“Ô-Ô-Ô-Ô”

Bem bom esse som do Fortune.

Quase quatro anos de Gente Bonita


Foto: Ariel Martini

No final do mês a Gente Bonita completa quatro anos em atividade e começamos as comemorações com esse setzinho que fizemos pro blog Ace of Spades. Saca só:

Gente Bonita 2010 (MP3)

Astrud Gilberto – “Beginnings”
Betty Wright – “Secrecy”
Pacific – “Hot Lips”
Fortune – “Gimme”
Darwin Deez – “Up in the Clouds”
Breakbot – “Baby I’m yours (Feat. Irfane)”
Two Door Cinema Club – “Something Good Can Work (Twelves Remix)”
Discorockets – “Warmer”
Music Go Music – “Warm in the Shadows”
Sébastien Tellier – “Roche (Kavinsky Remix)”
Scissor Sisters – “Skin This Cat”
Coeur De Pirate – Comme Des Enfants (Le Matos Andy Carmichael Remix)
Apples in stereo – “Dance Floor”
Black Keys – “Tighten Up”
Spoon – “Written in Reverse”
Tame Impala – “Remember Me”
Klaxons – “No Diggity”
Miike Snow – “Animal”
Lobsterdust – “Say It Isn’t Flow”
Tim Maia – “Verão Carioca”

A capa da Fortune 500, por Chris Ware

Outra prova de que 2010 está sendo um ano interessante é esta capa da Fortune 500 acima, que foi encomendada para o Chris Ware e gentilmente recusada pelos editores da revista. Ware é um dos grandes gênios (sério) do século 21 e é uma espécie de terceiro irmão Coen, só que ainda mais melancólico e obcecado. O detalhismo de suas obras ultrapassa de longe a nerdice Revell e levam os quadrinhos para um nível de profundidade microscópica, exposto nesta capa para a Fortune, que seria um mero frila para Ware, que não deixou barato e expôs tudo que achava do sistema que sustenta a lista das 500 pessoas mais ricas do mundo.

O desenho não é nada sutil, com helicópteros levando dinheiro estatal para personagens gordinhos no topo da pirâmide, cassinos, o fim do petróleo, Guantánamo, China, México e o resto do mundo sob os EUA. Era uma situação perfeita para Chris: se a Fortune publicasse sua capa (difícil, ele deveria saber) seu recado seria dado, se não ela inevitavelmente apareceria online e daria seu recado. E o melhor dessa história é que há, sei lá, três anos, um desenho desses ia ser considerado anacrônico, revanchista, recalcado… Os ventos estão mudando de rumo de novo.