Invenção 67 no CCSP

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A partir desta quarta até domingo, começamos mais uma atividade multicuratorial no Centro Cultural São Paulo – o evento Invenção 67 disseca o cinquentenário do mítico ano de 1967 medindo seu impacto na cultura em diferentes áreas. Há debates, show, filmes, exposição e encontros que prometem ser célebres, como o de Renato Borghi com Zé Celso Martinez Correa (um apresentou a peça O Rei da Vela para o outro, que a tornou célebre), Andrea del Fuego e Nelson de Oliveira falando sobre Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez, Miriam Chnaidermann e André Sant’Anna falando sobre o Panamérica de José Agrippino de Paula e Ismail Xavier e Rubens Machado falando sobre Terra em Transe. Da parte que me toca (a curadoria de música), teremos na quinta o Vanguart tocando na íntegra o clássico Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles – que faz aniversário no mesmo dia -, uma conversa com Roberta Martinelli e Ricardo Alexandre sobre o festival da Record daquele ano, quando as sementes do tropicalismo e do que chamamos hoje de MPB foram lançadas e a série de audições comentadas Concertos de Discos, que joga luz em clássicos daquele mítico ano, esta com início na semana que vem (falo mais disso depois). Maiores informações sobre o evento aqui e, abaixo, a programação geral dos próximos dias. Tudo de graça! Vai ser demais!

Invenção 67 no CCSP

Que ano! Em 1967, os Beatles lançavam o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, marco da vanguarda pop. Ainda naquele chamado Verão do Amor, Jimi Hendrix lançou seu primeiro disco, bem como The Doors, Velvet Underground e Pink Floyd. Enquanto isso, no Brasil houve certa noite em 1967, transmitida pela TV, que revelou uma geração de garotos geniais: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Chico Buarque. Um pouco mais cedo neste ano incrível, Hélio Oiticica criava a obra Tropicália. No cinema, 67 foi o ano em que estrou Terra em Transe, de Glauber Rocha. E que estreou também a peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, levada ao palco de forma barulhenta por José Celso Martinez Correa. No teatro ainda nasceria Cordélia Brasil, de Antonio Bivar. Foi o ano de PanAmérica, o romance de pura invenção escrito por José Agrippino de Paula, do impactante Quarup de Antonio Callado e de Tutameia, último livro de Guimarães Rosa. A América Latina iniciava um boom literário com Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, e na Europa Milan Kundera lançava A Brincadeira.

Por tudo isso o Centro Cultural São Paulo resolveu homenagear esse ano extraordinário de invenção e imaginação com debates, filmes, música, teatro e cinema. Em 1967 a juventude ainda sonhava alto. E no CCSP este sonho revive. Todos os eventos são gratuitos.

PROGRAMAÇÃO

31/5 quarta

TEATRO
17h Encontro O Rei da Vela
Mediados pela crítica teatral Beth Néspoli, José Celso Martinez Correa e Renato Borghi falam de O Rei da Vela. Peça escrita por Oswald de Andrade, permaneceu inédita até ser montada por Zé Celso em 1967, tendo Borghi como protagonista. Um dos pilares do tropicalismo, a peça simboliza a contracultura dos anos 60 – hoje parte da cultura brasileira. Na Sala Paulo Emílio Salles Gomes.

1º/6 quinta

LITERATURA
19h30 Ponto de encontro: Invenção 67
Com peculiar verve e larga erudição, o crítico e ensaísta Manuel da Costa Pinto, autor de Literatura Brasileira Hoje, analisa os principais lançamentos literários do mundo naquele ano. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

MÚSICA
21h Liverpool em Cuiabá
Em apresentação inédita, a Vanguart, banda matogrossense famosa nacionalmente pelo folk rock energético e lírico, revisita o álbum Sergeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Na Sala Adoniran Barbosa

2/6 sexta

LITERATURA
19h30 Cem anos de solidão, 50 anos depois
Destacados pela escrita que tangencia o fantástico, os autores Andrea del Fuego e Nelson de Oliveira, mediados pelo diretor do CCSP, Cadão Volpato, tratam da imortal obra de Gabriel García Márquez. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

3/6 sábado

TV/MÚSICA/CINEMA
15h Aquela noite em 67
Exibição do filme Uma Noite em 67, dirigido por Renato Guerra e Ricardo Calil, sobre o famoso festival de música da TV Record que catapultou uma talentosa geração da música brasileira, seguido de debate entre os jornalistas Ricardo Alexandre e Roberta Martinelli. Filme na Sala Paulo Emílio Salles Gomes, debate no Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

LITERATURA
19h30 PanAmérica vezes 50
A psicanalista e cineasta Miriam Chnaidermann e o escritor André Sant’Anna, especialistas na obra de José Agrippino de Paula, mediados por Ronaldo Bressane, abordam o cinquentenário de PanAmérica – romance central para a criação da Tropicália. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

TEATRO
20h30 Cordélia Brasil
Para sustentar seu marido Leônidas, Cordélia, além de trabalhar como auxiliar de escritório, passa a se prostituir. Ela traz para casa um jovem cliente de 16 anos, Rico, que acaba morando com o casal – o triângulo tem desfecho trágico. Direção: Francisco Medeiros. Elenco: Paula Cohen, Marat Descartes e Chico Carvalho. Sonoplastia: Aline Meyer. O autor Antonio Bivar comenta a peça após a apresentação. Na Sala Leon Hirzman

4/6 domingo

CINEMA
16h Terra em Transe, 50 anos depois
Exibição do clássico do cinema novo Terra em transe, de Glauber Rocha (em cópia nova), seguido de debate entre Ismail Xavier e Rubens Machado, os professores de cinema da ECA/USP que formam a linha de frente do ensaio cinematográfico brasileiro. Na sala Paulo Emílio Salles Gomes

De 26/5 a 5/6

Mostra Revista Comando
Exposição das obras em serigrafia realizadas na Folhetaria do CCSP, em ateliê público, pelos artistas Frederico Heer e Guilherme Boso (Revista Comando). Foyer