Ventre + E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante ao vivo

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Uma das atrações que mais meu deu orgulho em trazer para o Centro do Rock é o encontro das bandas E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante e Ventre, que acontece no próximo domingo (mais informações aqui). As bandas, duas novas forças em ascensão do rock independente brasileiro, se juntaram a partir de uma sugestão que o Fabricio Nobre, dono do festival goiano Bananada, fez à Kátia Abreu, do Dia da Música – apresentar um showcase para seu festival. Kátia foi além e imaginou algo inédito a partir da junção de duas atrações que ele já havia convidado para a edição do evento deste ano. Conhecendo bem as bandas e sabia da afinidade musical e pessoal entre os integrantes, ela propôs um show conjunto, com o trio carioca e o quarteto paulistano tocando músicas ao mesmo tempo. O resultado foi um show que, quem pode assistir, descreveu como intenso e emocionante, qualidades dos shows das duas bandas, registrado no curta que os grupos lançam com exclusividade aqui no Trabalho Sujo.

Centro do Rock 2017

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A partir do dia 11 de julho, o Centro Cultural São Paulo abre-se para o melhor do rock moderno brasileiro, reunindo nomes como Rakta, Garage Fuzz, Boogarins, Test Big Band, Meu Reino Não é Desse Mundo, Thiago Pethit, Luís E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante + Ventre, MQN, Maglore, Vermes do Limbo + Bernardo Pacheco, Thiago Nassif, Jonnata Doll e os Garotos Solventes, Labirinto e The Baggios, além de debates, filmes e uma edição do Concertos de Discos dedicada à história do rock brasileiro. Mais informações no site do CCSP.

Quem quer o vinil do E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante?

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O grupo instrumental paulistano faz uma série de shows a partir deste fim de semana para lançar seu disco mais recente, Medo de Morrer / Medo de Tentar, em vinil. O primeiro acontece neste sábado, dia 23, no Centro Cultural São Paulo (23/7), o segundo é no Z Carniceria na sexta dia 29 e o terceiro na terça, dia 9 de agosto, no Sesc Pompeia. O grupo está sorteando através do Trabalho Sujo uma cópia de seu novo disco e um par de ingressos para vê-los ao vivo no show deste sábado (atualização: a promoção terminou no dia do show). Para concorrer, escreva nos comentários que banda funcionaria bem numa jam session com eles. O disco você escuta a seguir:

Você conhece o E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante?

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“‘Medo de Morrer’ e ‘Medo de Tentar’ são realmente uma fotografia do momento que estamos vivendo, amostras de novos caminhos que pretendemos seguir”, me explica em entrevista o guitarrista Lucas Theodoro, um dos fundadores do grupo de pós-rock paulistano E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, que lança o single duplo com exclusividade pelo Trabalho Sujo. A banda instrumental, formada no início de 2012, conseguiu criar uma pequena reputação desde sua criação e agora aos poucos prepare-se para alçar novos voos: “O plano é tocar muito pelo Brasil em 2016 enquanto compomos o primeiro disco completo, que queremos lançar em 2017”.

“Nossas influências sempre foram muito diversas”, continua Lucas. “A lista de cada um passeia por rap, jazz, indie dos anos 90, música eletrônica estranha, é mesmo muita coisa. Nunca ficamos presos a moldes e estruturas específicos de um ou outro tipo de música. O termo “pós-rock” tem feito com o público se identifique com o tipo de música que fazemos, mas não passamos cada composição por esse filtro.” A banda cresceu principalmente a partir do ano passado, quando colheram os frutos do segundo EP, Vazio, lançado no final de 2014. As duas faixas refletem duas facetas do grupo: “Medo de Tentar” é mais abrasiva e intensa, enquanto “Medo de Morrer” é mais rítmica e sintética. O single será lançado neste domingo em um show gratuito no Teatro Décio de Almeida Prado, no Itaim (mais informações aqui).

Além de Lucas, a banda é composta por Luden Viana na outra guitarra, Luccas Villela no baixo e Rafael Jonke na bateria. “Ao mesmo tempo que nos identificamos com bandas instrumentais atuais, como ruído/mm e Kalouv, encontramos afinidade com outras bandas sonoramente muito diferentes, como Inky, Ombu, Raça, Quarto Negro, Jair Naves, Lava Divers, Caffeine Lullabies, entre várias outras que envolvem pessoas com quem fizemos shows juntos ou que construíram laços com a gente, marcando shows, nos hospedando etc. Acho que a safra de bandas que queremos pertencer é a de pessoas que se apoiam e ajudam a construir um cenário musical melhor”, continua o guitarrista.

Que conclui: “É agridoce ser independente. Nos últimos anos, muitas bandas ótimas surgiram mas, ao mesmo tempo, casas de show importantes do país estão passando dificuldades. O 92 Graus, em Curitiba, e a Audio Rebel, no Rio de Janeiro, por exemplo, são lugares extremamente importantes para o cenário nacional que tiveram que fazer campanhas de financiamento coletivo para se manter funcionando. Foi bonito ver que conseguiram bater as metas e continuar oferecendo condições honestas para as bandas, mas, ao mesmo tempo, parece que tem algo fora do lugar. Acima de tudo, é um prazer fazer parte desse cenário que se ajuda a se manter de pé. O independente sempre arruma um jeito de existir.”

Domingo na Paulista

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Se você ainda tem fôlego pós-Virada Cultural ou se o frio te venceu e te deixou em casa nesse sábado, a boa é pegar as atrações do Dia da Música que acontecem pelo decorrer da Paulista. São seis palco espalhados pela avenida, dois a cada estação do metrô entre a Brigadeiro e a Consolação, cada um deles com curadoria de gente que entende mesmo de música nova. São artistas essencialmente novos, nomes que você até pode ter ouvido falar mas que ainda estão em fase de maturação – imagine que você possa assistir à programação de um ano de Prata da Casa, aquele projeto de novas bandas do Sesc Pompeia, em um único domingo. Por isso pode ser que algum deles faz um show histórico para sua carreira, que engatilhe uma série de desdobramentos futuros que os tornarão mais conhecidos.

A programação está toda no site do Dia da Música, mas faço aqui minhas indicações: no palco curado pelo Dago, do Neu, perto do Itaú Cultural, vale sacar o show instrumental dos Soundscapes e as batidas tortas do CESRV, da turma da Beatwise. No palco do Lariú, do Midsummer Madness, perto da Brigadeiro, vale dar uma sacada no Digital Ameríndio, broder dos Supercordas. O palco do Mancha, da boa e velha casinha, fica perto do prédio da Fiesp tem três boas pedidas: Camila Garófalo, o ótimo Quarto Negro e os cariocas Simplício Neto e os Nefelibatas. No palco da Pâmela, da produtora Alavanca, devem valer a pena os shows dos goianos do Carne Doce e o pós-rock do E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante. No palco perto do Belas Artes, tocado pela Ângela Novaes, vale dar uma sacada no show dos Vermes do Limbo. E no palco organizado pelo Kamau, perto da esquina com a Angélica, vale ver os shows do Mesclado e da dupla Drik Barbosa & Mike. Fora que tem gente que eu não conheço nem de nome e pode surpreender. Vale passear pela Paulista nesse domingo e torcer pra que um dia, a avenida cartão postal, possa ser fechada (ou aberta?) aos domingos.