Millôr Fernandes: “Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da puta”

Babee linkou outro dia a entrevista que o Aran fez com o Millôr para a Playboy:

O humor, de uma maneira geral, não é muito condescendente com o presidente Lula?
Eu não posso te dizer, porque eu falei mal de todos eles, escrevi sobre o Sarney e também sobre o Fernando Henrique. Agora, se o Lula é um analfabeto, o Fernando Henrique é um analfabeto barroco. Não estou brincando, não. Se você pegar o bestialógico dele, puro e simples, daquele livro que ele escreveu, você não consegue entender nada! Eu selecionei um trecho do livro dele e publiquei. Aí uma amiga minha, que estudou com ele, me disse: “Millôr, você disse que escolheu o trecho por acaso e eu não acreditei. Mas aí fui reler o livro e é tudo assim, você tem toda razão. Agora, Millôr, eu estudei com esse homem, como é que eu acreditava nele?”. É que quando você tem 18, 20 anos e está na frente de um professor de 30, 35 anos, ele é uma estátua. Você acredita nele. Quando ele diz uma coisa complicada e você não consegue compreender, você pensa que o defeito é seu. Você faz um esforço, vai pra casa e aprende. É a mesma história com o Machado de Assis. Você é emprenhado desde cedo de que ele é o maior escritor do mundo. Mas você não conhece outro… [Risos.]

Você tem uma certa implicância com o Machado de Assis…
Não!

Como não? Tem sim!
Não é implicância porque parece que eu estou com raiva, né? Não é isso. Você pode dizer implicância, mas o que eu tenho é um certo desdém. Essa discussão se a Capitu deu ou não deu é como discutir o sexo dos anjos. Eu fiz um artigo sobre Dom Casmurro. Algumas pessoas me apóiam, outras não. Mas é como se eu estivesse falando mal do Machado de Assis e não é isso. É que eu publiquei dez ou 12 frases do romance provando que ele, dom Casmurro, é homossexual. Eu não digo “bicha”, que é pejorativo. É um homossexual, entende? E naquela época, ele tinha que ser enrustido porque, infelizmente pra ele, ainda não havia o movimento gay [risos]. Agora, veja bem, daí em diante eu fiz uma extrapolação que me foi natural. Quem é Machado de Assis? É um mulato, filho de uma lavadeira, com todo um temperamento de querer ficar bem na sociedade. E que eu saiba – pode até ser ignorância minha, admito – mas que eu saiba, não tem mulher alguma na vida dele. Ele não comeu ninguém! E eu tenho um certo desconforto com homem que não come ninguém. Eu acho que o homem tem que comer alguém [gargalhadas].

A íntegra tá aqui.

Grêmio Recreativo Unidos de Lost

Lendas e mistérios do misterioso “Lost”
(samba de João João Abrão e Jacó da Cuíca)

Olha a União da Ilha Esquisitona aí, genteeeee!

Numa ilha gloriosa
Lá no meio do oceano
Uma energia majestosa
Existia há muitos anos
E foi lá, ah, foi lá
Que Jacob e seu irmão
Viveram tempo pra cacete
Para um era prisão
Para o outro, palacete
(bis)
Para um era prisão
Para o outro, palacete

Muito tempo se passou
Nessa ilha tropical
Veio barco com o Richard,
Veio a Dharma e o escambau
Jacob juntava a turma
Fumacê fazia o mal

Mar, misterioso mar,
O Jacob quer ficar
Fumacê quer se mandar
Realidade paralela
Deslocamento temporal
Só quem explica “Lost”
É samba de carnaval

E então num belo dia
Um avião caiu ali
Tinha Jack, tinha Sawyer,
John Locke, Kate e Sayid
Tinha coreano e africano
Iraquiano e inglês
Australiano e chicano
E até um que era francês
Na ilha misteriosa
Cheia de enigma fenomenal
Urso polar e alçapão
E gente morta de montão
Que legal, que legal!

Jack saiu da ilha
Mas não teve felicidade
Fumacê entrou no Locke
Pra poder fazer maldade
Viagem no tempo
Universo paralelo
Nem Maurício de Nassau
Me explica esse flagelo
Tinha uma rolha lá na ilha
Que o Jack quis tirar
Fumacê ficou uma pilha
Pois a trolha ia afundar
E todo mundo estava morto
E não adianta reclamar

Mar, misterioso mar,
O Jacob quer ficar
Fumacê quer se mandar
Realidade paralela
Deslocamento temporal
Só quem explica “Lost”
É samba de carnaval

Coisa do Aran.