Cine Ensaio: O futuro do fim do mundo

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Por que o cinema é tão obcecado com o fim do mundo? Distopias políticas, tragédias naturais, guerras aniquiladoras e destruições apocalípticas estão sempre na pauta de produções cinematográficas desde o início do cinema, mas no fim do século 20 este tema virou praticamente um gênero à parte. Mas o que acontece com o cinema quando vivemos em uma distopia? Quem ainda quer ver a civilização morrendo, o planeta explodindo ou a natureza definhando nos filmes quando a realidade mostra algo bem parecido? Eu e André Graciotti escolhemos este tema para conversar no Cine Ensaio desta semana.

Duas comédias sobre o fim do mundo

The-Worlds-End-This-Is-The-End

…uma de cada lado do Atlântico.

Worlds-End

The World’s End, da imagem acima, é o novo filme de Simon Pegg e Nick Frost, que voltaram a trabalhar com Edgar Wright, para fechar a trilogia de paródias de filmes de gênero, que começou com Shaun of the Dead (Todo Mundo Quase Morto, no Brasil, de 2004) tirando sarro de zumbis e continuou com Hot Fuzz (no Brasil, Chumbo Grosso, em 2007), rindo de filmes policiais. O novo filme dos ingleses ainda não tem nem trailer (apenas algumas fotos), mas de alguma forma liga o consumo de cerveja em pubs ingleses aos motivos que fizeram o mundo acabar. O outro filme sobre o fim do mundo, a comédia norte-americana This is the End, no entanto, já tem trailer:

This is the End reúne o time de atores consagrados sob a reputação de Judd Apatow – Seth Rogan, James Franco, Jonah Hill, Emma Watson, Paul Rudd, Jason Segel, Jay Baruchel, Danny McBride, Craig Robinson e Michael Cera – no primeiro filme de Evan Goldberg (que escreveu Pineapple Express e Superbad, entre outros filmes da turma).

Eu acho que o filme inglês deve ser melhor que o americano.

O apocalipse da inteligência

the-apocalypse

Eis um senhor gancho para um filme sobre o fim do mundo:

4:20

21

Spoiler do fim do mundo

bunker

Não vai acabar hoje, mal aê.

O fim do mundo… como o conhecemos

maiaaaa

Rola o papo que toda essa onda de calendário maia e 21 de dezembro de 2012 não é a data do Juízo Final e sim do fim de um ciclo para o início de outro. Já ouvimos essa história desde que descobrimos, lá nos anos 60, que estávamos às vésperas da Era de Aquário e a chegada do terceiro milênio – com todas suas paranóias ao redor dos anos 1999, 2000, 2001 e 2010 – acelerou essa sensação de que ou estamos fazendo hora-extra no mundo ou estamos prestes à presenciar uma mudança drástica na consciência coletiva da humanidade. Fico pensando se não é simplesmente uma questão numérica e depois de séculos e séculos defendendo suas propriedades e sobrevivência com unhas e dentes, imagine se, a partir de hoje, o número de pessoas na Terra mais dispostas a compartilhar (não só no Facebook) começar a ser maior do que o número de pessoas ferranhas em não abrir mão do que é seu. Se a balança virar mesmo para um lado mais generoso e menos egoísta, o que nos pode acontecer enquanto espécie?

Um amigo meu lamentava ontem à noite, quando toquei com a Fer na festa de véspera do fim do mundo do Neu! (valeu pelo convite, Dago), como, de todas as gerações da humanidade, éramos a mais azarada por estar viva justamente quando tudo acaba. Pra mim, é o oposto – somos a mais sortuda por estarmos vivos justamente quando tudo começa.

Bom começo, portanto!

2012: ACABOU?

galactus-2012

Se acabar assim vai ser barra…

Imagine que você está voltando pra casa ouvindo “Imagine” no rádio…

…e de repente uma usina explode logo depois que o John canta “above us only sky”.

TENSO.

Ah, o fim do mundo é amanhã?

Tem esse papo furadaço, zero glamour, zero mitologia. Coisa de americano. Resta o sábio conselho do Reddit:

Véi… Na boa…, Patrick Magalhães é gênio

Tirei da página do Patrick, dos Walverdes, no Facebook, que devia virar um blog (ou não, sei lá). O cara é uma metralhadora de bobagens foda, de vídeos do arco da velha (ele toca Neil Young e Rush na sequência), imagens do nível dessa daí de cima, lolcats, links bizarros e pérolas de sabedoria cujo poder de síntese implora pela publicação naqueles livrinhos que vendem em caixa de supermercado. Sente o nível:

‎”Mãe, tu devia parar de fumar, tu vai morrer”
“Tua tia avó viveu até os 99”
“Ela fumava?”
“Não, ela cuidava dos problemas dela”

Ou:

Hoje o dia tá tão modorrento que tô chamando ele de Lenine

Ou:

AQUELE CANTOR MODERNO O ARNALDO ITUNES

Ou:

O socialismo tem bons argumentos, mas o capitalismo tem essas TVs 3D 84 polegadas

Ou:

tu bota o blusão fica calor aí tu tira o blusão fica frio aí tu bota o blusão fica calor aí tu tira o blusão fica frio aí tu bota o blusão fica calor aí tu tira o blusão fica frio aí

Ou:

‎”Viajar de avião é mais seguro do que andar de carro” OLHA TU VAI ME DESCULPAR MAS DE CARRO NA OSWALDO EU NAO CORRO RISCO DE CAIR NO ATLANTICO

Ou:

O meu cabelo está armado e apontado para a cara do sossego

Ou:

Cada vez que alguém aplaude ou vaia um filme no cinema um filme de Natal do Didi é lançado.

Ou:

Ou:

Imagina a dona Florinda dando um tabefe na cara do Cazuza e dizendo: “E da próxima vez vá contar segredos de liquidificador pra sua avó”

Ou:

ter duas caras é facil, quero ver é as duas caras serem bonitas

Ou:

APOCALIPSE: LULA SABIA E NÃO FEZ NADA. (via @reinaldoazevedo)

Ou:

a banda mais esse é o quinto fim do mundo desde que eu nasci da cidade

Ou:

imagina que loco se o mundo acaba amanhã mesmo e daí existe céu e deus mesmo de verdade

Sério, muito gênio. Umas dessas podiam virar camisetas, adesivos, fotomontagens.