Vida Fodona #451: Orkut (2004-2014)

vf451

Uma playlist inspirada pelo último dia do Orkut.

Yelle – “A Cause Des Garçons (Remix Electro VaVan Treaxy)”
New Young Pony Club – “Ice Cream”
Hail Social – “Heaven”
Phoenix – “Consolation Prizes”
Arctic Monkeys – “Fake Tales Of San Francisco”
Blood Red Shoes – “It’s Getting Boring By The Sea”
Cold War Kids – “Hang Me Up To Dry”
Hard-Fi – “Hard To Beat”
Scanners – “Bombs (Rene Goulet’s Dollar Slot Bump)”
Chemical Brothers + Fatlip – “The Salmon Dance”
Cansei de Ser Sexy – “Let’s Make Love and Listen to Death From Above”
LCD Soundsystem – “Sound of Silver”
Rihanna – “Don’t Stop The Music”
Calvin Harris – “Merrymaking at my Place”
Yo Majesty – “Club Action”
!!! – “Heart of Hearts”
Rapture- “Get Myself Into It”

Por aqui.

As 300 melhores músicas dos anos 00: 43) Chemical Brothers – “Salmon’s Dance”

Vida Fodona #145: Numa Bowa

No programa de hoje temos a vocalista do Yeah Yeah Yeahs virando o Mick Jagger (enquanto seu hit torna-se folk e inofensivo), a faixa que batiza o disco do ano passado de uma das melhores bandas instrumentais do Brasil, uma das músicas do Sensational Fix, novas do MSTRKRFT, Rômulo Fróes e Mulatu Astatke, Erasmo vintage, Hot Chip com Robert Wyatt, Arnaldo ao vivo, Booker T. tocando Beatles, Wilco tocando Costello, tributo a Lux Interior, Spoon, Momo, Of Montreal e Paul McCartney.

Arnaldo Baptista & Patrulha do Espaço – “Feel in Love One Day”
Rogue Wave – “Maps”
Paul McCartney – “Check My Machine”
N.A.S.A. (com Karen O, Fatlip e Ol’ Dirty Bastard) – “Strange Enough”
MSTRKRFT (com Lil Mo) – “It Ain’t Love”
Smokey Robinson & the Miracles – “Tears of a Clown (Action Jackson Remix)”
Booket T. & the MG’s – “I Want You (She’s So Heavy)”
Mulatu & The Heliocentrics – “Chinese New Year”
Sonic Youth – “Rats”
Of Montreal – “And I’ve Seen a Bloody Shadow”
Pata de Elefante – “Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha”
Wilco – “Peace, Love and Understanding”
Rafael Castro e os Monumentais – “TV”
Momo – “Fin”
Rômulo Fróes – “A Anti-Musa”
Hot Chip com Robert Wyatt – “We’re Looking for a Lot of Love (Remixed by Geese)”
Erasmo Carlos – “Grilos”
Spoon – “The Way We Get By”
Cramps – “Sunglasses After Dark”

Vambora?

N.A.S.A. – The Spirit of Apollo

Zé Gonzalez já vive a ponte aérea entre a América do Sul e a América do Norte há mais de dez anos, mas só agora efetiva seu primeiro lançamento intercontinental, chamando o produtor Sam Spiegel, irmão de Spike Jonze, que também assina como Squeak E. Clean, para lançar o projeto N.A.S.A. Mas o primeiro disco da dupla, The Spirit of Apollo, sofre da síndrome da festa V.I.P., em que o número de celebridades parece exceder o próprio conhecimento dos convivas. Pra que tanto convidado assim? Contando apenas os facilmente reconhecíveis, temos uma lista que inclui Seu Jorge, quase todo Wu-Tang Clan, Santogold, Lovefoxxx, George Clinton, Del Tha Funkee Homosapien, Tom Waits, John Frusciante, David Byrne, Chuck D, Spank Rock, M.I.A., Kanye West, Sizzla, KRS-One e a Karen O do Yeah Yeah Yeahs, fora outra lista com nomes que inclui boa parte do escalão do hip hop americano atual. E o que esse povo todo acrescenta ao disco? Ou são samples humanos? Sendo assim, esse monte de artista acaba travando as possibilidades em vez de amplia-las, comprometendo o fluxo do disco com obviedades e pura encheção de lingüiça.

Mesmo com suíngue calibrado, o refrão de “Money” (“money is the root of all evil”) não consegue ser mais clichê, enquanto “Way Down”, com John Frusciante, soa como genérico de trip hop. A dobradinha Tom Waits/Kool Keith em “Spacious Thoughts” é totalmente dispensável e até a participação de George Clinton é trivial. Ainda mais quando se compara esse lado de The Spirit of Apollo com o em que ele acerta. São poucos hits, mas que, quando batem, pegam muito bem. A primeira faixa a ser revelada, “Gifted” (que reúne Santogold, Lykke Li e Kanye West) continua sendo a faixa mais bem resolvida do disco, que ainda tem outros bons momentos. “Watchadoin?”, que junta M.I.A., Santogold e Spank Rock (este último põe quase tudo a perder, soando tão vazio quanto a Fergie), cogita a possibilidade do Clash ter descoberto o funk carioca na época de Sandinista!, “Strange Enough” transforma Karen O num Mick Jagger (mas precisava do Ol’ Dirty Bastard e do Fatlip? Não precisava) e “A Volta” mostra que Lovefoxxx funciona até no ragga.

E quando sai do mundo de celebridades pop, a música do N.A.S.A. torna-se verdadeiramente inspirada, talvez por serem justamente quando Zé se sente mais em casa – seja ao lado do Babão dos Inumanos, quando deixam o samba comer bonito na vitrola em “O Pato”, que no caso, não é o de João Gilberto, mas o Donald, e em alguns momentos isolados (“N.A.S.A. Music” seria tão melhor se fosse instrumental ou a aparição de Miguel de Deus e da metaleira de Lincoln Olivetti no meio de “The Mayor”). Talvez a solução fosse deixar Zé Gonzalez ter mais peso no disco e na dupla – boa parte dos convidados apareceram graças aos contatos de Sam no meio publicitário, onde também bate cartão. Mas só o fato do fato da dupla chamar-se N.A.S.A. (que, apesar de vir da junção de North America com South America, ainda é a agência espacial estadunidense) diz muito sobre o resultado. Quem sabe, Zé está só esperando o momento certo para seu próprio disco.

N.A.S.A. – The Spirit of Apollo

N.A.S.A. – “O Pato