As 75 melhores músicas de 2019: 53) Saskia + Edgar – “Tô Duvidando”

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“Tô pendurada entre a alma e a cota”

As 75 melhores músicas de 2019: 32) BaianaSystem + Antonio Carlos & Jocafi + Edgar + BNegão – “Salve”

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“Zulunation, Nação Zumbi, Ilê Ayê, Rumpilezz”

Vida Fodona #615: O último programa de 2019

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Raspando o tacho do ano.

Tulipa Ruiz + João Donato + Edgar – “Manjericão”
Fountains D.C. – “Big”
Tame Impala – “Patience”
Georgia – “About Work The Dancefloor”
Chromatics – “You’re No Good”
Ariana Grande – “NASA”
Stephen Malkmus – “Forget Your Place”
Caroline Polachek – “So Hot Youre Hurting My Feelings”
Clairo – “Bags”
Caribou – “You and I”
James Blake + Rosalía – “Barefoot In The Park”
Luiza Brina + César Lacerda – “De Cara”
MGMT – “In the Afternoon”
Yumi Zouma – “Right Track / Wrong Man”
Brockhampton – “Sugar”
Lil Nas X + Billy Ray Cyrus – “Old Town Road”
Sharon Van Etten – “Seventeen”
Luedji Luna + Attooxxa + Omulu – “Tô Te Querendo”
Charli XCX + Christine and the Queens – “Gone”
Mura Masa + Slowthai – “Deal Wiv It”
Lizzo – Juice
Francisco El Hombre – “Chão Teto Parede (Pegando Fogo)”
Dua Lipa – “Don’t Start Now”
Little Simz – “Boss”
Nill – “Mulher do Futuro Só Compra Online”
Michael Kiwanuka – “Hero”
The Comet is Coming + Kate Tempest – “Blood Of The Past”
Nomade Orquestra + Juçara Marçal – “Poeta Penso”

Saskia está chegando…

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Saskia está vindo. A produtora, cantora e compositora gaúcha está prestes a lançar seu disco de estreia, depois de circular por diferentes palcos do país com sua mistura de rap, trap, música eletrônica, funk, samba e soul. Mas gêneros musicais são redutores para definir sua presença musical, um enigma para dançar, música pop para se digerida mentalmente. Ela lança “Tô Duvidando”, seu clipe de estreia, com a presença de outra figura igualmente sem par na música brasileira, o MC Edgar, em primeira mão no Trabalho Sujo, além de antecipar o título do disco e os nomes das músicas (lá embaixo).

Mandei umas perguntas pra ela explicar o disco e ela preferiu responder tudo num texto só:

“A palavra pq no português tem 4 significados. O pq no começo, o pq no final, o pq no meio e o pq como substantivo, que eu diria estar em cima (shshs). Quando me veio o nome do álbum, eu ouvi na minha cabeça que ‘o nome do álbum é pq’ e ali eu não sabia dizer qual dos pqs ele era, pq pra mim todos faziam sentido com o que eu estava vivendo, com o que eu estava falando no álbum. Agrupar todos os pqs numa sigla, faz com que não só eu admita todas as versões dessa palavra, mas também que eu admita a minha linguagem como não formal, uma vez que foi por me comunicar virtualmente com o mundo que o mundo me convidou a seguir meu sonho, o meu pq.

É meu primeiro álbum, e é um convite do mundo para que eu siga perguntando e respondendo os motivos e consequências de eu fazer o que eu faço da vida. Eu demorei muito tempo pra assumir a minha vocação. Por achar que não merecia, ou que não deveria, eu neguei ser o que sou por muito tempo, tentando me transformar, aos moldes sociais, em algo que fosse palatável. Não teve um momento da minha história em que eu tenha decidido ser artista, é algo que eu sempre fui e sempre exerci sem pretensão de reconhecimento ou mudança. Mas houve um momento em que a demanda aumentou. Mais convites chegavam, na musica, no teatro, na arte em geral. Queriam que eu estivesse presente, queriam me levar, queriam me ver, queriam me ouvir.

Comecei a circular o país com meus beats estranhos, minhas letras indiretas, sempre achando que eu estava preenchendo alguma cota independente, alternativa, feminista ou racial. Muito eu vi nesses últimos três anos em que eu estava sendo convidada a participar da cena musical. Eu não decidi me colocar, não treinei a me portar nem esperava ter chegado aonde eu cheguei. Foi algo que aconteceu. E tudo que aconteceu comigo tanto explica quem eu sou, quanto me indaga quem eu quero ser.

