006
12/12/12 (Versão dobrada do de cima, que coisa idiota), 2007
Eu bem que tentei fazer umas piadas sobre os nomes dos discos, mas os nomes já são uma piada pronta, então deixa assim mesmo…

Última advertência!

SE CONVERTAM OU VÃO TODOS PRO QUINTO DOS INFERNO!!!
Esses crentes malas são idiotas demais… até escrevem merda aqui na Desciclopédia…
Administrador malvado sobre comentário acima.

Depois, as do Adelvan, que entrevistou os caras em 95:

Fale-nos um pouco sobre o início da banda – seria o Gangrena um bando de punks tirando onda com o metal ou vocês realmente gostam deste estilo?
Quando começamos eu ainda era punk, e realmente tinha muito esse lance de tirar onda com metaleiro, porque naquela época tinha a moda do thrash, ta ligado? Era um puta estereótipo de se vestir com camisa preta, tênis Reebock importado e calça de moletom. Aí a gente era feio pra caralho, duro, e tocava mal a beça, tudo o que a gente queria era ser anti tudo. Com o tempo a gente aprendeu a tocar e fomos colocando mais macumba no som e nas letras. Ainda assim eu acho que o pessoal mais mauricinho não curte muito a gente pessoalmente, por a gente ser meio grosso na parada.

Aproveitando a pergunta anterior, o que vocês ouvem e o que influencia o som de vocês?
A Gangrena é uma banda que tinha tudo para dar errado, porque tudo mundo curtia uns lances bem desiguais tipo rockabilly, death, industrial, eletrônico… Cada um, um troço. Mas aí veio essa onda ridícula de voltar ao tempo dos dinossauros, da musica perder peso e velocidade. Então agora todos estamos ouvindo violência direto, para o som ficar o contrario dessa viadagem toda de musica com influência de coisas setentistas. O TOP 10 entre a gente atualmente é BRUTAL TRUTH, FEAR FACTORY, BRUJERIA, MYSTIFIER, SEPULTURA, RATOS DE PORÃO, NAILBOMB, SOD, HELMET e SLAYER (“Reing in Blood”). Só bandas sem educação mesmo, espero que isso se reflita no nosso som.

Vi em algumas revistas que vocês às vezes levam frangos pegos em despachos para os shows e a galera saboreia legal… É verdade? E que onda é essa de vocês ficarem masturbando uns aos outros em público? Vocês são gays (nada contra, claro, só pra esclarecer)?
A gente toca vestido de entidade, cada um tem a sua: Marcos (guitarra) é a Pomba Gira, o Paulão (voz) é o Exu Caveira, o Vladimir (guitarra) é o Cabloco Sete Frexa, o Cid (bateria) é o Exu Tranca Rua, o Jorge Doente (baixo) é o Zé Pilintra e eu (vocal) sou o Omulu na parada. No palco arriamos um despacho com velas, fubá, farofa, cebolas, cachaça, pipoca, e uma galinha assada que a gente compra limpinha num restaurante pro pessoal comer na hora de “Despacho from Hell”. É todo mundo gay na banda, mas nós somos HOMO CORE, não esses gays afeminados e desmunhequentos. Como vocês foram saber da viadagem aí em Aracaju ???!!

E a entrevista continua no Escarro Napalm.

Drew Barrymore + Iron Maiden

Vinícius joga antes da hora e manda uma carta quase repetida. Ou essa também não tava valendo? A minha vai a seguir.