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Tudo bem que o Oscar do Banksy não saiu, mas será que…

Tomara, imagina. Via Daily What. Valeu, Cris!

Exit Through the Gift Shop: Banksy é um documentarista ou não?

Spoilers abaixo, pra quem ainda não viu o filme do cara…

Mas afinal, Exit Through the Gift Shop é um documentário? A história do picareta que fingiu ser um documentarista e acabou virando artista e só então objeto de um documentário é real ou é mais um golpe genial de recontextualização de realidades que caracterizam toda a obra do inglês? Thierry Guetta jura que sua história é “100% real” e sustenta que há provas para validá-la, caso seja necessário. O artista, que agora atende pelo codinome de Mr. Brainwash e é um artista de sucesso, inclusive irá para a cerimônia do Oscar deste domingo, trajando Dolce & Gabbana. O próprio Banksy também sustenta que seu personagem, por mais incrível que possa parecer, é real.

Documentários fake, que misturam elementos de realidade e ficção tentando fazer que o espectador não perceba a linha entre a verdade e a mentira, são mais do que uma tendência dos últimos anos, e se consolidam como um dos principais tons do século 21. É uma discussão que envolve os túneis-de-realidade descritos por Timothy Leary, questões metalingüisticas (ave RAW), o jornalismo, a publicidade e o showbusiness, do humor de Borat e Office, passando pelos reality shows e pela apresentação de Ricky Gervais no Globo de Ouro deste ano.

Falando especificamente de cinema, mesmo que exemplos anterores já possam ter surgido nos primeiros filmes dos Beatles ou do Woody Allen, é, de novo, Orson Wells quem define este gênero, em F for Fake. O filme de 1973, na verdade, reúne elementos que já haviam sido experimentados por Wells em diferentes fases de sua vida – tanto a locução da chegada dos alienígenas de Guerra dos Mundos em 1938 quanto o fato de o personagem principal de Cidadão Kane ser inspirado em uma personalidade de verdade já brincavam com os limites da realidade e da ficção. F for Fake leva essa discussão para um outro patamar e pergunta quem é o autor, quem é a obra, o que é autoria, misturando cinema, magia, o maior falsificador de todos os tempos e Pablo Picasso.

O filme de Banksy parece ser uma continuação ou homenagem de F for Fake e, como seu antecessor, também escrotiza por completo o mercado de artes, tratando-o como farsa. Mas o fato de ser um documentário sobre alguém querendo fazer um documentário e por seu autor final ser uma das celebridades mais anônimas do mundo (quem é Banksy? Quantos são? É ele mesmo em frente à câmera, com a voz distorcida?), torna a premiação de hoje especialmente curiosa, basicamente por um ponto: e Exit Through the Gift Shop ganhar, quem irá receber o prêmio? Ou melhor: o que irá acontecer? E se o documentário for desvendado como farsa?

E mais: ao desmascarar uma farsa (seu filme) dentro de outra (o Oscar), Banksy não estaria sendo um documentarista de fato, revelando os próprios podres e os do showbusiness? Não seria ele, como o Zizek disse ao descrever o Assange, uma espécie de Coringa no último filme do Batman, que põe tudo à iminência do colapso apenas por ameaçar contar a verdade?

Em breve, saberemos. Esta noite.

Banksy em Los Angeles

Hoje tem o Oscar e faz um mês que o Banksy começou a deixar sinais de que está passeando por El Lay…

Tem mais fotos reunidas pelo blog local Melrose and Fairfax.

Democracia laser

Vi aqui.

O espaço do spray

Loucaço.

Banque-se

Corações lisboetas

A querida Sereia se apaixonou por Lisboa (ah, Portugal…) e começou a ver coraçõesinhos por aí – mas não estava vendo coisas, apenas cruzou com um grafiteiro anônimo e romântico (todos não o são?) que distribuiu o emoticon apaixonado pelas paredes do pequerrucho bairro de Alfama, uma espécie de Vila Madalena/Santa Cecília lusitana – ou seja, divida qualquer possibilidade de agito por cem. Ela conta:

Em Lisboa, depois de uma febre catártica pós-réveillon _coisa de ferver aos 39,5 C_ consegui ficar de pé só no dia 4, quando o calor desceu da testa ao coração… Resolvi dar um simpático rolê pelas ruelas de Alfama, olhando o Tejo cada hora por um ângulo, sentindo o peso do 2010, procurando a espessura de um 2011 melhor. Coloquei no ipod a música-trilha oficial dessa viagem da qual não quero voltar (“San Solomon“, do Balmorhea) e me deixei perder toda melancólica nas úmidas vielinhas lisboetas, depois de uma sequência de dias desastrosos e especiais. Na hora exata do meu pensamento mais açucarado, um coração em stencil na parece de um jardim de infância. Achei auspicioso e marejei (EMO!) Uns vinte passos mais tarde, outro. Dessa vez eu ri… Em cinco minutos mais um e outro e outro… Mudei meu caminho, passei a seguir os stencils de coração espalhados pelos muros e paredes, achei mesmo que era a melhor coisa a fazer, rs. Acabei num mirante, fumei um cigarro, tomei um café, escrevi um poema e voltei pra casa. Na volta, me despedi do último coração, o da escada, que confirmou vários pensamentos. Pode parecer idiota e meloso demais, mas achei se tratar de um bom presságio, uma promessa boa. Só queria esquecer da volta, esquecer minha casa em SP, largar tudo, fugir de novo… Pra virar um azulejo português ou uma dessas pedras úmidas que forram o chão da cidade-caos que me deixou tão apaixonada.

Tunguei da Dani.

Free Assange nas ruas

É intenso o casamento da internet com a rua e, aos poucos, o caso WikiLeaks começa a vazar de verdade para a vida real. Wikistencil propôs um stêncil para clamar a liberdade pelo criador do polêmico site, Julian Assange, e sua proposta já aparece estampada em muros e paredes aqui e ali.

O PDF pode ser baixado aqui.

Grafitti sem parar

É o velho clichê: as idéias mais fodas são também as mais simples. Neste site, os caras ensinam a fazer esse looptagger.