Pq eu sou quem eu sou? Pq sim. Pq eu não sou quem eu achava que deveria ser? Pq não. Pq o mundo é como ele é? Não sei pq. Pq o mundo não é como eu achava que ele deveria ser? Sera que eu sei pq? O pq esta em tudo que eu faço e persegue a alma humana desde que ela existe. O Pq veio pra ser o meu ponto de partida, onde o tempo se virgulou pra achar os pontos finais, misturar com as reticências e interrogar a a minha arte até que o tempo não saiba mais prosodiar.”

Pq será lançado ainda em setembro.

“Pq”
“Pressssa”
“Tô Duvidando”
“Fuk U”
“Apagão”
“Na Cara”
“Graça”
“Foda”
“Mais Uma”
“Kafri”
“27 Sabias fala Brasilês”
“Água”
“Mas Nada”

Todo o Disco: Edgar fala sobre Ultrassom

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Nesta próxima quarta-feira, dia 3 de julho, às 20h, temos o último papo da série de encontros Todo o Disco, que realizo no Lab Mundo Pensante. Desta vez o papo é com Edgar e seu primeiro disco industrial – Ultrassom o colocou no mapa do pop brasileiro depois de uma série de discos artesanais que prepararam terreno para sua chegada. É o quinto encontro desta série neste ano, e, por duas horas, conversamos apenas sobre o álbum – na primeira hora o papo vai para a concepção, composição, produção e lançamento e na segunda hora ouvirmos o disco com comentários faixa a faixa do próprio Edgar. As inscrições podem ser feitas por aqui e você pode confirmar sua presença aqui.

Vida Fodona #593: O complexo de épico pra lá

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Mais um programa do solto

Clash – “The Card Cheat”
Nill – “Stay High”
Can – “Future Days”
Jupiter Apple – “Welcome to the Shade”
Massive Attack – “One Love”
Supercordas – “3000 Folhas”
Of Montreal – “Touched Something’s Hollow”
Frank Zappa + The Mothers of Invention – “What’s the Ugliest Part of Your Body (Reprise)?”
Rush – “Red Barchetta”
Ava Rocha – “Doce é o Amor”
Percy ‘Thrills’ Thrillington – “Long Haired Lady”
Nomade Orquestra + Juçara Marçal – “Eró Iroko”
BaianaSystem + Antonio Carlos & Jocafi + Edgar + BNegão – “Salve”
Black Alien – “Jamais Serão”

Hermeto Pascoal de graça no CCSP

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Hermeto Pascoal é o centro de um domingo de homenagens no Centro Cultural São Paulo. Seu conceito Música Universal é tema de um minidocumentário, que inspira também uma exposição com direção de arte feita pelo novíssimo Edgar. O domingo termina com um show do bruxo às 18h – os ingressos começarão a ser distribuídos duas horas antes (mais informações aqui).

Fala, Nomade Orquestra!

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A big band do ABC Nomade Orquestra está prestes a lançar seu terceiro disco e Vox Populi, cuja capa é antecipada em primeira mão aqui para o Trabalho Sujo, é primeiro disco com vocais – e conta com um time estelar: Siba, Edgar, Juçara Marçal e Russo Passapusso, cada um com duas canções. Abaixo, o primeiro teaser que o grupo disponibilizou do trabalho, mostrando a participação do pernambucano Siba.

“A seleção dos vocalistas foi um mix de afinidade, apreciação e aproximação com os quatro nomes escolhidos”, me explica o baixista do grupo, Ruy Rascassi. “É um recorte interessante da música contemporânea brasileira, com duas figuras em ascensão como o Russo Passapusso e Edgar e outras duas, Juçara Marçal e o Siba, com legados e histórias importantes com as raízes da música brasileira.”

Ele lembra como conheceram e chamaram os convidados. “O Edgar tem uma história com a banda desde 2016, onde fazia as performances junto com o multiartista Renan Soares. O Russo foi uma conexão muito louca: uma vez ele viu um show nosso em São Paulo, ficamos em contato, até q em 2017 fizemos um show juntos e rolou a química. Já a conexão da Juçara e do Siba veio a partir do Vox Populi, fiz o convite aos dois que sem hesitar aceitaram entrar nessa viagem com a gente.”

Todo o Disco 2019

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Criada em 2015 como parte das comemorações dos 20 anos do Trabalho Sujo, a série de encontros Todo o Disco (que já teve edições com Siba, Emicida, Cidadão Instigado, Karina Buhr, Tulipa Ruiz, Instituto, Rodrigo Ogi, entre outros) renasce no Mundo Pensante Lab trazendo entrevistas ao vivo com autores de alguns dos grandes discos de 2018. A partir do dia 3 de abril, sempre às quartas-feiras, disseco trabalhos que refletem a excelente produção musical brasileira contemporânea com a presença de seus autores, convidando Anelis Assumpção, Edgar, Maurício Pereira, Luiza Lian, Ana Cañas e Maria Beraldo para falar sobre os discos que lançaram no ano passado.

A enorme quantidade de bons discos lançados no Brasil recentemente contrasta com a mínima discussão sobre estes lançamentos, uma vez que a crítica e o jornalismo musical perderam seu poder de atuação ao serem pulverizados na vastidão de informações da avalanche digital que nos soterra. O curso Todo o Disco foi pensado como uma alternativa presencial para a falta de conexão entre produção criativa e análise crítica, fazendo o artista refletir sobre o disco de uma forma pouco exigida pelo jornalismo brasileiro atual.

São duas horas em que entrevisto o autor da obra: na primeira parte da noite, a conversa fala sobre o processo de criação, composição, produção e gravação, bem como estratégias de lançamento, cuidado visual e conceito do álbum; na segunda parte, ouvimos o disco com os comentários do autor sobre cada faixa. As inscrições para os dois primeiros encontros, com Anelis Assumpção e Luiza Lian, no mês de abril já estão abertas (mais informações no site do Mundo Pensante).

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17 de abril
Anelis Assumpção – Taurina
Em seu terceiro disco, Anelis Assumpção serve um banquete musical azeitado e ao ponto, acertando o ponto da mistura entre o reggae, o samba, a poesia e a música brasileira, num álbum cheio de nuances e sabores específicos e de graves tão presentes quanto sua personalidade.

8 de maio
Maurício Pereira – Outono no Sudeste
Em mais uma ode à urbe, o paulistano Maurício Pereira atiça a beleza corriqueira do cotidiano entre versos longos e frases curtas, buscando uma beleza invisível aos olhos do transeunte que permeia todas as nuances da vida em São Paulo.

22 de maio
Ana Cañas – Todxs
Uma obra minimalista e expansiva, o disco Todxs da paulistana Ana Cañas mistura a canção à fala e a batidas sintéticas, em busca de uma nova sonoridade e de um novo sentido político no Brasil deste fim de década.

5 de junho
Maria Beraldo – Cavala
A cantora, música e compositora Maria Beraldo encontrou um rumo em seu primeiro trabalho solo que conversa com a música de vanguarda, o rock e a música brasileira ao mesmo tempo em que questiona o papel do gênero neste início de século 21.

19 de junho
Luiza Lian – Azul Moderno
Dona de um dos discos mais instigantes do ano passado, a cantora paulista Luiza Lian conseguiu suceder o projeto-objeto Oyá: Tempo com um disco triste e confessional, que flerta com a musica de terreiro, o jazz, o hip hop e a música eletrônica e passar por um processo de desconstrução em sua pós-produção.

17 de abril
Edgar – Ultrassom
O canto falado de Edgar vai muito além do rap e desenha distopias desagradáveis ao ouvido incauto, misturando o apocalipse digital à burocracia do dia a dia e a morte do meio ambiente em uma sonoridade claustrofóbica e tensa. Com o álbum Ultrassom, ele saiu de Guarulhos para conquistar o resto do Brasil com sua estética desesperadora e existencialista.

Vida Fodona #583: O fim de um ciclo

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Adeus a um espaço físico

BaianaSystem + Curumin + Edgar – “Sonar”
Specials – “A Message to You Rudy”
Lucas Santtana + Seleção Natural – “Tijolo a Tijolo, Dinheiro a Dinheiro”
Warpaint – “Above Control”
Olivia Tremor Control – “Jumping Fences”
Boogarins – “Sombra ou Dúvida”
Bonifrate – “Refúgios”
Kiko Dinucci – “Seus Olhos”
Maria Beraldo – “Sussussussu”
Jards Macalé – “Pacto de Sangue”
Gilberto Gil – “Na Real”
Doors – “Soft Parade”
Stereolab – “Metronomic Underground”
Can – “Vitamin C”
Dr. Dre – “Nuthin’ but a ‘G’ thang”
Sexy Fi – “Looking Asa Sul, Feeling Asa Norte”